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CRÍTICA | A LEI DA ÁGUA – O NOVO CÓDIGO FLORESTAL

Com base no documentário vemos como um país tão rico em natureza pode adotar
posturas tão banais de descuido, num mundo que discute de maneira apocalíptica o
fim de tantos recursos, dentre eles, a água? A resposta é bem simples, não precisa de
muita investigação. Sendo que os nossos atributos ambientais fornecem muita
matéria prima para a indústria exportadora, a moda é e sempre foi explorar
demasiadamente o país. 

Será que o mesmo cidadão que pede ao filho para diminuir o consumo de água
utilizada para escovar os dentes sabe quantos litros de água um gado consome
durante a sua vida, antes do abate e distribuição nos mercados? Outra questão é
saber se os cidadãos das zonas urbanas que eliminam determinadas pragas sabem
que ao expelir produtos químicos mortais para alguns seres, acabam por destruir a
presença de outros, fundamentais para o desenvolvimento da natureza, como por
exemplo, as abelhas, foco dos incidentes de destruição mais recentes.

No que se mostra aos dados históricos e sugestões, o documentário é bastante


didático e tenta ser panorâmico sem superficialismo. Conta-se que na era FHC o Brasil
registrou os maiores índices de desmatamento, questionam que a regeneração de
uma área com outro tipo de vegetação não atende a demanda da biodiversidade local,
o que pode apontar tempo perdido, além da denúncia sobre os que realmente pagam
as multas exigidas por leis, isto é, os pequenos empreendedores, pois os grandes
magnatas passam ileso, principalmente aqueles que cometeram crimes ambientais
até 2008.

Como abordado por uma das entrevistadas, trata-se de uma contraditória “reforma
agrária ao contrário”. Um caso que foi o uso de uma região carioca selecionada para a
visita do papa. Mesmo cientes do aterramento completo de um manguezal, a obra
erguida para um evento, foi levada em consideração por seus realizadores. O
resultado? Abandonada por conta do lamaçal que se tornou, a obra foi condenada,
não serviu ao seu propósito, pois outro local foi reservado para o evento, numa
catástrofe que tornou a vida de muitos que dependiam daquela região um pesadelo
social e econômico.

Por fim, A Lei da Água – O Novo Código Florestal  é um documentário com linguagem
jornalística, muito parecido com o formato grande reportagem, narrado por meio de
depoimentos dinâmicos.

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