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EXPEDIENTE

CONSÓRCIO NORDESTE

PRESIDENTE
SECRETARIA EXECUTIVA
Paulo Câmara
Governador do Pernambuco
Carlos Eduardo Gabas
ASSEMBLEIA GERAL Secretário Executivo
Glauber Piva
Belivaldo Chagas Chefe de Gabinete
Governador de Sergipe Diego Pessoa
Isolda Cela Subsecretário de Programas
Governadora do Ceará Luisa Cela
Carlos Brandão Subsecretária de programas
Governador do Maranhão Maria Fernanda Ramos Coelho
João Azevedo Subsecretária de Programas
Governador da Paraíba Sérgio Caetano Leite
Paulo Dantas Subsecretário de Programas
Governador de Alagoas Thiago Lopes Cardoso Campos
Fátima Bezerra Subsecretário de Programas
Governadora do Rio Grande do Jesiel Soares
Norte Diretor Administrativo-Financeiro
Rui Costa Gabriella de Paula Almeida
Governador da Bahia Gerente Financeira
Regina Sousa Fabiana Oliveira Matos
Governadora do Piauí Gerente Administrativa

EDITORAÇÃO

Inamara Mélo
Coordenadora da Câmara Temática
de Meio Ambiente do Consórcio Nordeste e
Secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco

Pedro Firmo
Coordenador Geral da Edição e
Assessor Ambiental do do Consórcio Nordeste

GCOM - SEMAS
Gerência de Comunicação da
Secretade Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco

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EDITORIAL
A região Nordeste do Brasil têm sido a parte do Brasil que mais tem avançado
na consolidação de políticas públicas de meio ambiente e sustentabilidade. Não
por acaso, o documento que ora apresentamos é resultado de um sem-número
de experiências dos governos de Estado da região e compreendem as diferentes
dimensões da gestão pública e apresentam casos dos diferentes biomas presentes
na região: Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado e um pedacinho da Amazônia.
Com isso, o Consórcio Nordeste também pretende contribuir para fortalecer e
consolidar a cultura de avaliação de políticas públicas entre os entes subnacionais,
compartilhando conhecimento e aprimorando uma metodologia de trabalho sobre
abordagens de avaliação e estimular os gestores para a importância dessa prática.
Pretendemos, com isso, ampliar e difundir uma cultura de avaliação de políticas
públicas e gerar oportunidade de reflexão sobre as razões dos avanços expressivos
do Nordeste em relação ao conjunto do país. Como verão, este documento é
apenas o retrato de um conjunto de experiências ainda em andamento e, muito
mais do que relato acabado e definitivo, aponta caminhos.
A emergência climática é a grande causa do nosso tempo e o Consórcio Nordeste,
conectado com isso, tem provocado os governos estaduais a cada vez mais atuarem
de maneira cooperada e integrada para que nossa região seja o melhor exemplo
brasileiro de combate às mudanças climáticas e implementação de um modelo
de desenvolvimento que articule combate à fome e sustentabilidade, proteção de
nossa biodiversidade e geração de emprego, respeito aos povos e comunidades
tradicionais e qualidade de vida.
Na expectativa de contribuirmos com a retomada de um novo ciclo de
desenvolvimento para o país e com a inserção qualificada e respeitosa do Brasil no
mundo, desejo a todos e todas uma boa leitura.

Paulo Câmara
Governador do Pernambuco
Presidente do Consórcio Nordeste em 2022
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Apresentação

A Câmara Temática de Meio Ambiente do Consórcio Nordeste propôs aos Estados que
fizessem um levantamento das melhores práticas de políticas públicas a partir de alguns
critérios comuns. Esta publicação é a síntese deste trabalho.
O Consórcio Nordeste tem se consolidado nos últimos anos como uma importante
ferramenta de gestão dos governos de Estado da região Nordeste do Brasil e, assim,
tem atuado na articulação de pactos e estímulo à sedimentação de uma cultura política
de cooperação entre governos estaduais. Nestes termos, a busca pela identificação de
boas práticas de políticas públicas de meio ambiente e sustentabilidade deve contribuir
para fornecer referências às avaliações de outros órgãos de governo e, também, para
disseminar as abordagens e os conceitos de boas práticas de avaliação ao público em
geral e aos gestores da administração pública.
Este documento é resultado de um trabalho ex-post, ou seja, um instrumento para
divulgação de resultados e contribuição para que os gestores tenham melhores
referências para a tomada de decisões no próximo período. Assim, entendemos que os
dados aqui apresentados são uma mostra de políticas públicas implementadas ou em
implementação no Nordeste do Brasil que mereçam destaque pelo impacto ambiental,
científico, social e econômico alcançado. Em função disso, a seleção de casos apresentados
pelos estados consorciados leva em consideração um conjunto heterogêneo e diverso
de experiências, todas elas, porém, em diálogo com critérios inicialmente propostos pela
Câmara Temática de Meio Ambiente:

a) Políticas públicas
b) Boas práticas
c) Monitoramento de políticas públicas
d) Avaliação de políticas públicas
e) Inovação em gestão pública

Inamara Mélo
Coordenadora da Câmara Temática de Meio
Ambiente do Consórcio Nordeste e Secretária de
Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco
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SUMÁRIO

Alagoas.......................................... 07 Pernambuco................................. 76
• Política Estadual de Resíduos Sólidos................. 08 • Refloresta ............................................................................ 77
• Sala De Alerta da SEMARH........................................ 11 • UCs Pernambuco ........................................................... 81
• Projeto Hortas Urbanas................................................ 14 • Combate às Mudanças do Clima ......................... 85
• Ambiente + ......................................................................... 87
Bahia............................................... 18 • Zatan ...................................................................................... 89
• Harpia...................................................................................... 19 • Resíduos Sólidos ............................................................. 91
• FORMAR................................................................................ 23
• SEIA.......................................................................................... 28
• GAC.......................................................................................... 32 Piauí................................................ 93
• Programa de Logística Reversa .............................. 94
Ceará.............................................. 37 • SIGA ........................................................................................ 96
• Ceará no Clima.................................................................. 38
• Selo Município Verde..................................................... 40 Rio Grande do Norte .................. 99
• Gestão Integrada De Resíduos Sólidos.............. 42
• Programa Auxílio Catador........................................... 44 • CMEA - Comitês Municipais de Educação
Ambiental................................................................................ 100
• Aplicativo IDEMA.............................................................. 103
Maranhão...................................... 46
• Grupo De Trabalho Movimentos Sociais
• Programa Maranhão Verde........................................ 47 e Energia ................................................................................. 105
• AJA - Agente Jovem Ambiental............................... 49 • Reservas Particulares do Patrimônio Natural..... 107
• Escola Ambiental ............................................................ 51
• SIGEP ...................................................................................... 54 Sergipe........................................... 110
• Planejamento e Gestão Participativa................... 111
Paraíba .......................................... 56
• Monitoramento do Volume de Água nos
57 Reservatórios do Estado................................................ 114
• CAR - Cadastro Ambiental Rural...................
61 • Monitoramento da Qualidade Das Águas........ 116
• Projeto Nascente Viva ..................................................
67 • Segurança de Barragens ............................................ 118
• Projeto Praia Limpa..........................................................
70 • Licenciamento Ambiental e a Concessão de
• Regularização Fundiária em UCs ..........................
Direito de Uso de Recursos Hídricos ..................... 121

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ALAGOAS
O Estado de Alagoas apresenta aqui três experiências exitosas e complementares:
a Sala de Alertas da SEMARH, o diagnóstico de hortas urbanas e a política estadual
de resíduos sólidos. Como se pode ver, a política pública ambiental alagoana
identifica como boas práticas uma gama de ações que se estendem desde o
"Sistema de Monitoramento Hidrometeorológico” até um conjunto de ações que
articulam educação ambiental, segurança alimentar e política de resíduos sólidos.
Alagoas tem sido destaque na implantação de políticas articuladas, não
apenas no aspecto federativo, ao combinar ações com outros estados
nordestinos e, também, entre o governo estadual e os municípios, mas
também pela articulação de políticas tão distintas quanto complementares.
A experiência de compartilhamento de planejamento e tecnologias aplicadas em
políticas ambientais e de sustentabilidade tem qualificado os resultados no Estado de
Alagoas e, também, feito da região Nordeste o caso mais expressivo de desenvolvimento
regional nos últimos anos.

• Política Estadual De Resíduos Sólidos


• Sala De Alerta Da Semarh
• Projeto Hortas Urbanas

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ALAGOAS

POLÍTICA ESTADUAL
DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ALAGOAS

O Estado de Alagoas vem trabalhando de forma contínua na construção e


aperfeiçoamento da sua política de resíduos sólidos. A Política Estadual de
Resíduos Sólidos está em processo de construção com o fortalecimento
das ações da política de resíduos sólidos nos municípios, a exemplo
da formação e consolidação dos consórcios públicos, implantação do
programa de coleta seletiva, ações de educação ambiental, encerramento
dos lixões e a destinação adequada dos resíduos sólidos.

Planejamento

Para a construção da sua política pública de resíduos sólidos, o estado


de Alagoas formalizou Convênio com o Governo Federal além de a
elaboração do Plano Estadual de Regionalização da Gestão de Resíduos
Sólidos do Estado de Alagoas, e do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos dos municípios da Bacia do Rio São Francisco; (semarh);

1) Formalização de Convênio com o Governo Federal para


construção da política pública de resíduos sólidos, por meio de planos,
como a elaboração do Plano Estadual de Regionalização da Gestão de
Resíduos Sólidos do Estado de Alagoas, e do Plano de Gestão Integrada

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de Resíduos Sólidos dos municípios da Bacia do Rio São Francisco;
(semarh);

2) Planejamento da gestão de resíduos sólidos e consolidação dos


consórcios públicos para a implantação da gestão integrada e proposições
para cenários de destinação de resíduos na infraestruturas adequadas;

3) Elaboração do Plano Estadual de Regionalização de Resíduos Sólidos


no Estado de Alagoas;

4) Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS;

5) Elabora de 07 Planos Intermunicipais de Gestão Integrada de Resíduos


Sólidos para 07 regiões.

II – Consórcios Públicos
O Estado de Alagoas com a participação dos municípios definiram que
os cenários mais adequados para instalação dos consórcios públicos

correspondiam a figura abaixo:

Legislação

Proposições de leis, decretos e resoluções para o fortalecimento da


política pública.

LEI ESTADUAL Nº 7749/2015 - Art. 1º Fica instituída a Política Estadual de


Resíduos Sólidos e Inclusão Produtiva, que dispõe sobre as diretrizes
gerais, os seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos,
em consonância com as políticas estaduais de meio ambiente, recursos
hídricos, saneamento básico e de promoção da inclusão social.

Lei Estadual nº. 8.234/2020 - Altera a repartição do produto da arrecadação


do ICMS, criando o ICMS Verde. Os recursos de ICMS Verde a que
se refere o inciso VI serão divididos e calculados percentualmente da
seguinte forma:

I – 1% (um por cento) a ser distribuído entre os municípios que possuam


unidades de conservação, consideradas aquelas porções do território
estadual, incluindo as águas territoriais, com características naturais de
relevante valor, sem uso econômico, legalmente instituídas e reconhecidas
pelo Poder Público, no âmbito federal, estadual e municipal, conforme
definições dispostas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação
– SNUC.

II – 1% (um por cento) a ser distribuído para os municípios que comprovarem


a existência e a efetivação de coleta seletiva de material reciclável realizada
por cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis;

III – 0,5% (zero vírgula cinco por cento) a ser distribuído para os municípios
que comprovarem a disposição adequada de resíduos sólidos em aterros
sanitários regulares, conforme critério a ser criado por Regulamento;
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IV – 0,5 (zero vírgula cinco por cento) a ser distribuído para os municípios
que comprovarem a existência de Plano Municipal de Saneamento.
DECRETO Nº 61.571/2018. Regulamenta o art. 4º da lei estadual nº 7.749.

DECRETO Nº 77.618, DE 11 DE MARÇO DE 2022 - Regulamenta o


Programa Alagoas Catador e cria o comitê estadual para inclusão social
e econômica dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, e dá
outras providências.

RESOLUÇÃO CEPRAM Nº 55/2018 – Dispõe sobre a dispensa de


licenciamento ambiental de Ponto de Entrega Voluntária – PEV de
logística Reversa no âmbito do Estado de Alagoas.

RESOLUÇÃO CEPRAM Nº 20/2019 - Estabelece critérios para a


inexigibilidade de licenciamento ambiental para associações e
cooperativas de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis para
atividade de recebimento, prensagem, enfardamento e armazenamento
temporário de resíduos sólidos recicláveis, não perigosos, oriundos de
coleta seletiva.

Disposição e Destinação Final

A Central de Tratamento de Resíduos (CTR) no município de Maceió –


Concessão – Iniciada desde 2010;

CTR Metropolitana - no município de Pilar - Iniciativa Privada - Iniciada


desde 2015;

CTR do Agreste - município de Craíbas, - Iniciativa Privada - Iniciada


desde 2016;

Aterro CIGRES – município Olho D´Agua Flores – operação privada -


Iniciada desde 2016;

CTR Sertão – município Delmiro Gouveia - iniciativa privada, com previsão


de entrar em operação entre o final de 2022 e o início de 2023;

Área de Transbordo Porto Calvo - Iniciativa Privada - operação Inicio 2022;

Área de Transbordo Girau Ponciano - Iniciativa Privada - operação Inicio


2022;

Área de Transbordo União dos Palmares - Iniciativa Pública – não iniciou.

V - Educação Ambiental

Ações em Educação Ambiental no Complexo Residencial Benedito


Bentes: Parceria Com a Infraero iniciou em 2013, ações para diminuir o
descarte no entorno do aeroporto;

Oficina de Sabão Ecológico nos municípios: realizada nos municípios a


oficina de sabão, principalmente nas escolas, ensinando as merendeiras
a aproveitar os óleos produzidos nas cozinhas das escolas.

Projeto de educação nas escolas em todo o Estado: realiza palestras,


peça de fantoche, circuito ambiental, cine ambiental e jogos educativos
com a temática de resíduos sólidos.
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ALAGOAS

SALA DE ALERTA
DE ALAGOAS
CENTRO ESTADUAL DE
METEOROLOGIA E
RECURSOS HÍDRICOS

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos -


SEMARH/AL criou, em parceria com a Agência Nacional de Águas - ANA,
a SALA DE ALERTA DE ALAGOAS, primeiro Centro de Monitoramento
Hidrometeorológico implementada no Brasil, em 2011, após o grande
evento de chuvas e inundações do ano de 2010, no qual foram atingidas
as regiões ribeirinhas dos rios Mundaú, Paraíba e Jacuípe/UNA.

No ano de 2013, foi criado também, em parceria com a ANA, o “Sistema de


Monitoramento Hidrometeorológico do Estado de Alagoas”, responsável
pelo desenvolvimento de ações que visam a minimização dos efeitos
causados por desastres naturais nas principais bacias hidrográficas de
Alagoas.

A ANA é a principal Parceira da SEMARH/AL e consequentemente, da


Sala de Alerta, no que se refere a liberação de projetos, orçamentos e
treinamentos, que visam o desenvolvimento do monitoramento do
Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Alagoas.

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A Sala de Alerta da SEMARH/AL é referência no País, como um grande
centro de gerenciamento e monitoramento dos recursos hídricos
do Estado, e funciona diariamente com profissionais das áreas de
Meteorologia, Hidrologia, Análise de Sistemas e Desastres Naturais. Em
períodos em que são apresentadas possibilidades de eventos extremos
de chuvas e inundações, os técnicos trabalham em regime de plantão, 24
horas por dia, 07 dias por semana.

Principais ações promovidas pela Sala de Alerta da SEMARH/AL:

• Elaboração de boletins meteorológicos diários de previsão do tempo


com 72 horas de antecedência - Contém o prognóstico de 24h, 48h e 72h
por região ambiental, de pluviometria, temperatura, umidade relativa do
ar, índice ultravioleta, velocidade e direção do vento;

• Elaboração de avisos e alertas meteorológicos e hidrológicos, quando da


possibilidade de ocorrência de eventos extremos - Junção das informações
meteorológicas com informações sobre a situação momentânea dos rios
e reservatórios. Esses avisos têm como principal cliente a Coordenadoria
de Defesa Civil do Estado de Alagoas (CEDEC-AL), que é responsável
pela disseminação das informações com as respectivas Coordenadorias
Municipais de Defesas Civis;

• Elaboração e divulgação de previsões climáticas em consenso com


os principais Centros Estaduais do Nordeste e Centros Nacionais de
Meteorologia - É o resultado de análises de modelos climatológicos
baseados em cenários de condições atmosféricas e oceânicas realizadas
em reuniões mensais entre INMET, CPTEC/INPE, CEMADEN e os
centros estaduais da região Nordeste. Contém a tendência climatológica
trimestral de precipitação e temperatura;

• Elaboração de boletins pluviométricos diários e/ou horários da rede


hidrometeorológica do Estado de Alagoas - Contém os dados das chuvas
das últimas 24h, 10 dias anteriores e acumulados do mês atual e anterior
de todas as plataformas de coleta de dados e pluviômetros do Estado
de Alagoas;

• Elaboração de boletins hidrológicos diários através de modelagem


hidrológica e hidráulica, ilustrando as condições atuais e futuras das bacias
monitoradas - Boletim contendo informações sobre o nível, a situação e a
tendência dos rios monitorados por plataforma de coleta de dados;

•Operacionalização, manutenção e ampliação da rede Hidrometeorológica


do Estado de Alagoas e regiões de interesse que provocam impactos
diretos no Estado - Instalar e manter Plataformas de Coleta de Dados
(PCD) hidrometeorológicas, como também realizar diagnósticos das
bacias utilizando equipamento medidor de vazão ultrassônico - M9, entre
outros.

• Monitor de Secas - Processo de acompanhamento regular e periódico


da situação da seca no Estado de Alagoas, cujo resultados consolidados
são divulgados por meio do mapa do monitor de secas;

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• Entrevistas – Os técnicos da Sala de Alerta participam continuamente
de entrevistas para jornal, rádio e televisão, nas quais são enfocados os
índices pluviométricos do Estado (principalmente da estação chuvosa),
a previsão climática para Alagoas e a previsão do tempo para as regiões
ambientais do Estado;

• Monitoramento dos reservatórios hídricos – Atualmente são monitorados


07 açudes no Estado de Alagoas, com informações de capacidade, cotas
e volumes atuais;

• InfoCHUVA – Elaboração de notas explicativas sobre os eventos de


chuva que ocorreram no decorrer da estação chuvosa, nos quais são
apresentadas a saída dos principais modelos de previsão numérica do
tempo utilizados para prever e acompanhar o referido evento.

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ALAGOAS

PROJETO
HORTAS URBANAS
O projeto Hortas Urbanas tem a idealização de contribuir para educação
ambiental de diferentes núcleos tecnológicos, e a melhoria da qualidade
de vida e segurança alimentar da população, trabalhando no sentido do
incentivo a sustentabilidade e do uso de recursos orgânicos e reutilização
de resíduos sólidos e assim criar um modelo de horta em pequenos
espaços, com a interação das escolas e alunos de todos os municípios do
Estado de Alagoas.

A escolha nas linhas de atuação: Meio Ambiente, Sustentabilidade e


Educação, refletem nos problemas a serem enfrentados nos locais de
trabalho: áreas ociosas e degradadas, solos instáveis, consumo de
alimentos com excesso de agrotóxicos, dificuldade de trabalho coletivo,
escassez de educação alimentar, hábitos alimentares não saudáveis,
desperdício de comida, falta de conhecimento de espécies vegetais,
falta de incentivos lúdicos ambientais a crianças em período escolar.
Visando proporcionar à população contato com a natureza, aliviando
estresses diários, diferentes formas de lazer e ocupação, produção
do próprio alimento, economia na compra de vegetais e legumes,
segurança alimentar, melhoria na autoestima e diversificação dos hábitos
alimentares.

Propõe-se implementação de uma horta urbana piloto para todos os


102 municípios do Estado de Alagoas, em local que seja possível haver

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posterior educação ambiental com ações de incidência da agroecologia
em políticas públicas a partir de seminários e oficinas, incentivo à
replicação das hortas, fiscalização, apoio técnico e que tenha comunidade
local próxima para manter os tratos culturais necessários e para desfrutar
dos benefícios que serão obtidos. Objetivando incentivar o convívio da
comunidade em um bem comum, aprender como cuidar das hortaliças,
a manusear os equipamentos, e intercâmbio entre os municípios que já
estiverem com o projeto em prática para troca de saberes.

Os impactos ambientais esperados:

Educação Ambiental, melhoria do microclima, revitalização de terrenos


inutilizados, promoção do consumo de alimentos orgânicos, maior
autonomia da população em cultivar hortaliças para o próprio consumo,
sustentabilidade das áreas ociosas recuperadas e melhoria da qualidade
de vida do povo Alagoano.

A relevância do Projeto Hortas Urbanas no Estado de Alagoas resulta de


vários fatores:

A - Ter foco na questão fundamental que é a Educação Ambiental de


comunidades e municípios do Estado.

B- Debate e atuação em relação ao meio ambiente nos municípios,


envolvendo autoridades, técnicos da educação, alunos, gestores escolares,
moradores, ou seja, os agentes econômicos e sociais, trabalhando assim
na construção de uma agenda ambiental, pela sensibilização sobre a
importância da recuperação de áreas degradadas e criação de novos
hábitos alimentares, aproveitamento dos resíduos sólidos domésticos,
para uma preservação ambiental. Além disso, a relevância está na forma
de abordar o problema, como algo que pode ser trabalhado a nível local,
sem grandes investimentos, com participações voluntárias, partindo do
estímulo da educação e sustentabilidade e da ação de conscientização
da comunidade sobre propriedades coletivas, para trabalhar formas de
convivência em espaços públicos para o benefício da própria população.

C- Consumo de alimentos livres de agrotóxicos, pesquisas apontam que


o Brasil é um dos países que mais se utilizam agrotóxicos no mundo.
Diante desse contexto, o projeto Hortas Urbanas, torna-se ainda mais
importante para os alagoanos. Essa é uma forma de garantir que os
vegetais e legumes consumidos não gerem prejuízos à saúde a longo
prazo. Sem falar que as hortas urbanas, ajudam a melhorar o microclima
da região, tendo inúmeros impactos sobre doenças pulmonares. Além de
trazer estabilidade aos solos e evitar o desgaste na porosidade e acúmulo
de água provocando enchentes e erosões severas. Melhora também a
paisagem e a atratividade do local para visitação e novos investimentos.

D- Melhorar a qualidade de vida dos alagoanos, podendo ter acesso


a alimentos de alta qualidade e ter o prazer de produzir e consumi-los,
obter conhecimento ambiental e apoio técnico para a execução do
projeto. Reduzindo a poluição, eliminando acúmulo de lixo e resíduos

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sólidos, eliminando áreas ociosas que possam servir de local para despejo
de amontoados, aumentando assim o convívio social em espaço público,
preservação da natureza e reciclagem dos materiais.

Projeto Hortas Urbanas no Estado de alagoas agrega as experiências da


equipe e expectativas da população

Relevância do projeto

A relevância do Projeto Hortas Urbanas resulta do foco na questão


fundamental que é a educação ambiental e a recuperação de áreas
degradadas. E por considerar outros temas, que são relevantes para
a criação, conservação e estruturação de hortas que atendam a
comunidades, considerando como público prioritário os alunos das
escolas estaduais e municipais, inclusive funcionários e gestores dos
municípios.

Avalia-se a participação direta e indireta, ou eventual, de mais 10.000 (dez


mil e quinhentas) pessoas envolvidas, ou afetadas direta ou indiretamente,
ou seja, os moradores do Estado de Alagoas. Além disso, o consumo de
alimentos com excesso de pesticidas e elementos químicos oriundos
de agrotóxicos, é algo a ser remediado, com a implantação da horta e
o consumo de alimentos seguros, e economizando assim o gasto com
a compra desses vegetais. Ainda nesse sentido, a utilização de técnicas
que venham a diminuir os efeitos de degradação ambiental, erosão dos
solos, acúmulo de água de chuvas, ociosidade das pessoas, estresses
diários, também são medidas que vem a somar com a sustentabilidade
do meio ambiente da região.

Ações mais simples e pontuais, como o proposto pelo projeto Hortas


Urbanas, e pontuais são mais eficientes, porque trabalham também a
participação e o empoderamento dos alunos e da comunidade escolar.

Objetivo Geral
Contribuir para a educação ambiental e reutilização de resíduos sólidos,
através da criação e instrução de hortas comunitárias, da disseminação
de conhecimentos e práticas visando a melhoria da convivência da
população do Estado e pela garantia da segurança alimentar, reciclagem
e gestão dos recursos naturais.
Objetivos Específicos
1- Ações de Incidência da Agroecologia Urbana
em políticas públicas municipais a partir da
capacitação dos gestores municipais para
execução do projeto;

2- Capacitação de Gestores Escolares e Alunos


por meio de seminários e oficinas para que
adquiram conhecimento necessário para dar
seguimento ao projeto Hortas Urbanas;

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3- Formação de Coletivos de Sustentabilidade Ambiental Urbanas pelo
incentivo ao desafio do convívio comum, trabalhar em um mesmo espaço
para o bem de todos;

4- Propagar e Replicar Conhecimentos através da perpetuação de


saberes populares;

5- Incentivo ao comércio local adquirindo matéria prima de produtores


locais;

6- Incentivo ao consumo de plantas não convencionais para que haja


a diversificação do interesse alimentício, contribuindo assim para uma
alimentação mais saudável;

7- Promoção de Lazer e Ocupação principalmente para jovens e crianças


ociosas, aliviando os estresses diários, além de incentivar ao consumo de
alimentos saudáveis;

8- Regulação de Enchentes e Diminuir o risco de Erosão do Solo, através


de aeração do solo e proteção do mesmo com plantações que segurem
sua estrutura edáfica;

9- Favorecer a Formação de Microclimas com um local aerado e com


plantas fazendo fotossíntese forma um microclima favorável na região;

10- Promover a Economia do dinheiro que seria utilizado para comprar


legumes e hortaliças produzidas nas Hortas Comunitárias Urbanas.

Diagnóstico do andamento do projeto

Foi realizada a Capacitação do Projeto Hortas Urbanas e a Implementação


de uma Horta Piloto em 12 municípios do Estado de Alagoas (São Miguel
dos Milagres, Craíbas, Campo Alegre, Roteiro, Marechal Deodoro, Girau
do Ponciano, Porto Calvo, São Sebastião, Lagoa da Canoa, Teotônio Vilela,
Chã Preta, Palmeira dos Índios), além de acompanhamento através de
visitas técnicas e relatórios. Está sendo feita articulação com os outros
municípios para atingir uma meta de 3 municípios ao mês, de acordo
com as condições de mobilização e clima do município.

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BAHIA
A Bahia, como maior estado da região em território, apresenta
desafios e oportunidades à altura de sua complexidade
geográfica. O estado faz divisa com estados em 4 regiões do
Brasil e possui em seu território uma vasta cobertura vegetal
que vai desde o maior litoral do país até a maior extensão da
caatinga do território nacional.

Seu capítulo no presente relatório descreve as nuances da


gestão ambiental nesse estado chave para a nossa região e
nosso país. Suas iniciativas promovem uma gestão adequada
dos recursos ambientais com foco na gestão de sua secretaria
e das pessoas que a formam. O foco na gestão interna dos
órgãos e na formação de seu pessoal é peça inexorável para se
entender o sucesso da Bahia na temática ambiental.

• Harpia
• FORMAR
• SEIA
• GAC

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BAHIA

HARPIA
SISTEMA DE MONITORAMENTO
DA MATA ATLÂNTICA NO
ESTADO DA BAHIA

O Projeto Harpia, assim como a ave que inspirou seu nome, observa do
alto. Através de imagens enviadas via satélite, atua no enfrentamento
do desmatamento ilegal e é hoje um dos principais mecanismos de
monitoramento florestal do estado, auxiliando não só nas ações de
combate, como em políticas de preservação e reflorestamento, cobrindo
uma área de 41.600 km² de Mata Atlântica no território baiano.

“A Harpia (Harpia harpyja) é o maior gavião da América


Latina, natural de florestas tropicais. Já esteve presente em
boa parte do território brasileiro e hoje pode ser encontrada
na em parte da Bahia (alguns registros para remanescentes
de Mata Atlântica) e Amazônia. Tem como características
principais o olhar cuidadoso e preciso na hora de caçar,
vigiando seu território até a hora de agir”.

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Criação da política pública

Desenvolvido pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos


(Inema), por meio da Coordenação de Tecnologia da Informação e
Comunicação (COTIC), a concepção inicial do projeto foi construída
a partir da interação dos gestores do INEMA e da Secretaria de Meio
Ambiente do Estado, diante dos recorrentes problemas de decremento
de vegetação nativa existente no estado. Avaliamos modelos de
monitoramento já existentes e consagrados na literatura (ex.: INPE para o
bioma amazônico) e adaptamos para a nossa realidade.

Mesmo com todo esse arcabouço teórico e inúmeras experiências brasileiras


exitosas de monitoramento de florestas tropicais, a replicabilidade dos
sistemas do Prodes e Deter estavam limitadas pelo acesso (treinamento)
ao funcionamento do sistema (TerraAmazon 7) e, especialmente, ao
exaustivo processamento das imagens de satélite feitos diariamente ou
semanalmente. Era necessário conhecimento e administração de banco
de dados geográficos, assim como montar ambiente com servidores
alocados para produção dos dados num nível multiusuário (interpretes
de imagens de satélite realizando interpretação simultaneamente). Não
houve um treinamento formal, mas técnicos do Geoprocessamento do
INEMA, interagiam com a equipe técnica do INPE para capacitação.
Já a segunda limitação exigia esforço especializado: baixar imagens,
pré processá-las, disponibilizar para diferentes interpretes de modo
padronizado e o que é impossível de ser executado manualmente.

Dúzias de imagens (de acesso público), diariamente, precisavam ser


tratadas e analisadas no quase tempo real (aproximadamente de cinco
em cinco dias). Automatizar ao máximo, portanto, esses processos
são imprescindíveis para concretização do monitoramento. O INEMA
enfrentou esse desafio, criando um sistema que realiza todas as
atividades preparatórias das imagens de satélite para implementação
na sua infraestrutura interna (robô para execução dessas atividades
automaticamente).

Nesse contexto, o custo de implementação é bastante reduzido, tendo


em vista que há somente a necessidade de infraestrutura já existente
(servidor para alocação do robô, para armazenamento das imagens –
dependendo do tamanho da área a ser monitorada) e técnicos treinados
para a realização da interpretação de imagem.

O início do projeto envolveu a coordenação de tecnologia (COTIC),


subcoordenação de Geoprocessamento, com a Diretoria de Fiscalização.
Nesse momento, realizamos operações piloto com os dados gerados a
partir do monitoramento realizado.

O projeto passou 5 anos sem recursos financeiros específicos. Todo


esforço encontrava-se no nível da gestão da Secretaria, do Inema e do
corpo técnico. Recentemente, fruto de termos de ajustes de conduta, o
projeto conta com fonte de financiamento para sua execução, no âmbito
da fração leste da Mata Atlântica do Estado.

20
O projeto Harpia, nasceu para suprir a lacuna existente no Estado, de
não possuir instrumento que detectasse o desmatamento em um tempo
capaz de municiar a fiscalização para suas atuações. Toda a atuação que
era realizada para enfrentamento do desmatamento ilegal decorria, na
maioria das vezes, a partir de denúncias provenientes da manifestação da
sociedade. A qualificação dessas denúncias não eram acuradas, levando
a perda de tempo e muitas vezes não sendo possível encontrar o local
onde a infração ambiental estava ocorrendo.

No inicio, mediamos o sucesso a


partir da taxa de acerto (acurácia)
das detecções do desmatamento.
Além disso, mensurávamos o valor
financeiro das multas aplicadas e a
quantidade de material apreendido
(ex. madeira, sacos de carvão),
o que permitia percebermos o
quanto avançamos.

Implantação da política pública

A criação e implantação da política ocorreu de maneira síncrona. Não há


como descrever dois momentos separados. Criar e implantar ocorriam na
medida em que as demandas e melhorias do projeto foram ocorrendo.

Parte do desenvolvimento, foram os ciclos de monitoramento e idas


de campo para visita dos polígonos detectados como decremento
de vegetação nativa. Esse ciclo gerava mecanismos de feedback que
permitia-nos avaliar qual o grau de assertividade da política, quais as
melhorias deveríamos implementar (ex. número de imagens monitoradas,
quanto menores os números, mais distantes a acurácia temporal dos
polígonos)

Outro exemplo foi a necessidade de regulamentação de processos


de autuação remota dos imóveis rurais, considerando que o alcance
da fiscalização é limitado e que isso permitiria agregar maior escala aos
processos de enfrentamento do desmatamento. Desta maneira, foi
criada portaria que instituiu a autuação remota considerando evidências
de infrações ambientais detectadas a partir de imagens de satélite.
21
O antes e o depois

O início projeto restringia-se á uma fração muito pequena do Esta-


do da Bahia. Monitorávamos aproximadamente 41.000 km², e hoje o
monitoramento avança para 164.000 km². Em percentual, saímos de
aproximadamente 1% do Estado para 33%. A maior parte desse moni-
toramento está alocado na região leste do Estado, acompanhando a
área sob regime da Lei da Mata Atlântica.

Em perspectiva, o resultado mais


significativo do Harpia foi a redução
do desmatamento registrado para
o bioma Mata Atlântica. Antes
do Harpia, em média, a Bahia
perdia 4.000 hectares/ano. Com a
implementação e fortalecimento
dessa política pública, reduzimos
os desmatamentos detectados
para aproximadamente 1.900
hectares/ano, um valor ainda alto
que precisa ser enfrentado.

22
BAHIA

FORMAR PROGRAMA DE
FORMAÇÃO EM MEIO AMBIENTE
E RECURSOS HÍDRICOS

Apesar de todas as mudanças na estrutura e organograma dos órgãos


estaduais de meio ambiente do Estado da Bahia, a preocupação com
capacitação dos servidores públicos e dos membros dos órgãos colegiados
ambientais foi sempre uma constante. Até 2011, os cursos aconteciam em
res-posta às solicitações destes agentes ou eram planejados para atender
a uma necessidade de quali-ficação identificada pelos gestores. No
entanto, as demandas por novas turmas dos cursos já mi-nistrados e por
cursos de temáticas novas, além da constante demanda por formação
continuada e não apenas pontual, foram se acumulando.

Foi então que em 2012, a então Diretoria de Estudos Avançados do


Meio Ambiente (DEAMA), da então Superintendência de Estudos e
Pesquisas (SEP), da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (SEMA),
criou o Programa de Formação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos
– Programa FORMAR. O FORMAR é um Programa para promoção da
educação e da formação continuada dos agentes públicos, privados e da
sociedade civil baiana com atuações na área socioambiental. Tem como
público prioritário os atores que integram o Sistema Estadual de Meio
Ambiente (Sisema) e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (Segreh). Hoje, o Programa FORMAR está alocado na Diretoria
de Educação Ambiental para Sustentabilidade, da Superintendência de
Políticas e Planejamento Ambiental (DIEAS/SPA/SEMA).

23
O FORMAR contribui para complementar a formação acadêmica dos
cursistas para atuar na ges-tão socioambiental baiana, pois boa parte
do conteúdo dos cursos não é ensinado nas formações básicas das
universidades. São cursos sobre temáticas variadas dentro da área
socioambiental, mas sempre com foco na qualificação destes agentes,
com formações mais aplicadas e contextua-lizadas à realidade do nosso
Estado. Alguns dos cursos objetivam aprimorar a prestação de servi-ços
públicos, a exemplo das formações em Licenciamento e Fiscalização
Ambiental, já outros bus-cam qualificam e ampliar o envolvimento e
participação da população na gestão socioambiental e de recursos
hídricos.

Hoje o FORMAR possui cursos nas modalidades presencial, híbrida


e à distância. O FORMAR EaD tem uma proposta política pedagógica
estruturada na teoria do Construtivismo, que procura inspi-rar a
curiosidade, a fim de levar o participante a encontrar as respostas sobre
questões que o cer-cam a partir de seus próprios conhecimentos, tendo
por base as suas vivências e a interação com o ambiente no qual está
inserido. Nesse sentido, o educando deve participar ativamente do pró-
prio aprendizado mediante atividades de experimentação e de troca de
conhecimentos com os seus pares.

A depender da temática do curso, da modalidade e do número de vagas,


o público-alvo de cada turma pode ser reduzido ou ampliado, podendo
incluir também estudantes universitários, ou ser focado apenas em
agentes municipais, por exemplo.

Objetivo
O Programa FORMAR tem como objetivo a promoção da educação
e a formação continuada dos agentes públicos com atuação na área
ambiental e que integram o Sistema Estadual de Meio Am-biente (Sisema)
e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hidricos (Segreh),
contribu-indo, dessa forma, para cumprimento das diretrizes estratégicas
da Sema e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia
(Inema).

24
Modalidades e investimentos
Para início do FORMAR, a Sema investiu R$3.138.527,50 em 5.140 horas
de formação na modali-dade presencial, em um contrato assinado com
a Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM). Este banco de horas incluía
tanto as horas para elaboração dos cursos quanto a execução de turmas
destes cursos por todo o Estado. Foram ofertados cursos presenciais
em Salvador e outros municí-pios da Região Metropolitana, além das 10
Unidades Regionais (UR) do INEMA à época. Os cursos foram concentrados
nestas localidades pelo suporte das UR do Inema, mas outros municípios
também foram contemplados com execução de turmas. Desta maneira,
42 municípios baianos sediaram turmas presenciais do FORMAR entre
2013 e 2018.

A partir de 2018, o FORMAR se moderniza e passa também a ter cursos


na modalidade à distância. Para isso, a SEMA investiu R$ 1.767.614,34 no
desenvolvimento da plataforma virtual, no aprimoramento e adaptação
de 15 cursos e na elaboração de Programa Político Pedagógico do
FORMAR. O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do FORMAR EaD
foi criado (http://ead.meioambiente.ba.gov.br/portal/), visando alcançar
os 27 territórios de identidade da Bahia, contribuindo de maneira
significativa para que a SEMA cumpra seu propósito de aprimorar
e expandir a oferta de capacitação e aperfeiçoamento de agentes
públicos, servidores, técnicos, gestores, membros de órgãos colegiados e
demais representantes da sociedade civil. O AVA do FORMAR EaD é no
formato Moodle, que foi escolhido por ser um sistema de código aberto
para a criação de cursos online bastante difundido nas universidades e
abrangendo cerca de 220 países.

25
A partir de 2021, as formações na
modalidade EaD passaram também
a contar com estratégias de aulas
síncronas utilizando plataformas de
reuniões virtuais e o YouTube para
aulas em tempo real. Com isso, o
FORMAR já contemplou cursistas
dos 417 municípios baianos.

Implantação da política pública


O Programa Formar está estruturado em importantes áreas temáticas, as
quais abordam as prin-cipais questões ambientais do estado da Bahia,
abrangendo conteúdos nas áreas socioambiental e de recursos hídricos.

Resultados
Já foram oferecidos 27 cursos diferentes pelo FORMAR, distribuídos
em 6 áreas temáticas, tendo sido realizadas mais de 250 turmas entre
presencial, EaD e híbridas, com certificação de mais de 8 mil pessoas.

Os cursos são oferecidos ao longo de todo o ano, com etapas de


inscrição e seleção prévias para maior aproveitamento das aulas pelo
público-alvo definido para cada turma. Três cursos do FOR-MAR EaD são
auto-instrucionais (Licenciamento Ambiental, Fiscalização Ambiental e
Avaliação Integrada de Impactos Socioambientais), ou seja, os cursistas
percorrem a trilha de materiais di-dáticos sem a atuação direta de um
tutor. Alguns outros cursos já foram oferecidos pontualmente utilizando
a Plataforma e a capilaridade do FORMAR, mas não fazem parte do
portifólio de cursos do Programa.

A gestão e disponibilização das turmas é feita pela equipe da DIEAS/SPA/


SEMA. O anúncio da abertura de turmas é feito por todos os meios de
comunicação da SEMA (site e redes sociais).

Avaliação e Monitoramento
Para avaliação da efetividade e qualidade dos cursos oferecidos, é uma
prática comum do Pro-grama FORMAR realizar avaliações de reação
ao final das formações. Essas avaliações visam o acompanhamento
sistemático dos resultados para subsídio das ações de aprimoramento
e corre-ção, quando se mostrarem necessárias. Os cursos são avaliados
quanto à qualidade de seus conte-údos, aplicabilidade e estratégia
metodológica, além de avaliações da qualidade do instrutor/tutor, da

26
coordenação e da infraestrutura, dentre outros aspectos. Os indicadores
mensurados são adaptados para cada modalidade (se presencial, híbrida
ou à distância).

De forma geral, a avaliação dos cursos do FORMAR presencial é de cerca


de 80% de avaliações nas categorias de bom a excelente. O percentual de
certificação é, em média, de 86,24%.

Para os cursos do FORMAR EaD, temos que 70% dos inscritos iniciam
os cursos e 60% destes que iniciam concluem. A satisfação dos cursistas
com o conteúdo do FORMAR EaD é de 92% (soman-do-se avaliações
nas categorias bom e excelente) e 86% julgam positivamente a atuação
do tutor. Identificamos que à medida que os cursos migraram do
presencial para o EaD, as médias de con-clusão e certificação tendem
a serem menores, assim como constatamos maiores índices de eva-são,
características comuns em processo de aprendizagem à distância.

Para mitigar este efeito, a SEMA tem buscado aprimorar suas estratégicas
de mobilização e engajamento dos cursistas, além de alterações na
estratégica pedagógica dos cursos com maiores índices de evasão.

Como a qualificação de técnicos que atuam nas prefeituras é um


importante produto do FORMAR, outro relevante indicador de
desempenho para o Programa é o aumento significativo nos últimos
anos do quantitativo de municípios que estão se declarando aptos a
exercerem a gestão ambiental de competência dos municípios. Diversos
cursos são oferecidos para os técnicos das prefeituras e dos Consórcios
Públicos Municipais por meio do apoio realizado pelo Programa Gestão
Ambiental Compartilhada (Programa GAC), outro importante Programa
gerenciado pela DIEAS/SPA/SEMA.

Nestes dez anos do Programa FORMAR, foi possível perceber a formação


de uma rede de ex-alunos e ex-alunas do FORMAR capacitados e
capacitadas para atuação na gestão ambiental nos seus territórios. Sem
dúvidas, o FORMAR contribuiu de forma significativa para a promoção
da educação e a formação continuada de milhares de agentes públicos e
demais atores sociais que têm atuado nos processos decisórios da gestão
ambiental no Estado da Bahia. A SEMA está atenta e sempre buscando
melhorias na execução de políticas públicas voltadas para formação de
profissionais nas áreas de gestão socioambiental e de recursos hídricos.

27
BAHIA

SEIA Sistema Estadual de


Informações Ambientais e de
Recursos Hídricos

O SEIA - Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos


Hídricos, é uma ferramenta que proporciona aos usuários agilidade no
atendimento e gestão eficiente dos processos ambientais pelo governo
no Estado da Bahia.

Nessa perspectiva, o Sistema Estadual de Informações Ambientais e de


Recursos Hídricos absorve o Sistema Estadual de Informações Ambientais
e o Sistema Estadual de Informações de Recursos Hídricos.

Seu objetivo primordial é viabilizar um canal de comunicação unificado


e integrado aos seus usuários e a sociedade em geral, proporcionando
agilidade no atendimento e gestão eficiente dos processos ambientais
pelo governo no Estado da Bahia.

28
Criação da política pública

O SEIA é um sistema de informação em contínuo desenvolvimento, criado


com objetivo de unificação dos processos de licenciamento ambiental
a partir da integração de atos tais como: outorgas de uso de recursos
hídricos, renovações de licenciamento de diversos empreendimentos,
Autorização de Supressão de Vegetação – ASV, etc.

Esta tecnologia é fundamentada nas novas políticas estaduais de meio


ambiente e recursos hídricos, disponibilizando serviços on-line ao cidadão
e instrumentalizando os gestores e especialistas ambientais na análise
técnica do licenciamento ambiental integrado.
Os processos ambientais são
formados online a partir da
prestação das informações
solicitadas e upload dos
documentos oficiais e obrigatórios.
Os processos contemplam
todos os atos necessários para
a regularização ambiental do
empreendimento, gerando apenas
um número para que o cidadão
possa acompanhar através da
internet o andamento do processo
desde o requerimento até o
parecer final.

O SEIA consolidou-se como a


ferramenta responsável pela
operacionalização e modernização
da gestão ambiental na Bahia
permitindo o trâmite online e
centralizado dos atos autorizativos
e dos cadastros ambientais,
fornecendo informações
relevantes para a gestão do meio
ambiente.

A manutenção e atualização
contínua do SEIA é um desafio
para a Secretaria de Meio
Ambiente – SEMA considerando o
acelerado processo de atualização
das tecnologias adotadas e a
necessidade de acompanhar a
evolução da legislação ambiental, em virtude da dinâmica intrínseca a área
de meio ambiente, que requer ajuste nas funcionalidades desenvolvidas
e em funcionamento no SEIA.

29
O contínuo desenvolvimento do SEIA incorporando a correção de erros
e a necessidade de inserção de novos recursos, tais como a emissão
de Autos de Infração, a geração confiável de relatórios técnicos, além
da maior transparência das portarias de licenciamento emitidas para
consulta externa, são alguns dos aspectos a serem implementados
continuamente que requerem investimentos, além da disponibilização
de pessoal de suporte técnico adequado.

O antes e o depois

Podemos sem dúvida afirmar que o licenciamento ambiental no Estado


da Bahia teve como um dos seus marcos a criação do SEIA. Antes do
SEIA, os processos eram formados e tramitados em meio físico (com
pastas e documentos em papel), que ocupavam espaço e muitas
vezes eram necessários muitos dias, às vezes até meses, para que uma
simples notificação enviada por correio tivesse a sua resposta entregue
satisfatoriamente pelo empreendedor. Depois do SEIA, os processos de
licenciamento se tornaram mais ágeis, disponibilizados totalmente em
meio digital, sendo que a sua tramitação se tornou mais eficiente e mais
transparente, facilitando o trâmite do mesmo, desde a sua formação até
a sua conclusão.

Em 2017 o Estado da Bahia foi considerado o Estado com as melhores


práticas e com maior agilidade para liberação de licenciamento ambiental
para empreendimentos empresariais no país, conforme o Índice de
Qualidade do Licenciamento Ambiental (IQL), instrumento inédito
elaborado pela consultoria AFranco Partners que mapeia processos de
governos estaduais na área ambiental, conforme veiculado na Revista
Valor Econômico (https://valor.globo.com/brasil/noticia/2017/12/26/ba-
lidera-ranking-de-licenca-ambiental.ghtml).

Resultados alcançados

No período de 2012 a 2015, foram analisados 23.089 processos. Observa-


se que houve um aumento significativo na quantidade de processos de
regularização ambiental analisados no INEMA. Destaque para o período
de 2016 a 2019, quando foram analisados 39.323 processos, representando
um incremento de aproximadamente 70% de processos analisados de
forma integrada.

Em 2020 foram analisados um total de 12.503 processos de regularização


ambiental, cuja redução no quantitativo de processos deve-se, certamente,
ao agravante da pandemia do COVID – 19 e todas as limitações impostas
pela gestão governamental, necessárias à saúde da população.

No ano de 2021 foram analisados 17.469 atos de regularização ambiental


localizados no âmbito do Estado da Bahia, por meio de análise técnica
de processos de licença e autorização ambiental, de outorga de direito
de uso de recursos hídricos, de atos florestais requeridos ao INEMA,

30
devendo mais uma vez ser considerada a pandemia como uma das
causas significativas da alteração nos resultados.
A Lei Estadual nº 12.212/2011 no seu Art. 131 criou o Sistema Estadual de
Informações Ambientais e de Recursos Hídricos – SEIA que se conformou
em uma ferramenta única e de extrema importância para a gestão
ambiental no estado da Bahia.

A Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) é responsável pela coordenação


do SEIA, promovendo a sua integração com os diversos órgãos integrantes
do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA). O objetivo primordial
do SEIA é viabilizar um canal de comunicação unificado e integrado
aos seus usuários e a sociedade em geral, proporcionando agilidade no
atendimento e gestão eficiente dos processos ambientais pelo governo
no Estado da Bahia.

O SEIA é um sistema de informação em contínuo desenvolvimento,


foi criado objetivando a unificação dos processos de licenciamento
ambiental a partir da integração de atos tais como: outorgas de
uso de recursos hídricos, renovações de licenciamento de diversos
empreendimentos, Autorização de Supressão de Vegetação – ASV,
etc. Esta tecnologia é fundamentada nas novas políticas estaduais de
meio ambiente e recursos hídricos, disponibilizando serviços on-line ao
cidadão e instrumentalizando os gestores e especialistas ambientais na
análise técnica do licenciamento ambiental integrado.
Os processos ambientais são formados online a partir da prestação das
informações solicitadas e upload dos documentos oficiais e obrigatórios.
Os processos contemplam todos os atos necessários para a regularização
ambiental do empreendimento, gerando apenas um número para que o
cidadão possa acompanhar através da internet o andamento do processo
desde o requerimento até o parecer final.

31
BAHIA

GAC
GESTÃO AMBIENTAL
COMPARTILHADA
O Programa Gestão Ambiental Compartilhada - Programa GAC, criado
em 2008 pela Secretaria do Meio Ambiente, cumpre uma importante
diretriz do Governo do Estado da Bahia de descentralizar a gestão pública
ambiental, fortalecendo os órgãos municipais de meio ambiente para o
exercício de sua competência legal na área ambiental.

Sabemos que a gestão ambiental no Brasil é uma responsabilidade


comum e compartilhada entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, conforme art. 23 da Constituição Federal, regulamentado pela
Lei Complementar N° 140/2011. Esta Lei estabelece os critérios necessários
para que o município possa exercer sua competência ambiental: possuir
órgão ambiental capacitado e Conselho de Meio Ambiente ativo e
atuante. Portanto, o Programa GAC busca apoiar os municípios baianos e
os Consórcios Públicos Intermunicipais no alcance destas condições para
o pleno exercício de suas competências legais, fomentando a estruturação
de seus setores de meio ambiente, capacitando suas equipes técnicas,
mobilizando e capacitando membros dos Conselhos Municipais de Meio
Ambiente, fornecendo assistência técnica qualificada para o exercício da
gestão ambiental pelos municípios, dentre outras frentes de atuação do
Programa (Figura 1). O montante somado de investimentos do Programa
GAC, desde a sua criação, está por volta dos R$ 12.000.000,00 (doze
milhões de reais), considerando as diversas estratégias do Programa.

32
Descentralizando a Gestão Ambiental
O licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que
causem ou possam causar impacto ambiental local é quase sempre
a porta de entrada para a municipalização da gestão ambiental. Na
Bahia, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM) publicou a
Resolução 4.327/13, definindo três níveis de gestão local que devem ser
declarados pelos municípios, em ordem crescente de complexidade,
considerando a natureza e o porte dos empreendimentos e atividades,
as características do ecossistema e a capacidade de suporte dos recursos
ambientais envolvidos. A partir desta autodeclaração de aptidão para
exercício do licenciamento ambiental, considerando as exigências da
Lei Complementar 140/2011, os municípios passam a exercer, portanto,
suas competências para a gestão ambiental. Inexistindo órgão ambiental
capacitado ou conselho municipal de meio ambiente em funcionamento,
o município deve informar à SEMA a sua não capacidade para que o
Estado possa atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento ambiental, conforme art. 15 da Lei Complementar nº
140/2011.

Antes da tomada de decisão de levar a cabo a estruturação do sistema


de meio ambiente municipal, é importante que o ente municipal avalie o
investimento necessário, dimensionando a estrutura administrativa que
seria necessária. Esta avaliação deve considerar o tamanho territorial do
município, sua população, suas características socioeconômicas mais
relevantes, as distâncias intermunicipais, as potencialidades conhecidas
e suas principais fragilidades ambientais. Apesar do licenciamento
municipal poder gerar importantes receitas para este ente por meio das
taxas do licenciamento ambiental e receitas das multas provenientes da
fiscalização ambiental, a depender da realidade do município, pode não
ser a melhor decisão considerando custo e benefício.

33
Para auxiliar na viabilização da estruturação da gestão ambiental dos
municípios, estes entes podem se reunir em Consórcios Públicos
Intermunicipais, que somam recursos para compartilhar resultados,
inclusive com previsão legal na Lei Complementar 140/2011. Além desse
aspecto material, os Consórcios têm inúmeras outras vantagens, como
por exemplo permitir a adoção de uma área geográfica mais adequada
para as unidades de gestão, considerando-se que os elementos naturais
não obedecem às fronteiras políticas e que as afinidades culturais
e econômicas entre cidades próximas são fatores que facilitam esta
integração. Outro fator importante a ser considerado diz respeito à
possibilidade de otimização da relação custo benefício a partir do ganho
de escala que se pode obter agrupando-se soluções para diversos
municípios simultaneamente. Esse aspecto confere ao Estado uma
grande responsabilidade na viabilização dessa estruturação e faz do
consórcio entre municípios uma alternativa estratégica nessa direção.

Os municípios integrantes do Consórcio podem utilizar a estrutura e o


corpo técnico do Consórcio para exercerem as atividades de processos
de licenciamento e de fiscalização ambiental, além do apoio ao
fortalecimento dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, atentando-
se apenas para o fato de que os atos
administrativos decorrentes desses
processos são de competência do
município.

Para o Governo do Estado, essa


descentralização é benéfica por
diminuir o número de processos de
licenciamento ambiental na pauta
do Instituto do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos da Bahia
(Inema), proporcionando, assim,
resposta mais célere dos processos em curso e possibilitando expandir
a atuação em outras temáticas da Gestão Ambiental, otimizando o uso
dos recursos financeiros da referida autarquia. Além disso, é perceptível
também a redução na demanda de fiscalização ambiental no órgão
estadual e consequente redução de custos para o Estado. Com essa
descentralização em pleno funcionamento, com cada ente exercendo
as suas competências com qualidade e celeridade, há um aumento da
confiança do segmento econômico para realizar investimentos no Estado.

34
Histórico, estratégias e resultados
Considerando o princípio da descentralização e o objetivo do Programa
GAC de apoio aos municípios para o exercício de suas competências legais
na área ambiental, um indicador do sucesso do Programa é o número de
municípios que se declaram aptos ao exercício da gestão ambiental local.

Em 2008, quando foi lançado o Programa GAC, apenas 15 municípios


baianos exerciam suas competências na gestão ambiental (3,5% do total
de municípios da Bahia). Nos primeiros anos, o foco do Programa GAC foi
a sensibilização sobre a importância da gestão ambiental compartilhada
por meio da realização de encontros e oficinas com gestores municipais,
para orientações sobre a competência deste importante ente federativo
e trocas de experiências, o que gerou resultados positivos neste indicador
(Figura 2). Até 2012, houve ampliação para 87 municípios (21%) e após
início do Programa de Formação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(FORMAR), que capacitou gestores municipais em diversas temáticas
relevantes para exercício de suas competências, o número de municípios
aptos à gestão ambiental chegou a 165 (39,5%).

A partir daí, a SEMA iniciou uma nova estratégia para descentralização da


Gestão Ambiental: fomento e fortalecimento dos Consórcios Públicos de
Desenvolvimento Sustentável da Bahia, com celebração de Convênios
entre a SEMA e os Consórcios Públicos Intermunicipais. Entre 2013 e
2014, foram firmados oito convênios, que totalizavam 106 municípios
consorciados, possibilitando a aquisição de veículo, equipamentos e
contratação de uma equipe técnica para atuar no Consórcio (investimento
SEMA de aproximadamente R$ 4.500.000,00). Em 2018, outros oito novos
convênios foram celebrados, com vigência de dois anos, incluindo alguns
novos Consórcios que não haviam sido contemplados nos convênios
anteriores (investimento SEMA de aproximadamente R$ 2.000.000,00).
Novamente em 2021, 20 Convênios foram firmados, incluindo
Consórcios que não haviam sido contemplados nos esforços anteriores,
permitindo assim atingir outros territórios de identidade, bem como
manter a continuidade da parceria com os consórcios que celebraram
convênios anteriormente (investimento SEMA de aproximadamente R$
4.500.000,00). Considerando estes convênios mais recentes, o Estado
da Bahia está em contato direto para apoio na gestão ambiental de 301
municípios baianos (72% do Estado).

Para atingir o objeto dos Convênios, as equipes técnicas dos consórcios,


contratadas com recursos do Convênio, e contando com assistência
técnica das equipes da SEMA e do INEMA, atuaram nas seguintes
frentes de trabalho: organização de eventos locais e territoriais para troca
de experiências e formação de atores locais, auxílio aos municípios na
elaboração de suas políticas municipais de meio ambiente, estruturação
e funcionamento dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente,
elaboração de pareceres técnicos para os processos de licenciamento
ambiental de competência dos municípios consorciados, suporte técnico
nas ações de fiscalização ambiental realizadas no âmbito dos municípios
consorciados, apoio na informatização dos dados relativos aos processos
de licenciamento e fiscalização, ações da política de educação ambiental,
elaboração de diagnósticos socioambientais dos municípios, dentre
outras atividades.
35
A SEMA também investiu na elaboração de documentos orientadores
para os municípios, como o Guia de Apoio aos Municípios, elaboração
de indicadores de desempenho na gestão ambiental municipal, dentre
outros. Estes e outros materiais, além de informações adicionais sobre
o Programa GAC, estão disponíveis na página do Programa: http://gac.
meioambiente.ba.gov.br/

Sem dúvidas, a atual situação em que 339 municípios baianos (81% do


total) estão exercendo suas competências legais na área ambiental é
fruto, ao menos parcialmente, das diversas estratégias do Programa GAC.

Evolução do número de municípios aptos ao exercício da gestão ambiental no Estado


da Bahia como resultado da implementação de estratégias do Programa GAC

Considerações finais
Analisando as informações aqui apresentados sobre desafios para o bom
desempenho das administrações municipais na gestão ambiental, e
levando em conta os ganhos que a esfera estadual tem quando a gestão
ambiental está eficientemente compartilhada entre os entes, fica clara
a importância do Programa GAC. Tem sido fundamental a manutenção
desta atuação do Estado como suporte financeiro, técnico e jurídico aos
municípios e Consórcios Públicos para manutenção e funcionamento
correto das estruturas implantadas.

Considerando a necessidade de continuidade dos avanços já alcançados,


entende-se como primordial a busca por articulações, com os municípios
e os consórcios públicos, para manutenção e governança do legado
construído. Estas ações permitirão a manutenção da gestão ambiental
compartilhada, fortalecendo o Sistema Estadual do Meio Ambiente -
Sisema.

36
CEARÁ

Para problemas complexos, um complexo de soluções. O Estado do Ceará tem colocado


a pauta ambiental no centro de suas preocupações, razão pela qual todas as políticas
públicas de governo consideram a sustentabilidade como um de seus pilares.
A agenda climática, como sabemos, é a grande causa de nosso tempo. Por isso, o Ceará
articula temas como saneamento, conservação da biodiversidade, geração de renda e
neutralização de gases de efeito estufa. No que já é uma tradição de nossos governos,
temos monitoramos processos e aproximamos o melhor conhecimento científico da
prática governamental. O programa Cientista Chefe, por exemplo, auxilia diversas áreas
de governo e incide diretamente nos processos de tomada de decisões.
Os casos que apresentamos aqui são apenas uma mostra de nossas melhores práticas
e devem ser compreendidas dentro de uma diversa e complexa rede de políticas
públicas que o Ceará oferece ao Nordeste e ao Brasil como referência para que, juntos,
enfrentemos os grandes desafios de nosso tempo.

• Programa Auxílio Catador


• Selo Município Verde
• Gestão Integrada De Resíduos Sólido
• Ceará no Clima

37
CEARÁ

CEARÁ NO CLIMA
Tem por objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa no estado
do Ceará e minimizar os efeitos negativos das mudanças climáticas.

Na perspectiva de atuação no âmbito das mudanças climáticas a SEMA


publicou a Lei Nº 16146/2016 que instituiu a Política Estadual sobre
Mudanças Climáticas e reestruturou o Fórum Estadual de Mudanças
Climáticas Biodiversidade e Combate à Desertificação, resultando no
desenvolvimento de projetos e parcerias vinculados ao tema.

O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa no estado do


Ceará, e minimizar os efeitos negativos das mudanças climáticas.

Nessa perspectiva, a SEMA está elaborando, em parceria com organismos


internacionais e o programa Cientista Chefe do Meio Ambiente(FUNCAP),
o Plano Estadual de Biodiversidade e Adaptação às Mudanças do Clima
(BioClima), um instrumento inovador e inédito que associa a questão das
mudanças climáticas, enfatizando a biodiversidade do estado.

Em 2021, pela primeira vez, o estado do Ceará participou e apresentou


a política pública estadual durante a Conferência das Nações Unidas
Sobre Mudanças do Clima - COP 26, resultando na adesão do estado às
campanhas internacionais “Race to Zero” e “ Under2 Coalition”, visando
neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa até 2050.

Em parceria com universidades do Ceará, o programa Cientista Chefe


do Meio Ambiente (FUNCAP) e organismos internacionais, está em

38
desenvolvimento o projeto de estratégias de resiliência às mudanças do
clima que envolve a elaboração do inventário estadual de gases de efeito
estufa, do relatório de mitigação, do roadmap do mercado de carbono
e do plano estadual de mudanças climáticas. Ademais foi realizada a
Avaliação do Impacto Econômico da Degradação Ambiental e publicada
a lei de Pagamentos por Serviços Ambientais-PSA.

A gestão da Zona Costeira também está contida neste programa, com


ênfase na revisão da Lei que instituiu a política estadual de gerenciamento
costeiro, que traz de forma inovadora os seguintes instrumentos:
PLEGC-Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro
PEC - Plano Estadual de Contingência na Zona Costeira
PGI - Planos de Gestão Integrada da Orla Marítima
CEGERCO - Colegiado Estadual do Gerenciamento Costeiro
PEDE - Plataforma Estadual de Dados Espaciais –
OCM - Observatório Costeiro Marinho
Relatório Estadual de Qualidade Ambiental da Zona Costeira;
ZEEC - Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira do Estado
do Ceará
PDMALC - Licenciamento Ambiental; e Plano Estadual para
Demarcação e Monitoramento Ambiental da Linha de Costa
Além das publicações acima, destacamos a produção da Plataforma
Estadual de dados Espaciais Ambientais e do Atlas Costeiro e Marinho;
Também de forma inovadora encontra-se em elaboração a Lei que institui
a política estadual de conservação e uso sustentável dos recursos do mar.

39
CEARÁ

PROGRAMA SELO
MUNICÍPIO VERDE
O Programa Selo Município Verde – PSMV é um Programa de Certificação
Ambiental pública, instituído pela Lei Estadual nº13.304/03, alterada pela
Lei nº16.128, de 14 de Outubro de 2016 e regulamentado pelos Decretos
n.º27.073/03 e n.º27.074/03.

É o distintivo que identifica a cada dois anos, os municípios cearenses que


desenvolvem ações protetivas do meio ambiente com melhores resultados
possíveis na salvaguarda ambiental, atendendo critérios preestabelecidos de
conservação e uso sustentável dos recursos naturais, proporcionando melhor
qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.

Com o intuito de garantir a credibilidade e transparência, todo o processo


de implantação, funcionamento e controle das atividades que atestam e
conferem a certificação ambiental Selo Município Verde aos municípios
é acompanhado por um Comitê Gestor, presidido e coordenado pela
Secretaria do Meio Ambiente – SEMA.

Esse colegiado, de caráter interinstitucional, constitui-se por 20


conselheiros formados por especialistas indicados por 9 órgãos públicos
(SEMA, SEMACE, SRH, SESA, SEINFRA, SETUR, CAGECE, Ministério
Público Estadual – MPE e IBAMA), 5 universidades (IFCE, UFC, UECE,
URCA e UVA) e 6 entidades representativas da sociedade civil organizada
e de classes profissionais (AGACE, APRECE, BNB, CREA, GIA e OAB).

O Programa tem como parâmetros a Sustentabilidade, Exequibilidade,


Legitimidade, Confiabilidade e Equidade Seletiva. A participação do
município dá-se inicialmente com a sua inscrição “on line” desde que
possua o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA,
condição “sine qua non” para o município se inscrever no programa.

40
Os municípios são avaliados a partir da documentação comprobatória
conforme o Formulário de Avaliação, que em sua 14ª Edição, possui 3
Eixos Temáticos (14 Indicadores), a saber: Eixo 1. Política Municipal de
Meio Ambiente; Eixo 2.Saneamento Ambiental e Saúde Pública; e Eixo 3.
Biodiversidade e Mudanças Climáticas.

Após a avaliação documental, os municípios que atingirem a nota de


corte – igual ou maior que 50 pontos – do Índice de Sustentabilidade
Ambiental (ISA) e de acordo com a pontuação alcançada, são pré-
classificados conforme as categorias (A, B e C) e receberão a visita “in
loco” de técnicos da SEMA e de representantes da Comissão Técnica
para averiguação das informações, cabendo ao Coordenador Municipal
do PSMV ou seu suplente acompanhar os referidos técnicos na visita.

Após avaliados “in loco” os municípios são classificados e enquadrados em


uma das três Categorias, segundo o intervalo Índice de Sustentabilidade
Ambiental – ISA:

≥ 90 ≤ 100 = A

≥ 70 < 90 = B

≥ 50 > 70 = C

41
CEARÁ

GESTÃO INTEGRADA
DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Instituída por meio da lei Nº 16.032/2016 a política tem por objetivo


o fortalecimento da política de Resíduos Sólidos nos municípios
cearenses, tendo como foco a gestão integrada e consorciada, com
foco prioritário na coleta seletiva múltipla.

Eliminar os lixões no Ceará tornou-se o grande desafio do governo


do Estado, face à escassez de recursos financeiros e à fragilidade
operacional dos municípios na implementação da política de
Resíduos Sólidos. Tornou-se imperativo o repensar de um novo
modelo tecnológico que provocasse os gestores municipais a saírem
da paralisia que de certa forma impulsionou o crescimento da
disposição final de resíduos a céu aberto sem qualquer planejamento
ou medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

A necessidade de mudanças nas estratégias até então adotadas foram


evidenciadas em diagnósticos locais realizados, que demonstraram a
necessidade de sairmos do modelo de uma gestão individualizada
para uma gestão integrada e consorciada que permita aos municípios
o compartilhamento não somente de recursos financeiros, mas técnico
e também operacional. Para além disso, os estudos apontaram que
é preciso estabelecer uma rota diferenciada para rejeito e resíduo,
promover a coleta seletiva com inclusão social e a redução das áreas
de passivos resultantes dos lixões.

42
Para viabilizar o novo marco da política de Resíduos Sólidos no Ceará, o
governo iniciou a elaboração de novos Instrumentos técnicos e jurídicos
considerando os vários fatores que diferenciam um município do outro,
possibilitando assim, que todos implementem uma gestão mais eficiente.

O primeiro documento técnico elaborado trata da regionalização


da política, dividindo o Estado em 14 regiões de planejamento para a
implementação da gestão integrada dos Resíduos Sólidos, seguido
pelos Planos Estadual e Regional, os Planos de Recuperação de Áreas
degradadas por lixões e os de Coleta Seletiva Múltipla.

Os instrumentos jurídicos elaborados promovem o fortalecimento e


efetivação das metas previstas nos Planos, a exemplo da Lei Nº 15086
/2011 que cria o Selo Verde para certificar produtos compostos de
materiais reciclados; a Resolução COEMA nº 02/2016 que simplifica o
licenciamento ambiental para catadores e isenção de taxa; o Decreto nº
32.981/2019 que dispõe sobre coleta seletiva solidária na administração
pública estadual; o Decreto nº 33.687/2020 que dispõe sobre logística
reversa de pneus para administração pública estadual (art. 33 da política
nacional e resolução CONAMA 406/2009).

Concluída a etapa dos estudos técnicos e jurídicos, iniciamos a construção


dos Consórcios Públicos focados na gestão integrada permitindo com
que todos os municípios, independente do seu porte passem a ter
capacidade de implementar a Política de Resíduos Sólidos em âmbito
local, compartilhando capacidade gerencial, equipamentos, instalações,
e políticas uniformes em todo o território regional.

Tomando como base o ano da publicação da lei da Política Nacional de


Resíduos Sólidos, no quadro abaixo demonstramos os indicadores de
melhoria no Ceará.

43
CEARÁ

PROGRAMA
AUXILIO CATADOR
O Programa Auxílio Catador é uma política pública social e ambiental
instituída por meio da lei nº17.256, de 31 de julho de 2020, criando um
auxílio financeiro para os catadores do estado do Ceará, em razão do
serviço ambiental prestado por estes atores na retirada de resíduos do
meio ambiente.

Embora a política de resíduos sólidos do Ceará tenha trazido a


implementação da coleta seletiva como meta prioritária, razão pela
qual a participação do catador já seria fundamental para o êxito desta,
a institucionalização da política se deu a partir do primeiro ano de
pandemia, momento em que obrigatoriamente não atrelamos o valor
repassado à produtividade dos profissionais, uma vez tratar-se de
atividade de risco. Somente após a pandemia, é que passou-se a exigir
critérios de produtividade como condição para o recebimento do auxílio,
retirando daí o viés assistencialista. E inserindo reconhecimento ao serviço
ambiental prestado por esta categoria.

44
O programa tem como público-alvo, naturalmente, os catadores e
catadoras do Ceará organizados em associações e/ou cooperativas. O
pagamento pelo serviço ambiental prestado se dá mediante relatórios
que são encaminhados à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA)
pelas associações e/ou cooperativas, comprovando a produtividade de
cada catador associado, que não poderá ser inferior a 300 kg/mês por
catador. Aleatoriamente, a SEMA realiza visitas in loco às associações e/
ou cooperativas para constatar a veracidade das informações. O valor
do auxílio é de ¼ do salário-mínimo vigente, e é pago através de cartão
bancário. O programa atualmente conta com recursos de arrecadação da
Superintendência Estadual de Meio Ambiente (SEMACE), órgão vinculado
à SEMA, responsável pelo licenciamento, fiscalização e monitoramento
ambiental do estado do Ceará.
Após a implementação da política,
observou-seumavanço significativo
no número de associações de
catadores, que saltaram de 43 para
77 e contemplaram 2.858 catadores
no período de dois anos.

45
MARANHÃO
O Maranhão é o único Estado brasileiro que tem em seu território três biomas diferentes:
Amazônia, Cerrado e um pedacinho muito pequeno de Caatinga. Todos eles coexistindo
e se retroalimentando.

Neste contexto, ainda mais se considerarmos a pandemia e os alarmantes índices de


pobreza no Estado, o planejamento de políticas públicas exige do governo maranhense
um elevado índice de complementariedade.
O material que apresentamos aqui é também um mosaico no qual formação de jovens,
apoio à conservação e recuperação de áreas e o gerenciamento eletrônico de processos se
somam ao zoneamento econômico e ecológico por biomas ao qual temos nos dedicado.
Como se poderá perceber, esses programas foram selecionados por também demonstrarem
grande capacidade de mobilização social, principalmente junto à juventude maranhense,
tão carente de oportunidades. Entendemos que a pauta ambiental também tem forte viés
social e econômico, o que certamente contribuirá para a aceleração do desenvolvimento
sustentável que temos vivenciado.

• Programa Maranhão Verde


• Escola Ambiental Do Estado Do Maranhão
• Programa Agente Jovem Ambiental – AJA
• Sistema De Gerenciamento Eletrônico De Processos - SIGEP

46
MARANHÃO

PROGRAMA
MARANHÃO VERDE
APOIO À CONSERVAÇÃO E
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
O projeto é destinado a fomentar e desenvolver projetos voltados para
apoio à conservação e recuperação ambiental.

O Maranhão Verde busca gerar benefícios ambientais e sociais, como


dito, desenvolvendo projetos voltados para apoiar a conservação e
recuperação ambiental, além de promover a cidadania e melhoria das
condições de vida e a elevação de renda da população em situação de
extrema pobreza, através de atividades de conservação e recuperação
dos recursos naturais nas áreas contempladas.

São utilizadas para o plantio espécies nativas de cada bioma onde o


programa é desenvolvido.

O programa foi instituído pela Lei Estadual nº 10.595 de 24 de maio de


2017, alterada pela lei nº 11.144 de 31 de outubro de 2019 e tem como
fonte os recursos oriundos do FEUC – Fundo Estadual de Unidades
de Conservação para custear suas despesas de implantação, execução,
monitoramento e fiscalização, além do pagamento das bolsas para os
beneficiários. O Programa Maranhão Verde já beneficiou mais de 1.300
(mil e trezentas) famílias maranhenses.

Até a presente data o Programa Maranhão Verde, já recuperou com mais


de 65 (sessenta e cinco) mil mudas plantadas, o equivalente a 65 (sessenta
e cinco) campos de futebol.

47
E com a instalação dos novos viveiros, estimasse o plantio de mais 60
(sessenta) mil mudas, recuperando ainda mais áreas degradadas dentro da
APA da Baixada Maranhense que é uma das áreas Ramsar do Brasil, que
a inclui em um contexto de importância mundial. As ações do Programa
contribuem com a conservação do meio ambiente aumentando a nossa
área florestal que é um ativo importante para comunidades e sociedade civil.

O primeiro projeto do Maranhão Verde foi executado no Parque Estadual


do Mirador, por meio do Projeto Berço do Rio Itapecuru, com a participação
de 189 (cento e oitenta e nove) famílias do Parque. Em seguida, o
programa foi levado ao Parque Estadual do Bacanga, com o projeto
Floresta Protetora de Mananciais, destinado à conservação e recuperação
das matas ciliares e áreas de recarga do parque, com foco nas regiões
do reservatório do Batatã e do Rio Prata. Atualmente, é promovido nas
cidades de Santa Helena, Pinheiro, Penalva e Palmeirândia, por meio do
projeto “Pró-Campos”, e foi ampliado para os municípios de São Bento,
Turilândia, Peri Mirim, Mirinzal, Alto Alegre do Pindaré e Pindaré-Mirim,
através do projeto “Mais Conservação e Sustentabilidade”.

As famílias beneficiárias do programa desenvolvem atividades de


conservação e recuperação dos recursos naturais em áreas previamente
definidas, as quais podem ser: unidades de conservação, territórios
ocupados por ribeirinhos, extrativistas e comunidades tradicionais, além
de outras áreas definidas como prioritárias por ato do Poder Executivo. Os
beneficiários recebem capacitações de âmbito ambiental como: Coleta
de sementes, Produção de mudas, Manutenção de viveiros, Plantio de
mudas e Replantio de mudas.

IV Capacitação sobre Produção de Adubos


e Substratos para Produção de Mudas, nos
municípios de Penalva, Santa Helena e Ação conjunta entre os programas
Pinheiro. A ação faz parte do Programa Ma- Agente Jovem Ambiental e Maranhão
ranhão Verde – Pró-Campos e contou com Verde - Pró Campos, no município de
a parceria das prefeituras municipais. Penalva-MA.

O Programa Maranhão Verde tem reconhecimento internacional, recebendo


a certificação do Prêmio Latino américa por estar entre os 500 (quinhentos)
melhores projetos ambientais da América Latina., ficando em 21º lugar na
classificação geral do Prêmio na Categoria Biodiversidade e Subcategoria
Florestas – total de 2517 (dois mil, quinhentos e dezessete) projetos de
30 (trinta) países e 619 (seiscentas e dezenove) cidades. Além de ter sido
apresentado a líderes mundiais durante a 26ª Conferência das Nações
Unidas para a Mudança do Clima (COP-26) em Glasgow, na Escócia.
48
MARANHÃO

PROGRAMA AGENTE
JOVEM AMBIENTAL – AJA

o Programa Agente Jovem Ambiental (AJA), que tem por finalidade


promover a inclusão social e ambiental de jovens maranhenses por meio
do estímulo à participação em projetos socioambientais sustentáveis,
visando contribuir com a preservação do meio ambiente, estimular
o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de competências e
habilidades, além de ampliar as oportunidades de geração de renda e
melhoria da qualidade de vida.

É executado e monitorado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente


e Recursos Naturais – SEMA por meio da Superintendência de Educação
Ambiental (SEA) e sob coordenação técnica da Escola Ambiental do
Maranhão. O programa segue os quatro eixos temáticos do Plano
Estadual de Educação Ambiental sob a lei nº 10.796/2018.

Foi instituído a partir da Lei nº 11.425 de 25 de Março de 2021, no âmbito


do Poder Executivo,

49
Para viabilizar o desempenho de suas funções, o Agente Jovem Ambiental
fará jus a auxílio financeiro mensal, a ser pago por meio da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA, cuja forma
de pagamento e condições de percepção serão definidos no edital de
chamamento.

O Programa tem como objetivo promover a inclusão social e ambiental


de jovens maranhenses por meio do estímulo à participação em projetos
socioambientais sustentáveis, visando contribuir com a preservação
do meio ambiente e ainda estimular o protagonismo juvenil e o
desenvolvimento de competências e habilidades, além de ampliar as
oportunidades de geração de renda e melhoria da qualidade de vida
e capacitar os jovens no que tange às políticas de desenvolvimento
sustentável e demais ações relacionadas à educação ambiental em
formato de Ensino à Distância (EAD) com duração de 20 (vinte) horas aula.

O AJA em sua primeira edição 2021 teve de 7186 inscritos, e dentre eles
foram selecionados 2.000 jovens dos 217 municípios do Maranhão,
que recebem um auxílio financeiro de R$250,00 no período 12 meses
para desenvolver atividades ligadas ao meio ambiente e a educação
ambiental em seus municípios cumprindo carga horária de 10 (dez) horas
semanais. Os agentes jovens ambientais que foram selecionados têm
entre 16 e 21 anos e são oriundos do ensino médio da rede pública, de
acordo com o edital de abertura. Além de participar de capacitações
com temáticas formação básica em meio ambiente, conceitos e
princípios sobre educação ambiental, noções sobre gestão ambiental,
cidadania e meio ambiente, ecoturismo de base comunitária, desenvolve
ações relacionados ao meio ambiente através de atividades educativas,
limpezas de praias, margens dos rios e em parques, realizaram plantio de
mudas em áreas degradadas e auxiliam a gestão pública nas ações de
manejo das áreas verdes protegidas e buscando recuperar a vegetação
ou acelerar seu crescimento para o restabelecimento de suas condições
naturais.

Em 2022, o Governo do Estado do Maranhão decidiu estender o Programa


AJA em sua 2ª edição, dando a oportunidade para mais de dois mil jovens
das Regiões metropolitanas do Estado residentes dos Municípios de São
Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa para atuação em
projetos socioambientais sustentáveis.

Treinamento sobre Geotecnologias Aplicadas Gestão de resíduos no agronegócio,


ao Monitoramento Ambiental, no município Diretrizes para o licenciamento
de Alto Alegre do Pindaré. agrossilvipastoril no estado do Maranhão.
50
MARANHÃO

ESCOLA AMBIENTAL DO
ESTADO DO MARANHÃO

Foi instituída pela Lei nº 11.365, de 19 de Outubro de 2020. Tendo como


objetivo viabilizar a execução da Política Estadual de Educação Ambiental
em todos os níveis e modalidades de educação formal e não formal, no
âmbito público e privado, visando, além da sensibilização socioambiental,
a geração de trabalho e renda.
As ações relacionadas à atuação da Escola Ambiental do Estado do
Maranhão são custeadas com recursos consignados no orçamento da
Secretaria de Estado de Governo - SEGOV, da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA, da Secretaria de Estado
da Educação - SEDUC, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e
Inovação - SECTI, da Secretaria de Estado do Turismo - SETUR e de seus
respectivos órgãos e entes vinculados, podendo os servidores dessas
instituições serem utilizados no cumprimento das estratégias da Escola
Ambiental.
A escola desenvolve suas atividades de acordo com as linhas de
atuação da Política Estadual de Educação Ambiental e das temáticas
do Plano Estadual de Educação Ambiental. Reúne as iniciativas dos
órgãos e entidades do Estado do Maranhão voltadas para promoção da
educação ambiental. A Escola Ambiental do Estado do Maranhão atua
nos eixos abaixo especificados: Educação Ambiental Não-Formal - que
tem como objetivo específico expandir as ações de educação ambiental
desenvolvidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Naturais - SEMA, difundindo, nas diversas regiões do Estado, suas ações e

51
práticas educativas voltadas à sensibilização, conscientização, mobilização
e formação coletiva para proteção, preservação e defesa do meio
ambiente, bem como à melhoria da qualidade da vida, prioritariamente
das populações socioeconomicamente vulneráveis.
Abrangendo ainda as seguintes ações: - implementação de projetos
voltados à cidadania ambiental de grupos, coletivos, comissões,
associações ou indivíduos, com a mobilização para o enfrentamento
das questões socioambientais; - pesquisa, divulgação e valorização dos
saberes ambientais das populações tradicionais, indígenas, quilombolas,
ribeirinhas e agricultores familiares no uso e manejo de recursos
naturais, bem como sua capacitação para o manejo comunitário e
práticas produtivas sustentáveis; apoio ao desenvolvimento do turismo
sustentável, com foco no ecoturismo de base comunitário.
Nesse caso com participação da Secretaria de Estado do Turismo - SETUR;
- fomento de projetos voltados para apoio à conservação e recuperação
ambiental, por meio do Programa Maranhão Verde.
Eixo Educação Ambiental Formal - que tem por objetivo a ampliação de
projetos, programas e ações de Educação Ambiental nos diversos níveis
e modalidades de oferta da Educação Básica e Profissional, no sentido
de favorecer aos estudantes a construção de conhecimentos essenciais
para inserção no mercado de trabalho com a concepção de preservação
dos recursos naturais.

Construção do projeto de Inventário Capacitação para os Agentes Jovens


de Arborização Urbana e Árvores Ambientais, sobre um projeto de
Centenárias no município de São Luís. catalogação de árvores centenárias.

Oferta ainda, Cursos de Formação Inicial e Continuada (FICs) e Oficinas


Produtivas, no formato de ensino híbrido, relacionadas aos Eixos
Tecnológicos de Ambiente e Saúde e Recursos Naturais, para a comunidade
em geral, visando minimizar impactos ambientais e fomentar a geração
de trabalho e renda; - oferta também cursos a produtores familiares,
com vista à potencialização da produção já existente, ao beneficiamento
de produtos, à sustentabilidade das atividades, em articulação com a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, com a Agência
Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão -
AGERP, sindicatos, associações e entidades civis.

52
A escola possui como escopo o desenvolvimento de projetos sustentáveis
nas escolas de ensino médio e unidades do Instituto Estadual de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA, com abordagem
transdisciplinar da Educação Ambiental no currículo escolar, viabilizando
aos estudantes ampliação de atitudes e iniciativas para revitalização de
espaços ambientais protegidos, preservação e/ou recuperação de rios,
lagos e praias, reciclagem do lixo orgânico (compostagem), entre outras;
- faz promoção da educação ambiental e científica, sócio-ocupacional
e desenvolvimento sustentável, que culmine em produção de horta
escolar e iniciativas similares; - formação continuada aos profissionais da
educação da rede estadual e das redes municipais do Maranhão.
A escola ambiental tem alcançado um quantitativo de 6 mil pessoas,
sendo 4 mil dentro do programa Agente Jovem Ambiental e o restante
nos demais projetos desenvolvidos pela escola.No âmbito escolar, estão
inseridos sete cursos de formação continuada, seis projetos, capacitações
para povos e comunidades tradicionais, bolsistas do Maranhão verde,
farmácia viva, dentre outros. Os agentes jovens são inseridos através do
curso de formação e logo depois em projetos pontuais desenvolvidos
por eles sob coordenação da escola.

53
MARANHÃO

SIGEP - SISTEMA DE
GERENCIAMENTO
ELETRÔNICO DE
PROCESSOS
A Portaria SEMA Nº 0118, de 02 de julho de 2019, que dispõe sobre
Peticionamento Eletrônico no âmbito da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Naturais – Sema/ MA, estabelece os procedimentos
de gestão documental específicos do processo eletrônico e regulamenta
os procedimentos de gestão de documentos, processos e arquivos pelo
Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos – SIGEP-SEMA.

Uma das suas principais características do Sistema do SIGEP é a libertação


do papel como suporte físico para documentos institucionais e o
compartilhamento do conhecimento com atualização e comunicação
de novos eventos em tempo real.

Os SIGEP permitem aos usuários acessarem os documentos de forma


ágil e segura, normalmente via navegador Web podendo visualizá-los em
diversos lugares do mundo, facilitando o trabalho de inúmeras pessoas,
pois não irão precisar sair de seu local de trabalho para acessá-los, já que
estes foram previamente digitalizados quando necessário, evitando a
danificação e possibilitado o controle, armazenamento, compartilhamento
e recuperação das informações existentes de determinada Instituição.
Com isso, pôde-se observar melhorias no desempenho dos processos
da SEMA/MA, com ganhos em agilidade, produtividade, transparência e
satisfação do público usuário e redução de custos.

54
PRINCIPAIS FACILIDADES DO SIGEP-SEMA

∙ Portabilidade 100% Web e pode ser acessado por meio dos principais
navegadores do mercado: Firefox e Google Chrome. Em razão da
portabilidade, pode ser acessado remotamente por diversos tipos
de equipamentos, como microcomputadores, notebooks, tablets e
smartphones de vários sistemas operacionais (Windows, Linux, IOS da
Apple e Android do Google). Isso possibilita que os usuários trabalhem
à distância.
∙ Gerenciamento do acesso de usuários externos aos expedientes
administrativos que lhes
digam respeito, permitindo que tomem conhecimento do teor do
processo e, por exemplo, assinem remotamente contratos e outros tipos
de documentos.
∙ Gerenciamento da criação e o trâmite de processos e documentos
restritos e sigilosos, conferindo o acesso somente às unidades envolvidas
ou a usuários específicos. ∙ Antes, para todo o controle de documentos
utilizava-se papel físico, depois da instalação do SIGEP, o consumo papel
diminuiu consideravelmente e a tramitação de documentos se tornou
mais eficiente e mais transparente, facilitando o trâmite, desde a sua
criação até a sua conclusão.

DADOS E RESULTADOS ALCANÇADOS

∙ Início efetivo: 01.08.2019 (2 anos e 6 meses)


∙ Dias úteis: ~ 659
∙ Processos Criados: 26.477
∙ Processos abertos/dia: 40
∙ Processos concluídos: 18.326
∙ Despachos: 153.183
∙ Usuários Cadastrados: 6.658

∙ Base de Dados SEMA: 300 GB


∙ Base de dados Sigla: 15 TB
∙ Economia Impressão: R$ 40.000,00/mês: (R$ 1.040.000,00)
∙ Economia de Papel: 107 resmas /mês: 2.140 (R$ 55.640,00)
∙ Economia com Correio: R$18,80 x 10.000: (R$188.000,00)
∙ Economia de pessoal e transporte: não estimado.
∙ Valor aproximado de Economia: ~ R$ 1.283.640,00

Cada processo administrativo possui 150 folhas, em média, segundo


dados estatísticos de empresas especializadas em software para
processos eletrônicos. Essa quantidade multiplicada pelos 26 mil
processos gerados no SIGEP-SEMA, até agora, totaliza as 3,9 milhões de
folhas economizadas.

Além da redução no consumo de papel gerada pelo SIGEP-SEMA,


também é computado a diminuição com outros insumos como economia
com a quantidade de horas trabalhadas, custos de armazenamento dos
processos, transporte dos autos, combustível, diminuição de energia
elétrica, impressão e materiais de escritório.
55
PARAÍBA
A caatinga e sua gestão marcam a tônica do relatório de boas práticas em gestão
ambiental do estado da Paraíba. O bioma característico da região e único exclusivamente
brasileiro marcam a vida do povo paraibano e não por uma acaso molda a política
ambiental do estado.
A atenção dada ao litoral tampouco pode ser deixada de ser mencionada com seu
projeto Praia Limpa. A Paraíba possui um dos mais belos litorais da região e sua gestão
se mostra como algo chave para o desenvolvimento do estado.

• CAR - Cadastro Ambiental Rural Itinerante


• Praia Limpa
• Projeto Nascente Viva
• Regularização Fundiária em Unidades de Conservação

56
PARAÍBA

Projeto Itinerante de Cadastro


Ambiental Rural (CAR)

O Projeto Itinerante de Cadastro Ambiental Rural (CAR) tem como


objetivo a descentralização das ações de lançamento de CAR no Sistema
Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), por meio de arranjo
interinstitucional com prefeituras municipais. As principais ações do
projeto giram em torno da capacitação técnica (aulas teóricas e práticas),
da realização de mutirões de cadastramento, da cessão de equipamentos
tecnológicos, de palestras e da distribuição de material de comunicação.

Criação da Política Pública


Com o intuito de desburocratizar o acesso dos proprietários e posseiros
rurais às políticas públicas de regularização ambiental, bem como aos
serviços oferecidos pela SUDEMA à população, principalmente os
residentes na zona rural e áreas isoladas, que se faz necessário a realização
de ações itinerantes efetivas de descentralização a partir de parcerias
locais com agentes públicos, profissionais de agrária e ambiental, assim
como de lideranças comunitárias, visando a disseminação do CAR, a
começar das inscrições de propriedades e posses rurais no SICAR.

O projeto tem como essência a prestação de serviços e informações de


fácil compreensão a partir da orientação ao produtor rural da melhor
forma possível e sob a ótica de um contexto local.

57
Os objetivos específicos são:
a) Realizar parcerias técnicas de cooperação com agentes públicos
locais em municípios do interior da Paraíba, visando a descentralização
de cadastramentos de propriedades e posses rurais;

b) Promover capacitações técnicas com metodologias que


envolvam aspectos legais, tecnológicos, de tratamentos de dados
geoespaciais e levantamentos de dados em campo com profissionais –
das áreas de agrária e ambiental – e agentes públicos locais em municípios
do interior da Paraíba;

c) Realizar palestras junto a sociedade civil organizada, entidades de


pesquisa e extensão, bem como em municípios polos com abrangência
regional e em municípios onde existem problemas de cadastramento de
propriedades e posses rurais no SICAR;

d) Dispor de canal de comunicação no órgão ambiental competente


– SUDEMA – para garantir apoio técnico a população em geral, tendo
como operadores os profissionais qualificados nas questões técnicas do
CAR;

e) Promover ações de cadastramento de propriedades e posses


rurais – na modalidade de mutirão – em municípios paraibanos que
possuam áreas de concentração agrícola ou de uso agrossilvopastoril em
propriedades e posses rurais com até 2 Módulos Fiscais;

f) Realizar distribuição de material orientativo do CAR nos


municípios que possuam sindicatos rurais, secretarias de agricultura e
meio ambiente e representações da EMPAER;

g) Promover a cessão de equipamentos tecnológicos de


posicionamento espacial – NAVSTAR-GPS – e treinamento operacional
para agentes públicos municipais com população abaixo de 20 mil
habitantes.

Implantação da Política Pública


Para a implantação da política pública, será realizado palestras para fins
de divulgação do CAR e PRA em 21 municípios paraibanos, com público
listado de 2.455 pessoas beneficiadas – agricultores, profissionais da
área, pesquisadores, agentes públicos e cidadãos comuns. As palestras
também se estenderam para Conselhos profissionais, Instituições de
Ensino, Sindicatos e Entidades de Classe – FUNETEC, FETAG, CREA-PB,
SENAR, FAEPA, ASPLAN, SINDIALCOO, FAMUP e OCB SESCOOP PB.

Também será realizado capacitações técnicas para 155 agentes públicos,


profissionais ligados às áreas de agrária e ambiental em 20 municípios

58
paraibanos. Nas capacitações, existem atividades de cunho teórico com
carga horária de 16 horas, abordando temas como: instrumentação
tecnológica para levantamento planimétrico; legislação ambiental; leitura
e interpretação visual de alvos – tipologias do CAR para imóvel rural no
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR); vetorização
de dados espaciais em aplicativo livre e lançamentos dos dados
cartográficos e documentais no SICAR; e atividades de cunho prático
como levantamento dos dados cartoriais e documentais dos titulares das
propriedades e posses rurais; levantamento perimetral; e caracterização
dos aspectos ambientais da área.

Mutirão Itinerante do CAR no município de Cuité-PB será efetuado,


com a realização de levantamento planimétrico e cadastramento de 370
imóveis rurais no SiCAR. Os proprietários/posseiros de imóveis rurais
receberam o Recibo do CAR e a planta cartográfica do imóvel rural. Essa
ação beneficiou 370 famílias. Outro Mutirao Itinerante do CAR foi também
realizado no município de Picuí-PB, com a realização de levantamento
planimétrico e cadastramento de 230 imóveis rurais no SiCAR. Os
proprietários/posseiros de imóveis rurais receberam o Recibo do CAR e a
planta cartográfica do imóvel rural. Ação esta que beneficiou 234 famílias.

Foi realizado o Empréstimo de 20 receptores de posicionamento


espacial NAVSTAR-GPS – a partir de cessão de uso de equipamentos
tecnológicos –, e treinamento operacional para técnicos do Projeto de
Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (PROCASE)
atuarem no cadastramento de 428 imóveis rurais nas regiões de
abrangência do Projeto. A ação beneficiou diretamente 438 famílias.

Outro Empréstimo também foi empreendido, desta vez de 15 receptores


de posicionamento espacial NAVSTAR-GPS – a partir de cessão de uso de
equipamentos tecnológicos –, e treinamento operacional para técnicos
de 5 (cinco) municípios paraibanos atuarem no cadastramento de 235
imóveis rurais. A ação beneficiou diretamente 246 famílias.

Além disso, houve a entrega de 17.850 folders – orientações básicas do


CAR – em sindicatos rurais e Prefeituras Municipais de 96 (noventa e seis)
municípios paraibanos, bem como a disponibilização de canal telefônico
de atendimento voltado ao CAR na SUDEMA – telefone (83) 3218-5627 –
para garantir apoio técnico a população em geral, através de profissionais
capacitados no CAR.

59
O antes e o depois (descrição dos resultados ou análise ex post)
Tais ações proporcionou o aumento do conhecimento sobre o CAR
sob uma ótica local. Em outras palavras, as ações estratégicas de
descentralização de cadastramentos de CAR, a partir de capacitações
técnicas, distribuição de equipamentos de posicionamento espacial –
receptores NAVSTAR-GPS –, mutirões de CAR, atrelados a distribuição
de material orientativo e palestras, possibilitaram a ampliação de
conhecimento e o aumento de cadastramento de propriedades e
posses rurais no SICAR em diversas regiões do estado, principalmente
pela inserção no mercado de profissionais com conhecimento em CAR
e pela capilaridade que o movimento de agricultores criou visando a
regularização ambiental.

60
PARAÍBA

PROJETO NASCENTE VIVA


Recuperação de Nascentes e
Áreas de Preservação Permanente
É imprescindível para o desenvolvimento de ações de conservação,
preservação e recuperação de nascentes – principalmente no que se
refere a atuação no âmbito de processos amplos e multifacetados de
revitalização de bacias hidrográficas, onde é necessário o desenvolvimento
de ações de controle de processos erosivos – saneamento básico,
economia sustentável, capacitação e educação ambiental. Tais esforços,
por sua vez, exigem simultaneamente um amplo processo de articulação
institucional e integração de políticas públicas.

O projeto de diagnóstico, recuperação e preservação das nascentes da


Bacia do Rio Paraíba tem origem na iniciativa da Superintendência de
Administração do Meio Ambiente e do Governo do Estado da Paraíba,
e ainda conta com a parceria com a Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) e com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com
intuito de implementar práticas e políticas de forma sustentável de modo
a manter e expandir a quantidade e qualidades dos recursos hídricos do
mais importante curso hídrico do estado.

61
Desse modo, o Projeto “NASCENTE VIVA” (Plano de Preservação e
recuperação de Nascentes da Bacia do Rio Paraíba) representa um
instrumento fundamental na definição de estratégias de preservação
e recuperação da bacia do Rio Paraíba, ao mesmo tempo em que
proporciona um diagnóstico por meio da caracterização das nascentes
da bacia. Nele, também há as bases legais e orientações técnicas sobre
a preservação e recuperação de nascentes, com atenção simultânea
para os aspectos institucionais e orçamentários necessários para a
sua consecução com efetividade, incluindo o monitoramento das
nascentes, efetividade das ações executadas, a capacitação e educação
ambiental. O Projeto “NASCENTE VIVA” é uma contribuição fundamental
da Superintendência de Administração do Meio Ambiente para a
revitalização da bacia hidrográfica do Rio Paraíba, o qual passa a ser um
instrumento de referência para os Governo Estadual e Municipais, além
da sociedade como um todo.

Ao longo dos anos, as diversas atividades econômicas desenvolvidas


na Bacia do Rio Paraíba, foram de certa forma responsável por causar
inúmeros impactos ambientais, principalmente em seus recursos
hídricos. Diante da importância cada vez maior dos recursos hídricos e
da necessidade de preservá-los, torna-se cada vez mais necessário a
promoção de programas e ações que tem por objetivo a recuperação
ambiental de áreas degradadas e a redução dos impactos sobre a
qualidade e a quantidade das águas.

Assim, considerando a urgência de recuperar as nascentes que exercem


um papel fundamental na formação e manutenção dos recursos hídricos
no Estado da Paraíba que a Superintendência de Administração do Meio
Ambiente (SUDEMA) propõe este o projeto de recuperação das áreas de
preservação permanente (APP’s) das nascentes não só como ponto de
partida estratégico para recuperação dos recursos hídricos, mas também
para preservar a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo, gerar trabalho, manter e ampliar a
beleza cênica de uma paisagem, assim como assegurar o bem-estar das
populações humanas. O projeto, nesse sentido, será executado por meio
de serviços de recuperação com a utilização de técnica pré-definida em
áreas de no mínimo 0,7853 ha por nascente (conforme Código Florestal
Lei Nº 12.651 de 25 de maio de 2012 e o Decreto Estadual N° 24.416 de 27
de setembro de 2003).
62
As áreas de preservação permanente de nascentes propostas neste
projeto foram selecionadas pela SUDEMA para realização de diagnóstico,
objetivando a seleção delas pela própria entidade com a finalidade de
viabilizar sua recuperação, preservação e monitoramento. Desta forma,
será realizada a Recuperação Ambiental das Nascentes e Margens do Rio
Paraíba: alto e médio curso do rio paraíba e suas nascentes. Envolvendo,
deste modo, os municípios de MONTEIRO, SÃO JOÃO DO TIGRE, PRTA,
CAMALAÚ, COXIXOLA, SERRA BRANCA, SUMÉ, SÃO SEBASTIÃO
DO UMBUZEIRO, AMPARO, BARRA DE SÃO MIGUEL, BOQUEIRÃO,
CABACEIRAS, CARAÚBAS, CONGO, OURO VELHO, SÃO DOMINGOS
DO CARIRI, SÃO JOÃO DO CARIRI.

Apresenta-se, portanto, como objetivo, realizar o diagnóstico


hidroambiental em nascentes na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba, na
Paraíba, de forma a estabelecer um Plano de Ações a ser desenvolvido no
referido território visando a recuperação das nascentes e, a conservação
da água e do solo e, assim como propor ações de conscientização para a
população em relação à importância das nascentes, de modo que possa
adquirir mais consciência acerca das questões relativas ao meio ambiente
e, por conseguinte, promover conhecimentos, valores, habilidades e
experiências, que garantam, por sua vez, a melhoria da qualidade de vida
de seus habitantes e das futuras gerações.

Implementação do Programa Nascente Viva

O projeto será executado por meio de serviços de recuperação ambiental


com a utilização de técnica pré-definida em áreas de no mínimo 0,7853ha
por nascente, além da recuperação das APP’s (área de preservação
permanente) na extensão do Alto e Médio curso do Rio Paraíba em
conformidade com o Código Florestal Lei No 12.651 de 25 de maio de
2012 e o Decreto Estadual N° 24.416 de 27 de setembro de 2003.

A metodologia a ser utilizada na caracterização das nascentes na bacia


do Rio Paraíba consiste no diagnóstico de áreas de nascentes, na coleta
de dados georreferenciados, de dados fotográficos das nascentes e dos
dados dos proprietários e/ou posseiros rurais para o desenvolvimento
de tecnologias ou procedimentos, de modo a possibilitar a realização
do cadastramento das nascentes e APP’s, assim como promover o
levantamento de informações suficientes para subsidiar a elaboração de
um Plano de Ações integrado, efetivo e direcionado para a proteção das
nascentes na área de estudo.

Assim, para o sucesso do projeto é imprescindível as ações de


educação ambiental, a realização das reposições florestais, assim como
a manutenção e acompanhamento delas durante o período necessário
para a recuperação ambiental da área. Ainda é necessário destacar as
ações de regularização, adequação e readequação ambiental das áreas
alvo do projeto conforme o PRA (Plano de Regularização Ambiental)
e do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o Código Florestal (Lei Federal
12.651/2012).

63
O projeto “NASCENTE VIVA”, desenvolvido pela SUDEMA com apoio do
Governo Estadual da Paraíba, conta ainda com parceiras e cooperação
técnica com instituições públicas e privadas como a Universidade Federal
de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Estadual da Paraíba (UFPB),
assim como a participação de empresas detentoras de autorizações
de Uso Alternativo do Solo, quer por lei devem realizar a compensação
ambiental ou reposição florestal, sendo estas empresas as responsáveis
por realizar o plantio, replantio e a manutenção das áreas de APP a serem
recuperadas. Além deste, ainda tem a participação de cada proprietário
rural onde será implantado ações de recuperação e revitalização das
nascentes e APP’s. Os custos de implantação dos projetos são de
iniciativa de cada empresa que possui déficit de reposição florestal, ou
seja, a SUDEMA cabe à indicação, mapeamento e acompanhamento das
áreas de recuperação ambiental, bem como a aprovação de PRAD para
cada área a ser recuperada, cabendo, portanto, às empresas parceiras o
custeio, implantação e manutenção das áreas de recuperação ambiental.

As intervenções técnicas voltadas à preservação e recuperação das


nascentes cadastradas deverão ocorrer considerando a classificação
apresentada no quadro 1.
No que se refere à metodologia a ser utilizada, esta será decidida conforme
cada caso específico. A princípio, as intervenções devem ocorrer no
âmbito de reposição florestal realizando a recuperação ambiental das
áreas degradadas. No âmbito da educação ambiental, com práticas e
ações de conscientização. No aspecto de preservação ambiental, o uso
sustentável de recursos hídricos, e uso do solo.
No que se refere a recuperação ambiental, a ações devem ser realizadas
considerando as condições ambientais de cada área ou nascente, assim
como seu uso futuro, sendo sugeridos as ações conforme o quadro
abaixo.

Estágio de conservação de nascentes e APP’s com áreas


preservadas.

Áreas Preservadas, nascentes e APP’s que possuem APP preservada, com


presença de cobertura vegetal arbórea ou outro tipo de formação de
ocorrência natural do local, com área de recarga conservada, ausência de
criação de animais ou com baixo risco de pisoteio e/ou contaminação,
recoberta por vegetação nativa e/ou explorada com atividades de baixo
impacto com uso de técnicas de conservação de solo e água.

Intervenções a serem realizadas

Atividades de Educação Ambiental objetivando internalizar nos


moradores/ocupantes da propriedade a importância da manutenção das
nascentes preservadas.

64
Estágio de conservação de nascentes e APP’s em áreas de
relativa cobertura vegetal.

Nascentes e APP’s que apresentam relativa cobertura vegetal natural


(arbórea ou outra) ocupando entre 30% e 70% de sua APP, com área de
recarga explorada para agropecuária, presença de espécies exóticas,
sobretudo gramíneas que dificultam a regeneração da mata nativa,
localizadas em propriedades onde há criação de animais que ofereçam
risco de pisoteio e/ou contaminação, porém, há remanescentes de
vegetação próximos, com alto índice de biodiversidade, que facilitam a
regeneração natural.

Intervenções a serem realizadas

Cercamento/isolamento das APP’s das nascentes conforme raio


definido no novo Código Florestal; Intervenções voltadas ao estímulo à
regeneração natural (técnicas de nucleação, controle de plantas invasoras
etc.); Plantio de enriquecimento na área da APP, se viável; Manutenção
dos plantios (controle de formigas, controle de plantas invasoras,
adubação de cobertura); Práticas mecânicas de conservação de solo e
água em áreas de recarga exploradas para agropecuária (terraceamento
e construção de bacias de captação); Atividades de Educação Ambiental
objetivando internalizar nos moradores/ocupantes da propriedade a
importância da conservação das nascentes; Capacitação dos moradores/
ocupantes da propriedade para realizarem a manutenção dos plantios
bem como o monitoramento das intervenções realizadas (plantios e
práticas mecânicas).
Estágio de conservação de
nascentes e APP’s em áreas
degradadas

Nascentes e APP’s que


apresentam sua APP com baixo
ou nenhum tipo de cobertura
vegetal natural (arbórea ou outra
local) com ocupação entre 0%
a 30%, recoberta por gramíneas
exóticas, ausência de regeneração
natural, ausência de banco de sementes/ plântulas, criação de animais
no entorno – pisoteio/contaminação, solo pobre em nutrientes, ausência
de remanescentes de vegetação nativa significativos nas proximidades,
exploração da área de recarga e sinais de compactação do solo.

Intervenções a serem realizadas

Cercamento/isolamento das APPs das nascentes conforme raio


definido no novo Código Florestal; Intervenções voltadas ao estímulo à
regeneração natural (técnicas de nucleação, controle de plantas invasoras
etc.); Descompactação do solo/subsolagem (caso necessário); Plantio de
mudas de espécies nativas e/ou dispersão de sementes na APP e áreas
de recarga, quando viável; Manutenção dos plantios realizados (controle
65
de formigas, controle de plantas invasoras, adubação de cobertura);
Implantação de práticas de conservação de solo e água em áreas de
recarga exploradas para agropecuária (terraceamento e construção
de bacias de captação) e estímulo à adoção dessas práticas pelos
proprietários; Atividades de Educação Ambiental objetivando internalizar
nos moradores/ocupantes da propriedade a importância da conservação
das nascentes; Capacitação dos moradores/ocupantes da propriedade
para realizarem a manutenção dos plantios bem como o monitoramento
das intervenções realizadas (plantios e práticas mecânicas).

O Projeto “NASCENTE VIVA” teve início no dia 04/03/2022 no município


de Monteiro, onde a propriedade denominada Fazenda Terra do Sol
passou pelo processo de adequação e regularização ambiental através
da adesão ao programa Nascente Viva. O projeto deverá ser implantado
ao longo do ano de 2022, assim como dos anos subsequentes, tendo
em vista o quantitativo de reposição florestal a ser realizado, sendo neste
primeiro momento implantado no Município de Monteiro-PB, com
previsão de estender pelo alto e médio curso do Rio Paraíba até os limites
do município de Mogeiro-PB.
A execução depende não apenas da disponibilização e plantio de mudas,
como também das análises dos CAR (Cadastro Ambiental Rural) de cada
imóvel atingido pelo projeto, considerando a necessidade de regularização
ambiental de cada um destes propriedades rurais conforme a legislação
ambiental pertinente.

A priori, um dos maiores entraves na continuidade do projeto é o contato


com os proprietários de imóveis rurais e o convencimento destes em
aderir a boas práticas ambientais, considerando os anos de uso de
recursos ambientais sem a devida orientação técnica.

Execução das Reposições Florestais:

I. A reposição florestal inicialmente foi realizada em uma área de 1


(um) há inicialmente, porém está previsto a reposição de 600 hectares de
reposição florestal, contabilizando as áreas de APP do Rio Paraíba e das
nascentes que compõe o Rio Paraíba;
II. O primeiro trecho de reposição florestal foi implantado na
propriedade denominada Fazenda Terra do Sol, com processo de
regularização ambiental de Nº 2022-000503, sendo a reposição florestal
iniciada pela empresa Rio Alto;
III. O segundo trecho de reposição florestal a ser implantado
corresponde a uma área de 10,0 hectares e este será executado pela
empresa Energisa;
IV. Este segundo trecho já em fase de plantio. Esta ocorrendo na
propriedade denominada Sítio São José, no qual compreende a área de
APP do Rio Paraíba e da Barragem de São José.

A reposição florestal segue o estabelecido na Instrução Normativa Nº


4/2011 do IBAMA para recuperação de área degradadas, sendo necessário
o acompanhamento dá área de plantio ao logo dos anos para controle
do processo de recuperação ambiental da área.
66
PARAÍBA

PROJETO PRAIA LIMPA


O meio ambiente implica saberes em consonância, propiciados por
equipes interdisciplinares, objetivando o planejamento e execução de
ações que forneçam subsídios para a educação, fiscalização e proteção de
um bem comum de todos os cidadãos, compatibilizando as demandas
do dia a dia com o desenvolvimento sustentável.

Desta maneira, é imprescindível pensarmos em ações estratégicas


para que a sociedade, junto ao poder público, venha a dispor de um
ambiente ecologicamente equilibrado, conforme preconizado pela
nossa Constituição de 1988. Para tanto, faz-se necessário um processo
de conscientização coletiva, a fim de dirimir problemas como o descarte
incorreto de resíduos sólidos, colocar animais em risco, desrespeitar as
peculiaridades dos biomas, dentre outros aspectos.

Em meio aos desafios a serem considerados na luta pela preservação do


meio ambiente, a Coordenadoria de Educação Ambiental (CEDA) tem
buscado elaborar este projeto, voltado à conscientização de um público
diversificado, quer fosse por sua faixa etária, gênero, nível escolar e/o
grupo social.

O papel da Educação Ambiental voltada ao cuidado com as nossas praias


e bioma marinho, nesse sentido, imbrica-se em uma modalidade de
intervenção crítica junto ao seu público, vislumbrando estratégias plurais
para engajar o desenvolvimento do aprendizado dos cidadãos atendidos
pelo projeto.

67
Justifica-se então o desenvolvimento do projeto Praia Limpa de modo a
estimular a conscientização da população, em geral, acerca da importância
da preservação do bioma marinho, bem como tornar banhistas,
comerciantes e turistas agentes multiplicadores de ações sustentáveis.

Apresenta, portanto, como objetivo conscientizar a população em relação


à importância de manter nossas praias limpas e, de forma concomitante,
desenvolver conhecimentos e habilidades que respaldem a manutenção
de um bioma marinho saudável e propício à reprodução de diversas vidas.

Implantação da Política Pública


Entre os anos de 2015 e 2022, o projeto em questão foi norteado pela
busca de conscientização, bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos
paraibanos. Deste modo, a Superintendência de Administração do Meio
Ambiente (SUDEMA), por meio da Coordenadoria de Educação Ambiental
(CEDA), promoveu ações socioeducativas, abrangendo temas como
sustentabilidade, descarte correto de resíduos e impactos ambientais no
bioma marinho.

As ações efetuadas através do “Praia Limpa” foram realizadas em todas


as cidades delimitadas pelo litoral paraibano, tendo em destaque a
realização de abordagens focadas na Educação Ambiental, a coleta de
resíduos, a promoção de gincanas, exibição de teatro de fantoches,
oficinas de reutilização de material, distribuição de sacolas com material
biodegradável para a acomodação correta dos resíduos, a distribuição
de lixocar, assim como orientações técnicas junto aos comerciantes tem
em relação à disposição correta do óleo de cozinha como na questão da
poluição sonora.

Dessa forma, durante seus sete anos de funcionamento, o Praia Limpa


veio se aprimorando, mas sempre focado na conscientização do
descarte correto dos Resíduos, no entanto no ano de 2019/2020 viu-se
a necessidade de incorporar a ações para conscientização das nossas
Unidades de Conservação situadas no ambiente Marinho.

68
O antes e o depois (descrição dos resultados ou análise ex post)

Atividades já desenvolvidas pelo Projeto Praia Limpa durante


estes anos:
- Curso de Capacitação para Promoção de Renda através de oficinas de
artesanato;

- Gincanas infantis realizadas com banhistas na orla paraibana;

- Oficinas de reaproveitamento de óleo;

- Oficinas de Reaproveitamento de PET;

- Distribuição de Sacolas Biodegradáveis;

- Distribuição de Lixocar;

- Ação de Limpeza;

- Teatro de Fantoche;

- Distribuição de Adesivos informativos em estabelecimentos comerciais,


como restaurantes, ambulantes e comércio em geral na orla;

- Abordagem verbal e exibição de imagens para os banhistas e


comerciantes acerca de práticas sustentáveis;

- Distribuição de Cartilha Educativa de Resíduos;

- Educação Ambiental nas UCs no ambiente marinho.

Parcerias Realizadas:
- Projeto da UFPB Mares Sem Plásticos;

- Órgãos Estaduais: CAGEPA, PBTUR, SEIRHMA e Batalhão Ambiental;

- Prefeituras: Conde, Pitimbu e Cabedelo.

É possível observar uma maior consciência e parceria ao passar dos anos


de aplicação do projeto, atendendo um maior número de área e de
pessoas.

69
PARAÍBA

Projeto de Regularização
Fundiária em Unidades
de Conservação
O projeto tem como objetivo regularizar as Unidades de Conservação
(UC's) no estado da Paraíba de proteção integral no estado da Paraíba, no
que diz respeito a sua condição fundiária, através da correção dos limites
territoriais, documentais e dos seus respectivos Decretos de criação,
buscando cumprir o que preconizam as Leis Federais nº 6.015/1973,
10.267/2001, 9.985/2000, e os Decretos Federais nº 4.449/2002 e 4.340/2002,
tendo como cerne o georreferenciamento para fins de certificação. Com
as ações baseadas na metodologia do georreferenciamento busca-se
garantir que as UCs não gerem conflitos territoriais – de sobreposição –
com os imóveis rurais vizinhos ou lindeiros, bem como, inibir as ocupações
irregulares e as de uso do solo dentro dos limites territoriais destes
territórios protegidos, a partir da descrição precisa e inequívoca de cada
vértice do perímetro das propriedades que abrangem as modalidades
de UC’s definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC).

70
Criação da Política Pública
As Unidades de Conservação (UCs) são territórios naturais legalmente
protegidos e incorporados a legislação a partir da promulgação da Lei
Federal no 9.985/2000 e do Decreto Federal no 4.340/2002. Instituídas
pelo Poder Público municipal, estadual ou federal através de atos de
criação, as UCs estão divididas no Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) em dois grupos distintos, os quais abrangem as
categorias de Proteção Integral e as de Uso Sustentável.

As UCs de Proteção Integral necessitam de regularização fundiária e


visam de acordo com o inciso VI, do art. 2º e o §1º, do art. 7º da Lei Federal
nº 9.985/2000 na manutenção dos ecossistemas livres de alterações
causadas por interferência humana e na preservação da natureza. As UCs
de Proteção Integral no estado da Paraíba são de posse ou de Domínio
Público – este último reflete o exercício do direito de propriedade
pelo Estado – o que envolve conflitos territoriais de sobreposições de
imóveis de proprietários ou posseiros rurais no seu interior ou na sua
circunvizinhança.

É nesse sentido que a regularização fundiária é extremamente importante


para o ordenamento desse território protegido, uma vez que após a
delimitação de todo o perímetro do imóvel, tendo como cerne a descrição
dos seus respectivos limites e dos seus confrontantes – lindeiros –, à
atualização cadastral e registral na Serventia Extrajudicial – Cartório de
Registro de Imóveis – possibilitará a desapropriação e a incorporação ao
patrimônio do Estado desse bem natural, acabando assim os conflitos
fundiários existentes.

A base para a regularização fundiária das UCs é o processo de


georreferenciamento da parcela, o qual tem como cerne a descrição
inequívoca e precisa de cada vértice do perímetro conforme as
determinações jurídicas e técnicas advindas do arcabouço legal da
Lei Federal nº 10.267/2001; Decreto Federal nº 4.449/2002; Lei Federal
nº 6.015/1973; e Lei Federal nº 13.838/2019; e normativas técnicas do
71
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Com as ações do
georreferenciamento busca-se então garantir que as UCs não gerem
conflitos territoriais com os imóveis rurais vizinhos, bem como acabem
com as ocupações irregulares e as de uso do solo dentro dos limites
territoriais destes territórios protegidos.

A motivação desse projeto dá-se frente a seis aspectos:


1) A necessidade do cumprimento da legislação federal, no que se refere
a regularização fundiária das Unidades de Conservação de Proteção
Integral e da aplicação dos recursos de compensação ambiental em tais
ações, conforme determina o inciso I, do art. 33 do Decreto Federal no
4.340/2002;

2) Necessidade de cumprimento a Norma de Execução do INCRA nº 105,


de 26 de novembro de 2012, no que se refere as sobreposições de áreas,
visando garantir o direito de propriedade e o interesse público;

3) A necessidade de realizar a retificação dos Decretos Estaduais de criação


das UCs de Proteção Integral tendo em vista os erros geométricos de sua
espacialização espacial;

4) A necessidade de implantar o cercamento das UCs, o seu respectivo


monitoramento ambiental e as ações de fiscalização no seu interior e na
sua Zona de Amortecimento (ZA);

5) A necessidade de realizar a atualização cadastral no Sistema de Gestão


Fundiária (SIGEF), no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) e no
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC);

6) Necessidade de promover a regularização ambiental das propriedades


e posses rurais no entorno das Unidades de Conservação de Proteção
Integral com o objetivo de minimizar as sobreposições dos imóveis rurais
particulares com a mesma.

A área do projeto corresponde as Unidades de Conservação de Proteção


Integral, ou seja: Monumento Natural Vale dos Dinossauros; Parque
Estadual Pico do Jabre; Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro; Parque
Estadual do Poeta e Repentista Juvenal de Oliveira; Parque Estadual
da Pedra da Boca; Estação Ecológica Pau Brasil; Parque Estadual da
Mata do Xém Xém; Jardim Botânico (Refúgio de Vida Silvestre Mata
do Buraquinho); Parque Estadual Mata do Aratú; e Parque Estadual das
Trilhas (João Pessoa).

Seus objetivos específicos estão alicerçados nos seguintes


itens:
a) Realizar a busca/levantamento de informações do bem imóvel
registrado no livro da Serventia Extrajudicial – Cartório de Registro de
Imóveis;

b) Realizar Vistoria Técnica nos limites do imóvel visando a fidedignidade


72
dos vértices delimitadores das UCs com o material cartográfico da época
de criação e as condições do cercamento – caso exista;

c) Realizar a identificação dos confrontantes – lindeiros;

d) Realizar a correção dos limites territoriais e a descrição inequívoca e


precisa de cada vértice do perímetro das UCs de Proteção Integral;

e) Realizar a regularização ambiental das propriedades e posses rurais


circunvizinhas;

f) Realizar os processamentos de cálculos de observações de campo e


seus ajustamentos para obtenção de coordenadas definitivas;

g) Realizar o preenchimento de planilha eletrônica para fins de inserção


no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF);

h) Realizar a Certificação da poligonal (is) da UC no SIGEF;

i) Realizar o registro da certificação da poligonal (is) que compõem as UCs


no âmbito da Serventia Extrajudicial;

j) Retificar e Republicar os Decretos Estaduais de criação das UCs com os


limites territoriais georreferenciados.

Implantação da Política Pública


Para a implantação da Política Pública, se objetiva realizar uma série de
ações. Dentre elas, estão:

• Aquisição de unidades de marcos de concreto geodésicos


no padrão INCRA (8- 12x0,60cm) com chapa metálica para fins de
georreferenciamento, a partir de compra direta conforme preconiza a Lei
Federal 8.666/1993;

• Realização de vistorias técnicas preliminares para fins de


planejamento nos perímetros que compõem as Unidades de Conservação
de Proteção Integral: Monumento natural Vale dos Dinossauros; Parque
Estadual Pico do Jabre; Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro; Parque
Estadual do Poeta e Repentista Juvenal de Oliveira; Parque Estadual
da Pedra da Boca; Estação Ecológica Pau Brasil; Parque Estadual da
Mata do Xém Xém; Jardim Botânico (Refúgio de Vida Silvestre Mata do
Buraquinho); Parque Estadual das Trilhas;

• Realização de levantamentos geodésicos para fins de certificação


do georreferenciamento ou junto ao INCRA – atrelado ao Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB) – de todos os perímetros que compõem as
UC’s de: Monumento Natural Vale dos Dinossauros (Sousa/PB); Parque
Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB); Estação Ecológica Pau Brasil
(Mamanguape); Parque Estadual da Mata do Xém Xém (Bayeux); Parque
Estadual das Trilhas (João Pessoa);

• Realização de levantamento perimetral, aerofotogramétrico, bem


73
como de diagnóstico ambiental e fundiário da UC Parque Estadual do
Poeta e Repentista Juvenal de Oliveira (Campina Grande) para fins de
emissão de Parecer Técnico com vista a manutenção ou desafetação da
UC;

• Realização de levantamentos geodésicos para fins de certificação


do georreferenciamento ou junto ao INCRA – atrelado ao Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB) –de cerca de 75% do perímetro que compõe a
Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro (Areia);

• Materialização de marcos de concreto – em terreno – com chapa


codificada para cada um dos vértices que compõem os perímetros das
UC’s: Monumento Natural Vale dos Dinossauros (Sousa/PB); Parque
Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB); Estação Ecológica Pau Brasil
(Mamanguape); Parque Estadual da Mata do Xém Xém (Bayeux); Parque
Estadual das Trilhas (João Pessoa); e cerca de 75% da Reserva Ecológica
Mata do Pau-Ferro (Areia);

• Realização dos cálculos de observações de campo e de


coordenadas provisórias, bem como as de ajustamento de resultados
para obtenção de coordenadas definitivas e sua respectiva comprovação
da precisão posicional nas seguintes UC’s: Monumento Natural Vale dos
Dinossauros (Sousa/PB); Parque Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB);
Estação Ecológica Pau Brasil (Mamanguape); Parque Estadual da Mata
do Xém Xém (Bayeux); Parque Estadual das Trilhas (João Pessoa); e cerca
de 75% da Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro (Areia);

• Identificação dos confrontantes ou lindeiros das UC’s: Monumento


Natural Vale dos Dinossauros (Sousa/PB); Parque Estadual da Pedra da
Boca (Araruna/PB); Estação Ecológica Pau Brasil (Mamanguape); Parque
Estadual da Mata do Xém Xém (Bayeux); Parque Estadual das Trilhas (João
Pessoa); e cerca de 75% da Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro (Areia);

• Elaboração de produtos cartográficos – Plantas Cartográficas – e


seus respectivos Memoriais Descritivos referentes às UC’s: Monumento
Natural Vale dos Dinossauros (Sousa/PB); Parque Estadual da Pedra da
Boca (Araruna/PB); Estação Ecológica Pau Brasil (Mamanguape); Parque
Estadual da Mata do Xém Xém (Bayeux); Parque Estadual das Trilhas (João
Pessoa); e cerca de 75% da Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro (Areia);

• Emissão de Cartas de Anuência para os confrontantes ou lindeiros


do entorno da UC Parque Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB);

• Realização do preenchimento de planilha eletrônica para fins de


inserção no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) da UC Parque Estadual
da Pedra da Boca (Araruna/PB);

• E a emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de


profissional habilitado junto ao INCRA, INTERPA (atual EMPAER) e CREA-
PB para fins de Certificação do georreferenciamento da UC Parque
Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB).

74
O antes e o depois (descrição dos resultados ou análise ex post)
A definição da forma, dimensão e localização do perímetro das UC’s,
através de métodos e técnicas do GNSS e conforme as determinações
legais da Lei Federal n° 12.651/2001; Decreto Federal nº 4.449/2002; Lei
Federal nº 6.015/1973; e Lei Federal nº 13.838/2019; e manuais técnicos
do INCRA e normas da ABNT, estão possibilitando de forma unívoca o
cumprimento da obrigatoriedade de descrever os limites, características
e confrontações através de um Memorial Descritivo homologado junto
ao INCRA, o que por sua, possibilitou a definição das coordenadas dos
vértices definidores dos limites dos imóveis rurais que compõem as UC’s.

Assim, é nesse contexto que após a certificação do georreferenciamento


dos imóveis que compõem as UC’s, as sobreposições de imóveis ficarão
no passado, uma vez que os arquivos digitais irão compor o Sistema
Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) e os do Sistema de Gestão
Fundiária (SIGEF).

75
PERNAMBUCO
Pernambuco vem se destacando em decorrência do papel de liderança que assumiu
no movimento dos 26 Estados e do Distrito Federal em torno da Carta da Abema
pelo Clima. Essa liderança exigiu que o Estado fizesse a tarefa de casa e garantísse
os instrumentos essenciais para uma ação climática efetiva. À exemplo dos dois
inventários das emissões dos gases do efeito estufa e do Plano de Descarbonização,
documento que norteia todas as politicas públicas ambientais. Além dos programas
estruturadores, como o Refloresta Peranmbuco, que regenera nascentes e garante a
cobertura vegetal de áreas degradadas, o UC Pernambuco, programa que fortalece as
Unidades de Conservação e os programas de educação ambiental como o Ambiente+
e o Pernambuco Lixão Zero.

O trabalho realizado nos últimos 04 anos, colocou Pernambuco definitivamente no


radar climático internacional, incorporando o Estado de forma decidida à trajetória de
cooperação para o avanço da agenda climática, contribuindo com as metas do Acordo
de Paris e com os objetivos do desenvolvimento sustentável.

• Refloresta
• UC Pernambuco
• Carbono Zero
• Zatan
• Ambiente +
• Resíduos Sólidos

76
PERNAM
BUCO

REFLORESTA
PERNAMBUCO
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS E DE NASCENTES
O Programa Refloresta Pernambuco visa orientar as ações públicas
voltadas para o replantio florestal com a finalidade de manter e
recuperar os ecossistemas em geral.

Esta iniciativa da Semas - PE, tem como objetivo o replantio de 3,5


milhões de árvores para conservar, recuperar e ampliar a cobertura
vegetal de Pernambuco, estimulando a cultura da restauração
ecológica e de práticas sustentáveis para contribuir com a geração
de oportunidades socioeconômicas para produtores rurais, promover
segurança alimentar, estimular a sustentabilidade ambiental e o
fortalecimento das relações sociais.

77
As ações do programa se amparam em
quatro aspectos orientadores:

Ambiental
Identificação de áreas prioritárias para proteção
e conservação dos recursos hídricos e da
biodiversidade;
Recuperação de áreas degradadas identificadas;
Fortalecimento de ações de mitigação e resgate
do carbono.

Social
Aumento da qualidade de vida e renda
do produtor rural, com novas atividades
econômicas e culturas
Sensibilização de organizações comunitárias e
proprietários de terras sobre a necessidade de
conservação dos recursos naturais;
Fortalecimento da ação de mulheres e de
organizações sociais para o reflorestamento.
Econômico
Implantação de práticas de uso do solo que
conciliem produtividade, proteção do recurso
natural e geração de oportunidades e renda;
Envolvimento das cadeias produtivas;
Manutenção e ampliação de serviços
ecossistêmicos/ambientais.
Cultural
Resgate de tradições e fortalecimento de
culturas locais; Ampliação da cultura da
proteção e resgate do verde.

O Programa também prevê em sua metodologia de implantação, uma


estrutura de funcionamento composta por um Núcleo de Gestão
Institucional, formado por representantes da Secretaria de Meio
Ambiente e Sustentabilidade, Secretaria de Desenvolvimento Agrário,
Instituto Agronômico de Pernambuco, Secretaria de Infraestrutura e
Recursos Hídricos, Agência Pernambucana de Águas e Clima, Companhia
Pernambucana de Saneamento e Departamento de Estradas de Rodagem
do Estado de Pernambuco. O programa também conta com o apoio
de um Comitê de Acompanhamento formado por representantes das
secretarias/órgãos, universidades e Organizações Não Governamentais,
além de equipes executiva, de assessoria e de apoio técnico.

78
A proteção, conservação e restauração dos fragmentos florestais do
estado de PE são elementos estratégicos para a garantia da qualidade
ambiental, seus bens e serviços decorrentes. Estas ações possibilitam,
por exemplo, a produção de água com qualidade e quantidade nos
corpos hídricos e consequentemente para todas as atividades humanas
da região.
O Programa apresenta vínculo direto com os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável - ODS, sobretudo as metas 6, 11, 13 e 15:
Meta 6.6: Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com
a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e
lagos.
Meta 11.7: Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos
seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres
e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência.
Meta 13.1: Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos
relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países.
Meta 15.1: Até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso
sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e
seus serviços, em especial florestas, zonas úmidas, montanhas e terras
áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos
internacionais
Meta 15.2: Até 2020, promover a implementação da gestão sustentável
de todos os tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar
florestas degradadas e aumentar substancialmente o florestamento e o
reflorestamento globalmente
Meta 15.b: Mobilizar recursos significativos de todas as fontes e em todos
os níveis para financiar o manejo florestal sustentável e proporcionar
incentivos adequados aos países em desenvolvimento para promover
o manejo florestal sustentável, inclusive para a conservação e o
reflorestamento.

Para atender os objetivos do Programa de Reflorestamento, a Semas-PE


adotou como estratégia a abertura de Editais de chamamento público
para financiamentos de projetos que promovam a sustentabilidade
ambiental e o fortalecimento local dos produtores rurais e territórios.
Assim destacam-se os seguintes editais:
Edital Fema 01/2021:
Edital com o objetivo de financiar projetos que apoiem ações para
promover a restauração florestal de áreas degradadas ou em processo
de degradação em áreas de nascentes a partir de implantação de
Sistemas Agroflorestais (SAFs) nos Biomas Caatinga e Mata Atlântica. O
edital contou com um total de recursos de R$ 1.800.000,00 (um milhão e
oitocentos mil reais), dividido em igual proporção para financiar projetos
nos biomas Mata Atlântica e Caatinga e foi financiado pelo Fundo
Estadual do Meio Ambiente de Pernambuco - FEMA - PE.

79
Edital Fema 02/2021:
Edital com o objetivo financiar projetos que apoiem ações para promover
a implantação de viveiros florestais municipais no âmbito do Programa
de Reflorestamento de Pernambuco. Destinado exclusivamente aos
municípios com até 600 mil habitantes, o edital contou com um total de
recursos de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais), oriundos
do Tesouro Estadual e do FEMA, que de destinou a executar até 36
(trinta e seis) projetos de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Edital Fema 03/2021:
Edital com o objetivo financiar projetos de articulação, estruturação e
fortalecimento de rede de mulheres produtoras, coletoras e guardiãs
de sementes nos Biomas Caatinga e Mata Atlântica de Pernambuco.
O edital contou com um total de recursos de R$ 731.250,00 (setecentos
e trinta e um mil, duzentos e cinquenta reais), para financiar 4 (quatro)
projetos promovam a articulação, a estruturação e o fortalecimento de
rede de mulheres produtoras de sementes, sendo dois por bioma, com o
intuito de fomentar a produção/coleta, distribuição e comercialização de
sementes nativas para garantir a biodiversidade dos agroecossistemas e
florestas.
Edital Fema 04/2021:
Edital com o objetivo financiar projetos que apoiem ações para promover
a implantação de viveiros florestais municipais. O edital configura-se numa
extensão das ações já iniciadas no Edital Fema 01/2021, e contou com um
total de recursos de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), destinados a
execução de 12 (doze) projetos de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)
em municípios com até 600 mil habitantes.
Edital de Nascentes 01/2022:
Edital com o objetivo financiar projetos e ações integradas de promoção
da restauração e conservação florestal de áreas degradadas ou em
processo de degradação em áreas de nascentes ou corpos hídricos em
propriedades rurais, aliadas à educação ambiental e ao desenvolvimento
de atividades produtivas que possibilitem alternativas de geração de
renda ao produtor rural. Edital exclusivo para entidade sem fins lucrativos,
que conta com um total de recursos de R$ 11.760.000,00 (onze milhões,
setecentos e sessenta mil reais), para financiar até 21 (vinte um) projetos
de R$ 560.000,00 (quinhentos e sessenta mil reais).

Antes Depois

80
PERNAM
BUCO

UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
DO ESTADO DE PERNAMBUCO
As Unidades de Conservação (UCs) em Pernambuco são espaços
imprescindíveis na preservação da biodiversidade e manutenção dos
serviços ecossistêmicos. Além da beleza cênica peculiar, as UCs são
grandes aliadas na proteção dos biomas da Caatinga e Mata Atlântica,
garantindo a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Atualmente, Pernambuco possui 90 Unidades de Conservação estaduais,


sendo 43 unidades de proteção integral e 47 de uso sustentável. Destas,
73 unidades são de gestão pública e 17 são Reservas Particulares de
Patrimônio Natural - RPPNs. Regidas pelo Sistema Estadual de Unidades
de Conservação - SEUC, instituído pela Lei n° 13.787, de 08 de junho de
2009, as UCs representam um avanço na trajetória da política ambiental.

Por isso, para cumprir com os seus objetivos de criação, necessitam de


instrumentos de apoio à gestão.

Em razão das UCs estarem sobrepostas ou próximas às áreas prioritárias


para a conservação da biodiversidade, são poucas as que possuem
planos de manejo e/ou conselhos gestores. Desta forma, o Programa

81
UC Pernambuco surgiu como uma oportunidade de mudança na
perspectiva de efetivação de instrumentos de gestão que possibilitasse
a preservação e conservação da biodiversidade, visando uma gestão
socialmente justa, participativa e efetiva.

Lançado em abril de 2021, o Programa é uma iniciativa do Governo


do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas) e da Agência Estadual de Meio Ambiente
(CPRH), tendo como objetivo a promoção de soluções integradas no
que diz respeito à gestão ambiental das Unidades de Conservação
estaduais. Objetivamente, o Programa UC Pernambuco visa a
realização de estudos e proposições relacionadas a 47 Unidades de
Conservação, ao longo de 35 municípios.

Assim, o Estado passará a ter 63,01% das UCs de gestão pública com
seus respectivos Planos de Manejo, e 93,1% dessas unidades terão seus
conselhos gestores. O valor estimado do Programa é de R$ 4.774.023,46,
e está sendo executado pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco -
ITEP/OS e instituições parceiras.

Inserido no Programa UC Pernambuco, está o projeto “Elaboração de


Estudos Ambientais e Instrumentos de Inovação para a Gestão Ambiental
e Conservação da Biodiversidade em Unidades de Conservação de
Pernambuco”. Ele tem o desafio de formular e implementar, de maneira
técnica, participativa, integrada e massiva, instrumentos que sirvam de
forma eficiente à gestão das UCs.

82
A Figura 1 mostra a espacialização das unidades de conservação
contempladas com o projeto. Na imagem, é possível perceber a
sobreposição delas nas áreas prioritárias para a conservação da
biodiversidade, o que justifica a importância da implementação dos
instrumentos de gestão dos recursos naturais.

A metodologia empregada contempla um vasto estudo e análise do


arcabouço legal das UCs, e instrumentos de ordenamento territorial e
planos diretores municipais, dentre outros documentos importantes
e peculiares aos territórios e categorias dessas áreas protegidas. As
informações necessárias estão sendo obtidas pela coleta de dados
primários e secundários, e consultas nas principais plataformas de
pesquisas, como Scielo, Periódicos CAPES, Google Acadêmico, BDTD
- Biblioteca Digital Brasileira de Dissertações e Teses e plataformas de
biodiversidade.

A etapa de elaboração dos diagnósticos socioambientais ocorre com


base na complementaridade entre a realização dos trabalhos técnicos de
levantamento, sistematização de informações e trabalho de participação
social, a partir do qual serão incorporadas ao processo as visões e
contribuições da sociedade.

As principais atividades participativas do projeto ocorrem a partir de


eventos virtuais, com webinars temáticos, e os eventos presenciais, com
oficinas de diagnósticos socioambientais, composição de conselhos
gestores e zoneamento, além de seminários de socialização dos planos
de manejo.

83
Já os principais produtos a serem elaborados são 37 Estudos de
Diagnósticos Socioambientais (sendo 4 relatórios de revisão e 2
atualizações), 6 Estudos de Diagnóstico de APAs Estuarinas, 36 Minutas
de Instrumento de criação/revisão dos Conselhos Gestores, 37 Planos
de Manejo, 4 revisões de Planos de Manejo, 1 Plataforma de Gestão
com monitoramento remoto dos fragmentos florestais e proposta de
Corredores Ecológicos. Em paralelo às atividades, será implementada
uma plataforma de gestão para as UCs

A figura abaixo mostra o registro de algumas vivências durante as


oficinas de diagnósticos socioambientais participativos. Nessas oficinas
foram utilizadas técnicas como mapa falado, além de ter sido trabalhado
questões chaves sobre os propósitos, significâncias, recursos e valores
fundamentais das UCs.

Registro fotográfico de momentos vivenciados durante as oficinas de diagnósticos


socioambientais participativos: a) Agrupamento Metropolitano Norte, b) Agrupamento
Aldeia Beberibe, c) Agrupamento Canal de Santa Cruz, d) Agrupamento SUAPE, e)
Agrupamento Metropolitano Oeste, e f) Agrupamento Metropolitano Sul.

84
PERNAM
BUCO

PERNAMBUCO
NO COMBATE
ÀS MUDANÇAS DO CLIMA
O Plano de Descarbonização de Pernambuco, que prevê zerar a emissão de
gases poluentes no estado, foi criado pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade – Semas PE, e apresentado à sociedade na Conferência
Internacional de Resíduos Sólidos – a Cirsol, que aconteceu em Março
de 2022, no Recife. No evento, foram apresentados os caminhos, metas,
e soluções sustentáveis para a implantação do Plano, que contém uma
política pública pioneira na área de meio ambiente, visando desenvolver
uma economia limpa para o estado.

O conjunto de ações observa quatro eixos estratégicos: Energia e Indústria,


Transporte, Resíduos – esse responsável por quase 30% da emissão de
gases de efeito estufa de Pernambuco -, e por fim o AFOLU (Agricultura,
Florestas e Uso do Solo).

O plano coloca Pernambuco dentro de uma política pública eficiente


que visa neutralizar a emissão de gases de efeitos estufa. É também
uma decisão política de governo, determinando que Pernambuco e
cada estado, precisam contribuir para reverter o processo de mudanças
climáticas.

85
Assim, o Plano de Descarbonização de Pernambuco (PDPE) é uma
estratégia para alcançar a neutralidade das emissões de Gases de Efeito
estufa (GEE) até 2050, apontando metas, prazos e ações para mitigação
destas emissões no estado. O Plano traz 12 medidas divididas entre os eixos
de Energia & Indústria, Transporte, Resíduos e AFOLU (agricultura, floresta
e mudança do uso do solo). Para cada medida foram estabelecidas metas
de curto, médio e longo prazo, além de ações para sua implementação.

CRESCIMENTO ECONÔMICO E
BEM-ESTAR COM A DESCARBONIZAÇÃO

6% maior
O PIB acumulado no cenário
de descarbonização
350

R$20 bilhões a mais 300

PIB (Bilhões R$)


A projeção do PIB de PE em 2050 250
no cenário de descarbonização
200

R$30 bilhões a mais 150


2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2 050
O consumo das famílias de PE em
2050 no cenário da descarbonização Descarbonização Linha de Base

Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)


A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), com o
apoio do projeto Pegada Climática da Coalizão Under 2, e do Fórum
Pernambucano de Mudança do Clima, elaborou o primeiro inventário
de gases de efeito estufa do estado. Este inventário foi lançado em
novembro de 2019, durante a Conferência Brasileira de Mudança do
Clima, em Recife, e analisou as emissões nos setores: AFOLU (agricultura,
floresta e outros usos do solo), energia estacionária, transporte, indústria
e resíduos, no período de 2015 a 2018.

Pernambuco planeja ter seu inventário atualizado a cada dois anos,


a iniciativa constitui uma ferramenta importante para entender a
contribuição do Estado nas emissões de gases de efeito estufa global,
no acompanhamento do progresso das metas de redução de emissões,
na implementação de ações para as regiões e setores mais urgentes e
contribui no monitoramento da redução de emissões.

86
PERNAM
BUCO

AMBIENTE+
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NAS ESCOLAS DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL
A Educação Ambiental deve estar presente de forma articulada em todos
os níveis e modalidades de educação e em áreas de gestão do Estado.
Para atingir esse desafio de propagar as linhas de ação e conteúdos
voltados para a educação ambiental, fazendo com que ela alcance o
maior número possivel de municípios de Pernambuco, a Secretaria de
Meio Ambiente e Sustentabilidade, em parceria com a Secretaria de
Educação e Esportes e a Agência CPRH, criaram o Programa Ambiente +.

Trata-se de uma plataforma digital acessível pela internet para


cadastramento e monitoramento de escolas, educadores, projetos e
conteúdo de educação ambiental a serem desenvolvidos nas escolas.

O objetivo é garantir a efetividade da política de educação


ambiental do estado, instituída pela Lei nº 16.688/2019, atingindo
o maior número possível de escolas estaduais de tempo integral,
apoiando alunos, gestores e professores com uma proposta
inovadora, voltada para projetos na área de educação ambiental.

87
A Ambiente+ constitui-se como um instrumento
garantidor da Política Estadual de Educação
Ambiental (PEAPE), tendo como objetivos
fundamentais, a ampliação das ações de educação
ambiental, assim como o fortalecimento da ação
interinstitucional e interativa em educação ambiental.
Neste primeiro momento de funcionamento do
Programa, estão participando 66 projetos inscritos,
abrangendo as 16 Gerencias Regionais de Educação,
distribuidos em 43 municípios, envolvendo
educadores, professores e alunos da rede pública
estadual.

A Plataforma do Ambiente+ pode ser acessada via


computador, celular ou tablet, desde que conectados
na internet, e inclui toda a acessibilidade digital
necessária para os usuários. A meta inicial é de que a
Ambiente+ alcance 67 mil estudantes de todas as 186
escolas de tempo integral de Pernambuco. Porém,
o projeto tem potencial de ser universalizado para
toda a rede estadual de ensino, passando a atingir
cerca de 700 mil alunos.

88
PERNAM
BUCO

ZATAN ZONEAMENTO
AMBIENTAL TERRITORIAL
DE ATIVIDADES NÁUTICAS
A Política de Gerenciamento Costeiro tem como um de seus princípios
norteadores a gestão integrada da zona costeira. E é o que vem sendo
implementado em Pernambuco em conexão com outras políticas
públicas, especialmente com a Política de Mudança do Clima, uma
vez que o Estado é considerado pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas – IPCC como um “hotspot” mundial em relação ao
tema.

Nesse sentido, buscando a implementação de políticas públicas que


estivessem inter-conectadas, e considerando o processo de intensificação
da crise climática, foi elaborado o Zoneamento Ambiental Territorial de
Atividades Náuticas (ZATAN) do Estuário do Rio Formoso, na APA de
Guadalupe, que estabelece medidas de promoção ao desenvolvimento
socioeconômico da região, em harmonia com o turismo sustentável e
a conservação da biodiversidade do ambiente marinho e costeiro na
Área de Preservação Ambiental (APA) de Guadalupe, no litoral sul de
Pernambuco.

89
Elaborado de maneira participativa, o
zoneamento e o estabelecimento das
suas regras, contou com o entendimento
de que era preciso compreender as
interações entre território, natureza
e atividades. Assim, foi realizado um
diagnóstico preliminar da área, a partir
de um mapeamento participativo e da
sensibilização dos atores envolvidos. Em
seguida, houve a construção da proposta,
de modo que as diretrizes do zoneamento
fossem pactuadas com todos os atores.

Após o pacto do zoneamento, realizado


em audiência pública, e sua posterior
aprovação no Conselho Estadual de
Meio Ambiente (CONSEMA), o ZATAN foi
finalmente instituído a partir do decreto
nº 50.049/2021, que prevê diversas regras
para as atividades náuticas recreativas,
turísticas e pesqueiras no território,
trazendo detalhes das ações permitidas,
toleradas, proibidas e incentivadas em
todo a região do estuário, das praias, do
ambiente marinho e recifal.

Durante a implementação desse


importante instrumento, foi desenvolvido
um estudo técnico sobre a capacidade de
carga na região do rio Formoso, nas praias
dos municípios de Tamandaré, Sirinhaém e
na Ilha de Santo Aleixo, definindo normas
para o ordenamento do turismo náutico,
baseadas em cálculos e indicações sobre
o número de pessoas, embarcações,
atividades de recreação e de turismo que
os ambientes são capazes de suportar
sem comprometer às suas características
naturais para seguirem vivos e saudáveis.

Destaca-se que o ZATAN é


atrelado à gestão espacial
integrada e faz parte de
um conjunto de políticas
públicas que zelam pela
conservação do meio
ambiente e desenvolvimento
socioeconômico dos atores
locais, em harmonia com a razão de
ser de uma APA, enquanto unidade de
conservação de uso sustentável.

90
PERNAM
BUCO

GESTÃO ESTADUAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
PERNAMBUCO TRABALHA PELO
ENCERRAMENTO DOS LIXÕES
A meta do Governo de Pernambuco de neutralizar a emissão de carbono
no estado até 2050, na qual estão sendo colocadas em prática 12 medidas
estratégicas que envolvem os eixos de Energia & Indústria, Transporte,
AFOLU (agricultura, floresta e mudança do uso do solo) e Resíduos
Sólidos.

Neste último, o governo de Pernambuco, através da Secretaria de Meio


Ambiente e Sustentabilidade, tem focado no incentivo à redução de
desperdício alimentar, à compostagem, ampliação da coleta seletiva e
reciclagem, fim dos lixões no estado e na exigência de aterros sanitários
com recuperação de biogás/biometano.

Com relação à destinação dos resíduos gerados no território


pernambucano, 177 municípios de Pernambuco, além de Fernando de
Noronha, enviam seus resíduos sólidos urbanos (RSU) para aterros sanitários
licenciados ambientalmente, o que corresponde a 94,6% das localidades.
Em termos populacionais, cerca de 96,84% dos habitantes, moram em
municípios atendidos por coleta e destinação final adequadas (aterros
sanitários) e somente 3,16% deles residem em cidades cuja destinação
final é inadequada (com a presença de lixões).

91
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
(Semas/PE) é responsável pela implementação
da Política Estadual de Resíduos Sólidos, o
que torna obrigatória a observância, pela
Administração Pública Direta e Indireta do Estado
de Pernambuco, do Plano Estadual de Resíduos
Sólidos.

usina geração de biogás As principais ações desenvolvidas pela Semas,


por meio da sua Superintendência de Resíduos
Sólidos, de forma a garantir a implementação
da política e a gestão dos resíduos, conforme
prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
merecem destaque:

– Coordenação dos Fórum Pernambucano


de Resíduos Sólidos e do Comitê Estadual de
Resíduos Sólidos de Pernambuco – CERS/
PE, com realização de plenárias tendo como
convidadas organizações da sociedade civil,
como o Fórum Lixo e Cidadania – FLIC.

– Elaboração do Plano Estadual de Combate ao


Lixo do Mar em Pernambuco, voltado para todos
os municípios costeiros. A iniciativa conta com o
apoio da Agência de Cooperação Internacional
(GIZ) e do Ministério Federal do Meio Ambiente,
Proteção da Natureza e Segurança Nuclear
(BMU) da Alemanha.

– Elaboração de uma nova edição do Manual


para Destinação: Orientação para o consumidor
sobre como e onde destinar os seus resíduos
sólidos em Pernambuco, numa parceria com a
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e
Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj.

– Coordenação da elaboração dos Planos


Intermunicipais de Resíduos Sólidos – PIRS,
entregues em 2017 aos prefeitos e gestores
municipais, durante seminários regionais
realizados nos seguintes municípios-sede:
Salgueiro, Arcoverde, Garanhuns, Caruaru,
Tamandaré e Ouricuri.

Aterro sanitário
92
PIAUÍ

O estado com o menor litoral do país, o Piauí hoje é um estado que busca sua
modernização na área ambiental. Isso advém do fato que o estado passou recentemente
por uma revisão de normativas voltadas ao licenciamento, outras voltadas à gestão
florestal, proteção de barragens e de fiscalização ambiental, culminando num processo
mais fácil e claro para todos os interessados. Afinal, a modificação das legislações
ambientais foi, sem restar lugar a dúvidas, o principal passo para que o sistema de
gestão informatizado fosse implementado no Estado.

• Logística Reversa
• SIGA - Programa de Modernização

93
PIAUÍ

PROGRAMA DE
LOGÍSTICA REVERSA
DE EMBALAGENS NO
ESTADO DO PIAUÍ
O Programa de Logística Reversa de Embalagens no Estado do Piauí,
como forma de atendimento a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(Lei Federal n° 12.305/2010) e o Decreto Federal n° 10.336/2022 traz o
Piauí como vanguardista na elaboração de uma norma voltada a esse
tema.
O Decreto Estadual n° 20.498-2022, que regulamenta o programa traz
informações para a implementação, estruturação e operacionalização
da logística reversa de embalagens (vidro, papel, papelão, plásticos
e metais), independente do serviço público de limpeza pública e de
manejo dos resíduos sólidos.
O Decreto de Logística Reversa surge da preocupação do Estado
em atender a legislação federal e determinado pela própria vice-
governadoria como uma política de governo, que envolve o
fechamento de lixões, incentivo da instalação de aterros e a geração
de renda por meio da reciclagem, de modo a organizar a cadeia de
resíduos sólidos no Estado e dar destaque ao papel do catadores e
a geração de renda e implementar de vez o conceito de economia
circular dentro do processo por meio das prefeituras e iniciativas
privadas.
A publicação do Decreto e a cobrança por parte dele de um Plano de
Logística Reversa a ser apresentado a cada ano, prazo de 31 de março,
com caráter autodeclaratório.

94
O plano de logística reversa deve incluir: a qualificação da entidade
gestora, uma breve descrição da logística reversa; a qualificação das
empresas aderentes e dos operadores logísticos; as metas progressivas
e quantitativas; descrição do apoio e estruturação de cooperativas
e associações de catadores e, por fim, a descrição do plano de
comunicação contemplando a realização de campanhas de divulgação
sobre a importância da participação dos consumidores e dos demais
agentes envolvidos nos sistemas de logística reversa e no ciclo de vida
dos produtos.
A partir destas informações é que se dará o processo de homologação
que envolve a verificação de documentos obrigatórios, a auditoria de
operador logístico, a validação de comprovante de origem seguido da
comprovação junto a receita federal e do registro junto ao verificador.
A cobrança do Plano de Logística embora recente tem um aspecto
social importante do fortalecimento da classe dos catadores, além de
uma característica fiscal sendo futuramente utilizada como critério de
incentivo fiscal plena Secretaria
de Fazenda do Piauí (SEFAZ),
além da obrigatoriedade dentro
do licenciamento ambiental das
demandas voltadas aos resíduos
sólidos.
Futuramente, há a intenção de
tornar o processo totalmente
informatizado por meio da
Plataforma SIGA- Sistema
Integrado de Gestão Ambiental no
âmbito da SEMAR.
RESULTADOS ALCANÇADOS
No Piauí, 17 planos assumiram o
eletroeletrônicos e compromisso de recolher esta
eletrodomésticos quota. Integram estes planos, nove
organizações civis de catadores
indústrias de bebidas
divididas em cinco municípios do
indústria de óleo vegetal estado - Teresina, Manoel Emídio,
Piripiri, São Raimundo Nonato e
papel e papelão Parnaíba - com capacidade de
triagem somada de 4.656 tonelada
plástico
ao ano e oito entrepostos locais,
aço e metais também conhecidos como
atravessadores, sendo sete em
medicamentos Teresina e um em Floriano, com
capacidade de triagem somada de
2,496 tonelada ao ano.
Foram identificadas ao todo 3.699 empresas que enviaram o plano de
logística no Piauí. Há ainda cinco planos em processo de prospecção de
cooperativas e dois planos em processo de prospecção de entreposto. As
empresas certificadoras são dos mais diversos seguimentos - materiais
de higiene pessoal; reciclagem de eletroeletrônicos e eletrodomésticos;
indústrias de bebidas; de óleo vegetal; papel; papelão; plástico; aço;
metal e, ainda, logística específica para medicamentos.
95
PIAUÍ

PROGRAMA DE
MODERNIZAÇÃO
DA SECRETARIA DE ESTADO DO
MEIO AMBIENTE E RECURSOS
HÍDRICOS DO PIAUÍ
O Sistema Integrado de Gestão Ambiental e Recursos Hídricos – SIGA,
foi instituído no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Piauí como forma de dar celeridade e transparências
aos processos de licenciamento ambiental e recursos hídricos no Estado.

É importante destacar que o SIGA, diferente dos sistemas adotados pela


maioria dos órgãos ambientais, é um sistema concebido e mantido pelo
próprio quadro de auditores da SEMAR o que facilita eventuais ajustes
que se façam necessários, dentre outras vantagens.

Além disso, ele é, de fato, um sistema integrado. Isso significa que todo
o procedimento administrativo transcorre num mesmo ambiente virtual,
desde a orientação, passando pelo protocolo e pela análise técnica, até o
atendimento das condicionantes das licenças e outorgas.

Assim, a Secretaria passou nesses últimos anos 2021-2022 por um


processo chamado de PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO, que trouxe
além da revisão de normativas voltadas ao licenciamento, outras voltadas
a gestão florestal, proteção de barragens e de fiscalização ambiental
culminando num processo mais fácil e claro para todos os interessados.

96
Pautado em instruções recentes, o Sistema traz a segurança, transparência
e celeridade tanto criticada dentro do procedimento de licenciamento
ambiental na maioria dos Estado, sendo grande parte dos protocolos
realizados por vezes fora do horário do expediente e dos mais diferentes
lugares do Estado/ Brasil.

A facilitação quanto ao upload de documentos, e a diminuição


considerável de papel sendo toda comunicação com o requerente por
endereço eletrônico já aponta a Semar uma economia visível de papel
e uma diminuição de processos físicos que estão sendo esvaziados aos
poucos e outros digitalizados como maneira de tornar a Secretaria o mais
digital possível.

O sistema permite ainda o alinhamento com ferramentas de


geoprocessamento e tem ainda a intenção de criar um banco de dados
com todas as geolocalizações das atividades no Estado e desenvolver as
atividades de monitoramento ambiental no pós licença o mais brevemente
O SIGA se consolidou como uma ferramenta de modernização e dentro
de um ano de funcionamento podemos destacar uma maior celeridade
dos processos, sendo emitidos nesse período cerca de 4100 documentos,
incluído outorgas e licenças ambientais, ou mesmo pareceres técnicos, o
que é um número considerável para o tempo de implementação.

O Sistema assim como o licenciamento possui um caráter dinâmico que


demandam de infraestrutura de redes e suporte técnico especializado
que são um dos maiores gargalos para a implantação de outros módulos
em curto espaço de tempo.

Evento de lançamento do Programa de Modernização da SEMAR

97
O antes e o depois
A modificação das legislações ambientais foi sem dúvidas o principal
passo para que o sistema de gestão informatizado fosse implementado
no Estado,

1.Clareza quanto ao enquadramento das atividades em especial as de


energias renováveis, com grande avanço no Piauí,

2.Facilidade quanto à definição do estudo ambiental a ser apresentado


por meio de termos de referências únicos e não por atividade como antes,

3. Definição das atividades e intervalos destinados ao licenciamento


municipal

Foram pontos essenciais para o lançamento de um sistema voltado para


o avanço do licenciamento ambiental no Estado acompanhado de outros
voltados à gestão florestal e ainda ao trâmite do procedimento dentro do
órgão desde do seu protocolo até a emissão da licença ambiental.

E se pensar que antes os processos eram protocolados fisicamente e


passavam por todo o processo de análise, emissão de pareceres e licenças
emitidas demorando por meses todo o processo, hoje destacamos as
dispensas de licenciamento, por exemplo, que são grandes demandas
do Governo do Estado demoram cerca de 3 dias para serem emitidas.
Além de uma economia visível do uso de papel, com pareceres e licenças
disponibilizadas no próprio sistema.

Fora a facilidade de abertura de processo que antes se limitava ao horário


do protocolo, e hoje pode ser feito de qualquer lugar do mundo e horário
fazendo com a SEMAR esteja 24 horas disponível para o interessado sem
ter gasto de energia e força de trabalho extras.

Resultados alcançados
Em quase um ano de funcionamento, já foram emitidas 2510 dispensas
de licenciamento ambiental , o que corresponde a mais de mais de 90%
dessa categoria, sendo essas grandes demandas do próprio governo.

O sistema conta hoje com cerca de 1400 usuários ativos em todo o Brasil
que protocolam e acompanham seu processo recebendo notificações
em tempo real desde da tramitação até a emissão da licença por e-mail,
dos 6053 processos protocolados, sendo que 98,3% foram realizados
pelo próprio interessado, sendo destes mais de 50% (2459 processos)
protocolados fora do expediente.

98
RIO GRANDE
DO NORTE
Em sua capital Natal, a Cidade do Sol, está localizado o Parque das Dunas, o segundo
maior parque urbano do país, o que faz com que a interação do povo potiguar com a
conservação ambiental seja uma pauta sempre presente na discussão política do Estado.
A presença da política de educação ambiental é também movimento norteador para
o estado, afinal o turismo no RN é realizado em sua maioria em áreas de proteção
estaduais e, de igual modo, a necessidade de formação da população local sobre a
temática é levada a sério pela gestão ambiental do Estado.

• CMEA - Comitês Municipais de Educação Ambiental


• Aplicativo IDEMA.
• Grupo De Trabalho Movimentos Sociais e Energia
• Reservas Particulares do Patrimônio Natural

99
RIO GRANDE
DO NORTE

CMEA - COMITÊS
MUNICIPAIS DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Da responsabilidade da equipe da Subcoordenadoria de Planejamento e


Educação Ambiental (SPEA) do IDEMA e de parceiros convidados quanto
ao seu fomento e criação, o Projeto de Formação dos Comitês Municipais
de Educação Ambiental (CMEA) é um grupo composto por cidadãs e
cidadãos que, de maneira voluntária, decidiram participar e se engajar
nas discussões e ações para a promoção da Educação Socioambiental no
município em que vivem.

O objetivo da criação e implantação dos CMEAs é fomentar e estimular


discussões e atividades que promovam a reflexão sobre os princípios e
fundamentos da prática em Educação Socioambiental, na construção
de escolas e municípios sustentáveis, por meio da criação de Comitês
Municipais de Educação Ambiental, objetivando o fortalecimento e
o enraizamento de práticas de educação ambiental no estado do Rio
Grande do Norte, contribuindo para criação e/fortalecimento das Políticas
Municipais de Educação Ambiental.

Tais ações desenvolvidas juntos aos Comitês Municipais de Educação


Ambiental se compõe por diagnósticos, reuniões de articulação, de

100
monitoramento e avaliação, cursos de formação, oficinas, campanhas
e rodas de conversa nas modalidades presencial e virtual. A articulação
entre os CMEA’s e a equipe do IDEMA, responsável pelo projeto, ocorre
através da criação de grupos no WhatsApp, via e-mails, pelo site oficial,
bem como pelas demais redes sociais do IDEMA.

Dessa forma, destaca-se o efeito propagador que o projeto promove,


isto é, dos membros do CMEA agirem como multiplicadores das práticas
desenvolvidas pela própria equipe de educadoras do IDEMA para com
os membros dos Comitês Escolares e de todos os cidadãos do município
que, porventura, participem de ações socioambientais promovidas pelo
CMEA. Assim, no que se refere ao aporte metodológico, este ocorre
por meio de processos formativos e informativos fundamentados
na pedagogia de Paulo Freire, à luz da Política Nacional de Educação
Ambiental (Lei 9795/99).

CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO
Através de consultas à Plataforma de Monitoramento e Avaliação de
Políticas Públicas de Educação Ambiental da Articulação Nacional de
Políticas Públicas de Educação Ambiental (ANPPEA), bem como com o
diálogo com os órgãos municipais de meio ambiente e educação e de
representantes de comunidades escolares e organizações da sociedade
civil que, em janeiro de 2021, o IDEMA iniciou a implantação do CMEA,
com a realização de um diagnóstico para identificar as ações, projetos e
políticas públicas no campo da Educação Ambiental nos municípios do
Rio Grande do Norte.

Ainda no 1º semestre de 2021, foram realizadas reuniões e encontros


virtuais com gestores municipais da educação e do meio ambiente,
para apresentação da proposta do projeto e adesão voluntária pelos
municípios. No 2º semestre deste mesmo ano, deu início a criação
dos primeiros comitês municipais e as formações presenciais e virtuais,
promovidas pela equipe de educadores/as ambientais da SPEA/IDEMA.

METAS

No que se refere as metas do CMEA, está a criação de 167 Comitês


Municipais de Educação Ambiental, sendo um por município, até o ano
de 2024. Cada CMEA tem como atribuição fomentar a criação de pelo
menos 1 Comitê Escolar de Educação Ambiental tendo como público
prioritário as comunidades de escolas públicas do município, visando a
formação da Rede Estadual de Educação Ambiental do Rio Grande do
Norte.

101
RESULTADOS

Quanto aos resultados, até o momento, 69, dos 167 municípios do Rio
Grande do Norte, aderiram ao projeto com a criação de seus Comitês
Municipais, sendo 6 (cidade de Afonso Bezerra, Lagoa Nova, Parnamirim,
Pedro Avelino, Rodolfo Fernandes e São Paulo do Potengi) destes
oficializando a criação de seus comitês escolares, totalizando dessa
maneira 58 CMEA’s, com 12 em processos de oficialização.

Para se atingir estes resultados, primeiramente, em 2021, foi realizado o


diagnóstico do estado da arte da educação ambiental no RN, com 2.495
questionários respondidos por professores, gestores escolares e gestores
de meio ambiente. Também foram realizadas 4 Rodas de Conversa com
os gestores das secretarias de educação e meio ambiente e 8 turmas do
I Encontro Virtual, para fazer a 1ª apresentação do projeto aos gestores
escolares, professores e demais possíveis membros dos comitês.

No ano de 2022, foram realizadas 29 turmas de minicursos que trataram de


temas como: o papel do Comitê e a prática da educação socioambiental;
a prática da educação ambiental e a sustentabilidade socioambiental;
as metodologias participativas na perspectiva das tecnologias e da
cultura; a educação ambiental e afetividade, dentre outros. Além disso,
foram igualmente realizadas 12 reuniões presenciais de articulação com
os municípios para apresentação da proposta de criação e 13 reuniões
de monitoramento e avaliação dos Comitês para identificação e
acompanhamento de seu funcionamento, seus avanços e dificuldades.

Foram elaboradas cinco linhas de ação para cumprir os objetivos deste


plano, com atuação das instituições em todo o território do Rio Grande
do Norte, e ênfase estratégica de nos municípios e territórios em que
se identifica maior incidência de queimadas e incêndios florestais. Para
cumprimento dos objetivos, foram elaboradas 5 (cinco) linhas de ação:
Prevenção; Monitoramento; Fiscalização; Investigação e Ações de
resposta ao evento adverso.

102
RIO GRANDE
DO NORTE

APLICATIVO IDEMA
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

O aplicativo do IDEMA-RN objetiva suprir e atender a três frentes de


grandes impactos diante de seus propósitos para a sociedade.
Nesse sentido, visando proporcionar aos empreendedores um melhor
acompanhamento das demandas no qual estão vinculados que o
aplicativo notifica aos interessados qualquer ocorrência que venha a
acontecer nos seus processos. Assim, o IDEMA-RN permite atender
a eventuais solicitações, através de um canal de comunicação direto,
registrando as trocas de mensagem nos autos dos processos, o que por
conseguinte permite uma maior celeridade dos processos, pois a ausência
de resposta às solicitações é o principal fator de atraso no licenciamento
ambiental.
Desenvolvido pelo setor de Tecnologia da Informação do Instituto, o
aplicativo está disponível para aparelhos Android através da Play Store de
forma gratuita. A ferramenta tem por base os princípios da transparência,
economicidade e segurança jurídica, de modo que seu aprimoramento
passou por uma série de testes para garantir que o usuário possa obter
uma melhor experiência.

103
O aplicativo IDEMA-RN também permite que sejam feitas denúncias de
eventuais crimes ambientais, de forma que a informação seja destinada
ao setor de fiscalização por meio de ferramentas de georreferenciamento,
o que agiliza as medidas necessárias para reduzir os danos ambientais.
De acordo com o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, "O aplicativo
potencializará a prestação de serviço do órgão. É possível acompanhar o
andamento dos processos de forma ágil e segura, inserir fotos, arquivos
em anexos e baixar licenças ambientais, por exemplo”.
Por fim, a nova ferramenta pode ser utilizada pela população para a
realização de denúncias. Quem se interessar pode reportar objetivamente
episódios sobre lixões, poluição sonora, desmatamento, construções
irregulares, aterros, queimadas, invasões de áreas protegidas,
empreendimento irregulares, entre outras irregularidades, anexando
fotos georreferenciadas.

104
RIO GRANDE
DO NORTE

GRUPO DE TRABALHO
MOVIMENTOS SOCIAIS
E ENERGIA
Atuando em cooperação com diversas Secretarias de Estado e sendo
coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio
Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) que o GT Movimentos
Sociais e Energia atua buscando ampliar o diálogo entre os diversos
setores da sociedade com o poder público acerca dos possíveis
impactos socioambientais gerados a partir da implantação e operação
de empreendimentos de energias renováveis.

Sua criação se deu por determinação da atual governadora do estado do


Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, em reunião com as Organizações
da Sociedade Civil e a comunidade acadêmica do Estado, realizada no dia
30 de maio de 2022. Tais representações sociais trabalham nas discussões
e na busca de soluções para o enfrentamento e mitigação dos possíveis
impactos negativos decorrentes da instalação de empreendimentos do
setor de energias renováveis.

A representação governamental no Grupo de Trabalho será exercida


pelos seguintes membros titulares:
I – do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte IDEMA;
II - da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos -
SEMARH;
III - da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca – SAPE;

105
IV - da Secretaria de Estado da Saúde Pública - SESAP
V - da Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade
Racial e dos Direitos Humanos -SEMJIDH;
VI - da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura
Familiar – SEDRAF;
VII - da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico – SEDEC;
VIII - da Secretaria de Estado do Turismo – SETUR;
IX - da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência
Social – SETHAS.
§ 2o A representação da Sociedade Civil no Grupo de Trabalho será
exercida pelos seguintes membros titulares:
X – do Serviço de Assistência Rural e Urbano da Arquidiocese de Natal;
XI – do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – FMCJS;
XII – do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST;
XIII –do Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP;
XIV –do Seridó Vivo;
XV – da Rede Manguemar;
XVI – da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras
Rurais Quilombolas – CONAQ;
XVII – da Articulação dos Povos e Organizações indígenas do Nordeste,
Minas Gerais e Espírito Santo – APOINME;
XVIII – da Academia.
Dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo, foram estruturados dois
subgrupos: (1) para o fomento a criação de Unidades de Conservação,
em que há a convergência e contribuição dos movimentos sociais e
Universidade, no sentido de sinalizar quais são os locais prioritários para a
efetivação dessas unidades. Essas discussões já resultaram na indicação
de uma área prioritária para a criação de unidade de conservação no
bioma caatinga, que está em fase de análise técnica pelo Núcleo de
Unidade de Conservação (NUC) do IDEMA-RN; (2) o de criação de
uma lista estadual de espécies ameaçadas de extinção, que irá auxiliar e
respaldar o órgão ambiental nos processos de licenciamento ambiental
futuros, redobrando os cuidados e os estudos ambientais nos locais em
que existem essas espécies.

Além disso, foi demandado pelos membros do GT a formalização deste


colegiado por meio de portaria governamental que, prontamente,
foi acolhida pelo governo. A minuta do documento foi construída
coletivamente pelos integrantes do Grupo de Trabalho e encaminhada
ao Gabinete Civil para as devidas providências. Com a legitimidade do
Grupo de Trabalho, espera-se fortalecer a participação social nos espaços
de diálogo e decisão, reafirmando o compromisso do estado com a
transição energética justa.

106
RIO GRANDE
DO NORTE

RPPNs RESERVAS
PARTICULARES DO
PATRIMÔNIO NATURAL
Em dezessete de fevereiro de 2022 foi publicado o DECRETO Nº 31.283,
que regulamenta as RPPNs estaduais. Motivado pela necessidade de
ampliar os número de unidades de conservação no estado, em especial
na caatinga.Dispondo sobre os critérios e o processo administrativo para
criação, implantação e gestão das Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN), no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte, bem como
institui o Programa Estadual de Apoio às RPPNs e dá outras providências.
A RPPN tem por objetivo a proteção e a conservação da diversidade
biológica e dos seus serviços ecossistêmicos, bem como a conservação
ou recuperação de paisagens naturais com relevante valor geológico,
biológico, ecológico, arqueológico, paleontológico, espeleológico,
histórico, cultural, estético, turístico e científico que justifiquem sua
criação.

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do


Rio Grande do Norte (IDEMA) dará prioridade aos requerimentos que
correspondam a imóveis inseridos em áreas prioritárias para a conservação
de ecossistemas e espécies, mosaicos de áreas protegidas, zonas de
amortecimento de unidades de conservação, mananciais, corredores
ecológicos e áreas suscetíveis à desertificação nos termos da Lei Estadual
nº 10.154, de 21 de fevereiro de 2017.

107
Em dezessete de fevereiro de 2022 foi publicado o DECRETO Nº 31.283,
que regulamenta as RPPNs estaduais. Motivado pela necessidade de
ampliar os número de unidades de conservação no estado, em especial
na caatinga.Dispondo sobre os critérios e o processo administrativo
para criação, implantação e gestão das Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPN), no âmbito do Estado do Rio Grande do
Norte, bem como institui o Programa Estadual de Apoio às RPPNs e
dá outras providências.

A RPPN tem por objetivo a proteção e a conservação da diversidade


biológica e dos seus serviços ecossistêmicos, bem como a conservação
ou recuperação de paisagens naturais com relevante valor geológico,
biológico, ecológico, arqueológico, paleontológico, espeleológico,
histórico, cultural, estético, turístico e científico que justifiquem sua
criação.
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do
Rio Grande do Norte (IDEMA) dará prioridade aos requerimentos
que correspondam a imóveis inseridos em áreas prioritárias para
a conservação de ecossistemas e espécies, mosaicos de áreas
protegidas, zonas de amortecimento de unidades de conservação,
mananciais, corredores ecológicos e áreas suscetíveis à desertificação
nos termos da Lei Estadual nº 10.154, de 21 de fevereiro de 2017.
A proposta do NUC é somar esforços com o estado na confecção dos
passaportes ambientais no processo de criação e/ou implementação
do decreto estadual de compensação ambiental e decreto de criação
de RPPNs estaduais e confecção por meio de eixos de atuação:

Este modelo de conservação onde as responsabilidades são


compartilhadas entre o poder público e o proprietário, vem se
refletindo em uma maior eficiência na efetivação das Reservas
Particulares do Patrimônio Natural no estado do Rio Grande do Norte,
quando comparadas às demais categorias de conservação.
De maneira geral, na maior parte dos países, especialmente naqueles
estados e municípios em expansão da suas políticas ambientais, a
implantação de Unidades de Conservação (UCs) esbarra na escassez
de recursos, na falta de vontade política e na deficiência na divulgação
e no entendimento do papel que essas áreas exercem na melhoria da
qualidade de vida das comunidades vizinhas.
Os altos custos necessários à ampliação de áreas protegidas reforçam
a importância das reservas privadas no cenário da conservação dos
recursos naturais em nosso estado e em todo o mundo. Reservas
Particulares do Patrimônio Natural sob abordagem estadual é uma
iniciativa que recentemente vem sendo adotada para facilitar o
processo de criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e
a criação destas unidades de conservação por parte do poder público
em outras escalas territoriais.

108
A medida está prevista no SNUC, que incumbe os níveis federal, estadual
e municipal como responsáveis pela criação de unidades de conservação
(BRASIL, 2006). Esta iniciativa também é contemplada no Plano Estratégico
Nacional de Áreas Protegidas PNAP (Decreto nº de 13 de abril de 2006)
onde são apresentados objetivos para maximizar a eficiência destes
espaços na conservação dos recursos naturais.

Um destes objetivos propostos é apoiar a implantação dos componentes


estaduais e municipais do SNUC, bem como adequar ao SNUC as
práticas e conceitos dos sistemas estaduais e municipais existentes.
Este documento propõe que sejam consideradas na criação de novas
unidades de conservação as áreas prioritárias para a conservação dos
biomas brasileiros (BRASIL, 2006).
Os resultados obtidos pelos Diagnósticos de Áreas Prioritárias justificam
o desenvolvimento de iniciativas alternativas que beneficiem atividades
de conservação ambiental estadual, principalmente nos ambientes
catingueiros. Vindo de encontro a esta problemática, Costa (2006)
considera que medidas de estímulo a iniciativas locais podem ter efeitos
significativos em se tratando de situações onde há necessidade do
desenvolvimento de estratégias conjuntas de conservação.

RESULTADOS

- Maior estímulo na confecção das RPPNs estaduais, gerando aumento


de áreas preservadas;
- Perpetuação de áreas de proteção ambiental através da criação de
RPPNs estaduais;
- Aumento da conservação ambiental em unidades;
- Desenvolvimento, estímulo e expansão das atividades geoturísticas;
- Apoio à criação de Unidade de Conservação;
- Direito da propriedade assegurado;
- Isenção do ITR – Imposto Territorial Rural para a área de RPPN.

109
SERGIPE
Na divisa entre o estado de Sergipe e o estado de Alagoas encontra-se a foz do
Rio São Francisco, o rio da integração nacional. Assim, não por um acaso Sergipe
concentra um grande potencial na gestão de seus recursos hídricos. Suas iniciativas
nessa seara são modelos a serem seguidos por todos os estados do país.
A vanguarda desse pequeno estado em território mas enorme em possibilidades
é a exemplificação de como o bom senso na administração pública pode fazer
diferença na vida das pessoas.

• Planejamento e Gestão Participativa


• Monitoramento do Volume de Água nos Reservatórios do Estado
• Monitoramento da Qualidade Das Águas
• Segurança de Barragens
• Licenciamento Ambiental e a Concessão de Direito de Uso de Recursos Hídricos

110
SERGIPE

PLANEJAMENTO E
GESTÃO PARTICIPATIVA

Com o crescimento da população sergipana e consequentemente o


desenvolvimento das cidades nas do final da década de 1980 e início dos
anos 90, os conflitos socioambientais pelo uso das águas se intensificaram,
sendo estes causados pelo uso da água, pelos impactos causados aos
recursos hídricos ou pelo controle sobre os recursos hídricos e dos
territórios abrangidos.
De um lado do conflito, os usuários de água demandando disponibilidade
de recursos hídricos para exercerem suas atividades. Do outro a sociedade
civil que tem nos corpos d’água seus ofícios e suas necessidades.
Nesse contexto e visando impedir a escassez da qualidade e quantidade,
atividades potencialmente poluidoras e degradantes e a má gestão dos
recursos hídricos, sem prejudicar o desenvolvimento socioeconômico e
o bem estar social, foi sancionada em 1995 a Lei N° 3.595, dispõe sobre a
Política Estadual de Recursos Hídricos, e institui o Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências. O primeiro
instrumento jurídico no estado de Sergipe sobre tal tema.
Em 1997 foi promulgada a “Lei das Águas”, a Lei Federal Nº 9.433, que
instituiu a lei federal de recursos hídricos, fazendo com que a Lei Estadual
Nº 3.595/95 fosse revista e adequada a Lei federal, o que resultou na
sanção da Lei Estadual Nº 3.870/97, em 25 de setembro de 1997.

111
Criação e Implementação da Política Pública (PP)
Com os desafios de superar e solucionar os conflitos sobre o uso da água
no estado de Sergipe objetivado a sanar tais problemas e disponibilidade
de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos, foi
criada e sancionada a Lei Estadual Nº 3.870 supracitada.
As condições necessárias para o sucesso dessa lei é a execução eficiente
da mesma e o diálogo transparente e democrático com os comitês de
bacias hidrográficas, alinhado com as deliberações do Conselho de
Recursos Hídricos e fiscalizações rígidas e frequentes, de modo que
envolva o poder público, a sociedade civil e os usuários de águas, visto
que toda a população do estado de Sergipe será impactada.
Na criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH) e do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos (CONERH) foi utilizada como metodologia
a gestão participativa para a composição dos membros dos mesmos,
para que funcionem em harmonia, de maneira a se complementarem e
se limitarem em suas ações, onde o CBH delibera em 1ª instância na área
da atuação de sua bacia hidrográfica e o CONERH delibera em segunda
instância, se necessário.
A criação dos CBH’s do estado de Sergipe tornou mais eficiente à
mediação dos conflitos pelo uso de recursos hídricos, visto que muitos
desses conflitos envolviam municípios distintos e as secretarias municipais
não podiam atuar sobre.
Os recursos financeiros necessários para a implementação dessa política
pública são oriundos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FUNERH,
que tem por objetivo assegurar os meios necessários a execução
das ações programadas do Plano Estadual de Recursos Hídricos, e de
contratos de repasse do Governo Federal, através da Agência Nacional
das Águas e Saneamento Básico – ANA, atualmente.
Descrição dos resultados
O estado de Sergipe encontra-se no 5º e último ano de contrato do
PROCOMITÊS, que foi firmado no ano de 2017, através do Contrato nº
082/2017 - ANA - PROCOMITÊS, de 29/12/2017.
Ocorreu no ano de 2021 a aquisição de kit de equipamentos (notebook,
projetor de multimídia, caixa de som, HD externo, passador de slide, etc)
para os 3 CBH’s para o funcionamento competente dos mesmos.
Ainda em 2021 ocorreu de forma satisfatória o processo eleitoral para os
novos representantes dos CBH’s e do CONERH e logo após o processo
eleitoral ocorreu também o curso de capacitação para estes novos
representantes.
Atualmente o estado de Sergipe conta com 3 CBH’s criados ( CBH do rio
Sergipe, CBH do rio Japaratuba e CBH do rio Piauí) e o CONERH aprovou
4 resoluções para a criação de mais 4 CBH’s no estado, na 74ª Reunião

112
Extraordinária: o CBH do Baixo São Francisco Sergipano, através da
resolução Nº55/2022; o CBH da Foz do São Francisco Sergipano, através
da resolução Nº56/2022; o CBH dos Afluentes do Rio Real em Sergipe,
através da resolução Nº57/2022; e o CBH dos Afluentes do Rio Vaza-
Barris em Sergipe, através da resolução Nº58/2022.

113
SERGIPE

MONITORAMENTO
DO VOLUME DE ÁGUA
NOS PRINCIPAIS
RESERVATÓRIOS DO
ESTADO DE SERGIPE
POR QUE MONITORAR?

As águas acumuladas nos principais reservatórios do Estado de Sergipe


são destinadas, basicamente, ao atendimento das demandas decorrentes
dos perímetros públicos irrigados e do abastecimento da população de
vários municípios do Estado.

O conhecimento do quantitativo de água acumulado nestes corpos


hídricos torna-se, pois, essencial para a tomada de decisão por parte dos
gestores, quando se considera os aspectos da segurança hídrica e da
segurança das barragens.

Em relação ao primeiro, a atividade de monitoramento ganha destaque


notadamente nos períodos de escassez hídrica, nos quais há a
necessidade de se planejar como se dará o uso da água armazenada
nos reservatórios, de modo a minimizar, o máximo possível, os impactos
negativos resultantes da estiagem.
Quanto ao segundo aspecto, o monitoramento permite acompanhar se
os níveis de água registrados acima da cota do vertedor podem vir a
comprometer a segurança das barragens.

114
OPERAÇÃO

O monitoramento diário do volume de água dos reservatórios foi iniciado


no segundo semestre de 2018, através de uma parceria com a Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A partir de 2019, iniciou-
se, com frequência semanal, a emissão do Boletim “Monitoramento dos
Volumes dos Reservatórios”, o qual é publicado no Portal de Recursos
Hídricos da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos e Meio Ambiente
(SEDURBS).

Além das cotas e volumes


úteis, são registrados no
boletim, os diversos estágios
(Normal, Atenção, Alerta e
Emergência), relativos aos
aspectos da segurança hídrica
e da segurança das barragens.

Níveis adotados nos Boletins para a


Segurança de Barragens e Hídrica

115
SERGIPE

MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DAS ÁGUAS
EM MANANCIAIS
SUPERFICIAIS E
RESERVATÓRIOS

POR QUE MONITORAR?

A Rede Estadual de Qualidade da Água (REQUA) foi criada em 2012 e


teve sua operação iniciada em janeiro de 2013, por meio da antiga
SEMARH, atualmente, SEDURBS. A REQUA tem como objetivo monitorar
a qualidade das águas de mananciais superficiais e reservatórios mais
demandados pelas solicitações da outorga de direito de uso dos recursos
hídricos, principalmente os destinados para abastecimento público. Por
intermédio desse acompanhamento, o órgão gestor de recursos hídricos
pôde conseguir fazer uma gestão mais eficiente, essencial para conceder
outorgas de direito de uso da água e realizar estudos e planos, entre
outras atividades.

116
OPERAÇÃO

Inicialmente, a REQUA foi composta por 77 estações, das quais 59


localizavam-se em rios e riachos e 18 em reservatórios, sendo analisados
34 parâmetros físicos, químicos e microbiológicos.
Atualmente, a REQUA é composta por 81 estações de monitoramento,
contemplando 62 rios/riachos e 19 reservatórios com análise de 45
parâmetros de qualidade de água. Realiza-se, ainda, medição de vazão
em pelo menos cinco mananciais superficiais, contemplados no âmbito
do Programa QUALIÁGUA da Agência Nacional das Águas e Saneamento
Básico - ANA. As campanhas de monitoramento são realizadas
trimestralmente, duas na estação chuvosa e duas na estação seca.

Das 81 estações de coleta de amostra de água que fazem parte da REQUA,


32 pontos coincidem com os da Rede Nacional de Monitoramento
de Qualidade da Água (RNQA), pelos quais o Estado, por repassar as
informações, recebe recursos financeiros, como estímulo à divulgação
aos dados de qualidade das águas. As informações decorrentes do
monitoramento estão armazenadas no HidroWeb, da ANA, e serão
integrados ao Sistema Nacional de Informação sobre Recursos
Hídricos (SNIRH). Dentro em breve, as informações também estarão
disponibilizadas no Portal de Recursos Hídricos, integrante do site da
SEDURBS.

Os parâmetros físico-químicos e microbiológicos são responsáveis


pela determinação de índices diagnósticos importantes para atestar a
qualidade das águas destinadas às mais diversas finalidades: Índice de
Qualidade de Água (IQA), Índice de Estado Trófico (IET) e a Razão de
Adsorção de Sódio (RAS). Para a determinação do IQA, nove parâmetros
são englobados: coliformes fecais, DBO5, pH, Nitrogênio Total, Fósforo
Total, Temperatura, Turbidez, Resíduos Totais, Oxigênio Dissolvido.

O IET trata da avaliação da qualidade da água quanto ao enriquecimento


por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo de algas
e cianobactérias, sendo determinado a partir das medidas de Fósforo
Totais ou Clorofila α. O RAS, por sua vez, aponta o perigo de sodificação
do solo, sendo de grande importância principalmente para a agricultura
e outorga, pois o excesso de sódio no solo promove uma redução
drástica da infiltração de água, dificultando processos de irrigação, sendo
avaliado em conjunto com a condutividade elétrica e íons metálicos, pois
o aumento destes parâmetros aumenta a taxa de infiltração da água no
solo.

117
SERGIPE

SEGURANÇA
DE BARRAGENS
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade
– SEDURBS, órgão gestor de recursos hídricos do estado de Sergipe,
através da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio
Ambiente - SERHMA, é a entidade responsável pelas ações de
fiscalização das barragens de acumulação de água para usos múltiplos
em rios de domínio estadual, conforme estabelecido na Política
Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), instituída pela Lei n.º
12.334, de 20 de setembro de 2010, e alterada pela Lei nº 14.066, de 30
de setembro de 2020.

A SEDURBS regulamentou os principais pontos atribuídos ao Estado


pela PNSB através da Portaria n.º 27/2021, de 21 de outubro de 2021,
que substituiu a Portaria n.º 58/2017 e acolhendo todas as modificações
pertinentes estabelecidas na Lei n.º 14.066/2020.

A fiscalização de barragens para usos múltiplos em rios de domínio


estadual envolve atividades de escritório complexas, englobando
desde a análise dos projetos, dados de monitoramento, Planos de
Segurança de Barragens (PSB), Relatórios de Inspeção Regular
e Especial e outros estudos existentes. Além disso, compreende
uma intensa atividade no campo, através da vistoria das condições
operacionais, de modo a verificar os atributos que conferem segurança
à obra hidráulica.

Em Sergipe, o levantamento das barragens, realizado por visitas de


campo e por análise de imagens de satélite, levou em consideração o
porte da obra hidráulica, conforme definido pela SEDURBS e a seguir
apresentado.

118
Grande: Volume de acumulação maior ou igual a 3hm³ ou altura
maior ou igual a 15m ou área da bacia hidráulica maior ou igual a 500ha;

Médio: Volume de acumulação maior que 0,05hm³ e menor do


que 3hm³ ou altura maior ou igual a 7m e menor que 15m ou área da
bacia hidráulica maior que 3ha e menor do que 500ha;

Pequeno: Volume de acumulação menor ou igual a 0,05hm³ ou


altura menor que 7m ou área da bacia hidráulica menor ou igual a 3ha.

A partir desse levantamento constatou-se a existência de 11 (onze)


grandes barragens em rios de domínio Estadual que se enquadram na
PNSB e um total de 49 (quarenta e nove) barragens classificadas como de
médio porte, com área de espelho d’água superior a 3 hectares.

As obras de pequeno porte,


que são dispensadas de
outorga segundo a Resolução
n.º 01/2001, ultrapassam a
marca de 5.000 barramentos
e, geralmente, são utilizados
para dessedentação animal.

Levantamento de pequenas
barragens através de imagens de

As barragens já construídas de grande e médio porte, além daquelas


públicas de pequeno porte, são regularizadas através de Portaria de
Regularização de Obra Hídrica, emitida pela SEDURBS.
As barragens particulares de pequeno porte, apesar de não estarem
sujeitas à outorga, devem ser cadastradas, podendo ser emitida pela
SEDURBS/SERHMA uma Declaração de Cadastro de Obra formalizando
o cadastramento no Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos de
Sergipe – SIRHSE.
119
Extrapolando suas funções de fiscalização, através do Programa Águas
de Sergipe, a SEDURBS proporcionou a recuperação da infraestrutura
das barragens Governador João Alves Filho, Jacarecica I, Jacarecica II e
Sindicalista Jaime Umbelino de Souza (barragem do Poxim), além disso,
viabilizou a implantação de um Painel de Especialistas para verificar as obras
e os estudos necessários à segurança dessas barragens. Adicionalmente,
com recursos financeiros estaduais, contratou e concluiu a execução
do Plano de Segurança de Barragens e do Plano de Ação Emergencial
das obras mencionadas anteriormente. O total de recursos financeiros
investidos pela SEDURBS, nas ações relacionadas à segurança das quatro
principais barragens do Estado, atinge o montante de R$ 24.714.000,00.

Desse modo, a SEDURBS, além de garantir a segurança das principais


barragens do Estado, possibilita assegurar o abastecimento público das
sedes municipais de Itabaiana, Campo do Brito, São Domingos, Areia
Branca e parte da Grande Aracaju. Propicia também, o fornecimento de
água de boa qualidade aos perímetros irrigados da Ribeira, Jacarecica I
e Jacarecica II, irrigando um total de 2.172 hectares e beneficiando 8.255
pessoas.

120
SERGIPE

INTEGRAÇÃO ENTRE
OS PROCESSOS DE
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL E A CONCESSÃO
DE DIREITO DE USO DE
RECURSOS HÍDRICOS
O Licenciamento Ambiental é um Instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente, que foi estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981. A principal função desse instrumento é conciliar o desenvolvimento
econômico com a conservação do meio ambiente. A lei estipula que é
obrigação do empreendedor buscar o licenciamento ambiental junto
ao órgão competente, desde as etapas iniciais do planejamento de seu
empreendimento e instalação até a sua efetiva operação.

De modo similar, a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos


constitui-se em um dos principais instrumentos previstos pela Política
Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei nº 9.433, de 08
de janeiro de 1997. Esta lei estipula que o uso da água, para captação,
consuntiva ou não, para o lançamento de efluentes ou para construção
de obras hidráulicas, deve ser submetido à autorização por parte do
Poder Público, exceto usos considerados insignificantes.

Assim, uma aplicação efetiva e eficaz de instrumentos de gestão torna-


se fundamental para que resultados objetivos sejam alcançados, em
alguns casos, como subsídios a decisões que devem ser negociadas

121
entre o Estado, setores usuários de recursos naturais (água dentre eles)
e representantes da sociedade civil. Em outras palavras e de modo mais
específico ao foco do Projeto Águas de Sergipe, os instrumentos de
gestão devem subsidiar os processos decisórios do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRH/SE).

Não obstante a importância indispensável do SEGRH/SE, apenas


um modelo institucional não é suficiente para assegurar uma gestão
consistente aos recursos hídricos. De fato, a implantação de instrumentos
técnicos de gestão torna-se fundamental, tanto no que concerne à visão
estratégica de um Plano Estadual de Recursos Hídricos e abordagens
mais operacionais de planos de bacias hidrográficas, quanto à metas de
enquadramento dos corpos hídricos e, também, aos procedimentos de
outorga para usos da água, que exigem dados e informações seguras
sobre disponibilidades e demandas por recursos hídricos.

Ou seja, pode-se concluir que qualquer projeto que possa desencadear


efeitos negativos (impactos ambientais) sobre o meio ambiente e os
recursos hídricos precisa ser submetido a processos de licenciamento
ambiental e de concessão de outorgas.

No Estado de Sergipe o licenciamento ambiental está sob a


responsabilidade da ADEMA – Administração Estadual do Meio Ambiente,
autarquia criada pela lei 2181 de 12 de outubro de 1978, vinculada à
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade
(SEDURBS), que analisa e emite Parecer Técnico referente ao projeto
apresentado pelo empreendedor.

Compete ao Órgão Ambiental Estadual (ADEMA), o licenciamento


ambiental dos seguintes empreendimentos e atividades:
I – localizados ou desenvolvidos em mais de um município, ou em
unidades de conservação de domínio estadual.
II – localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de
vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º
da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem
consideradas por normas federais, estaduais ou municipais.
III – cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites
territoriais de um ou mais municípios.
IV – delegados pela União ao Estado, por instrumento legal ou
convênio.

Por seu turno, a outorga para direito de uso ou interferência nos recursos
hídricos estaduais também é de competência da SEDURBS, por meio
da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente -
SERHMA. Em termos legais, no contexto do Estado de Sergipe a outorga

122
de direito de uso constitui um dos instrumentos da Política Estadual de
Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 3.870, de 25 de setembro de 1997
e regulamentada pelo Decreto nº 18.456 de 03 de dezembro de 1999.
Este instrumento, que visa assegurar o controle quantitativo e qualitativo
dos usos da água, torna-se imprescindível para legalidade e regularidade
quanto ao uso de recursos hídricos quando se tratar de implantação,
ampliação ou alteração de qualquer empreendimento que demande uso
de água superficial ou subterrânea, bem como a execução de obras e
serviços que alterem o seu regime, em quantidade e qualidade.

Objetivo Geral

O objetivo geral é orientar os requisitos para a elaboração de estudo para


a integração dos processos de licenciamento ambiental e de concessão
de outorga para direito de uso de recursos hídricos no Estado de Sergipe,
bem como a sua implementação.

Objetivos Específicos

Para que seja alcançado o objetivo geral de integração entre os


processos de licenciamento ambiental e concessão de outorgas tornou-
se necessário contemplar as seguintes atividades:
(i) informatizar o sistema de concessão de outorga, de
modo que os dados cadastrais sejam automaticamente cruzados com
outras fontes de informação, como estimativas de demandas e dados
do licenciamento ambiental, de modo a conferir maior consistência ao
processo;
(ii) reestruturar de forma objetiva os critérios adotados
no sistema de concessão de outorga e de licenciamento ambiental,
impedindo discricionariedades e divergências para os respectivos
deferimentos;
(iii) desenvolver um programa automatizado para controle
administrativo da outorga de direito de uso de recursos hídricos,
com módulo SIG, que permita a emissão das portarias e consulta dos
processos on line. O referido programa deverá possibilitar a integração
com o sistema informatizado da ADEMA e da ANA (CNARH);
(iv) disponibilizar aos empreendedores, via senha específica
pela internet, o acesso para acompanhamento do estágio em que se
encontram processos de concessão de outorga e/ou de licenciamento
ambiental, salvaguardados os respectivos direitos de sigilo;
(v) inserir no programa a ser desenvolvido a base de dados
referente a outorga atualmente existente na SEDURBS/SERHMA;
(vi) inserir, no programa automatizado de licenciamento
desenvolvido pela ADEMA, os dados pertinentes aos processos anteriores
de licenciamento ambiental, muitos dos quais ainda estão registrados de
forma manual;
(vii) sistematizar a concessão de outorga e de licenciamento
ambiental;

123
(viii) desenhar um fluxograma unificado para que os
procedimentos administrativos de outorga e de licenciamento ambiental
sejam integrados, sob o conceito de um “balcão único”, inclusive no que
tange a entrega dos respectivos documentos em um único processo; e,
(ix) especificar equipamentos (hardware) e programas
computacionais (software) em favor da SEDURBS/SERHMA e da ADEMA,
em prol da integração dos procedimentos de concessão de outorga e de
licenciamento ambiental, na forma do que se convencionou chamar de
“balcão único”.

Resolução do Conselho Estadual de Recursos Hídricos

A Resolução CONERH Nº 42/2020, de 25 de março de 2020 estabelece


diretrizes de articulação dos procedimentos para obtenção da outorga
de direito de uso de recursos hídricos com os procedimentos de
licenciamento ambiental no Estado de Sergipe, considerando as diretrizes
de articulação dos procedimentos para obtenção da outorga de direito
de uso de recursos hídricos com os procedimentos de licenciamento
ambiental, estabelecidas pela Resolução CNRH nº 65, de7 de dezembro
de 2006, de acordo com as competências dos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos e do Sistema Nacional de Meio Ambiente e a necessidade do
fortalecimento dos Sistemas de Informações de Recursos Hídricos e de
Meio Ambiente e sua articulação visando a integração, para um melhor
atendimento aos empreendedores ou interessados e controle social
dos processos de outorga de direito de uso de recursos hídricos e de
licenciamento ambiental.

SORHSE - Sistema de Outorga de Recursos Hídricos de Sergipe


O Sistema de Outorga de Recursos Hídricos de Sergipe – SORHSE foi
elaborado com recursos financeiros do Banco Mundial, como um dos
produtos do “Estudo para Integração entre Outorga e o Licenciamento
Ambiental”.
Trata-se de mais um esforço da SEDURBS/SERHMA para aperfeiçoar a
gestão de recursos hídricos em Sergipe.
O estudo foi realizado pela HYDROS Engenharia e Planejamento LTDA,
empresa de Consultoria contratada no âmbito do Programa Águas de
Sergipe.

O SORHSE deverá ser utilizado para a solicitação das seguintes


autorizações de recursos hídricos:

• Outorga de Direito de Uso


• Captação;
• Lançamento de Efluentes.
• Prévia;

124
• De Obra.
• Licença Técnica para Perfuração de Poços;
• Declaração de Regularidade
• Uso de Recursos Hídricos que independem de Outorga
(Uso Insignificante);
• Interferências (Obras) não Sujeitas à Outorga.
• Regularização de Obra Hídrica (para barragens já existentes).

O Sistema de Outorga de Recursos Hídricos de Sergipe - SORHSE foi


desenvolvido em uma plataforma Web, a fim de permitir o acesso ao
sistema em todas as regiões do Estado.

O SORHSE vai permitir:

• Solicitação da regularização dos usos de recursos hídricos sem a


necessidade de envio de documentos em papel;
• Acompanhamento da tramitação do processo de outorga,
possibilitando uma maior transparência nas solicitações;
• Agilização no processo de análise das autorizações de recursos
hídricos, devido à completude no preenchimento das informações.

Após essa primeira apresentação, o público interessado poderá entrar


no SORHSE, testar o sistema, apresentar sugestões e tirar suas dúvidas
ligando para a Coordenadoria de Outorga e Fiscalização, da SERHMA.

Todos os processos de outorga emitidos pelo órgão gestor desde 2000,


já foram digitalizados e serão carregados no Sistema a partir de 16 de abril
de 2021. A ideia é colocar o SORHSE para funcionar a partir do dia 3 de
maio de 2021.

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