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CAPÍTULO TERCEIRO
Em nome de Alá Misericordioso
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Ver edição 349 e 350: Os Donos do Sol
— Você viu? Eu disse quem era, um dos secretários do
emir veio anunciar-me que o senhor iria receber-me. Qual é
o problema, rapaz?
— Não entendo! Se é tão simples alguém chegar até o
emir, por que há tantas sentinelas no palacete? Por que uma
guarda tão grande?
— Amur, a guarda não está aqui para molestar os
visitantes do emir, mas para impedir a entrada das pessoas
que ele não queira receber. E você estava certo, porque não
deve ser fácil alguém entrar neste palacete sem a sua
permissão.
A disposição da guarda nos jardins era sumamente
discreta, mas jamais passaria desapercebida aos olhos da
agente Baby. Só no jardim deviam estar mais de dez homens,
todos vestidos de branco e aparentemente desarmados. Neste
ponto poderiam ter enganado um observador comum, mas
não a espiã internacional que imediatamente percebeu o leve
contorno das pistolas, seguramente automáticas, sob suas
roupas folgadas.
***
Os dois homens que estavam postados junto ao portão de
entrada carregavam submetralhadoras de fabricação russa.
— Naturalmente deve ter mais homens armados dentro
do palacete, fora os que permanecem no telhado —
comentou Brigitte.
— Também há homens no telhado? — exclamou Amur.
Brigitte teve que segurar seu braço para evitar que se
virasse impetuosamente para olhar o telhado. A construção
era grande e possivelmente, na época que fora usada como
restaurante, também a tivesse usado como hotel. Agora, no
entanto, se encontrava cercada pelo silêncio que somente era
quebrado pelos gorjeios dos pássaros.
O jardim era lindo, mais parecia uma tela com as cores
em perfeita harmonia: o verde intenso dos pinheiros, as
diversas variações da cor até a suavidade da relva e em todos
os pontos, as flores coloridas e de repente, um lago artificial
com um belo chafariz ornamental.
— Você tem certeza de que há vigilantes no telhado?
— Claro que sim.
— Neste caso, meu amigo Khebir teria muitos problemas
para entrar no palacete. Já sabe de quem estou falando, não
é?
— Está falando de seu amigo que foi viver no deserto
com cabras, cavalos, camelos e alguns amigos... bem,
imagino que também com algumas huris2 do paraíso.
— Você tem muita habilidade para zombar de mim —
resmungou Amur. — E tem mais, em momento nenhum eu
lhe disse que meu amigo foi para o deserto como quem vai
ao paraíso. Pelo contrário, aceitou a vida difícil do deserto,
antes de prosseguir vivendo nesta podridão e nem tampouco
há virgens de rara beleza o cercando!
— Isso é o que deve ser mais terrível — zombou Brigitte,
ironicamente. — Salvo se são homens que preferem homens
em vez de mulheres.
— Não fale assim! Meu amigo Khebir...
— Cale-se que o Príncipe dos Crentes se aproxima de
nós.
Amur olhou para a casa e viu que um homem saía
naquele momento do palacete tendo várias mulheres louras a
sua volta.
Era alto, gordo forte, tinha o rosto coberto por uma barba
espessa, parecia ser risonho e dono de uma saúde esplêndida.
2
As húris, em árabe, são, de acordo com a fé islâmica, virgens prometidas
aos homens islâmicos ...
Yusuf Suleiman, Príncipe dos Crentes e suas doze esposas
louras caminhavam para onde os dois visitantes estavam.
— Alá me proteja — murmurou Amur. — Temos de
arranjar um jeito para matar esse porco gigante!
Toda a atenção de Brigitte estava concentrada no
personagem que se acercava, rodeado por aquelas belezas
louras que usavam apenas graciosos biquínis de cores vivas e
berrantes. O emir vestia um albornoz branco, branquíssimo
que refletia a luz solar com mais intensidade.
— Senhorita Montfort — disse em inglês perfeito —
como poderei expressar minha satisfação pela grande honra
que me dispersou ao perder seu tempo valioso para
interessar-se por minha humilde pessoa?
— Basta que aceite ser entrevistado — riu a divina,
estendendo-lhe a mão.
— Sim, foi o que pensei — falou Suleiman, inclinando-se
para lhe beijar a mão. — Imaginei que vinha entrevistar-me
e lhe agradeço de todo o coração.
— Deveras? — perguntou desconcertada. — Minha
impressão era totalmente inversa, imagine que eu julgava
que o senhor fosse um homem que desejava ficar em
isolamento total.
— É isso o que acontece geralmente, senhorita Montfort,
porém uma coisa é eu proteger-me do cretinismo e da
curiosidade mundial e outra bem diferente seria negar uma
entrevista à jornalista mais encantadora e inteligente do
mundo. É uma pessoa que sempre admirei pelo seu valor
profissional.
— Por favor, Príncipe dos...
— Não, não — o emir acenou as mãos no ar, — por favor
nada de tratamentos... Chame-me simplesmente emir,
embora eu até preferisse que me tratasse por Yusuf.
— Realmente, eu não esperava tanta amabilidade —
murmurou Brigitte. — Apresento-lhe meu amigo Amur
Omaran que se ofereceu para servir como intérprete.
O emir olhou para Amur um instante tão breve que
pareceu não ter existido nem o olhar e nem o instante.
Depois seus olhos pousaram nos olhos azuis de Brigitte.
— A senhorita deve entender que um homem de minha
posição e com a minha cultura deve forçosamente falar o
inglês. Além disso, eu também não teria dificuldade de
expressar-me em vários idiomas mais. Porém depois do
árabe é do inglês que mais gosto. A senhorita não fala o
árabe?
— Lamentavelmente não.
— Rogarei a Alá para que esta falha lhe seja perdoada —
sorriu o emir satisfeito ao ouvir a risada cristalina da
repórter. — Sinto-me honrado por ter vindo entrevistar-me,
mas... há algo que a preocupa particularmente?
— Nada. Só estou encantada com a beleza de suas
esposas. Todas são lindas.
Yusuf Suleiman olhou para as mulheres que se
mantinham caladas e imóveis como se fossem estátuas, com
movimento apenas nos olhos que observavam tudo com
avidez. Alguns eram negros, outros verdes, azuis, castanhos,
violetas... Brigitte também as observava com atenção e tinha
certeza de que não eram árabes. Talvez apenas três fossem
desta raça, enquanto as outras deviam ser europeias e
americanas. Porém as doze usavam cabelos tingidos na
mesma cor e o mesmo corte, curto e solto.
— Alá me acumulou de bênçãos sem fim — disse o emir
—, inclusive antecipando-me a felicidade que só poderia
gozar no paraíso, quando então teria algumas huris... mas
não creio que tenha vindo para saber quais as peculiaridades
de minhas preferências sentimentais e sexuais... Como soube
que me encontraria aqui?
— Nemo me disse onde poderia achá-lo.
— Nemo? Nemo Sartorius?
— Exato. E também me disse outras coisas que
despertaram meu interesse especial pelo senhor.
Yusuf Suleiman ficou tão imóvel como as esposas e
somente seus olhos escuros, olhos ardentes de árabe
continuavam fixos nos olhos de Brigitte, como esperando
encontrar nestes uma revelação... mas como era de se supor,
nada conseguiu descobrir.
— Que coisas o senhor Nemo Sartorius comentou a meu
respeito?
— Yusuf, parece que ignora que eu e Nemo somos
amigos.
— Realmente não sabia disso, mas mesmo assim o
senhor Sartorius não tinha nenhum direito de trair minha
confiança... Embora talvez eu me esteja precipitando e sendo
injusto para com ele. O que o senhor Sartorius falou sobre
mim?
— Disse-me que o senhor financia a compra dos carros-
de-combate que ele realiza em Roma.
— E a senhorita desejou saber por que eu quero tantos
carros-de-combate e deseja publicar uma reportagem sobre o
assunto em sua coluna.
— É o que estou desejando realmente, Yusuf.
O emir fez um gesto mostrando o caminho que ia dar no
lago artificial que tinha o chafariz artístico. Começaram a
andar, seguidos de Amur e das doze louras esplêndidas que
já começavam a perturbar o jovem com olhares e gestos mais
maliciosos.
— Compreendo que a senhorita deve ter tido vários
aborrecimentos e algum trabalho para chegar até mim e que
por isso mesmo, gostaria de fazer uma reportagem bastante
interessante e que fosse exclusiva — falou suavemente. —
Porém eu jamais poderia ter imaginado que o assunto fosse
ser este.
— Por acaso poderia haver algum outro?
— Realmente fui muito ingênuo... Quando soube que a
senhorita vinha para entrevistar-me, eu devia ter desconfiado
imediatamente de alguma coisa... mas nem de longe poderia
imaginar que o senhor Sartorius iria trair-me. Entendo que
ambos são bons amigos, mas ele não tinha o direito de
comentar sobre as compras que tenho feito. O trato inicial foi
discrição absoluta com todo o mundo. Para garantir-me,
jamais contei ao senhor Sartorius com qual finalidade estou
adquirindo esses carros-de-combate. Ele não devia ter
mencionado o meu nome em nenhum momento com
ninguém. A senhorita compreende meu ponto de vista?
— Naturalmente e lamento por tudo ter acontecido como
aconteceu.
— Acredito. E se se tratasse de qualquer outro repórter, já
estaria na rua, porém a grande Brigitte Montfort não é
qualquer jornalista, bem ao contrário é uma pessoa que
sempre admirei. Vamos fazer um trato: eu lhe conto porque
quero os carros-de-combate, mais isso não sairá publicado
em reportagem alguma pelo menos até eu autorizá-la.
— Perfeito.
— Estou comprando-os porque quero tratores.
— O quê?
O emir Suleiman sorria maliciosamente, como um
menino travesso.
— Eu quero usá-los como tratores — repetiu. — Não
estou interessado em carros-de-combate, mas em tratores. A
senhorita compreende?
— Sim, mas isso me... parece... um absurdo. Carros-de-
combate para serem usados como tratores?
— Realmente não aprova minha ideia?
— Não sei... Estou surpresa! Jamais poderia pensar em
nada semelhante!
— É compreensível. Permita-me insistir: O que achou de
minha ideia, não a aprovou?
— Não sei, realmente, não sei... Não era mais simples
comprar tratores logo de uma vez?
— Senhorita Montfort, então acredita que seria mais fácil
comprar tratores para a África?
Brigitte ficou silenciosa e o emir falou alguma coisa
baixinho com uma de suas esposas. A moça se afastou
imediatamente e ele novamente se aproximou da jornalista,
segurou seu braço e a guiou até o lago, onde o chafariz
barulhento parecia ter uma força musical que soava mais alta
que os trinados dos pássaros.
— Pedi que nos servissem refrescos junto à piscina. Se
não compreendi mal, a senhorita é um amante do sol, até...
deste sol que pode amolecer até as pedras?
— Isso só aconteceria se estas ficassem expostas ao sol
eternamente.
— Está certa — falou Yusuf, afastando uma cadeira para
a repórter sentar-se a uma das mesas que tinham guarda-sol.
— Tudo na vida deve consumar-se de acordo com uma lei e
é esta que nos dá a certeza de que nenhum mal poderá
ocorrer-nos. Embora pareça algo vulgar, pedi que nos
trouxessem chã de hortelã-pimenta, feito com folhas novas e
tenras.
— Yusuf, pensou que talvez fosse encontrar dificuldades
se tentasse comprar tratores? — perguntou depois de ele
sentar-se à mesa.
— Sim.
— Por quê?
— As nações mais ricas aceitam plenamente que o
Terceiro Mundo desperdice milhões de suas economias
comprando sucata imprestável que não serve para mais nada.
No entanto, não tolerariam que estas mesmas nações
comprassem tratores que seriam enviados a África, não para
abastecer o continente, mas apenas melhorar o nível de vida
de seus habitantes. Muitos querem que a África continue
uma terra escravizada que mais se assemelha a um cemitério
gigantesco. Somente por isso, eu teria problemas enormes se
tivesse pretendido comprar cem, duzentos ou dois mil
tratores, porém todos exultaram quando um maluco começou
a gastar milhões de dólares comprando apenas sucata que só
serviria para fomentar novas guerrilhas entre os negros que
estão morrendo de fome. Percebeu o problema?
— Sim.
— Quer que eu lhe diga quais são as nações mais ricas?
Precisa de mais alguns dados para sua reportagem?
— Não.
Yusuf Suleiman se acomodou confortavelmente na
cadeira e fez um gesto com os braços como se quisesse
abraçar o Céu e a Terra.
— África é um continente especial. É grande, tem de tudo
e ainda há em seu ambiente algumas gratas recordações de
vidas anteriores. Conhece a África, senhorita?
— Eu pensava conhecê-la, mas agora não sei. Só lhe
posso dizer que a América também é grande.
— Refere-se aos Estados Unidos ou a todo o continente
americano?
— Aos dois.
— Os Estados Unidos nada têm a ver com o continente
americano, neste sentido. Já deixou de ser um lugar cheio de
vida para converter-se em um lugar onde vive gente.
Enquanto isso, no continente americano há lugares muito
melhores do que nos Estados Unidos... embora menos
povoados e bem mais miseráveis. Estou certo que a senhorita
entende meu ponto de vista.
— Sim.
— Claro. Vai demorar em Casablanca?
— Não sei.
— Suponho que voltará a Roma e se encontrará com o
senhor Sartorius. Ele que espere porque eu o chamarei à vila
e lhe direi o que...
— Infelizmente ele não poderá vir. Sofreu um acidente...
Tentaram assassiná-lo.
Yusuf Suleiman arregalou os olhos e o sorriso se
extinguiu.
— Está vendo? — murmurou. — Devido a outra
indiscrição de sua parte, alguém mais tomou conhecimento
de meus planos e...
— Não. Tranquilize-se. Tudo aconteceu devido a um erro
compreensível, mas indesculpável. De qualquer modo,
permita que eu colabore em seu projeto.
— A senhorita está pensando em colaborar?
— A minha maneira, sim. Diga-me, Yusuf, por que todas
as suas esposas têm os cabelos pintados de louro?
— Talvez considere tolo um homem que quer que todas
as esposas pareçam uma só mulher. Em lugar de ficar
indeciso entre doze garotas diferentes, ele pode pegar aquela
que estiver mais a mão, embora isso não seja muito
estimulante para seu apetite sexual.
— Não acredito que queira passar por tolo, Yusuf! — riu
a espiã.
— Prefiro passar por tolo e apalermado, antes que algum
importante cidadão descubra com alguma antecedência que o
emir desse diminuto país chamado Akra, é esperto demais.
— Exato. Porque na realidade é mais esperto do que um
gato, Yusuf.
— Sim, mas não conte isso a ninguém — riu o emir.
Brigitte também riu, observando que Amur embora
parecesse distraído com as moças louras, não os perdia de
vista. Para falar a verdade, Amur Omaran já não estava
entendendo mais nada, mas sentia que devia ter paciência até
poder conversar com a espiã americana, E enquanto isso,
continuava desfrutando da companhia das esposas do emir,
mas estas finalmente se jogaram na piscina, rindo e
brincando. O rapaz foi sentar-se junto a Brigitte que o fitou
com um olhar muito malicioso.
— Você tem sorte, Amur, por que se o emir fosse um
marido ciumento... sua cabeça já estaria cortada.
— Ter muitas esposas é um prêmio que nem todos
merecem — disse Yusuf com um sorriso amável. — Mas
que ninguém pense que vou compartilhá-las com alguém.
Compartilho o sol, o jardim, o chá, mas minhas mulheres
nunca.
Amur se sentia contrafeito e Brigitte riu novamente.
Naquele momento chegava a esposa que fora buscar o chá e
ao seu lado vinha um empregado empurrando um carrinho.
— Delicioso — disse Brigitte depois de provar a bebida.
— Muito gostoso — confirmou Amur.
— Agora me diga uma coisa, Yusuf, por que corre tantos
riscos, por que gastar tanto dinheiro para favorecer milhões
de pessoas que não conhece e possivelmente muitas nem
merecendo seu sacrifício? For acaso espera conseguir uma
recompensa especial em determinado momento?
— Não, e nem sequer estou atuando por minha conta
própria, senhorita Montfort.
— Não! Então em nome de quem está agindo?
O emir de Akra sorriu suavemente, levantou a taça de chá
e disse:
— Em nome de Alá Misericordioso.
CAPÍTULO QUARTO
Um novo personagem entra em cena
CAPÍTULO SEXTO
Um passeio à luz da lua
CAPÍTULO SÉTIMO
A visita do emir ao acampamento
3
Fundado em 1973, o Serviço de Inteligência Iraquiano é também conhecido
como Mukhabarat, Diretoria Geral de Inteligência, ou Inteligência do Partido, foi a
principal organização de inteligência do estado no Iraque sob Saddam Hussein.
Depois seus olhos voltaram lentamente para Brigitte que
o contemplava com curiosidade. Fitou-a demoradamente e,
de repente, exclamou:
— Em nome de Alá Misericordioso... morre cadela
maldita!
A surpresa foi geral quando o emir tirou uma adaga da
manga do albornoz e tentou degolar a espiã.
Porém Brigitte agiu com rapidez e segurança ao apanhar
seu pulso com ambas as mãos, torcendo-o com violência e
fazendo a adaga mudar de direção para o rosto de Yusuf que
soltou um grito apavorado quando percebeu que a arma
branca ia chocar-se exatamente com sua vista direita.
Porém, tudo aconteceu de forma rápida e imprevisível
porque Amur disparou duas vezes contra o árabe; Khebir
apanhou o punhal que trazia à cintura e o enterrou na
garganta do emir, enquanto Simon-Casablanca também
disparava contra ele.
Brigitte estava lívida quando olhou para os rapazes e
disse:
— Acho que já estou farta de ficar em Oum. Vamos sair
daqui para assistir o amanhecer de outro lugar mais
interessante.
ESTE É O FINAL
— Entendo a reação de meus discípulos. Eu predicava
paz e como podia dedicar-me à aquisição de carros bélicos?
— murmurou Sartorius. — Mas tampouco podia declarar
que somente tinha aceitado a proposta de Yusuf porque
queria saber o que estava sendo tramado. Era exatamente
isso que eu ia dizer-lhe no restaurante, durante o nosso jantar
a dois. Porém os rapazes mudaram meus planos.
— Então você já sabia que Erika era eu mesma?
— Claro — sorriu o professor de filosofia.
— De manhã, não quis receber minha amiga porque não
queria que ela se envolvesse em mais um caso sujo, mas
quando você voltou, não tive coragem de expulsá-la de novo.
— Então você sabia que estava sendo vigiado por agentes
secretos?
— Até me divertia com a situação sui-generis: Um
intelectual pacifista controlado por um monte de espiões,
inclusive pela espiã mais famosa do mundo que jamais
consegui esquecer depois que...
— Adivinhe onde estão as esposas sobreviventes de
Yusuf.
— Onde elas foram?
— Foram com Khebir e seus nômades. Agora pelo
menos, meus novos amigos sentirão menos frio nas noites
gélidas do deserto.
Sartorius soltou uma risada e disse:
— Garanto que esse final de história, foi criado por você!