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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
CURSO EM HISTÓRIA

Aluna: Danielle Miranda de Santanna


Matrícula: 20200019716
Disciplina: Ensino de história I
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Atividade 3 – Texto reflexivo a respeito do processo de construção da BNCC História
narrado por JUZWIAK (2021).

A massificação da educação e a institucionalização das escolas pelo Estado gera


um olhar de atenção para os estudos sobre currículos, diante disso, começa inúmeras
maneiras de pesquisas a respeito do tema. O conceito de currículo desde o início foi a de
escolhas de conteúdos e a organização dos conhecimentos, entretanto, desde o começo
da discussão existiram várias abordagens distintas sobre a temática, ou seja, o debate
está presentes em todos os cenários, sendo a implementação apoiada apenas por alguns.
A questão sobre o currículo nacional foi discutida amplamente sendo bastante criticada
por promover um modelo hegemônico, nessa perspectiva é importante analisar os
efeitos no processo de ensino-aprendizagem.
A BNCC faz parte do currículo, consequentemente, está incluída nele não sendo
por completo. Ao conceituar currículo é fundamental analisar o conjunto das ações
escolares, por isso, a sala de aula conta como fator determinante para constituir essa
definição. Na medida em que a BNCC é uma obrigação, sendo um documento oficial do
governo, estipula os conhecimentos verídicos ou não, construindo uma hegemonia e
normatização dos conteúdos escolares.
A implementação da BNCC foi debatida fortemente, ocorrendo um processo
para a sua construção. A primeira versão é prevista desde a Constituição de 1988 e
evidencia mudanças como formação de professores e matérias didáticos sofrendo
transformações devido a inclusão da nova política pública discutida, mostrando a
importância desse documento devido ao passo que sua inclusão afeta em um todo na
organização educacional. O escrito é divido em áreas de conhecimentos, segmentos da
educação básica e contém os objetivos de aprendizagem, sendo esse começo da
elaboração da BNCC o guia dos outros trabalhos.
Na segunda versão ocorre sugestões através de consultas públicas possibilitado
novos caminhos para o documento. A nova elaboração apresenta os especialistas
trabalhadores na construção, assim também, como divide as etapas da educação básica,
e ainda traz o processo de criação, além disso mostra os princípios da base e os direitos
de aprendizagem, trazendo também as especificidades das modalidades de ensino e o
acréscimo da parte da educação infantil. O autor, então, evidencia uma extensão e
desenvolvimento com relação a primeira versão, contendo mais especificidades e
acrescentando pontos educacionais.
A última versão caracteriza a BNCC como um evolução da educação brasileira
por ser uma política pública, segundo o documento, que assegura qualidades e
melhorias. No começo, é evidenciado competências gerais podendo ser inculcadas nos
estudantes ao longo dos segmentos, sendo discutida por muitos como uma forma de
inclusão do cidadão ao mercado de trabalho através da práticas desenvolvidas na escola.
O autor ressalta como a BNCC trouxe uma influência das Fundações
corporativas tanto da formulação como na discussão das políticas públicas, tornando a
educação uma moeda de valor, colocando a economia no espaço educacional,
consequentemente, o setor privado participou dessa criação. Com a BNCC, os
empreendimentos passaram a ocupar um grande espaço nas decisões públicas, afetando
o real proposito do avanço da educação, visto que se passa a estrategicamente olhar-se
para benefícios econômicos.
Juzwiak analisa as três versões da BNCC para identificar as diferentes propostas
pedagógicas contidas, dessa forma chama o olhar para o currículo específico de
História, evidenciando a importância de estudar a história escolar para compreender a
construção dos pontos que norteiam a disciplina. O ensino de História consolidou-se na
década de 80, ganhando importância para a criação de uma identidade nacional, passou-
se por muitas transformações, por exemplo, por muito tempo estava ligado a religião e
sua metodologia era vinculada a memorização. O final do século XIX trouxe a
necessidade de incluir personagens nacionais, criando um ensino patriota, dessa
maneira, o ensino de história criou uma memória nacional, apesar de bastante limitado e
mínimo, devido a História Europeia ainda ter o maior peso.
O autor destaca a importância do conhecimento do conceito de história para
assim o estudante entender os processos históricos, e consequentemente, criar uma
atenção crítica a sociedade, diante disso, é analisado como a BNCC trata essa disciplina.
O documento consegue conectar o conhecimento acadêmico com o escolar, a partir da
perspectiva de que ambos olham para questões do presente. A primeira e última versão
contém um desenvolvimento possível através de habilidades, entretanto, falta apresentar
uma aprendizagem objetiva, ambas as três atentam-se ao conceito real do ensino de
história e como o estudo da ação do homem no tempo, entretanto, na terceira tem o
déficit de críticas.
Em suma, a BNCC traz uma polarização, dividindo os conteúdos em polos com
conteúdo mínimos deixando de aprofundar matérias importantes e suas especificidades
tornando-se isso uma problemática por dificultar a construção dos cidadãos e precarizar
o ensino. Outro aspecto, é a discussão precária da historicidade nacional trazendo a
Europeia como foco da nossa identidade nacional, além da exclusão de assuntos
importantes sociais, como o debate das questões de gênero e orientação sexual, e até
mesmo as falas de políticas públicas e movimentos socais que norteiam o cotidiano dos
estudantes, tornando então o ambiente escolar técnico.

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