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Precipitação

Disciplina: Hidrologia geral


Período: 7º
Prof. Maurício Pimenta Cavalcanti
Onde encontrar o tema

Capítulo 5

Capítulo 5

Capítulo
Introdução
• Conjunto de águas originadas
do vapor d’água atmosférico
que cai, em estado líquido ou
sólido, sobre a superfície
terrestre.
• Chuva
• Neve
• Granizo
• Nevoeiro (neblina)
• Sereno
• Geada
Mecanismo da formação as
precipitações
• Vapor de água que se condensa, formando gotículas
das nuvens
• Para a que a gota precipite deve atingir um volume tal
que seu peso seja maior que as forças que a deixam
suspensas
• A nuvem é um aerossol de ar, vapor de água e
gotículas no estado sólido e líquido
(0,01mm<Φ<0,03mm)
Mecanismo da formação as
precipitações
• Gotas de chuva com 0,5mm<Φ<2mm
• Aumento de volume das gotículas está relacionado
com:
• Choque entre as gotículas
• Crescimento por condensação de vapor d’água
Tipos de chuvas
• Frontais ou ciclônicas
• Origem na interação das massas de ar quentes e frias.
• Longa duração, intensidade média, cobrem grandes áreas
• Brasil são frequentes na região Sul
• Podem vir acompanhadas de ventos fortes com circulação
ciclônica
Tipos de chuvas
• Orográficas
• Causada por barreiras de montanhas abruptas que
promovem a ascensão das correntes de ar quente e úmido
• Pequena intensidade, grande duração e áreas pequenas
• Sombra pluviométrica (lado oposto da barreira montanhosa)
• Brasil – Serra do Mar, Serra da Borborema
Tipos de chuva
• Convectivas
• São provocadas pela ascensão do ar devido as diferenças
de temperatura na camada vizinha da atmosfera.
• Grande intensidade, curta duração e pequenas áreas
• Inundação em áreas urbanas
Tipos de chuvas
Medição de chuvas
• Pluviômetro
• Pluviógrafo
• Radar
• Satélite
Pluviômetro
• Medidas diárias as 7 horas da manhã
Pluviógrafo
• Leituras com intervalos e tempo menores que 1 dia
Radar
• Radio Detecting And Ranging – detecção e localização por rádio
• Ondas eletromagnéticas enviadas para as nuvens – a gota irradia
em todas as direções – parte da energia gerada pelo volume total
de gotas iluminado pelo feixe de onda do radar volta – distância
pelo tempo de ida e volta
Satélite
• Estimativa baseadas na temperatura de brilho do topo
da nuvem
• Satélites são capazes de mostrar a movimentação de
nuvens, além da temperatura, vapor d’água e umidade.
• Geralmente possui pouca precisão para áreas
específicas.
Pluviometria
• Altura pluviométrica (P) (mm)
• Espessura média da lâmina de água precipitada que
recobriria a região atingida, admitindo que não há infiltração
ou escoamento superficial.
• 1mm de chuva = 1 litro de água distribuído em 1 m²

• Duração(t) (min ou h)
• Período de tempo em que uma chuva ocorre.
Pluviometria
• Intensidade (i)
• Relação entre precipitação e duração
𝑃
𝑖= (mm/h ou mm/min)
𝑡
• Apesar de representar uma variabilidade temporal,
considera-se constante no intervalo de tempo(simplificação)
• Tempo de retorno ou recorrência (Tr)
• Número médio de anos durante o qual espera-se que a
precipitação analisada seja igualada ou superada
• O seu inverso é a probabilidade de um fenômeno igual ou
superior ao analisado, ocorrer em um ano qualquer
Exemplo de registro de chuva

Adaptado de: aulas


professor Carlos Ruberto
Exemplo de registro de chuva
• Total precipitado: 61mm
• Duração da chuva: 10 horas
• Intensidade média: 6,1 mm/h
• Intensidade máxima: 12mm/h (entre 7 e 8 horas)
• Intensidade média do dia: 2,5mm/h(61/24)
Chuva média anual
• Variável importante para definição do clima e
variabilidade sazonal
• Região amazônica >2000mm/ano
• Semiárido<600mm/ano
Precipitações médias numa bacia
• Utilizam-se, basicamente, 3 métodos
• Média aritmética
• Método de Thiessen
• Método das Isoietas
Média aritmética
• Soma-se as precipitações observadas nos postos e
divide-se pelo número de postos
• Recomendado para bacias menores de 5000km², com
as estações distribuídas uniformemente na bacia e área
plana ou relevo suave.
Método de Thiessen
• Para terrenos não muito acidentados
• Média ponderada
• Atribuir pesos, proporcional a área de influência dos
aparelhos, a cada leitura
• Procedimento para cálculo da área de influência
• Liga-se os postos adjacentes por retas
• Traça-se perpendiculares nos pontos médios
• A área de cada polígono é o peso que será utilizado
Método das Isoietas
• Linhas curvas que representam pontos de igual
pluviosidade.
• Similar as curvas de nível
ℎ𝑖 + ℎ𝑖+1
σ 𝐴𝑖
2
ℎ𝑚 =
σ 𝐴𝑖
Exemplo
Análise de dados
• O objetivo de um posto de medição de chuvas (estação
pluviométrica) é o de obter uma série ininterrupta de
precipitações ao longo dos anos
• Comum existir períodos com erros ou sem
observações, devido a problemas com os aparelhos de
registro ou com o operador do posto
• Tratamento dos dados brutos
Preenchimento de falhas
• Série de dados ininterrupta ao
longo dos anos ou dados
detalhados de um evento
• Comum nesse levantamento ter
falhas
• Erros grosseiros
• Falhas (sem leitura)
• Necessita verificar consistência
dos dados e se necessário
preencher ou ajustar esses erros
Preenchimento de falhas
• Pelo menos 3 postos com 10 anos de dados
• Todos os postos sem falhas com o mesmo período de
dados
• Series mensais ou anuais
Preenchimento de falhas
• Regressão linear – estima a precipitação com a falha
partir do valor de precipitação de outros postos
• Simples – 2 postos, um com a falha e outro sem
Py = a + bPx
• Múltipla – vários postos, sendo um com a falha
Py = a + bPx1 + cPx2 + dPx3 +...+ nPx1n
Onde:
• Py – posto com a falha
• Px1,Px2....Pxn – precipitação nos postos próximos
• a,b,c... - coeficientes
Preenchimento de falhas
• Método da ponderação regional
• Selecionar pelo menos três postos
da vizinhança com disponibilidade de
dados mensais ou anuais,
normalmente com séries mais longas
que 10 anos
Preenchimento de falhas
• Método da ponderação regional
1 𝑃𝑥1 𝑃𝑥2 𝑃𝑥3 𝑃𝑥4 𝑃𝑥𝑛
𝑃𝑌 = 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + ⋯ 𝑃𝑀𝑦.
𝑛 𝑃𝑀𝑥1 𝑃𝑀𝑥2 𝑃𝑀𝑥3 𝑃𝑀𝑥4 𝑃𝑀𝑥𝑛

Onde:
PY – precipitação do posto a corrigir
PMy – precipitação média do posto y
Px1-Px4 – precipitação dos postos vizinhos a y
PMx1-PMx4 – precipitação média dos postos vizinhos a y
N – número de postos
Análise de consistência
• Comprovar o grau de
homogeneidade do posto em
relação aos vizinhos
• Método das duplas massas
• Escolher postos de uma região
homogênia
• Acumular para cada posto os totais
mensais
• Plotar num gráfico os valores
acumulados dos postos a consistir.
Análise de consistência
• Erros sistemáticos, mudança
nas condições de observação,
causa física
• Corrigir uma das tendências
𝑀𝑎
• 𝑃𝑐 = 𝑃𝑎∗ + ∆𝑃0
𝑀0
Onde:
𝑃𝑐 - Precipitação acumulada ajustada a tendência
𝑃𝑎∗ - ponto de mudança de tendência
Ma - coeficiente angular da tendência
M0 – coeficiente angular da tendência a corrigir
∆𝑃0 - P0- 𝑃𝑎∗ , sendo P0 valor acumulado a ser corrigido
Análise de consistência
• Alinhamento dos pontos em
retas paralelas
• Erros de transcrição de um
ou mais dados ou pela
presença de eventos
extremos
• Comparação entre postos
com diferentes regimes
pluviométricos
Análise de consistência
• Geralmente é resultado da
comparação de postos com
diferentes regimes
pluviométricos
Série pluviométrica anual de Recife
Exemplo

Simples – 2 postos, um com a falha e


outro sem
Py = a + bPx
Múltipla – vários postos, sendo um com a
falha
Py = a + bPx1 + cPx2 + dPx3 +...+ nPx1n

1 𝑃𝑥1 𝑃𝑥2 𝑃𝑥3 𝑃𝑥4 𝑃𝑥𝑛


𝑃𝑌 = 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + 𝑃𝑀𝑦 + ⋯ 𝑃𝑀𝑦.
𝑛 𝑃𝑀𝑥1 𝑃𝑀𝑥2 𝑃𝑀𝑥3 𝑃𝑀𝑥4 𝑃𝑀𝑥𝑛
Frequência de totais precipitados
• Várias obras de engenharia é interessante saber as chuvas
máximas do local
• Utilização da estatística para conhecimento da
probabilidade de ocorrência dessa chuva máxima
• A partir de uma série de dados, organiza-se de ordem
decrescente e a cada um é atribuído um número (m), que
varia de 1 ao número de anos observados
• Calcula-se a frequência que esse valor pode ser atingido
ou superado
𝑚
𝑃=
1+𝑛
Probabilidade x Tempo de retorno
• Tempo de recorrência
1
𝑇𝑅 =
𝑃
• Uma chuva que é igualada ou superada 10 vezes em 100
anos tem um período de retorno de 10 anos. A
probabilidade dessa chuva ocorrer em um ano qualquer é
10% (1/10)
• Tempo de recorrência comuns
• Microdrenagem 2 a 5 anos
• Macrodrenagem 5 a 25 anos
• Pontes e bueiros(pouco movimento) 10 a 100 anos
• Pontes e bueiros(muito movimento) 100 a 1000 anos
• Grandes obras hidráulicas 10.000 anos
Chuvas totais anuais
• Aproxima-se de uma função normal (exceto regiões
áridas)
𝑥−𝜇
• Segue a função: z =
𝜎
• Onde:
• 𝜇 − 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜
• 𝜎 − 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜𝑑𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜
• Conhecendo a média e o desvio padrão das chuvas
anuais é possível associar uma chuva a uma
probabilidade (ou tempo de retorno)
Chuva média mensal
• A variabilidade sazonal é representada por gráficos de
barras
• Brasil – verão com maiores chuvas (maior parte)

Grande recife
Chuvas intensas
• Intensidade maior que 1 mm/min
• Causam cheias e inundações
• A intensidade-duração-frequência de uma chuva
intensa, mediante o uso de uma expressão matemática
que relacione essas propriedades, válida regionalmente
(caracterização da chuva de projeto)
• A distribuição temporal das chuvas intensas no tempo
(hietograma de projeto)
Curva IDF
• Curva que representa a
Intensidade, Duração e
Frequencia das chuvas
em uma localidade
• Obtida a partir da
análise estatística de
séries longas de
dados(pelo menos 15
anos) pluviométricos
em uma dada região

Curva IDF da cidade de Porto Alegre


Curva IDF
• Selecionam-se as maiores
chuvas de uma duração
em cada ano da série e
ajusta-se uma distribuição
de frequências que melhor
representa os dados

Curva IDF da cidade de Porto Alegre


Equação da curva IDF
𝑎𝑇𝑟𝑏
𝐼=
(𝑡 + 𝑐)𝑑
Onde:
I – Intensidade (mm/h)
Tr – tempo de retorno (anos)
t – duração da chuva (min)
a,b,c e d – parâmetros de cada localidade

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