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“Paraíso Infernal”
Tradução de Izabel Xrisô Baroni
Ilustração de Benicio
Colaboração de
Sérgio Bellebone
® 540902/551107
CAPÍTULO PRIMEIRO
O encontro dos maiorais
2
Ver aventura número 18: Um Caso Italiano
— Apenas que é o proprietário de um dos carros
mencionados por você. Tem gente rastreando-o todas as
horas, mas desde já posso adiantar que o trabalho não será
fácil. Agora se o proprietário está na vila, seu carro deve
estar na garagem. Parece que esses homens sabem esconder
todas suas atividades.
— Sei disso.
— Creio que você devia descansar. Por que não vai
passar algumas horas no chalé que alugamos próximo daqui?
Distribuirei mais homens pela zona e se eles desconfiarem
de algo, poderão chamá-la.
— Acho que vou aceitar sua sugestão porque estou muito
cansada, Simon. O que sabemos de nossos colegas
internacionais?
— Helmut Krainer está com um mau gênio que ninguém
suporta. O pessoal da BND parece que está fazendo
investigações somente na Alemanha Ocidental, tentando
localizar Ludwig Krapps. Parece que ele está dirigindo a
desativação de uma fábrica de armas.
Baby ficou atônita e levou alguns segundos calada e
finalmente murmurou:
— Está desativando uma fábrica de material bélico? Por
quê?
— Não sabemos ainda.
— E por quê Krainer ficou aborrecido quando soube?
— Ele está desconfiado que talvez Krapps queira
transferir a fábrica para a União Soviética.
— Transferir uma fábrica de armas como a de Krapps
para a União Soviética? — repetiu, sem ter saído de seu
assombro. — Isso é algo impossível, Simon! Sejamos
sensatos, por que a União Soviética ia querer uma fábrica
como a de Krapps que praticamente não acompanhou o
progresso da década e tornou-se obsoleta, antiquada...
démodée, como diria o nosso colega Delpierre? E
encarando-se o caso por um outro ângulo, Krainer não devia
importar-se com a mudança da fábrica Krapps porque tanto
pode estar na Alemanha Oriental, como na União Soviética,
sempre continuará fora de seu país.
— Krainer nesse ponto já raciocina de forma diferente.
Para ele uma fábrica na Alemanha Oriental está dentro de
seu país.
— Sim, os alemães esperam unificar as duas Alemanhas
e... Simon, espere um instante! Um carro que eu ainda não
tinha visto está saindo da vila.
— Pode ver a chapa?
— Não. Estou muito longe... Espere, talvez com os
binóculos eu distinga os números. Acho melhor cortarmos a
ligação. Eu o chamarei dentro de minutos.
— Ok.
Baby desligou e fechou o rádio. Depois apanhou os
binóculos e enfocou-os para o automóvel que acabara de
transpor os portões da vila. Os vidros deste veículo não eram
enfumaçados e ela pôde ver os passageiros do mesmo. Tanto
o motorista, como outro homem que estavam sentados em
seu interior eram negros, como azeviche. Olhou o número da
chapa e acionou o pequeno rádio imediatamente.
— Sim? — respondeu Simon-Roma.
— Vou seguir o carro. É bom enviar mais gente para
vigiar a vila. Que nossos companheiros se mantenham
atentos porque já está começando anoitecer e talvez
comecem acontecer algumas coisas... Tome nota do número
da chapa.
— Pode dizer.
Brigitte disse os números com rapidez e ligou o motor do
carro. Precisava andar depressa porque o outro veículo
estava quase alcançando a estrada.
— Simon, o carro e um “Mercedes” escuro... Eu diria que
é de aluguel... Vou desligar, mas o chamarei a qualquer
momento.
Continuou atrás do “Mercedes” mantendo certa distância.
Minutos mais tarde, chegaram à estrada costeira, mas não
seguiram por ela, quando alcançaram o primeiro desvio,
embrenharam-se neste, que corria paralelo à estrada que
beirava a orla marítima.
De repente, Brigitte Montfort teve certeza do que estava
acontecendo e chegou a falar em voz alta:
— Eles não vão para Rimini! Dirigem-se para o
aeroporto!
Começava a acionar o rádio para novamente comunicar-
se com o Simon-Roma, pois o chefe local da CIA precisava
saber de tudo que estava acontecendo, para tomar as
providências necessárias.
Era preciso que alguém seguisse aqueles negros e... outro
carro apareceu saindo de um arvoredo copado e novamente
ela previu o que iria acontecer dentro de poucos segundos.
CAPÍTULO TERCEIRO
Signore Gentile
CAPÍTULO QUARTO
A nova secretária, do “Paradiso”
CAPÍTULO QUINTO
Planos mirabolantes
ESTE É O FINAL
Santos Sanpedro esfregou as mãos com satisfação quando
se sentiu em segurança no “Polifermo”. O sol começava a
surgir no horizonte e eles só estava desejando dar um
mergulho nas águas geladas do Mar Adriático, mas isso
poderia ser perigoso àquelas horas.
Já não precisava preocupar-se. Tinha certeza de que tudo
acabaria da melhor forma possível. Antes de fugir da vila,
ligara novamente para o iate e dera instruções a Aurélio
determinando em que local deveriam apanhá-lo dentro da
imensidão do Adriático.
Conseguira fugir porque uma das lanchas continuava no
ancoradouro e agora, daria ordens para o “Polifermo” partir
para a Grécia. Chegando àquele país, abandonaria o barco e
daria ordem para o mesmo ser submergido antes que os
fabricantes e as garotas pudessem abandoná-lo.
— Vidas não tinham importância. Só o “Paraíso” era
importante. Facilmente poderia encontrar outros fabricantes
de armas e outras “garotas” alegres.
— Por onde andam as meninas? — perguntou a Aurélio,
logo depois de chegar ao iate.
— Todos estão dormindo, senhor. Tal como ordenou,
nada comentei sobre as mudanças de planos.
— Ótimo! Partiremos para a Grécia imediatamente.
Agora vou até meu camarote para me vestir. Depois irei ao
salão para comer algo.
— Pode descansar, senhor. Tudo se encontra sob
controle.
Santos entrou no iate. O barco era luxuoso. Ele o
adquirira há mais de um ano quando realizara certos
negócios lucrativos que mostravam a fragilidade de seu
caráter: Contrabandeara mulheres brancas, jovens, quase
adolescentes.
Tudo estava ocorrendo tal como havia previsto. A única
falha de todo o plano fora a presença de sua hóspede
encantadora.
Aquela mulher maldita só poderia ser uma espiã que...
Os pensamentos foram cortados abruptamente quando
transpôs a porta do salão. Não podia acreditar no que estava
vendo.
Os fabricantes de armas e as garotas que até então
desfrutavam de momentos maravilhosos, estavam
imobilizados com as mãos e os pés amarrados.
Ele não entendia mais o que estava acontecendo e seu
nervosismo aumentou quando viu Sílvia Delmare sentada em
uma das poltronas, sorrindo-lhe amavelmente;
— Sabia que ia encontrar muitas pessoas a bordo, mas;
jamais poderia pensar que você estivesse entre elas, Santos!
Os moradores do “Paraíso”! Que surpresa mais agradável,
rapaz!
Santos começou a sentir medo. Tinha organizado tudo
com perfeição e agora, de um momento para o outro, aquela
maldita se posicionara e mantinha todos eles sob seu
controle.
Bem, a vida em si já é um jogo e aquele que vive só pode
ganhar ou perder.
— Não se preocupe com suas menininhas. Nós, um grupo
de espiões do primeiro time do serviço secreto mundial não
vamos prejudicá-las. Sou até capaz de lhes dar algum
dinheiro para retornarem sãs e salvas à suas casas. Porém o
mesmo não acontecerá com esses homens. Serão
denunciados e julgados, a fim de servirem como exemplo a
outros fabricantes de armas que poderão receber propostas
tão tentadoras como as que lhes foram apresentadas por
você. Não pense que poderá escapar com facilidade, Santos
Sanpedro. Jurei que vingaria a morte dos cinco espiões que
você assassinou, sendo que um deles era da CIA. Por acaso
já ouviu algum comentário sobre a agente Baby, espertalhão?
Santos Sanpedro estava realmente assustado e mais
assustado ficou quando vários homens entraram no salão.
Baby levantou-se e disse:
— Seria muito bom irmos para o convés. O dia promete
ser ensolarado e a vida é um dom muito precioso e belo. Não
é assim que você a julga, Santos? Ou ainda continua
pensando que vida de negro não tem valor à Humanidade?
Ele sabia que dentro de minutos aconteceria tudo que
tinha de acontecer. Aquela mulher era uma leoa que não
desistia de nada depois de ter tomado uma decisão.
Aurélio continuava na coberta cercado por homens
fortemente armados, certamente eram espiões.
— Imobilizem esse miserável com correntes de cobre! —
ordenou Baby.
Imediatamente vários Simons se aproximaram e fizeram
o que a colega havia determinado.
— Não... — gemeu Santos. — Por favor... não façam isso
comigo!
Baby aproximou se dele e sussurrou:
— Até hoje, ninguém me tinha usado como um objeto e
você me tratou como se fosse uma vagabunda e eu vou
castigá-lo por isso também!
— Prefiro morrer com um tiro!
— Já que está pedindo... — atirou nas pernas do
hipopótamo gigante e depois olhou para seus companheiros.
— Agora o joguem ao mar porque o paraíso tornou-se algo
proibido desde a teimosia de Adão e Eva.
Contudo, a vida continuava sendo bela; o dia continuava
brilhante e ensolarado, um dia tão lindo como deveriam ser
todos os dias no Paraíso. No Paraíso verdadeiro e nunca no
paraíso infernal que Santos Sanpedro tencionava criar.