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ÍNDICE

1. CONCEITUAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DE SISTEMAS DE ANCORAGEM ............................5


1.1 – SISTEMA DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA QUEDAS ..........................................8
1.2 – SISTEMA DE ANCORAGEM ..........................................................................................10
1.3 – SISTEMA DE ANCORAGEM DIRETAMENTE NA ESTRUTURA .....................................12
1.4 – SISTEMA DE ANCORAGEM NA ANCORAGEM ESTRUTURAL ..................................... .12
1.5 – SISTEMA DE NO DISPOSITIVO DE ANCORAGEM ..........................................................14

2. REQUISITOS LEGAIS PARA INSTALAÇÃO DO SITEMA DE ANCORAGEM .......................16

3. DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM ....................................................................................22


3.1 – ENSAIOS DE CERTIFICAÇÃO ........................................................................................23
3.2 – DISPOSITIVO TIPO A ...................................................................................................25
3.3 – DISPOSITIVO TIPO B ...................................................................................................27
EYE DOUBLE LINK.........................................................................................................28
DOUBLE LINK...............................................................................................................28
SISTEMA WENDIX – TRIPE – BIPE – MONOPE ............................................................31
TRIPÉ RESCUE SUPER I I.............................................................................................33
3.4 – DISPOSITIVO TIPO C ...................................................................................................35
LINHA DE VIDA EASY WORK .......................................................................................39
LINHA DE VIDA EASY ROPE.........................................................................................39
SISTEMA ARAKNID.......................................................................................................41
TRAPEZOIDAL...............................................................................................................41
ZIPADA..........................................................................................................................41
CONCRETO PROTENDIDO............................................................................................42
FS = CRM ÷CT ...............................................................................................................44
GRAMPOS PESADO E TERMINAÇÕES..........................................................................45
RESTRIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO................................................................................47
3.5 – DISPOSITIVO TIPO D ...................................................................................................48
PÓRTICO.......................................................................................................................49
ROLLER 3-8..................................................................................................................50
3.6 – MARCAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM ...................................................51
PORTARIA nº 3.733 de 10 fev 2020 – NR 18 – DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM...........51

4. PRINCIPAIS MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS NOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM.....53


4.1 – MATERIAIS TEXTEIS .....................................................................................................54
4.2 – MATERIAIS METÁLICOS ...............................................................................................55

5. EFEITOS DA CORROSÃO NOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM.....................................59

6. ELEMENTOS DE FIXAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM ..................................64


6.1 – CHUMBADORES MECÂNICOS .....................................................................................65
6.2 – CHUMBADORES QUÍMICOS POR ADESÃO ................................................................70

7. EPI E FERRAMENTAS DE INSTALAÇÃO ..........................................................................70


CAPACETE ROCK LARGE VISON...........................................................................................80

8. INSTALAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM .......................................................81


8.1 – ANCORAGENS NATURAIS ............................................................................................81
8.2 – PRINCIPAIS MATERIAIS DE BASE ...............................................................................82
8.3 – GEOMETRIA DAS INSTALAÇÕES .................................................................................84
8.4 – INSTALAÇÃO DE CHUMBADOR AUTPERFURANTE SPIT ...........................................87
8.5 – INSTALAÇÃO DE PARABOLT .......................................................................................88
8.6 – INSTALAÇÃO DE CHUMBADOR DE ADESÃO QUIMICA .............................................90

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9. ATIVIDADES PRÁTICAS...................................................................................................94
9.1 - ANCORAGEM QUIMICA TIPO A - OLHAL....................................................................94
9.2 - INSTALAÇÃO DE LINHA DE VIDA TIPO SANDUÍCHE..................................................100
9.3 - LINHA DE VIDA VERTICAL – ESCADA MARINHEIRO....................................................106
9.4 - LINHA DE VIDA TEMPORÁRIA - ORIENTAÇÕES TÉCNICAS.......................................108

10. PRINCIPAIS FALHAS NAS INSTALAÇÕES .........................................................................117

11. INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM EM TERRA .......................................125

12. INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE ANCORAGENS POR ENCORDOAMENTO ...................... 132

13. ZONA LIVRE DE QUEDA ...................................................................................................132

14. FATOR DE QUEDA............................................................................................................. 137

15. DOCUMENTAÇÃO A SER ENTREGUE APÓS A INSTALAÇÃO .............................................139


15.1 – INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO FABRICANTE .......................................................141
15.2 – INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO INSTALADOR ......................................................142
15.3 – INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO PROFISSIONAL LEGALMENTE HABILITADO .......143
15.4 – INSPEÇÕES NECESSÁRIAS DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM ..............................144

16. TESTES DAS INSTALAÇÕES DE ANCORAGEM ....................................................................147

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA .........................................................................................150

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1. CONCEITUAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DE SISTEMAS DE ANCORAGEM

As ancoragens são uma parte muito importante na cadeia de segurança


dos trabalhos em altura, porque poderemos estar suspensos ou assegurados
em um dispositivo ou sistema de ancoragem do qual iremos depositar toda
nossa confiança para nossa própria proteção contra quedas ou para aquelas
pessoas que dependem de nossa análise e liberação para executar serviços
em locais com diferença de nível onde o risco de queda esteja presente.
Nenhum EPI – Equipamento de Proteção Individual será realmente efetivo se
este não estiver devidamente conectado a uma ancoragem confiável.
Portanto, a instalação de uma ancoragem requer um grande compromisso
dos responsáveis pela sua instalação e utilização, pois envolvem uma série de
fatores que merecem uma dedicada avaliação crítica antes de iniciar o seu
projeto de instalação, como por exemplo, a escolha correta do local de
instalação, a resistência da estrutura de base, a escolha do ponto de
ancoragem adequado, resistência do ponto de ancoragem, seleção dos
dispositivos de ancoragem ou utilização de ancoragens estruturais, seus
acessórios e elementos de fixação, o objetivo da instalação e a quantidade de
usuários.
Todavia, também é sabido que ainda hoje existem pessoas e empresas se
encarregando da instalação de ancoragens sem o devido conhecimento
técnico, sem a formação adequada e sem critérios de seleção correta e
compatibilidade dos elementos e dispositivos utilizados. Isso se torna uma
prática altamente temerária já que o trabalhador em altura e o seu EPI
dependerão única e exclusivamente de um sistema de ancoragem afiançável.
E é exatamente no ponto mais importante por onde se inicia toda a
implementação de um sistema de proteção contra quedas que pecamos.
Atualmente, contamos com uma norma regulamentadora oficial que trata das
diretrizes básicas para a segurança e prevenção de acidentes por quedas de
diferença de nível. A mesma normativa também contempla a formação
obrigatória de todo profissional investido em uma tarefa laboral crítica
caracterizada como trabalho em altura. Os equipamentos de proteção
individual, elementos de ligação e seus acessórios também possuem normas

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técnicas nacionais para seu projeto, construção, testes e certificação, o que
lhes atribui um conceito maior de qualidade e tecnologia. Mas, e quanto aos
sistemas de ancoragem?
Modernamente, existe uma série de soluções tecnológicas e doutrinárias
que podem amparar os trabalhadores em altura quando algum de seus
equipamentos venha a falhar. São os sistemas de segurança com redundância.
Todavia, nem sempre conseguimos aplicar a redundância a uma ancoragem.
Por exemplo, quando utilizamos cordas podemos efetuar instalações com
repartição de cargas e um back up ( dois pontos ). Quando utilizamos
dispositivos de ancoragem podemos instalar um a mais que nos sirva como um
back up do principal. Porém, quando olhamos para um dos componentes de
um sistema de ancoragem como a estrutura de base que receberá a
instalação, poderemos ter que colocar toda a nossa confiança nesse único item
que não estará amparado por nenhum back up. Sendo assim, a abordagem de
um sistema de ancoragem deverá ser profissional e o mais completa possível,
pois não adianta nos cercamos de segurança e qualidade para somente alguns
elementos e nos esquecer de outros igualmente importantes para o sistema
como um todo.
O universo vertical que envolve atividades com profissionais em altura ou
esportivo possui referências normativas nacionais e internacionais
estabelecendo dispositivos legais, orientações técnicas e requisitos de
certificação para elementos que façam parte de um sistema de ancoragem
como parte de um sistema de segurança para proteção de quedas.
Por muito tempo os especialistas na área vertical sempre utilizaram as
referências normativas europeias para o desenvolvimento de projetos de
sistemas de ancoragem ou para a utilização de dispositivos certificados, tanto
para aplicação profissional quanto para utilização em atividades esportivas.
Para a área de trabalhos profissionais em altura a principal referência
normativa emprega é a EN 795:2012 – Equipamentos de Proteção Pessoal
Contra Quedas – Dispositivos de Ancoragem.
Já para a área de esportes alpinos a principal referência normativa
empregada é a EN 959:2007 – Equipamentos de Alpinismo e Escalada –
Ancoragens para Rochas.

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Ainda que não seja nosso universo de trabalho falaremos um pouco das
ancoragens esportivas definidas pela EN 959, pois apresentam interessantes
soluções para o mundo vertical, mesmo que seja para a área profissional de
trabalhos em altura. Essa normativa europeia teve a sua edição inicial no ano
de 1996 e hoje se encontra em sua versão mais atualizada do ano de 2007.
Fora originada a partir de outros standards outrora editados pela UIAA – União
Internacional das Associações de Alpinismo. Seu campo de aplicação está
direcionado às ancoragens a serem instaladas em rochas, para a segurança
nas atividades de alpinismo, incluindo escaladas, barranquismo e espeleologia
alpina que necessitam de um ponto de ancoragem instalado para situações de
suspensão ou prevenção de quedas.
A EN 959 define uma ancoragem para rochas como sendo um dispositivo
destinado para uso repetido depois de sua instalação que é inserido em um
orifício perfurado em uma rocha e se mantém fixado seja por um elemento de
fixação químico ou um elemento de fixação mecânica por expansão, e que
incluiu um ponto para conexão de um conector.
No Brasil, recentemente passamos a contar com uma norma técnica
específica para dispositivos de ancoragem e uma norma oficial um pouco mais
genérica para os sistemas de ancoragem.
No ano de 2014 foi editada pela ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas nossa primeira normativa a tratar dos dispositivos de ancoragens e
seus diversos tipos a serem em pregados nos trabalhos profissionais em altura,
com efeitos válidos a partir de janeiro de 2015. A Normativa NBR 16.325:2014
– Proteção Contra Quedas de Altura – Dispositivos de Ancoragem nasceu
sob inspiração direta da EN 795 que lhe serviu como base para a criação de
um standard nacional. Nosso trabalho estará focado nas recomendações e
procedimentos práticos de montagem, instalação e utilização dos dispositivos
de ancoragens certificados.
De uma forma mais ampla, buscando atender as diversas formas de
montagem de ancoragens para trabalhos em altura e acesso por cordas, o
extinto Ministério do Trabalho e Emprego, na época de sua vigência, editou o
Anexo II da norma regulamentadora NR-35, que regulamenta os sistemas de
ancoragens no Brasil. Utilizaremos a norma regulamentadora como a

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referência para regularização dos sistemas de ancoragens instalados e aqueles

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que possuem um projeto de instalação.

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No universo laboral para trabalhos em altura, acesso por cordas e
operações de resgate técnico os dispositivos de ancoragem são equipamentos

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amplamente utilizados e se tratam de um tema já exaustivamente tratado de

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forma semelhante e inequívoca pelas normativas NBR 16.325 e EN 795, pois
se tratam de equipamentos sujeitos a ensaios para aprovação e certificação

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como um produto de segurança. Praticamente as definições, especificações,
testes e tipos de dispositivos são os mesmos segundo estas duas normas.

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1.1. SPIQ – SISTEMA DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA QUEDAS

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50
É importante ressaltar que os dispositivos de ancoragens são apenas uma
79
das formas de se constituir um sistema de ancoragem. No Brasil ainda
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contamos com a regulamentação para os sistemas de ancoragem destinados
aos trabalhos em altura através da norma regulamentadora NR-35 – Trabalhos
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em altura.
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E esta norma regulamentadora apresenta o seu Anexo II destinado à


aplicação dos sistemas de ancoragens para trabalhos em altura, suas
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definições e requisitos de segurança a serem atendidos. Portanto, o tema


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ancoragens recebe um importante destaque perante a normativa brasileira


quando se apresenta como um item integrante de todo sistema de proteção
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individual contra quedas e presente em toda a análise de risco prévia a todo


trabalho em altura.
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Por sua vez, o sistema de ancoragem é parte integrante de um sistema


completo destinado a eliminar o risco de queda dos trabalhadores ou minimizar
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as consequências da queda definido pela NR-35 como SPQ – Sistema de


Proteção Contra Quedas. O SPQ selecionado poderá ser de dois tipos:
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➢ Sistema de Proteção Coletiva Contra Quedas - SPCQ; ou


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➢ Sistema de Proteção Individual Contra Quedas – SPIQ sempre que o
SPCQ for impossível de se adotar ou o mesmo não ofereça completa
proteção ou para a necessidade de atender situações de emergência.

O SPIQ é o sistema de segurança de proteção contra o risco de queda


mais utilizado em qualquer que seja a técnica de trabalho em altura
empregada: retenção de queda, restrição de movimentação, trabalho
posicionado ou acesso por cordas. O seu entendimento é que se trata de uma
verdadeira corrente de segurança cuja a composição está apoiada em três
elementos essenciais:

SISTEMA DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA QUEDAS

DIRETAMENTE NA ESTRUTURA
ANCORAGEM ESTRUTURAL
SISTEMA DE ANCORAGEM DISPOSITIVO DE ANCORAGEM

TALABARTES
ELEMENTO DE LIGAÇÃO TRAVA-QUEDAS

CINTURÃO DE SEGURANÇA
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL TIPO PARAQUEDISTA

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Todo SPIQ – Sistema de Proteção Individual Contra Quedas para trabalho
em altura depende de uma estrutura firme e sólida ou dispositivo a ser
instalado um ponto para servir de conexão segura para o EPI utilizado pelo
trabalhador, de forma a prevenir uma queda ou reduzir os efeitos desta e ser
resistente aos esforços transmitidos à sua estrutura decorrentes de uma
determinada força produzida por uma queda. Porém, antes de prosseguirmos,
será muito importante aqui conceituar a diferença entre sistemas de
ancoragem, pontos de ancoragens, ancoragem estrutural e dispositivos de
ancoragem.

1.2. SISTEMA DE ANCORAGEM

Sistema de ancoragem é o termo mais abrangente utilizado pela NR-35


para reunir todos os tipos de componentes, elementos, acessórios e estruturas
utilizados para instalar uma ancoragem de segurança destinada a trabalhos
profissionais, sejam eles, trabalhos em altura, acesso por cordas ou operações
de resgate técnico.
O conceito de sistema de ancoragem fica, portanto, mais amplo ao
apresentar requisitos mais consistentes para situações onde não havia
qualquer orientação, e para que o mesmo tenha condições legais e técnicas
para compor o verdadeiro sistema de proteção a ser especificado, projetado e
implementado que é o SPIQ - Sistema de Proteção Individual Contra Queda.
Sendo assim, o Anexo II da NR-35 define sistema de ancoragem como um
conjunto de componentes, integrante de um sistema de proteção individual
contra quedas - SPIQ, que incorpora um ou mais pontos de ancoragem, aos
quais podem ser conectados Equipamentos de Proteção Individual (EPI) contra
quedas, diretamente ou por meio de outro componente, e projetado para
suportar as forças aplicáveis.
Já a NBR 16.325 e a EN 795 complementam a definição sobre o tema
conceituando o sistema de ancoragem como um sistema projetado para ser
utilizado como parte de um sistema pessoal de proteção de queda que

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incorpora um ponto ou pontos de ancoragem e/ou um dispositivo de
ancoragem e/ou um elemento e/ou uma ancoragem estrutural.

Pontos de ancoragem aos quais se referem as normas citadas é o ponto


específico do sistema de ancoragem onde o equipamento de proteção
individual é conectado.

A configuração do sistema de ancoragem conforme a NR-35 está


representada no gráfico a seguir:

DIRETAMENTE
NA
ESTRUTURA

SISTEMA DE
ANCORAGEM

DISPOSITIVO
ANCORAGEM
DE
ESTRUTURAL
ANCORAGEM

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1.3. SISTEMA DE ANCORAGEM DIRETAMENTE NA ESTRUTURA

Sistemas de ancoragem baseados em pontos de ancoragem diretamente


na estrutura como parte integrante de um SPIQ utilizam simplesmente a própria
estrutura (natural ou artificial) como o ponto a ser usados pelos trabalhadores
para conectarem os seus equipamentos e dispositivos de proteção contra
quedas. Por exemplo, ao escalar uma estrutura metálica com um elemento de
ligação do tipo talabarte duplo com gancho, o trabalhador irá utilizar os
conectores do talabarte diretamente na estrutura que lhe serve como ponto de
ancoragem.
As ancoragens temporárias deve possuir a capacidade de resistir aos
esforços produzidos durante os deslocamentos dos trabalhadores em altura e
os esforços produzidos pelos efeitos de uma queda, ainda que a estrutura
tenha sido construída para uma finalidade diversa.
A sua utilização sempre irá depender dos requisitos de compatibilidade a
cada local, conforme procedimento operacional a ser elaborada a uma correta
utilização de uso dessas estruturas que servirão como ponto de ancoragem e
os seus pontos de fixação deverão ser definido sob responsabilidade de
profissional legalmente habilitado.
Portanto, entendemos que as empresas que autorizam a execução de
trabalhos em altura com deslocamentos verticais e horizontais onde os
trabalhadores irão conectar os seus equipamentos diretamente nas estruturas
disponíveis, deverão identificar e cadastrar essas estruturas que servirão como
ponto de ancoragem como forma de assegurar o correto uso do sistema e
garantir aos trabalhadores que aquele ponto está avaliado e liberado para sua
utilização.

1.4. SISTEMA DE ANCORAGEM NA ANCORAGEM ESTRUTURAL

As ancoragens estruturais são aqueles elementos fixados


permanentemente a uma estrutura na qual um dispositivo de ancoragem ou o
próprio EPI pode ser conectado diretamente. Essa estrutura segundo a NR-35

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poderá ser utilizada para integrar o sistema de ancoragem, desde que
apresente capacidade de resistir aos esforços desse sistema.
Vigas ou colunas de metálicas ou em concreto são exemplos de estruturas
que poderão ser empregadas para receberem a montagem das ancoragens
estruturais. Conforme disposto da NR-35, a sua utilização é permitida desde
que seja acompanhada de um projeto para esse tipo de sistema de ancoragem
elaborado por profissional legalmente habilitados e também construído sob sua
própria responsabilidade, de acordo com norma técnica nacional ou, na sua
inexistência, por norma técnica internacional. Adicionalmente, as ancoragens
devem ser rastreáveis, logo devem apresentar, como um mínimo estabelecido
pela NR-35, as informações sobre: o nome de seu fabricante, um número de
série ou lote ou outro meio de rastreabilidade, e o número máximo de
trabalhadores conectados simultaneamente ou força máxima aplicável.
Sistemas de ancoragem com base em ancoragens estruturais são
desenvolvidos a partir de elementos estruturais, normalmente metálicos,
fixados de forma permanente à estrutura principal no qual o equipamento de
proteção contra queda do trabalhador possa ser conectado diretamente, ou
onde possa ser instalado um dispositivo de ancoragem, como por exemplo,
uma linha de vida. As ancoragens estruturais podem ser fixadas de forma
permanente através de soldas, adesivos químicos ou durante a pré-
concretagem de um componente estrutural, e podem ser dimensionados e
fabricados a partir de normas técnicas nacionais. Uma das referências para o
dimensionamento desses projetos de ancoragens estruturais é a norma técnica
NBR 8800 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios.
A fixação das ancoragens estruturais será feita de forma definitiva. Quando
se tratar de uma estrutura metálica e um projeto também construído a partir de
algum material metálico, o tipo de união entre eles normalmente será através
de algum processo de solda que assegure na fixação a compatibilidade e
continuidade das propriedades químicas e físicas dos dois elementos.
Quando a estrutura a receber a ancoragem estrutural se tratar de uma
peça a ser moldada em concreto, a ancoragem estrutural poderá ser fixada no
momento da concretagem do molde da peça. Após o endurecimento definitivo
da peça de concreto a ancoragem também ficaria permanentemente instalada.

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Uma outra possibilidade é a utilização e de elementos de fixação através de
resinas químicas. Esses produtos possuem uma reconhecida resistência e é
largamente utilizado na indústria da construção civil.
Uma ancoragem estrutural também pode ser composta por dispositivos de
ancoragem. Inicialmente, são dois tipos de sistemas de ancoragem distintos.
As ancoragens estruturais são sistemas fixos e instalados permanentemente,
enquanto que os dispositivos de ancoragem são sistemas móveis e instalados
temporariamente ou por um tempo indeterminado. Todavia, se algum
dispositivo de ancoragem é instalado em alguma estrutura de forma definitiva,
ele deixa de ser um dispositivo de ancoragem conforme sua norma técnica
NBR 16325 e passa a ser definido com uma ancoragem estrutural.
Os pontos de ancoragem da ancoragem estruturais já instalados e que não
possuem a marcação prevista pela NR-35 devem ter sua marcação
reconstituída pelo fabricante ou responsável técnico. A mesma norma
estabelece que na impossibilidade de recuperação das informações, os pontos
de ancoragem devem ser submetidos a ensaios, sob responsabilidade de
profissional legalmente habilitado, e marcados com a identificação do número
máximo de trabalhadores conectados simultaneamente ou da força máxima
aplicável e identificação que permita a rastreabilidade do ensaio.

1.5. SISTEMA DE ANCORAGEM NO DISPOSITIVO DE ANCORAGEM

Dispositivos de ancoragem são produtos fabricados a partir de requisitos


mínimos estabelecidos em normas técnicas que também prevê submetê-los a
ensaios para sua certificação por terceira parte.
A NR-35 define como um dispositivo removível da estrutura, projetado para
utilização como parte de um sistema pessoal de proteção contra queda, cujos
elementos incorporam um ou mais pontos de ancoragem fixos ou móveis.
Como já dissemos, possuímos atualmente uma norma técnica nacional para
os dispositivos de ancoragem, a NBR 16325:2014. Esta norma define os
dispositivos de ancoragem como sendo uma montagem de elementos que
incorporam um ou mais pontos de ancoragem ou pontos de ancoragem
móveis, que podem incluir um elemento de fixação, é projetado para utilização

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como parte de um sistema pessoal de proteção contra quedas e também de

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forma que possa ser removido da estrutura e ser parte do sistema de

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ancoragem.
Ambas as normas apresentam as duas características essenciais dos

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dispositivos de ancoragem: móveis e removíveis. Além da certificação, são

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essas as caraterísticas que diferem os dispositivos de ancoragem entre todos
os demais tipos de sistemas de ancoragens disponíveis como elemento parte

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de um sistema de proteção contra queda.
Para fins de cumprimento aos requisitos regulamentares, os sistemas de

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ancoragem configurados com dispositivos de ancoragem devem atender a uma

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das seguintes exigências estabelecidas pela NR-35:

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a) ser certificado;

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b) ser fabricado em conformidade com as normas técnicas nacionais
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vigentes sob responsabilidade do profissional legalmente habilitado;
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c) ser projetado por profissional legalmente habilitado, tendo como
referência as normas técnicas nacionais vigentes, como parte integrante
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de um sistema completo de proteção individual contra quedas.


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Apesar da norma técnica nacional NBR 16.325 ser uma norma para
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certificação de dispositivos de ancoragem, ainda não há um sistema de


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certificação de terceira parte implementado para esse tipo de produto. Portanto,


a alternativa para os fabricantes e projetistas de sistemas de ancoragem
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baseados em dispositivos de ancoragem seria atender ao requisito da letra “b”


ou da letra “c” estabelecido pela norma regulamentadora oficial.
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2. REQUISITOS LEGAIS PARA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE
ANCORAGEM

Um sistema de ancoragem pode apresentar diferentes configurações de


montagem. Muitos são instalados por tempo indeterminado. Outros são
instalados de forma temporária enquanto durarem os serviços.
A sua instalação poderá ficar sob a responsabilidade dos próprios
trabalhadores executantes dos trabalhos em altura, ou sob a responsabilidade
de instaladores profissionais ou sob a responsabilidade de profissionais
legalmente habilitados. Tudo sempre irá depender do tipo de sistema de
ancoragem escolhido.
A instalação dos sistemas de ancoragens deverá ser um visto como um
processo que requer a elaboração de um planejamento de forma a atender os
seguintes requisitos normativos:

a. Os sistemas de ancoragem tratados pela NR-35 poderão possuir


distintas finalidades de acordo com o tipo de SPIQ a ser empregado
no trabalho em altura a desenvolver.

Os requisitos legais da norma são aplicados aos sistemas de ancoragem


instalados para trabalhos em altura com sistemas de retenção de queda,
sistemas de restrição de movimentação, sistemas de posicionamento no
trabalho e para os sistemas de acesso por cordas.

b. Análise de risco para estabelecimento dos sistemas e pontos de


ancoragem.

Todo o planejamento para um trabalho em altura deverá ser precedido


por uma análise de risco. E um dos itens fundamentais, entre outros, é o
estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem que são parte do
sistema de proteção contra quedas. A análise definirá a necessidade de
instalação de um dos tipos de sistema: diretamente na ancoragem, na
ancoragem estrutural ou dispositivo de ancoragem de acordo com o

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resultado da avaliação do local de instalação existente e o tipo de tarefa
a ser executada.

c. Os sistemas de ancoragem estrutural devem possuir projeto e a


instalação deverá estar sob responsabilidade de um profissional
legalmente habilitado.

Ancoragem estrutural instalada de forma fixa e permanente, o seu


projeto deverá ser emitido por profissional legalmente habilitado e a
execução de sua instalação também deverá estar sob responsabilidade
desse profissional (com emissão de ART junto ao CREA). As
ancoragens estruturais não são conceituadas como dispositivo de
ancoragem. Portanto, não são submetidas a ensaios para certificação
conforme norma técnica.

d. Os pontos da ancoragem estrutural devem possuir marcação


realizada pelo fabricante ou responsável técnico.

Como não se tratam de dispositivos de ancoragem com regulamentação


própria, é exigido que a ancoragem estrutural apresente as mesmas
informações daqueles dispositivos sobre o seu fabricante, número de
lote ou série e a quantidade máxima de trabalhadores que poderão estar
conectados. Desta forma estaria assegurada a rastreabilidade da
ancoragem para efeitos de inspeções periódicas e a informação segura
para os usuários desse modelo de sistema de ancoragem com relação
aos seus limites de uso.

e. Os sistemas de ancoragem temporários devem atender os


requisitos de compatibilidade a cada local de instalação e ter os
pontos de fixação definidos por profissional legalmente habilitado.

Quando se tratar de sistemas de ancoragem temporárias ou móveis as


estruturas onde estes serão montados deverão ter os seus pontos de
ancoragem avaliados e aprovados por um profissional legalmente

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habilitado. Além de se avaliar a resistência desses locais, também
deverá ser verificado se essas estruturas são compatíveis para a
finalidade a que se destina (retenção de quedas, restrição de
movimentação, posicionamento no trabalho ou acesso por cordas) e se
os materiais construtivos utilizados na composição das ancoragens são
compatíveis com a estrutura oferecida.

f. O sistema de ancoragem permanente deve possuir projeto e a


instalação deve estar sob responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.

O projeto de um sistema de ancoragem deverá ser elaborado por


profissional legalmente habilitado, estando sob sua responsabilidade
através de uma ART – Anotação de Responsabilidade técnica. A NBR
16.325 apresenta uma relação de informações que deverão constar no
projeto.

g. Ser submetido à inspeção inicial e periódica quanto à sua


integridade.

Todo dispositivo de ancoragem deverá ser inspecionado antes de sua


utilização e periodicamente, por um período não superior a 12 meses.
Para isso deverá ser desenvolvido um procedimento operacional que
estabeleçam os critérios de inspeção, tipos ou níveis de inspeção,
responsabilidades, registros e liberação de utilização dos mesmos.

h. Ser instalado por trabalhadores capacitados.

A equipe de instalação deverá ser capacitada para a montagem e


instalação de todos os componentes de um sistema de ancoragem. É
importante que os instaladores sejam treinados pelos fabricantes dos
dispositivos de ancoragem a serem instalados, bem como serem
conhecedores das técnicas de instalação específicas de cada
componente de um sistema de ancoragem.

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i. Os dispositivos de ancoragem devem ser certificados, ou
fabricados em conformidade com normas técnicas sob
responsabilidade de profissional legalmente habilitado, ou
projetado por profissional legalmente habilitado conforme normas
técnicas vigentes

Inicialmente devem ser utilizados dispositivos de ancoragem certificados.


A normas técnica NBR 16.325 é uma norma de certificação para os
dispositivos, a exemplo do que já ocorre no continente europeu com a
norma técnica EN 795. O processo de certificação é feito por organismos
de terceira parte o que dispensa a necessidade de profissional
legalmente habilitado. Todavia, ainda não estão implementados no Brasil
os requisitos de avaliação de dispositivos de ancoragem por terceira
parte. Desta forma, a NR-35 determina que os dispositivos sejam
fabricados ou projetados sob responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.

j. Indicação da força máxima aplicável, o numero máximo de


trabalhadores conectados simultaneamente, força de impacto e os
esforços em cada parte do sistema de ancoragem decorrente da
força atuantes em um impacto.

No âmbito da NR-35 não existe qualquer menção a uma referência de


carga de resistência mínima para estabelecer os pontos de ancoragem,
sejam eles fixos ou móveis. Todos os esforços aos quais o sistema de
ancoragem é submetido, como por exemplo, a força máxima aplicável, o
número de pessoas que poderão estar conectados de forma isolada ou
simultaneamente, aos esforços em cada parte do sistema de
ancoragem decorrente da força de impacto, será transmitidos a estrutura
e direção de aplicação de força, relevante para efeitos de fixação ou
escolha do tipo de estrutura a ser utilizada, devem ser estabelecidos
mediante avaliações dos componentes do sistema de ancoragem
selecionado e das estruturas onde serão instalados, por meio de

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cálculos ou ensaios estabelecidos por um profissional legalmente
habilitado.
Sobre a resistência dos pontos de ancoragem encontramos uma
referência disposta nos requisitos estabelecidos na norma
regulamentadora NR-18 – Condições de Segurança e Saúde na
Indústria da Construção Civil ( PORTARIA Nº 3.733, DE 10 DE
FEVEREIRO DE 2020 ) . Esta normativa ( 18.12.12 ) determina que
edificações com, no mínimo, quatro pavimentos ou altura de 12 metros a
partir do nível do térreo instalar dispositivos destinados à ancoragem de
equipamentos de sustentação de andaimes e de cabos de segurança
para o uso de proteção individual ( SPIQ ) , com uma carga mínima de
1500 kgf, a serem utilizados nos serviços de limpeza, manutenção e
restauração de fachadas. Todavia, a finalidade para o qual foi
estabelecido a referência da NR-18 não é a mesma para o qual foi
estabelecida segundo o Anexo II da NR-35.
Vimos que o ponto de ancoragem é o elemento destinado a suportar
carga de pessoas ou cargas produzidas por uma queda para a conexão
de dispositivos de ancoragem.
Logo, não se menciona aqui as suas características construtivas,
marcações e fabricação, conforme a visão disciplinada pela NR-18.
Essas informações são propriedades que melhor encontraremos nos
dispositivos de ancoragem ou para ancoragens estruturais. Portanto,
são visões diferentes. Os dispositivos da NR-18 não se aplicam ao
conceito de SPQ – Sistemas de Proteção contra Quedas normatizados
pela NR-35.
A carga de resistência não é a única e mais importante informação a
título de segurança relacionados a resistência de um sistema de
ancoragem.
Existem muitos esforços envolvidos durante a própria instalação do
dispositivo, durante o seu uso normal e no momento como ele se
comporta ao reter uma queda de um trabalhador em altura.
E esses esforços poderão ter resultados variáveis dependendo do
material construtivo dos elementos que compõem um sistema de
ancoragem, do tipo de dispositivo de ancoragem selecionado, do

20
elemento de fixação selecionado, o substrato da estrutura de
ancoragem, a dinâmica da queda, o modelo de EPI, entre outros.
Logo, a resistência necessária para um ponto de ancoragem também
poderá variar. Por isso, as informações de resistência devem ser
estabelecidas analisando caso a caso.
É muito difícil, senão praticamente impossível, estabelecer uma carga de
resistência mínima padronizada para todos os tipos de sistemas de
ancoragem admitidos em normas. Por sua vez, carga de resistência é
um termo utilizado de forma muito genérica, e por vezes, sem muito
fundamento. Talvez os únicos equipamentos que já possuam um limite
de carga de trabalho, uma carga de trabalho segura ou uma carga de
prova já pré-estabelecida são os dispositivos de ancoragem em virtude
da obrigação desses dispositivos atenderem aos requisitos normativos
específicos para os ensaios aplicados para efeitos de sua certificação.
Essas informações de carga não devem ser tratadas como as
informações definitivas para o estabelecimento das informações de
carga exigidas conforme NR-35 e NBR 16325, mas serão consideradas
para composição dos cálculos e avaliações realizadas pelos
profissionais legalmente habilitados para elaboração de seus projetos.

21
A
3. DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM

RI
AD
Dispositivos de ancoragem são, por definição, dispositivos submetidos a
certificação como um produto. Embora ainda não exista um sistema de

IA
avaliação de conformidade implementado pelo órgão acreditador nacional

AR
INMETRO para os dispositivos de ancoragem, a norma técnica nacional NBR
16325 foi elaborada com vocação para ser utilizada como a referência de

-M
requisitos de avaliação e ensaios de certificação desses dispositivos.
Os dispositivos de ancoragem são um dos tipos de sistemas de ancoragem

15
aceitos pela NR-35 como parte integrante de um sistema individual de proteção

92
contra quedas. Os demais itens que compões esse sistema, o EPI (cinto de
segurança) e os elementos de ligação (talabartes e trava-quedas) já estão

18
contemplados por um requisito de avaliação de conformidade (RAC) para

50
serem submetidos a um processo de certificação do produto por um organismo
79
certificados de produto (OCP) de terceira parte. Não há dúvidas dos benefícios
-8
trazidos pela certificação de terceira parte.
Esse processo, mais completo, diferencia-se muito dos serviços de laudos
A

e relatórios de ensaios que servem apenas para informar uma determinada


AG

característica do produto, sem estabelecer uma metodologia técnicas para


ensaios de tipo e avaliações do seu processo de fabricação.
BR

Portanto, não faz sentido possuirmos rigorosos critérios no âmbito do


OS

INMETRO para a certificação e comercialização de cintos de segurança


paraquedistas, talabartes, absorvedores de energia, trava-quedas e o mesmo
NT

rigor não ser estabelecido para os dispositivos de ancoragem.


Um dispositivo de ancoragem submetido a um verdadeiro sistema com
SA

requisitos de certificação de terceira parte poderia nos oferecer, entre outras


vantagens, o seguinte:
DO

Comprometimento com a qualidade do produto;


A

-
AN

- Redução de perdas ou de defeitos de fabricação dos dispositivos;


- Garantia de controle sobre a produção do item;
RI

- Promove a melhoria contínua do produto e dos seus processos


AD

produtivos;
IA
AR

22
M
- Otimiza os investimentos dos clientes em relação a procedimentos de
controles e avaliações;
- Evita a concorrência desleal e profissionaliza o mercado de uma
forma a estabelecer uma alta competitividade conforme as normas
técnicas aceitas.

3.1. ENSAIOS DE CERTIFICAÇÃO

Os ensaios de certificação do dispositivos, também chamados de testes,


são realizados para verificação de conformidade do produto em relação aos
requisitos de sua norma técnica exigidos para sua fabricação e designação
como um produto projetado especificamente para uma finalidade. Esses
ensaios não devem ser confundidos com qualquer outro tipo de teste que seja
exigido ou pretendido realizar no dispositivo instalado fora do âmbito do seu
processo de certificação normatizado
Os ensaios de certificação previstos na NBR 16325 são os mesmos
realizados pela EN 795.

Ensaios estáticos:

Aplicável a todos os tipos de dispositivos. É aplicada uma carga estática


de 12 kN nos elementos metálicos ou não metálicos. Se não for fornecida
evidência de durabilidade de elemento da carga deve ser de 18 kN. Essa carga
deve ser mantida por 3 minutos. O dispositivo de ancoragem pode deformar,
mas não pode liberar a força.
Para os dispositivos dos tipos B , C e D que sejam projetados para uso
por mais de uma pessoa simultaneamente, deverá ser acrescido 1 kN por
pessoa adicional à carga determinada anteriormente. Essa carga deve ser
mantida por 3 minutos. O dispositivo de ancoragem pode deformar, mas não
pode liberar a força.

23
Ensaios dinâmicos:

Aplicável a todos os tipos de dispositivos. Utiliza-se uma massa de teste


de 100 kg que deve ser posicionada à uma distância horizontal máxima de 300
mm do ponto de ancoragem. Sua conexão na célula de carga é feita por
intermédio de um talabarte de corda dinâmica (EN 892) de 11 mm (+/- 0,5 mm)
com força de impacto de 9 kN (+/- 1,5 kN).
O comprimento do talabarte deve ser de 2000 mm. Deve ser ajustada a
altura da massa de teste a ser liberada de forma que a força de retenção da
queda gerada seja de 9 kN. Se o dispositivo for projetado para 2 pessoas a
massa de teste deverá ser de 200 kg e a força de retenção da queda gerada
deverá ser de 12 kN. Os ensaios para 2 pessoas não se aplicam aos
dispositivos A1. Os requisitos para esse tipo são específicos para suportar a
carga dinâmica de apenas uma pessoa.
Depois, aumenta-se a massa no dispositivo de ancoragem para 300 kg
ou aplica-se essa carga no dispositivo de ancoragem por 3 minutos.

Ensaios de deformação:

Aplicar no ponto de ancoragem uma carga estática igual a 0,7 kN por 1


minuto na direção de carga utilizada em serviço. Remover a carga e registrar a
deformação permanente. Se o dispositivo for projetado para deformar com uso
de absorvedor de energia não deve apresentar uma deformação permanente
de mais de 10 mm na direção de carga.

Ensaio de corrosão:

Expor amostras representativas das partes metálicas do dispositivo ao


ensaio de acordo com a NBR 8094 por 24 h. Secar por 60min. Então repetir o
procedimento de forma que o dispositivo seja submetido no total a 24 h de
exposição e 60 minutos de secagem somados a mais 24 h de exposição e 60
min de secagem.
Sinais de corrosão do metal de base não são aceitáveis.

24
A presença de embaçamento e de carbonização branca é
aceitável. A conformidade desse item não representa uma
aptidão ao uso marítimo ou equivalente.
De acordo com a norma técnica nacional NBR 16.325:2014,
baseada na normativa europeia EN 795:2012, temos a definição
de quatro tipos de dispositivos de ancoragem, a saber:

3.2. DISPOSITIVO TIPO A:

Divide-se também em dois tipos específicos:

Tipo A 1: Dispositivo de ancoragem projetado para ser fixado a uma


estrutura por um elemento de fixação.

25
Alguns modelos também apresentam testemunho de queda (indicativo de
que o equipamento foi submetido a uma força de retenção de queda).
Para efeitos de controle e revisão periódica é um atributo interessante de
se contar nos dispositivos. Todavia, ainda que um dispositivo possua
testemunho, isso não desobriga as empresas de estabelecerem procedimentos
de inspeções rotineiras e periódicas.
As placas torcidas são ideais para instalações que trabalham com cargas
em cisalhamento. Graças à sua curvatura esses modelos acomodam os
mosquetões sempre paralelos à superfície.
Todavia, sua instalação deverá ser bastante criteriosa ao avaliar a
superfície em que será instalada, para evitar que os mosquetões sejam
instalados em alavanca ou se a corda poderá sofrer abrasões perigosas com a
superfície.

Tipo A 2: Dispositivo de ancoragem


desenvolvido para ser fixado em telhados
inclinados.

São dispositivos geralmente utilizados em


telhados ou planos que apresentam uma inclinação
que desfavorece a utilização dos dispositivos do
tipo A1.
São construídos em materiais metálicos como o aço
carbono e o aço inox (melhor indicado) e a sua carga de
resistência mínima para ser certificado também deve
suportar uma carga estática de 12 kN, e são submetidos
a testes dinâmicos da mesma forma que os dispositivos
tipo A1.
Igualmente ao tipo A1, os requisitos para esse tipo de
dispositivo são específicos para suportar a carga dinâmica de apenas uma
pessoa.
Podem ser fixados em telhados de alvenaria, de madeira ou em estruturas
metálicas, utilizando parafusos específicos ou placas passantes.

26
3.3. DISPOSITIVO TIPO B:

Dispositivo de ancoragem transportável com um ou mais pontos de


ancoragem estacionária.
Esses dispositivos não são instalados em uma ancoragem estrutural
através de um elemento de fixação. Por exemplo, são montados ao redor de
uma viga, no marco de uma porta ou janela ou no piso de alguma estrutura.
São dispositivos de instalação fácil em que o próprio usuário poderá fazer
mediante a escolha da ancoragem estrutural apropriada, conforme as
instruções passadas pelos fabricantes em seus manuais. Ainda assim,
recomendamos que todo o local que possa receber a instalação de dispositivos
de ancoragens transportáveis seja determinado através de cálculos estruturais
por um profissional legalmente habilitado.
Os dispositivos desse tipo podem ser metálicos ou têxteis. A sua carga de
resistência mínima em testes para ser certificado deve suportar uma carga
estática de 12 kN ou para elementos não metálicos, caso não o seja fornecida
evidência de durabilidade a carga estática deve ser 18 kN.
Também são submetidos a ensaios dinâmicos utilizando uma massa de
testes de 100 kg e um talabarte construído de corda dinâmica (EN 892) com
200 mm (2 metros) de comprimento. Depois, essa massa de teste é aumentada
para 300 kg ou submete-se o dispositivo a essa mesma carga por 3 minutos. A
massa de ensaio deverá ser mantida visivelmente acima do solo.
Os exemplos de dispositivo tipo B mais conhecidos são as cintas ou anéis
de ancoragem, tripés, barras para acoplamento em perfis metálicos ou
dispositivos removíveis com travas.
As cintas ou anéis de ancoragem são construídos em materiais têxteis ou
metálicos. Para os anéis de ancoragem têxteis os materiais mais utilizados são
a poliamida, o poliéster e a aramida.
Os materiais têxteis se destacam pela sua maleabilidade e alta resistência.
Todavia, possuem deficiências com relação a superfícies abrasivas, cortantes
ou aquecidas e podem sofrer sérios danos por ataque de produtos químicos.

27
EYE DOUBLE LINK®

Dispositivo de ancoragem tipo B, com dupla proteção, sendo capa e núcleo,


núcleo em cor vermelha para uma melhor visualização nas inspeções do
produto. Sua construção é torcida para utilização também com a boca de lobo.
Com olhal incorporado contando com uma tripla proteção (duas capas e um
núcleo). Construído 100% em poliéster de alta tenacidade, sendo capa com 20
mm de espessura e núcleo de 15mm, possui acabamento com cinco costuras
eletrônicas que garantem mais segurança e maior durabilidade.

28
A
RI
AD
Código, cores, tamanhos e peso:

IA
➢ TA-0058 (Azul/Olhal amarelo) – 0,80 m – 174g

AR
➢ TA-0059 (Preto/Olhal amarelo) – 1,00 m – 210g
➢ TA-0060 (Amarelo/Olhal preto) – 1,20 m – 248g

-M
Carga máxima de trabalho: 34 Kn

15
92
DOUBLE LINK®

18
Dispositivo de ancoragem tipo B, com dupla proteção, sendo capa e núcleo,

50
núcleo em cor vermelha para uma melhor visualização nas inspeções do
79
produto. Sua construção é torcida para utilização também com a boca de lobo.
-8
Construído 100% em poliéster de alta tenacidade, com capa com 20 mm de
espessura e núcleo de 15mm, possui acabamento com 5 costuras eletrônicas
A

que garantem mais segurança e maior durabilidade.


AG
BR
OS
NT
SA
DO
A
AN

Código, cores, tamanhos e peso:


RI

➢ TA-0055 (Azul) – 0,50 m – 98g


AD

➢ TA-0056 (Preto) – 0,70 m – 134g


➢ TA-0057 (Amarelo) – 0,90 m – 170g
IA
AR

29
M
Carga máxima de trabalho: 34 kN

As cintas construídas de aço são uma alternativa para estruturas que


apresentam superfícies abrasivas ou cortantes. Embora o aço também seja um
material mais resistente a intempéries, trata-se de um outro exemplo de
material estático, o que leva a não recomendarmos para trabalhos onde seja
necessário prever uma absorção de energia dinâmica provocada por quedas.

As barras de acoplamento em perfis metálicos também são uma boa


solução para instalação em vigas estruturais, muito comum na maioria das
plantas industriais. Trata-se de um equipamento ajustável através de uma
pinça regulável ao tamanho do perfil e fixado através de uma prensa. Existem
modelos para instalação vertical ou horizontal.

Os dispositivos removíveis com travas


são muito úteis para sua instalação em
orifícios existentes nas estruturas metálicas
ou de concreto. A rapidez e facilidade de
instalação são suas principais vantagens.
Porém, sua utilização dependerá muito do
tamanho do orifício disponível.

30
Os tripés também são equipamentos muito conhecidos para serem
utilizados como dispositivos temporários onde não encontramos ancoragens
disponíveis. Seu uso mais comum aparece nos trabalhos em espaços
confinados. São dispositivos que possuem regulagem de altura e de abertura
de suas pernas, o que deve ser avaliado com relação à superfície escolhida
para sua instalação.

Dispositivo de Ancoragem Transportável – SISTEMA WENDIX ( TX-0047 )

➢ O SISTEMA WENDIX é um dispositivo de ancoragem transportável


destinado à utilização como parte de um Sistema Pessoal de
Proteção de Queda.
➢ O Sistema WENDIX é a solução ideal com inúmeras variações de
montagem e tamanho.
➢ O Sistema WENDIX pode ser montado como TRIPÉ, BIPÉ e
MONOPÉ .
➢ Carga de Trabalho Segura: 13 kN.
➢ Altura mínima: 0,60m.
➢ Altura máxima: 3,20m.

TIPOS DE ACABAMENTOS

➢ Tubos em alumínio aeronáutico com pintura eletrostática em


Poliéster.
➢ Cabeçotes em aço carbono com pintura eletrostática em Poliéster.
➢ Tubo duplo (amarelo) em alumínio aeronáutico com pintura
eletrostática em Poliéster.
➢ Pinos de travamento rápido em aço inox
➢ Patas articuláveis em aço carbono com pintura eletrostática
➢ Corrente de aço carbono galvanizado a fogo
➢ Mochilas em cordura e lona
➢ Fita de estabilização em poliéster

31
APLICAÇÕES

O SISTEMA WENDIX é um sistema único para situações de trabalho e


resgates em locais de difícil acesso, para 1 ou 2 pessoas ao mesmo tempo,
conforme as possibilidades de montagem descritas no manual.

MEDIDAS DOS MATERIAIS

➢ Comprimento da corrente: 14m.


➢ Diâmetro dos furos de conexão da cabeça: Ø 20 mm
➢ Dimensão dos furos de conexão da roseta: Ø 20 mm. X 44,5mm
➢ Dimensão dos pinos: 95x22mm (pernas) / 56x22mm (cabeça)
➢ Dimensão das bolsas:
➢ Grande tubos: 180 cm. x 30cm.
➢ Pequenos tubos: 130 cm. x 30cm.
➢ Costas: 65cm x 45cm x 15cm.
➢ Bolsa das correntes: 37cm x 30cm.
➢ Fitas para estabilização Azul

VIDA ÚTIL E GARANTIA

Em condições normais de uso, o equipamento mantém as características ideais


por tempo indeterminado.
Garantia: 1 ano contra defeitos de fabricação

32
Nome do Produto: Tripé Rescue Super II

Código: TX-0005
Descrição: O Tripé Rescue Super II é fabricado em liga de alumínio
aeronáutico, de alta resistência, o que lhe garante total confiabilidade.
Suas pernas tubulares com moderno tratamento ecológico (não usa solventes)
de superfície em KTL (preto) possuem onze pontos de regulagem de altura o
que torna extremamente versátil já que todos componentes usam pinos
anodizados de travamento rápido com esfera e são imperdíveis, onde é

33
gravado o sistema de rastreabilidade (numero individual do produto).
Suas patas e cabeçote em aço de generosas dimensões garantem alta
resistência. O cabeçote possui três robustos pontos de ancoragens com
grandes orifícios para conexão de mosquetões, permitindo assim que a carga
esteja sempre corretamente centralizada.

As patas possuem articulações que permitem que se acomodem em


superfícies planas ou irregulares, permitindo também que sejam posicionadas
para cravarem em solos de consistência moderada, como terra compacta ou
gelo, por exemplo. Além disso, as patas possuem também orifícios que
permitem fixá-las ao solo para evitar deslizamento.
Duplo sistema de fixação: com fita plana limitadora e parafuso no piso.
Pernas telescópicas, que possibilitam a fixação dos pés em diferentes alturas;
Sistema de tração com polias em inox (opcional) e cordas sintéticas para
atmosferas potencialmente explosivas (opcional).
Possibilidade de estabilização com cintas utilizando o orifício superior do
cabeçote para conexão.
Fácil montagem e transporte.

Normas: EN 795 B, NFPA 1983 (EUA)


Certificação: CE 0248
Carga de Trabalho Segura: 500 a 940kg
Carga de Trabalho Máxima: 25kN (estendido) a 47kN (recolhido)
Altura máxima : 3metros ( 25kN )
Totalmente recolhido : 1,80 metro ( 47kN )
Material Construtivo: Corpo em alumínio aeronáutico. Pinos, cabeçotes e
patas em aço.
Acabamento: Pintura eletrostática, anodização e KTL.
Cor: Preto
Peso: 32kg

34
3.4. DISPOSITIVO TIPO C:

São dispositivos de ancoragem empregados em linhas de vida flexíveis


horizontais. Para os efeitos da norma brasileira linha horizontal é subtendida
como a que deriva do plano horizontal não mais de 15° (quando medido entre
ancoragens de extremidade e/ou intermediárias em qualquer ponto de sua
extensão).
Devido aos aspectos peculiares ao seu método de ensaio, projetos,
acessórios e instalações a NBR 16.325 optou por colocar os dispositivos de
linhas de vida numa segunda parte dentro da norma brasileira.
Os sistemas de linhas de vida são uma das soluções mais básicas para
trabalhos em altura em telhados ou superfícies onde não existem sistemas de
proteção coletiva, onde se faz necessário o deslocamento dos trabalhadores ao
longo de um ou mais pontos em edificações ou estruturas que não ofereçam
um controle para o risco de queda. Ao longo desse deslocamento o trabalhador

35
A
percorre toda a área em paralelo à linha de vida instalada permanecendo 100%

RI
do tempo conectado a ela. Dependendo do seu projeto e instalação, são

AD
sistemas com projetos capazes de oferecer proteção contra quedas para mais
de um trabalhador ao mesmo tempo. Na verdade, se constituem em um

IA
sistema de ancoragem para trabalhos em altura em relação às quais um

AR
trabalhador poderá conectar diretamente o seu EPI contra quedas
(componente de união), como por exemplo, talabartes e trava-quedas, para seu

-M
deslocamento seguro (horizontal ou vertical) ou conectar o seu EPI diretamente
a um ponto móvel de ancoragem que fica adicionalmente fixado à linha de vida.

15
O ponto móvel de ancoragem é definido como sendo como o elemento

92
adicional móvel da linha de vida no qual um dispositivo de conexão pode ser
conectado. Trata-se de um elemento mais comumente utilizado nas linhas de

18
vida rígidas.

50
Outro elemento igualmente importante que podermos encontrar nos
79
sistemas de linhas de vida flexíveis horizontais são os bloqueadores de fim de
-8
linha. Quando exista a possibilidade do ponto móvel de ancoragem ou
componente de união (EPI) seja desconectado da linha ao chegar a suas
A

extremidades se faz necessária a instalação de um bloqueador assegurando


AG

que os elementos ou equipamentos não sejam desconectados


involuntariamente do sistema.
BR

Nas linhas de vida que possuam múltiplos vãos, encontraremos as


OS

ancoragens intermediárias instaladas entre as ancoragens de extremidade.


Essa necessidade poderá exigir que o ponto móvel de ancoragem ou o
NT

componente de união (EPI) tenha como característica a possibilidade de


passar pelas ancoragens intermediárias sem se desconectarem
SA

involuntariamente ou sem ficarem bloqueados nas ancoragens intermediárias.


DO
A
AN
RI
AD
IA
AR

36
M
Para que o projeto de linha de vida seja eficaz e seguro é preciso que seja
definido o seu propósito como sistema de proteção individual contra quedas
(SPIQ): restrição de deslocamento ou retenção de quedas. Os projetos
poderão prever a instalação de linhas de vida flexíveis temporárias ou
permanentes.
As linhas de vida flexíveis horizontais permanentes são aquelas que foram
projetadas para serem instaladas em local específico sem o objetivo de serem
retiradas em um curto período de tempo. Já as linhas de vida flexíveis
horizontais temporárias foram projetadas para serem instaladas em locais
diferentes por um curto período de tempo. Ao final das atividades permite-se
que ela seja retirada do local de instalação.
As linhas de vida flexíveis horizontais temporárias são aquelas projetadas
para serem instaladas em diferentes locais que atendam seus requisitos, com o
objetivo de ser utilizada por um curto período de tempo. É indicado que se
tenha ao menos um projeto de identificação, cálculos e determinação dos
pontos de ancoragem resistentes e compatíveis para o modelo de linha de vida
horizontal temporária.
Os dispositivos de ancoragem do Tipo C – Linhas de Vida Flexíveis se
constituem praticamente em um capítulo à parte no mundo dos dispositivos de
ancoragem. Trata-se de sistemas complexos cuja concepção e instalação não
se resumem a uma mera questão de conectar-se a qualquer corda, fita ou cabo
extremamente “forte”. São sistemas de engenharia que exigem disciplina e
abordagens normativas e técnicas a fim de assegurar que serão utilizadas e
funcionarão de acordo com o projeto pretendido.
Infelizmente, é muito comum encontrarmos projetos de linhas de vida
flexíveis permanentes sem qualquer critério técnico ou amparo legal para sua
instalação. A instalação de uma linha de vida flexível horizontal apresenta uma
série de requisitos exigentes de desempenho e segurança que são
proporcionalmente afetados por uma boa instalação ou por erros ou
negligências em suas instalações ou projetos base. No caso de ocorrência de
uma queda de altura, existe a necessidade do projeto de linha de vida prever a
força de retenção a que o trabalhador poderia receber, a distância em que o
trabalhador poderia cair livremente antes de ter a sua queda retida pelo
sistema, as cargas que poderão ser geradas no sistema e as cargas que são

37
transmitidas às ancoragens de extremidade, que tipicamente são uma
magnificação da força de retenção, isso sem falar ainda na deflexão (flecha ou
“V”) formada na linha de vida após a retenção da queda do trabalhador.
Em uma linha de vida instalada existem dois momentos distintos, cada qual
com responsabilidades diferenciadas:

➢ A fabricação do dispositivo certificável;


➢ A instalação do dispositivo na estrutura aplicável.

Portanto, haverá um momento que é todo do fabricante envolvido na


concepção do projeto, construção, testes, orientações e certificação do
produto, e outro momento do instalador envolvido na forma de instalação do
produto de acordo com as recomendações técnicas e requisitos normativos.
Em casos excepcionais, podemos encontrar as duas situações em uma única
pessoa/empresa. As duas demandas são de alta complexidade e em dado
momento poderão depender de cálculos de engenharia feitos por pessoas
capacitadas para atribuir confiabilidade ao produto ou ao projeto de instalação.
Ao fornecer cargas de resistência sobre o dispositivo de ancoragem que
serão previamente calculados e depois confirmados através de ensaios
previstos em norma, o fabricante estará validado tão somente o produto e suas
configurações variáveis permitidas para sua instalação e utilização.
Com relação ao instalador, segundo o Anexo B da NBR 16.325, recai sobre
ele a responsabilidade de calcular a compatibilidade deste produto com o local
que será instalado seguindo as recomendações do fabricante. Para atender a
essa responsabilidade em assegurar que os materiais de base em que os
dispositivos de ancoragem serão instalados são compatíveis com o próprio
produto a ser instalado, o instalador poderá depender de outros cálculos onde
a norma brasileira não foi muito clara em atribuir a responsabilidade.

38
EASY WORK

Descritivo: Sistema de linha de vida móvel com 20m


formado por fita de alta resistência e catraca.
Ideal para trabalhos de curta duração ou instalações
momentâneas, pois pode ser instalado e removido com
rapidez.

EASY ROPE

Descritivo: Sistema de linha de vida móvel com


20m formado por corda semi-estática de 12mm.
Ideal para trabalhos de curta duração ou
instalações momentâneas, pois pode ser instalado e
removido com rapidez.

Para todos os dispositivos de ancoragem, o anexo A da mesma norma,


informa que o projeto de instalação precisa prever a solidez de fixação da
ancoragem estrutural que serve para a fixação do dispositivo de ancoragem.
Essa previsão pode ser obtida por intermédio de ensaios ou cálculos.
A norma não identifica de quem é a responsabilidade para efetuar os
ensaios ou cálculos. Mas, facilmente, podemos concluir que após a instalação,
o próprio instalador deverá fazer alguns ensaios de confiabilidade no sistema
instalado, embora a norma não forneça nenhum parâmetro ou método de teste
para os instaladores.
Já com relação aos cálculos sobre a solidez da estrutura isso deverá ser
realizado por profissional legalmente habilitado que, em nossa opinião, poderá
ser visto como um terceiro momento no projeto de instalação de uma linha de
vida, posicionado entre a fabricação do dispositivo e a sua instalação definitiva.

39
Como a estrutura ou edificação são de propriedade de empresas que
assumem a necessidade de instalação de um dispositivo de ancoragem,
acreditamos que a responsabilidade de assegurar que a sua estrutura é
resistente o suficiente para receber um produto é da própria empresa
proprietária da edificação, muito embora entendemos que ela também possa
subcontratar essa demanda específica.
As linhas de vida flexíveis horizontais podem ser constituídas por cabos
metálicos, cabos sintéticos (cordas) ou fitas sintéticas.
Conforme determinado pela NBR 16325-2, as linhas de vidas flexíveis
montadas com cabos de aço deverão utilizar cabos certificados conforme a
norma ISO NBR 2.408 – Cabo de aço para uso geral – Requisitos mínimos.

Esta Norma se aplica a cabos de aço de camada simples, resistente à


rotação e com pernas fechadas em paralelo feitos de arames sem acabamento
(polidos), galvanizados e revestidos com liga de zinco. Se a linha de vida utiliza
cabos com tratamento galvanizado, este tratamento também deverá estar de
acordo com a norma ISO NBR 2.408.
Curiosamente essa norma não menciona os cabos de aço construídos com
arames de aço inox. Todavia, em caso de utilização de cabos de aço em inox
para os projetos de linha de vida flexíveis de cabo de aço, recomendamos a
utilização do aço inox AISI 316L.
Não existem cabos de aço construídos especificamente para montagem de
dispositivos de ancoragem do tipo linhas de vida. Os cabos utilizados são os
mesmos empregados em operações com equipamentos de elevação de carga,
tais como guindastes e guinchos, além do uso para a realização de laços.

Um cabo de aço possui algumas informações pertinentes à sua construção


que são importantes para sua especificação e escolha como componente de
um dispositivo de ancoragem do tipo linha de vida, como por exemplo, o seu
diâmetro, a quantidade de arames, o seu tipo de alma, acabamento do arame,
a carga de resistência à tração, o sentido de sua torção, etc.

40
LINHA DE VIDA DE TIPO C
SISTEMA ARAKNID

41
42
A
Os diâmetros mais utilizados nas linhas de vida flexíveis de cabo de aço

RI
são 8 mm para linhas de vida verticais e 10 mm para linhas de vida horizontais.

AD
O acabamento pode ser galvanizado ou zincado, e sua classe de
construção é a 6x19 (6 pernas torcidas constituídas por 19 fios de aço) e sua

IA
alma é do tipo AACI ( Alma de Aço com Cabo Independente ).

AR
Esse tipo de alma garante maior resistência à tração e a possíveis
amassamentos do cabo.

-M
As almas de fibra (AF) oferecem uma maior flexibilidade para manuseio,
porém possuem uma tendência a apodrecimento no caso de fibras naturais ou

15
de envelhecimento no caso de fibras sintéticas.

92
O que para projetos de linha de vida para utilização por tempo
indeterminado, poderá representar uma grande desvantagem.

18
Já com relação à torção do cabo de aço, ela pode ser à direita (Z) ou à

50
esquerda (S), sendo predominantemente utilizada o tipo de torção à direita,
79
mas existem tecnologias diferentes de torção, porém a torção regular é a mais
-8
empregada.
A

No cabo de torção regular, os arames das pernas são torcidos em sentido


AG

oposto à torção das próprias pernas e estes cabos apresentam uma boa
estabilidade e facilita um pouco mais o seu manuseio, oferecendo uma
BR

resistência satisfatória com relação ao desgaste interno, já que o cabo estará


OS

esticados e estáticos (sem grandes movimentos), como é o caso dos projetos


de linhas de vida, e também possuem considerável resistência a
NT

amassamentos e deformações devido ao curto comprimento dos arames


expostos.
SA

Para os cabos de aço de uso geral utilizados em linhas de vida deverá ser
atribuído uma Carga de Trabalho (CT) de acordo com o Fator de Segurança
DO

(FS) atribuído para o tipo de uso do cabo.


A NBR ISO 2.408 atribui um FS de 3 a 4 para cabos estáticos e um FS de
A
AN

5 a 6 para montagem dos laços.


Carga de trabalho é a massa máxima que o cabo de aço está autorizado a
RI

sustentar. O fator de segurança (FS) é a relação entre a carga de ruptura


AD

mínima (CRM) do cabo e a carga de trabalho (CT):


IA
AR

43
M
FS = CRM ÷ CT

Por exemplo:

De uma forma geral e bem simples, supõe-se que estou selecionando um


cabo para instalação em linha de vida, cuja a CT será dimensionada para 2
pessoas, considerando seus equipamentos (portanto, aproximadamente 250
kg). Como fator de segurança determinado pela norma para o laço do cabo de
aço eu escolho um FS 6. Logo, teremos o seguinte cálculo:

FS = CRM ÷ CT ou CRM = FS x CT. Portanto:

CRM = 6 x 250 = 1500 kg.

Essa seria a carga de ruptura mínima do cabo de aço para cargas


estáticas. Todavia, para sistemas de retenção de quedas, onde sempre deverá
estar previsto o desenvolvimento de cargas dinâmicas produzidas em função
de uma queda, para efeitos de seleção do cabo de aço deverá ser levado em
consideração essa carga dinâmica ou força de impacto obtida no momento da
retenção da queda, em razão desta força ser a carga de maior valor a ser
submetida ao projeto.
Se o terminal do cabo de aço da linha de vida formar um olhal utilizados
grampos para sua dobra e fechamento, deveremos aplicar grampos do tipo
pesado normatizados através das normas técnicas nacionais NBR 11.098 e
NBR 11.099, conforme determinação da NBR 16.325-2.
Todavia, as duas normas técnicas mencionadas foram canceladas e
substituída pela norma técnica NBR 11.900-4:2016 - Terminal para cabo de
aço Parte 4: Grampos leve e pesado.
A sua montagem deverá posicionar sempre a base do grampo com a parte
viva do cabo (o seu trecho maior que estará em uso). Já o seu parafuso em “U”
deverá ser posicionado em cima da parte morta do cabo (o chicote do cabo).

44
A ponta da extremidade morta do cabo (chicote) que deverá sobrar após o
último grampo deve ter um tamanho correspondente ao dobro do tamanho da
largura da base do grampo utilizado

De acordo com a nova NBR 11.900-4, a quantidade de grampos pesados


para fechamento de um laço para cabos de 8 e 10 mm (os mais utilizados na
montagem de linhas de vida) deverá ser:

DIÂMETRO NÚMERO COMPRIMENTO DO CABO


TORQUE DE
DE ESPAÇAMENTO DE AÇO PARA
MM POL APERTO
GRAMPOS CONFECÇÃO DO OLHAL

5/16 40,7 Nm ou 40
8 133 MM
” TAMANHO DO kgfm
3
CORPO 61 Nm ou 61
9,5 3/8” 165 MM
kgfm

Se a linha de vida for confeccionada total ou parcialmente em material


têxtil, suas fitas ou fios devem ser fabricados a partir de fibras sintéticas virgens
monofilamentado ou multifilamentado, adequados para a utilização prevista.
Não é aceitável o uso do polipropileno como matéria prima.
Os dispositivos de ancoragem tipo C são submetidos a testes de força
estática aplicando-se uma carga de 12 kN ou, para elementos não metálicos,
caso não seja fornecida evidência de durabilidade, a carga estática deve ser de
18 kN.

45
Excepcionalmente onde o fabricante permitir que mais de um usuário utilize
o dispositivo de ancoragem de forma simultânea, as cargas de ensaio devem
ser acrescidas de 1 kN para cada usuário adicional. Assim, por exemplo, se for
uma linha de vida para 3 usuários o ensaio deverá aplicar uma carga estática
de 14 kN (12 kN +1 kN +1 kN).
No âmbito das normativas NBR 16.325 e EN 795 não foram cobertas as
linhas de vida verticais flexíveis. Diferentemente das linhas de vidas
horizontais, as linhas de vida verticais precisam contar com elemento de
conexão entre o trabalhador e a linha que não permita o deslizamento, a não
ser que seja voluntariamente efetuado pelo usuário do sistema quando realiza
os seus deslocamentos verticais. No caso de uma queda este elemento reterá
a queda ao ficar bloqueado na própria linha.
Os equipamentos de proteção individual do tipo trava-quedas deslizantes
guiados em linhas de vida flexíveis ou rígidas certificados pelas normativas
NBR 14.626 e NBR 14.627 cumprem melhor os requisitos de segurança para
proteção do trabalhador em sistemas de linhas de vida instaladas verticalmente
ou em planos que se desviem num ângulo superior a 15° do plano horizontal.

46
RESTRIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO :

As linhas de vida tipo C, também atuam não somente na condição de ZLQ,


mas em ambiente onde determina uma área de delimitação de trabalho.

Para esse cenário, as ancoragens também deve seguir o mesmo parâmetro,


com um pouco de tranquilidade, pois nesse ambiente não ocorrerá o efeito de
queda, mas os pontos devem seguir o mesmo critério, principalmente quanto
sua inspeção, liberação para trabalho, e dependendo o caso, os pontos
também deve ser liberado por um profissional legalmente habilitado.

47
3.5. DISPOSITIVO TIPO D:

Dispositivo de ancoragem empregado em uma linha de ancoragem rígida


que não se desvie do plano horizontal por mais de 15°, quando medido entre
uma ancoragem de extremidade e uma intermediária em qualquer ponto de sua
trajetória.

Esse sistema é formado basicamente por


um trilho rígido metálico por onde desliza um
carro ou um trole que servirá como ponto móvel
de ancoragem para conexão do componente de
união (EPI). Pode ser instalada na horizontal ou
no sentido vertical. Para as linhas de vida
rígidas verticais o ponto de ancoragem móvel também deverá possuir um
mecanismo de atuação que atenda as características de um equipamento de
retenção de quedas do tipo trava-queda deslizante guiado para linhas rígidas e
certificado conforme NBR 14.627.

As linhas de vida rígidas são uma solução técnica onde as distâncias a


serem percorridas são menores, e outras vantagens são que esses
dispositivos, quando utilizados para reter uma queda, não formam deflexões
que acabam exigindo uma ZLQ maior como
acontece com as linhas de vida flexíveis,
transmitem uma carga menor para as ancoragens
quando utilizada para reter uma queda e permitem
um livre deslizamento do ponto móvel de
ancoragem por não possuírem ancoragens
intermediárias na maioria das vezes.

48
Os dispositivos de ancoragem tipo D também são submetidos a testes de
força estática aplicando-se uma carga de 12 kN. Excepcionalmente onde o
fabricante permitir que mais de um usuário utilize o dispositivo de ancoragem
de forma simultânea, as cargas de ensaio devem ser acrescidas de 1 kN para
cada usuário adicional. Assim, por exemplo, se for uma linha de vida para 3
usuários o ensaio deverá aplicar uma carga estática de 14 kN (12 kN +1 kN +1
kN).
Também são realizados ensaios dinâmicos nos dispositivos de ancoragem
tipo D. O dispositivo é inicialmente submetido a testes de força dinâmica
utilizando uma massa de 100 kg e um talabarte construído de corda dinâmica
(EN 892) com 200 mm (2 metros) de comprimento conectado ao ponto móvel
de ancoragem. Depois, essa massa de teste é aumentada para 300 kg ou
submete-se o dispositivo a essa mesma carga por 3 minutos. A massa de
ensaio deverá ser mantida visivelmente acima do solo.

Nome do Produto: Pórtico

Descrição:
Pórtico rígido construído em aço carbono para linhas de vida de carga e
descarga, podendo ser projetado para atender sua necessidade da melhor
forma possível.

Normas: NBR-16135-2
Carga de Trabalho Máxima: 15 kN
Capacidade: 2 pessoas
Material Construtivo: Aço carbono
Acabamento: Pintado
Cor: Amarelo
Acompanham o Produto: 2 ROLLERs e 2 RELOCKs 10
Garantia: 3 Anos
Vida útil: 10 anos (5 anos guardado e 5 em utilização)

49
A
RI
AD
IA
AR
-M
15
92
18
50
Nome do produto: ROLLER 3-8 79
-8

Código: TLV-104
A
AG

Descrição:

Sistema de movimentação para trava-quedas tipo trole em um sistema de


BR

ancoragem tipo D, o ROLLER 3-8 o ROLLER foi desenvolvido para vigas em


formato de “I” de 3″ (7,62cm) a 8″ (20,32cm).
OS

Construído em aço carbono de alta qualidade, com acabamento em pintura


NT

poliéster (eletrostática) que previne o equipamento de danos causados pelo


tempo (chuva, vento e oxidação) e raios UV. Com roldanas em nylon que
SA

permitem o deslize suave em vigas metálicas e com nível baixo de


ruído. Possui
DO

ponto de ancoragem de grande dimensão centralizado que facilita a


inserção de conectores para trava quedas ou outros sistemas.
A
AN

Contém rolamentos blindados que dispensam manutenção constante


e porcas auto travantes que garantem maior segurança e robustez
RI

ao ROLLER, concedendo ao equipamento uma resistência nominal de 15kN,


AD

atendendo a até 120kg de carga do trabalhador durante o uso. Ideal para


sistemas de linha de vida de carga e descarga de caminhões.
IA
AR

50
M
Material Construtivo: Corpo e espaçadores em aço carbono e roldanas em
nylon.
Acabamento: Pintura em poliéster (eletrostática).
Certificações e normas: NBR 16325-1 D e EN795.
Resistência: 15kN
Capacidade: 120kg
Peso: 4,5kg
Dimensões: 20x18x10cm
Cor: Azul
Garantia: 3 anos

3.6. MARCAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM

Como critério para estabelecer a rastreabilidade dos


dispositivos de ancoragem utilizados nos projetos de
instalação de sistemas de proteção contra quedas, os
fabricantes devem fazer marcações gravadas de forma
legível e indelével contendo algumas informações básicas e
alertas de segurança, como forma de orientar os usuários
dos dispositivos e auxiliar os responsáveis pelo estabelecimento dos
procedimentos de inspeções periódicas para a identificação individual de cada
dispositivo instalado.
A TASK estabeleceu o seguinte padrão de marcação individual para os
seus produtos utilizados nos sistemas de proteção pessoal contra quedas:

A identificação e marcação individual de todos os dispositivos de


ancoragem instalados conforme seus projetos, bem como sua identificação
fotográfica deverão estar registrados no plano de instalação esquemático a ser
entregue ao final de sua instalação.

PORTARIA Nº 3.733, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2020

51
Aprova a nova redação da Norma Regulamentadora nº 18 -
Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção.

18.12.12 - Nas edificações com altura igual ou superior a 12 m (doze metros), a


partir do nível do
térreo, devem ser instalados dispositivos destinados à ancoragem de
equipamentos e de cabos de
segurança para o uso de SPIQ, a serem utilizados nos serviços de limpeza,
manutenção e restauração de fachadas.

18.12.12.1 - Os pontos de ancoragem de equipamentos e dos cabos de


segurança devem ser
independentes, com exceção das edificações que possuírem projetos
específicos para instalação de equipamentos definitivos para
limpeza, manutenção e restauração de fachadas.

18.12.12.2 - Os dispositivos de ancoragem devem:

➢ estar dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação;


➢ suportar uma carga de trabalho de, no mínimo, 1.500 kgf (mil e
quinhentos quilogramas força);
➢ constar do projeto estrutural da edificação;
➢ ser constituídos de material resistente às intempéries, como aço
inoxidável ou material de
➢ características equivalentes.

18.12.12.2.1 - Os ensaios para comprovação da carga mínima do dispositivo


de ancoragem devem
atender ao disposto nas normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua
ausência, às determinações do
fabricante.

52
18.12.12.3 - A ancoragem deve apresentar na sua estrutura, em caracteres
indeléveis e bem visíveis:

a) razão social do fabricante e o seu CNPJ;


b) modelo ou código do produto;
c) número de fabricação/série;
d) material do qual é constituído;
e) indicação da carga;
f) número máximo de trabalhadores conectados simultaneamente ou força
máxima aplicável;
g) pictograma indicando que o usuário deve ler as informações fornecidas
pelo fabricante.

4. PRINCIPAIS MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS NOS DISPOSITIVOS


DE ANCORAGEM

Os dispositivos de ancoragens são construídos a partir de materiais


metálicos ou têxteis. A evolução tecnológica dessas matérias primas permitiu o
surgimento de compostos cada vez mais resistentes e com características

53
próprias para os mais variados tipos de ambiente o material de base para sua
fixação nos locais onde normalmente se desenvolvem as atividades de
trabalhos em altura.

4.1. MATERIAIS TÊXTEIS:

A poliamida é o material têxtil mais utilizado na fabricação de


equipamentos, dispositivos e demais produtos classificados como software
(componentes macios). É uma das fibras sintéticas mais resistentes e elásticas.
É maleável, o que facilita o seu manuseio, tem boa resistência ao desgaste
e a radiação ultravioleta. Mas, quando exposta continuamente ao sol perde a
sua resistência de forma lenta, porém gradual. Também é sensível a produtos
químicos ácidos. Seu ponto de fusão é de 230 a 260°C.
O poliéster, também bastante utilizado, é um pouco menos resistente do
que a poliamida, porém é mais resistente à abrasão, possui baixíssima
absorção de água e tem boa resistência à radiação ultravioleta. Seu ponto de
fusão é de 250°C.
Atualmente contamos com novas fibras sintéticas derivadas do polietileno
que já foram introduzidas no universo das atividades verticais. As mais
conhecidas são o Dyneema e o Spectra.
O Dyneema é um material extremamente forte, extremamente resistente à
abrasão, não absorve água, resistente à radiação ultravioleta e possui boa
estabilidade com relação à maioria dos produtos ácidos.
Embora sejam bem leves, as suas fibras são quase totalmente estáticas, o
que se torna o seu principal defeito quando o assunto é a absorção de energias
dinâmicas provocadas por uma queda. Em comparação peso a peso o
Dyneema é 15x mais forte do que o aço.
O Spectra possui basicamente as mesmas características que o Dyneema.
Em comparação peso a peso o Spectra é 10x mais forte que o aço e chega a
ser 40% mais resistente que a aramida.

54
Os anéis em Dyneema também são uma solução
para utilização na montagem de ancoragens com
anéis de fitas envolvente em estruturas com
superfícies abrasivas.
Sua carga de resistência é mais alta do que a
Placa AS, chegando a 22 kN o que permite que sejam
certificadas conforme EN 566.

4.2. MATERIAIS METÁLICOS:

Os dispositivos de ancoragem e elementos de fixação metálicos podem ser


constituídos de matérias que são derivados do ferro. Os principais são:

Aço Carbono:

É o material metálico mais comum e barato. Na produção do aço a partir


da matéria base que é o ferro são adicionados percentuais diferentes de
elementos de liga que serão responsáveis pela dureza do aço.
O carbono é o principal elemento endurecedor em relação ao ferro para
constituir o aço que normalmente é chamado de aço carbono. A qualidade, a
resistência e seu tipo de aplicação estão relacionados à quantidade de carbono
que é aplicado em sua fabricação (entre 0,30 % a 1 %).
Geralmente o aço carbono com baixo teor de carbono (aço de baixa
aeração) utiliza um teor menor de carbono em sua composição (0,30%) e
acrescenta outros elementos como o cromo o níquel e o cobre. Possui uma
melhor resistência à corrosão, porém perde um pouco de sua resistência
mecânica.

Alumínio:

Existem alguns elementos de fixação e dispositivos de ancoragem,


porém são mais utilizados em dispositivos esportivos. Todavia, também é

55
importante destacarmos algumas anotações sobre o uso do alumínio nos
sistemas de ancoragens.
O alumínio é produzido a partir da bauxita de onde se extrai o óxido de
alumínio. No seu processo de fabricação também é acrescido o carbono como
elemento endurecedor.
Uma das vantagens do alumínio é a sua leveza, pois alumínio possui a
densidade de 1/3 da do aço.
Outra grande vantagem do uso do alumínio é sua grande resistência à
corrosão por aeração, isto se deve ao fato do processo de anodização através
de um banho em ácidos e exposição à corrente elétrica que tem a propriedade
de criar de forma controlada uma camada de óxido de alumínio transparente
sobre a superfície do alumínio tornando-o mais durável e resistente à corrosão.
Todavia, o alumínio é muito sensível à corrosão por eletrólise, e
deforma-se com maior facilidade quando submetido às grandes cargas de
torções.

Aço Inoxidável:

É o aço de melhor qualidade e resistência e, por isso, o mais indicado


para os dispositivos de ancoragem metálicos e seus elementos de fixação
mecânica.
Em seu processo de fabricação é empregado principalmente o ferro com
uma quantidade maior de cromo e níquel e de outros elementos, como por
exemplo, manganês, silício, nióbio e fósforo.
A composição química e as características próprias do níquel e,
principalmente do cromo conferem ao aço inoxidável uma coloração prateada
e, sobretudo com uma elevada resistência mecânica e à corrosão, que podem
variar em função da porcentagem de cada um dos materiais empregados na
sua fabricação.
O cromo é o elemento responsável pela formação de uma película
protetora do material, produzida quando este está exposto a um ambiente
oxidante ( própria atmosfera que contém o oxigênio ).
Esse fenômeno de reação à oxidação é conhecido por passivação.

56
A
Outra grande característica de sua composição química é a baixíssima

RI
quantidade de carbono limitada a 0,03%, cerca de 10 a 20 vezes menor do que

AD
o aço carbono.
O aço inox é identificado em três tipos de acordo com sua

IA
microestrutura: austeníticos, ferríticos e martensíticos.

AR
Os austeníticos contém austenita, uma liga composta de cromo e níquel
e manganês. São os que apresentam a mais alta resistência a corrosão, pois a

-M
quantidade de carbono existente é baixíssima (0,03%).

15
O 304L e o 316L são exemplos desse tipo aço (o L significa que contém

92
uma baixa quantidade de carbono), sendo que, esses dois tipos de aço inox
possuem um elevado teor de molibdênio, que se distingue pela sua excelente

18
resistência à corrosão localizada, à corrosão por pites, à corrosão galvânica e

50
em forma especial à corrosão em ambientes fortemente agressivos.
79
Os ferríticos contém uma porção de ferro maior em sua composição e
-8
carbono (0,12%) o que o torna menos flexíveis do que os austeníticos. O 430 é
um exemplo desse tipo de aço.
A

Os martensíticos são aços de baixo teor de carbono (0,15%) o que o


AG

torna mais endurecidos a exemplo dos ferríticos, mas também os tornam mais
suscetíveis à oxidação. O 420 é um exemplo desse tipo de aço.
BR
OS

Aço HCR (High Corrosion Resistance):


NT

Nos últimos tempos chegaram às mais renomadas literaturas de


SA

segurança para os dispositivos de ancoragem relatos sobre problemas graves


de trincas e oxidação, em especial por oxidação sob tensão envolvendo os
DO

aços 304L e 316L, principalmente em ambientes extremamente agressivos,


como por exemplo, ambientes marinhos ou costeiros onde existe uma alta
A
AN

presença de cloretos na atmosfera, ou ambientes com baixa humidade relativa


do ar e temperaturas acima de 30°C.
RI

Como resposta a esse tipo de problema, alguns fabricantes passaram a


AD

adotar outros tipos de aço, como por exemplo, os superausteníticos e os


austeno-ferríticos.
IA
AR

57
M
Comparando com os já conhecidamente resistentes austeníticos 304L e
316L, os superaustníticos são marcados pelas quantidades altíssimas de
cromo, níquel, molibdênio e níquel e, ainda pela adição de cobre. Já os
austeno-ferríticos são aços formados por uma mistura de austenita e ferrita
com teores de cromo sempre acima de 16% (superior ao 316L), teores de
molibdênio acima de 3%, além dos demais elementos já conhecidos como
níquel, manganês e silício.
Esse tipo de aço também é acrescido de nitrogênio que oferece uma
maior dureza e, ao mesmo tempo, maior facilidade em sua usinagem, o que faz
neste ponto ter um comportamento semelhante ao aço carbono.
Os exemplos mais conhecidos desse tipo de aço são o
superaustenístico 904L (23% de cromo, 28% de níquel, 5% de molibdênio e
uma adição e de até 2% de cobre), o Duplex (22% de cromo) e o Superduplex
(25% de cromo). Destacam-se por uma maior resistência mecânica e, ao
mesmo tempo, uma maior resistência à corrosão sob tensão, corrosão
uniforme e corrosão intergranular, em relação aos austeníticos (304L e 316L).
Todavia, revelam-se suscetíveis à corrosão por pites (904L).
Existem poucos dispositivos de ancoragem fabricados em aço do tipo HCR.
Estes estão certificados apenas pela normativa EN 959, portanto, de uso
exclusivo esportivo.
Todavia, dependendo de uma análise mais crítica e aprofundada para
determinados projetos de sistemas de ancoragens que exijam uma resistência
maior à oxidação por cloretos (como é o caso dos ambientes marinhos) ou à
ambientes extremamente corrosivos (como é o caso de algumas indústrias do
ramo alimentício e agrícola), esses dispositivos deverão ser levados à
discussão como sendo uma solução verdadeira e possível para esses casos.

58
5. EFEITOS DA CORROSÃO NOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM

A corrosão é sem dúvida a maior preocupação que deveremos ter com


relação aos materiais metálicos empregados nos sistemas de ancoragem.
Ainda que possam sofrer danos como torções, trincas ou arranhões, a
grande maioria dos dispositivos metálicos ainda manterá alguma resistência
antes de sofrerem uma ruptura total.
Todavia, os efeitos da corrosão poderão ser devastadores e, por isso,
resulta ser muito importante conhecermos o seu mecanismo de atuação, as
causas que levam o seu surgimento, suas formas de prevenção e outras
medidas as quais deveremos estabelecer para proteção dos sistemas de
ancoragem que utilizam dispositivos e elementos metálicos para sua
ancoragem.
Durante a sua utilização os equipamentos metálicos (chapas, olhais,
conectores ou elementos de fixação) poderão receber uma série de forças
transmitidas diretamente sobre eles.
Poderão receber forças transmitidas pelo material de base em que foi
instalado, poderão receber forças geradas pelo sistema de fixação mecânica
que foi empregado, poderão receber forças transmitidas pela carga suspensa
de pessoas (seja em operações de trabalho, de resgate ou testes de
instalações) ou ainda, poderão receber cargas geradas por uma queda.
Quando submetido a esses diferentes tipos de força, o material metálico
poderá passar por momentos distintos dentro de uma faixa de atuação em
zonas.
A primeira é a zona de trabalho que corresponde a uma faixa de cargas em
que o material irá suportar normalmente. Se aumentarmos a força aplicada
sobre o material este poderá entrar numa segunda zona de atuação chamada
de zona de deformação ou esgotamento, onde começam a ser observadas
imperfeições ou deformações na estrutura do metal.
Finalmente, quando chegamos ao último estágio entramos na zona de
destruição onde ocorre a ruptura do material metálico.
Essa faixa de atuação que regula os momentos de resistência do metal
poderá ser afetada sensivelmente a partir do momento em que o material

59
metálico passa a sofrer um ataque corrosivo dos mais variados tipos, que
poderá torna-lo menos resistente e suscetível a provocar graves acidentes.
Define-se corrosão como um ataque ou reação química ou eletroquímica
que poderá sofrer um material metálico num ambiente que produz a
deterioração indesejável do material e de suas propriedades, tais como,
resistência mecânica, elasticidade, ductilidade, estética, etc.
Em certos casos, quando a corrosão está em níveis elevados, torna-se
impraticável sua remoção, sendo, portanto, a prevenção e o controle as
melhores formas de evitar acidentes com o uso de equipamentos metálicos nos
sistemas de proteção contra quedas nos trabalhos em altura ou operações de
resgate vertical.
A forma mais comum de prevenção da corrosão para os materiais
metálicos está envolta no próprio processo construtivo do material metálico,
como é o caso do aço inox que se passiva na grande maioria dos meios
corrosivos, especialmente na atmosfera.
Os tipos de corrosão mais observados nos materiais metálicos empregados
nas atividades de trabalhos em altura ou operações de resgate vertical são:

CORROSÃO UNIFORME:

É a mais comum, também conhecida por corrosão atmosférica. Consiste


em uma camada visível de óxido de ferro pouco aderente que se forma em
toda a extensão do perfil.
É caracterizada pela perda uniforme de massa e, consequente,
diminuição da secção transversal do equipamento.
Ocorre devido à exposição direta do material metálico a atmosfera ou a
um ambiente agressivo ou pela falta de um sistema protetor aplicado no metal.

CORROSÃO ELETROQUÍMICA:

60
Também chamada de corrosão eletrolítica ou galvânica, ocorre quando
materiais metálicos com potenciais elétricos diferentes entram em contato com
a presença de um eletrólito.
O metal mais ativo (com mais potência negativa) transforma-se em um
anodo e se corrói, enquanto que o outro metal se transforma em um catodo e
se protege galvanicamente.
Esse tipo de corrosão pode ser evitado quando utilizamos os
componentes metálicos similares dentro da mesma série eletromotora.
É o que acaba determinando a incompatibilidade entre os materiais
metálicos que não estão dentro da mesma série, como por exemplo, o aço
inox, o aço carbono e o alumínio.
Portanto, é sempre oportuno utilizarmos nos sistemas de ancoragens
dispositivos, elementos e equipamentos totalmente construídos em aço inox.

CORROSÃO POR PITES:

Também conhecida como corrosão puntiforme ou por picadas, altamente


destrutiva, esse tipo de corrosão gera perfurações como se fossem picadas na
superfície dos equipamentos, sem apresentar uma perda notável de massa e
peso da sua estrutura.
Pode ser difícil de ser detectada quando em estágios iniciais, pois na
superfície a degradação é bem pequena se comparada à profundidade que
pode atingir no equipamento. Ela ocorre normalmente em locais expostos a
ambientes húmidos ou salinos.

CORROSÃO POR RANHURAS:

São imperfeições encontradas na superfície do equipamento provocadas


por mau uso ou por contato com outras superfícies de mesma dureza.

61
Por seu tamanho diminuto, as ranhuras muitas vezes passam
despercebidas em manutenções e se tornam visíveis somente quando o
material oxidado aflora na superfície.
Riscos, gretas, pontos parafusados entre outros são enquadrados nesse
tema e recebem uma solução semelhante à corrosão por frestas.

CORROSÃO GRANULAR:

Também chamada de corrosão por baixa tensão. É um tipo de corrosão


que se manifesta quando o material metálico, em condições ambientais
particulares, está exposto a uma ação combinada de dois fatores: uma tensão
mecânica (em geral tração ou cisalhamento) e um local de ação corrosiva leve.
Ocorre na estrutura interna do metal e pode se desenvolver de maneira
muito rápida, o que torna o fenômeno preocupante.
É observada quando surgem trincas nos contornos de um material
metálico (Intergranular) ou quando se manifesta sob a forma de trincas que se
propagam pelo interior dos grãos do material (transgranular).

CORROSÃO POR EROSÃO:

É um tipo de corrosão gerada pelo desgaste mecânico de determinado


material metálico provocada pela abrasão de sua superfície.
A ação erosiva sobre o material é produzida pelo deslocamento de um
material sólido ou de um material líquido ou gasoso contendo partículas
sólidas.
Essa abrasão remove a película passivante constituída de produtos
residuais da corrosão e expõe novamente o material a um novo processo
corrosivo.
O resultado desse ciclo é processo de degradação acelerado do material
através de dois tipos de corrosão simultâneo.

62
CORROSÃO POR ATRITO:

Provocada quando ocorre uma abrasão contínua ou vibrações entre os


materiais metálicos ou entre os componentes móveis de um material metálico,
que estão em contato pressionando um contra o outro.
A ausência de lubrificação dos materiais metálicos pode colaborar para
esse processo de corrosão e os movimentos gerados entre os metálicos
provocam um atrito entre eles capaz de remover a película passiva de
passivação, o que acaba facilitando o ataque corrosivo por aeração.

CORROSÃO SOB TENSÃO:

Também conhecida por Fragilização por Corrosão sob Tensão, é um


problema resultante da soma de tensão de tração e um ambiente corrosivo.
Essa tensão pode ser proveniente de encruamento, solda, tratamento térmico,
cargas, etc.
Normalmente, regiões tencionadas funcionam como ânodos em relação
ao resto do elemento e tendem a concentrar a cessão de elétrons.
Com o tempo surgem microfissuras que podem acarretar uma falha
súbita e brusca do dispositivo antes da percepção do problema.
É muito difícil se estabelecer com precisão o quanto um processo de
corrosão pode representar de perda de resistência de um material metálico
exposto a um ambiente agressivo.
Ainda que existam técnicas de ensaios não destrutivos capazes de
identificar as deficiências de um material metálico após um ataque corrosivo,
sempre seremos da opinião que, por se tratar de dispositivos de ancoragens
onde as cargas que estarão por eles suportadas são as vidas de trabalhadores
ou resgatistas, o mais correto sempre será substituir o dispositivo ou elemento
metálico oxidado por outro novo em perfeitas condições para assegurar sua
perfeita utilização.

63
A
6. ELEMENTOS DE FIXAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGENS

RI
AD
O que é um elemento de fixação de ancoragens?

IA
É um elemento natural ou artificial que permite fixar uma corda ou algum

AR
outro sistema de proteção contra quedas através de dispositivos de
ancoragens metálicos, fitas, conectores entre outros.

-M
As fixações naturais são aquelas que não necessitam de meio artificial para
sua instalação, a não ser a própria corda, fitas, cintas, cordins e mosquetões.

15
São mais utilizadas nas atividades esportivas.

92
A NR-35 define elemento de fixação como sendo o elemento destinado a
fixar componentes do sistema de ancoragem entre si. São fixações artificiais

18
especificamente projetadas para fixar equipamentos, podendo, em alguns

50
casos, serem compatíveis para a fixação de dispositivos de ancoragem.
79
-8

Vantagens das fixações artificiais:


A
AG

Possuem uma resistência comprovada já que utilizam dispositivos


certificados, possui um grande número de modelos e opções no mercado,
BR

oferece distintos tipos de fixações apropriadas para variados tipos de material


OS

de base.
NT

Desvantagens das fixações artificiais:


SA

Sua instalação ou desinstalação é mais trabalhosa e demorada, mas para


DO

alguns modelos é preciso aguardar um tempo de fixação antes de utilizá-la,


mas existem outros tipos de fixação o qual não permitem que o dispositivo de
A
AN

ancoragem seja removido após o uso.


Os elementos de fixação mais utilizados nos dispositivos de ancoragem são
RI

os chumbadores mecânicos que atuam por expansão e os chumbadores


AD

químicos que atuam por adesão.


IA
AR

64
M
6.1. CHUMBADORES MECÂNICOS

São elementos metálicos utilizados para fixação dos dispositivos de


ancoragens, o qual tecnicamente são chamados de chumbadores, sendo os
mais tradicionais os parafusos com cone de expansão, mais conhecidos como
parabolt e as barras roscadas.
Podem ser fixados em bases de concreto, rochas naturais, madeiras
maciças e em alguns casos para compor um sistema de fixação para
elementos metálicos.

Esses tipos de chumbadores possuem como referência técnica para


instalação e métodos de ensaio a norma técnica nacional NBR 14827:2002.
Segundo esta norma são chumbadores para a instalação em elementos de
concreto ou alvenaria, portanto, instalados em concreto pronto e já endurecido
(pós-concretagem). Ainda de acordo com a mesma norma temos dois tipos de
chumbadores para instalação em concreto ou alvenaria já endurecido:

1) Chumbador de Expansão: Chumbador de pós-concretagem que obtém


a sua força de ancoragem através de um sistema mecânico de
expansão radial, que exerça forças de atrito contra a face interna de um
furo aberto em um membro estrutural.

2) Chumbador de Segurança: Chumbador de pós-concretagem que


obtém a sua força de ancoragem através de um sistema mecânico de
expansão de uma parte do chumbador dentro de um trecho do furo, que
é maior em diâmetro do que o restante. A seção de diâmetro aumentado
do furo pode ser pré-alargada ou alargada através do processo de
expansão, durante a aplicação do chumbador. Os parabolts são um tipo
de chumbador de segurança.

65
Qualquer fixação artificial mecânica ao ser instalada é submetida a uma
tensão, ou seja, esforços mecânicos de diferentes características gerados pela
estrutura de fixação que atuam sobre o elemento de fixação.
O estudo dessas forças é o que nos permite dimensionar a carga de
resistência de um elemento capaz de suportar as cargas que serão aplicadas
nele para assegurar a utilização de dispositivos de ancoragem para trabalhos
em altura ou operações de resgate técnico vertical.
Nos chumbadores mecânicos podemos observar 4 tipos de esforços
diferentes aplicados:

Expansão:

É a força que se exerce ao pressionar a fixação no sentido em que fora


introduzida em um material de base no qual a expansão se desenvolve quando
uma força axial aplicada estiver atuando no mesmo sentido dirigido para o
interior do orifício em que está sendo introduzida a fixação, que decorre do
mecanismo de expansão do chumbador e provoca um aumento de seu
diâmetro em determinado do elemento.

Cisalhamento:

Também conhecida como tensão de corte, é a força que se exerce no


sentido perpendicular à fixação e como seu próprio nome indica, é a resistência
que representa uma fixação metálica a ser cortada ou cisalhada.
A resistência ao cisalhamento de uma fixação instalada em um material
de base será a carga de ruptura ao exercer uma força em direção ao solo.

Tração:

Também chamada de extração, é a força que se exerce no sentido


oposto ao sentido de instalação da fixação.

66
A resistência à tração de uma fixação instalada em um material de base
será a carga de ruptura ao exercer uma força axial sobre a fixação para fora da
base, como se pretendesse arrancá-la do ponto onde ela foi instalada.

Torção:

É a força que se exerce ao girar uma parte da fixação quando a parte


oposta se encontra fixa.

Se na parte exterior do elemento de fixação


introduzido num material de base começarmos a
exercer um aperto demasiadamente forte
chegaremos a um momento em que a fixação se
submeterá a uma torção aplicada ao eixo
longitudinal do elemento.

Dentre os exemplos de chumbadores mecânicos mais utilizados


destacamos os seguintes:

CHUMBADOR DE EXPANSÃO COM CONE ROSQUEADO INTERNO

São chumbadores constituídos por um cilindro metálico oco ( jaqueta ) e


rosqueado, cujo interior conta com um parafuso roscado que ao ser apertado
exerce uma força sobre o cone existente na outra extremidade do chumbador.
Ao receber a aperto do parafuso o cone começa a fazer com que o cilindro
se abra provocando uma força de compressão para sua fixação na estrutura.
Portanto, o próprio parafuso será responsável pelo mecanismo de expansão
para sua fixação na estrutura de ancoragem.
A cada aperto do parafuso provoca-se uma deformação que se expande
em maior ou menor grau para se obter a fixação necessária de acordo com o
tipo de material base existente. São elementos de uso quase que
exclusivamente industrial e construído em aço carbono ou aço inoxidável.

67
A casa Fixe desenvolveu o chumbador Triplex fabricado em aço inox
específico para as ancoragens instaladas nas práticas de espeleologia. Podem
ser utilizados em rochas moles ou concretos porosos.
Embora não seja inviolável, ao fazer a substituição de dispositivos de
ancoragens (placas ou olhais) existe o risco da cunha de expansão de
desprender do parafuso.

CHUMBADOR DE EXPANSÃO DE SEGURANÇA - PARABOLTS

São chumbadores metálicos maciços em formato cilíndrico que possuem


uma de suas extremidades rosqueada com uma porca e uma arruela, e na
outra extremidade uma chapa cônica com uma bucha. As chapas se expandem
gradativamente à medida que se exerce uma pressão sobre elas devido à força
criada no aperto da porca na extremidade roscada do chumbador.

A origem do nome parabolt se deve ao nome de um fabricante de


elementos de fixação espanhol da região da Catalunha conhecido por esse
nome.

68
Podem ser fabricados em aço carbono ou aço inox. Preferencialmente
pelas razões já conhecidas deveremos dar preferência ao uso dos modelos em
aço inox.

Porém, é importante ressaltar que todo o dispositivo: fixação, buchas,


porcas, arruelas e a placa de ancoragem (ou olhal) também deverão ser de
inox para fins de compatibilidade entre os elementos metálicos.

Dentro das condições adequadas de instalação e nos materiais de base


permitidos os parabolts possuem uma elevada resistência e cargas de ruptura
superiores aos demais chumbadores mecânicos.

Podem ser instalados em concreto, rochas duras, semiduras e para rochas


mais macias ou concreto poroso podem ser selecionados modelos de maior
longitude e com sistema de dupla expansão.

São elementos que necessitam de ferramentas perfurantes para sua


instalação. São fixações invioláveis, portanto, depois de instaladas não podem
ser desinstaladas. Todavia, os dispositivos de ancoragem neles instalados
podem ser retirados.

BARRAS ROSCADAS

Não são definidas como chumbadores, já que se trata de um tipo de


elemento à parte da fixação. São hastes metálicas em aço carbono ou inox e
que normalmente são utilizadas como passantes para a fixação mecânica em
estruturas metálicas, estruturas de alvenaria ou madeira.

69
É muito comum utilizar mais de uma barra para a fixação de placas ou
suportes especiais que servirão de base para a
instalação dos dispositivos de ancoragem.

Em alguns casos, também podem ser


fixados através de fixações químicas, todavia
não seria uma instalação muito técnica já que
existem dispositivos de ancoragens mais
adequados para o uso de instalações químicas.

PARAFUSOS DE FIXAÇÃO EM CONCRETO

São chumbadores mecânicos que possuem mecanismo de fixação por


forma, ou seja, conseguem se fixar no concreto através do desenho de sua
própria rosca.

Os parafusos são atarraxados sem necessidade de se expandir tal qual


ocorre com os parabolts, e sua instalação é mais fácil e rápida, e pode ser feita
manualmente utilizando simples chaves de aperto manual ou através de
ferramentas elétricas (parafusadeira).
São capazes de atingir cargas elevadas e apresenta uma outra grande
vantagem de poder ser desinstalado e reutilizado mais de uma vez, por isso
são indicados para instalações temporárias.

6.2. CHUMBADORES QUÍMICOS POR ADESÃO

Os chumbadores químicos são os elementos de fixação mais resistentes


que existem no mercado para a instalação de dispositivos de ancoragens.

70
A
Podem ser empregadas como materiais adesivos para elementos de

RI
fixação do tipo barra roscada ou podem ser utilizadas para fixar o dispositivo de

AD
ancoragem diretamente no material de base existente.
São os elementos de fixação que oferecem o maior grau de segurança

IA
para instalação dos dispositivos de ancoragem.

AR
São indicadas para rochas duras, semiduras ou moles e estruturas em
concreto, concreto poroso ou alvenaria.

-M
Esses tipos de chumbadores possuem como referência técnica para
instalação e métodos de ensaio a norma técnica nacional NBR 15049:2004.

15
Esta norma define o chumbador de adesão química como sendo um

92
chumbador de pós-concretagem que obtém a sua resistência de ancoragem
através de um composto químico colocado entre a parede e o furo e a parte

18
embutida do chumbador.

50
Os materiais usados incluem resina epóxi, resina de poliéster, materiais à
79
base de cimento ou outros tipos semelhantes que endurecem através de uma
-8
reação química.
A

Existe uma série de produtos químicos desenvolvidos para fixação por


AG

adesão. São compostos por dois componentes: uma resina adesiva (em maior
quantidade) e um catalizador (em menor quantidade), que ao entrarem em
BR

contato reagem entre si para


OS

formarem um adesivo de
elevadíssima resistência.
NT

Uma vez misturados é


destinado um tempo mínimo para sua manipulação e aplicação no material de
SA

base para a fixação do dispositivo de ancoragem e um tempo para


endurecimento completo para que o sistema de ancoragem esteja liberado
DO

para uso. Esse tempo poderá variar de acordo com o tipo de produto, tipo de
material de base e a temperatura do ambiente.
A
AN

A sua grande resistência se deve à forma com que a resina se integra ao


material de base, fazendo com que toda uma área de 360° ao redor da
RI

instalação esteja atuando quando o dispositivo de ancoragem estiver


AD

suportando uma carga.


IA
AR

71
M
Por isso, testes realizados já revelaram que as cargas de resistência
elevadas foram obtidas quando os dispositivos de ancoragem foram
submetidos à tração.
As fixações químicas não provocam tensões internas no ponto de
ancoragem devido não necessitarem de elementos expansivos para sua
fixação.
Os dispositivos de ancoragem a serem instalados por fixações químicas
são hastes metálicas com um olhal em sua extremidade ou haste dupla em
formate de “U”.
Também são chamados de tensores e são introduzidos em orifícios que
serão feitos, preferencialmente, com uma inclinação de 10-20° para favorecer o
trabalho de fixação do adesivo.
Não obstante, também podem ser utilizados para fixar as barras roscadas
que servirão de elemento para fixação de placas ou olhais através de porcas e
arruelas colocadas na extremidade da barra roscada.
Os dispositivos de ancoragem fixados através de adesivos químicos
acabam se tornando ancoragens estruturais, pois são invioláveis, ou seja, não
podem mais ser retirados.
Como vantagem, os dispositivos no formato de olhal permitem que cordas
sejam instaladas diretamente nele sem o auxílio de mosquetões.
Caso seja necessária a desinstalação dos dispositivos de ancoragem após
as atividades, ou por motivos de revisões periódicas a melhor solução seria
utilizar as barras roscadas para a fixação dos olhais ou placas através de
porcas e arruelas.

PRINCIPAIS TIPOS DE ADESIVOS QUÍMICOS

Resina Epóxi :

São as mais conhecidas, mais resistentes e baratas encontradas no


mercado. São comercializadas em potes, um contendo a resina e outro
contendo o catalizador.
Sua resistência a compressão é de cerca de 700 kg/cm², a resistência a
flexão e tração é de 300 kg/cm² e sua aderência ao aço é de 100 kg/cm².

72
Devido a sua altíssima resistência é a única que está aprovada para
instalação de fixações lisas (sem ranhuras).
Necessitam de um
período de endurecimento
maior (cerca de 3 dias) em
ambiente com temperatura
média de 10°C ou 2 dias para uma temperatura média de 20°C.
Com temperaturas maiores esse tempo poderá ser menor. Após a
mistura o seu período para manipulação é de 30 minutos.
Não devem ser utilizadas em temperaturas inferiores a 5°C ou em
ambientes que estejam continuamente molhados.
A sua aplicação é bastante trabalhosa e requer bastante destreza e rapidez
dos instaladores para evitar desperdício do material, contaminações no local de
aplicação ou sujeiras com a própria resina na área envolta da instalação.
Os instaladores deverão calcular a quantidade necessária da mistura para
aplicação nos furos já realizados. Recomenda-se não haver perda de tempo
para a utilização do produto uma vez que já tenham sido misturados.
A sua principal reação química já ocorre mesmo que ainda não tenha sido
aplicado no furo.
Também são comercializadas em bisnagas com os dois produtos a serem
utilizadas com pistolas aplicadoras especiais que tornam a tarefa de aplicação
mais fácil e com menor desperdício do produto.
Todavia, ainda assim, cuidados com aplicação são necessários.
Os bicos injetores utilizados devem ser trocados de tempos em tempos
para evitar contaminações na aplicação ou o seu entupimento devido aos
resíduos que permanecem no seu interior.
Sua vida útil é muito superior a qualquer outro tipo de fixação.
Muitos fabricantes e usuários desse tipo de elemento afirma que sua
durabilidade é capaz de chegar a, no mínimo, 30 anos.

Resina Epóxi-Acrílica

73
Possui basicamente as mesmas características de resistência do que a
resina epóxica. Sua vantagem é o seu tempo de endurecimento que é bem
menor.
Em função da temperatura ambiente poderá levar de 90 minutos até 1 dia e
meio. A temperatura também acaba por influenciar em seu período de
manipulação, de 90 a 2 minutos apenas.
A sua aplicação é mais fácil e limpa do que as resinas de pote.
Normalmente as resinas epóxi-acrílicas já são comercializadas em um
cartucho duplo (bisnagas) que é instalado em sua pistola aplicadora que
mistura os produtos (resina e endurecedor) numa proporção ideal.
Tal qual as bisnagas de epóxi, as pistolas aplicadoras para as resinas
epóxica-acrílica também contam com um bico injetor que normalmente fica com
algum resto de produto em seu interior após uma aplicação.
Esse bico deve ser trocado a cada aplicação, pois o resíduo que ali sobram
podem reagir ou endurecer numa proporção diferente de uma nova aplicação,
podendo resultar numa baixa qualidade adesiva do produto.
Apesar de ser um sistema mais fácil de se trabalhar trata-se de um produto
mais caro. Também não está indicado para uso de dispositivos de fixação lisos.
Um dos químicos epóxi-acrílicos mais conhecidos é o HY-150 do fabricante
HILTI.

74
Resinas de Poliéster

É um adesivo híbrido de poliéster destinado a utilização em materiais de


base em alvenaria e blocos ocos. Seu período de endurecimento é de 6 horas
à 30 minutos, dependendo da temperatura ambiente.
Embora o período de endurecimento seja mais rápido do que as resinas
mais tradicionais, a sua carga de resistência é bem menor.

Ampola química

São produtos comercializados em ampolas de vidro que


contém em seu interior a resina e o catalizador em
compartimentos separados em seu interior, e normalmente a sua
composição química é à base de poliéster, viniléster ou estireno.
Após introduzir a ampola em um orifício já perfurado a
instalação do elemento de fixação ou dispositivo de ancoragem irá quebra-la
fazendo com que seus componentes entrem em contato e comecem a reagir
entre si.
O instalador deverá fazer giros com o dispositivo de
ancoragem introduzido para ajudar na mistura dos
produtos químicos.
O seu período de endurecimento também é bem
rápido. Dependendo da temperatura no ambiente
poderá levar de 4 horas à 10 minutos para uma
aderência total.
São mais baratas e mais econômicas, já que sua
aplicação é relativamente fácil e praticamente não ocorrem desperdícios do
produto.

75
São indicadas para materiais de base maciços, como por exemplo,
concreto, estruturas metálicas e madeiras.

As ampolas não são necessariamente de vidro. A resina química HUV da


HILTI é comercializada numa ampola plástica. Trata-se de uma resina híbrida
de epóxi e metacrilato indicada para concreto fissurado ou não fissurado. Uma
vantagem dessa resina é que não é necessário escovar. Após o furo basta
limpar com sopros, introduzi-la no orifício e instalar a barra roscada da mesma
forma do que as ampolas de vidro.
Relativamente, todos os elementos de fixação químicos podem ser
utilizados em locais húmidos ou que estarão expostos à água durante o seu
período de utilização. O adesivo acaba atuando como um material selante e
impermeabilizante do elemento metálico de fixação ou do próprio dispositivo de
ancoragem, oferecendo assim, uma maior resistência à corrosão. Todavia, a
existência de umidade durante a sua instalação poderá determinar um maior
tempo para sua adesão total ou uma resistência menor do ponto de
ancoragem.

76
7. EPI E FERRAMENTAS DE INSTALAÇÃO

Para as instalações de dispositivos de ancoragem utilizando-se de


chumbadores mecânicos ou adesivos químicos se faz necessário utilizarmos
os EPI’s apropriados e as ferramentas adequadas ao tipo de dispositivo ou
fixação que está sendo empregado.

EPI OU
IMAGEM OBSERVAÇÕES
MATERIAL
PROTEGER AS MÃOS CONTRA

BATIDAS, CORTES OU
LUVAS
ARRANHÕES E CONTATOS COM

PRODUTOS QUÍMICOS

PROTEÇÃO DA VISTA CONTRA


ÓCULOS DE
PROJEÇÃO DE PARTICULADOS
SEGURANÇA
OU POEIRAS IRRITANTES.

PROTEÇÃO DAS VIAS


MÁSCARA
RESPIRATÓRIAS CONTRA
CONTRA POEIRA
POEIRAS IRRITANTES.

MÁSCARA
PROTEÇÃO DAS VIAS
CONTRA
RESPIRATÓRIAS CONTRA
AGENTES
VAPORES ORGÂNICOS.
QUÍMICOS

ACONDICIONAMENTO E

BOLSA DE TRANSPORTE DE FERRAMENTAS,

FERRAMENTAS DISPOSITIVOS, CHUMBADORES E

ACESSÓRIOS.

77
A
UTILIZADOS PARA INSTALAÇÃO

RI
MARTELO DE CHUMBADORES AUTO

AD
PERFURANTES.

IA
UTILIZADOS PARA INSTALAÇÃO

AR
BURILADOR DE CHUMBADORES AUTO

PERFURANTES

-M
UTILIZADAS PARA FIXAÇÃO E

15
APERTO DE PARAFUSOS E
CHAVES
PORCAS. POSSUEM TAMANHOS

92
DIVERSOS.

18
UTILIZADA PARA REMOÇÃO DE

50
ESCOVA RESÍDUOS E ACABAMENTO DOS

79
ORIFÍCIOS.
-8
UTILIZADO PARA LIMPEZA DOS
SOPRADOR
ORIFÍCIOS DE INSTALAÇÃO.
A
AG

UTILIZADA PARA PREPARAÇÃO E


BR

ESPÁTULA APLICAÇÃO DE RESINAS

QUÍMICAS EPÓXICAS.
OS

UTILIZADA PARA APLICAÇÃO DE


NT

PISTOLA RESINAS QUÍMICAS EM

BISNAGAS.
SA

UTILIZADO PARA CONFERIR O


DO

TORQUE A SER APLICADO DOS

TORQUÍMETRO CHUMBADORES E GRAMPOS


A

PARA FECHAMENTO DE CABOS


AN

DE AÇO.
RI
AD
IA
AR

78
M
UTILIZADA PARA FURAÇÃO DE

ORIFÍCIOS EM ROCHAS,

CONCRETO, METAL E MADEIRA.

PREFERENCIALMENTE UTILIZAR

FURADEIRA E MODELOS À BATERIA. OS


BROCAS TAMANHOS DAS BROCAS

DEVERÃO ATENDER AS

ORIENTAÇÕES DOS

FABRICANTES DOS ELEMENTOS

DE FIXAÇÃO.

UTILIZADA PARA CORTE E

LIXADEIRA ACABAMENTOS DE MATERIAIS

METÁLICOS.

UTILIZADO PARA

TIFOR TENSIONAMENTO DE CABOS DE

AÇO DE LINHAS DE VIDA.

Rock é um capacete
extremamente versátil, para
trabalhos em altura, acesso
CAPACETE
por corda, resgate técnico
ROCK COM
vertical e arborismo.
SMALL VISOR
Possui certificação ANSI
Z89.1-2014, Tipo I, Classe C,
CE EN 12492:2012 e atende
a NBR 8221:2015.

79
CAPACETE ROCK LARGE VISION

Descritivo:

Rock é um capacete extremamente versátil, para trabalhos em altura, acesso


por corda, resgate técnico vertical e arborismo. É leve e resistente. Fabricado
na Itália, tem tecnologia de ponta.
Além de ter um design incrível, sua estrutura externa fabricada em ABS e sua
estrutura interna fabricada em EPS, garantem máximo conforto e segurança
para seus usuários.
O capacete ROCK possui seu tecido interno removível, facilitando sua
higienização quando necessário. Conta com slots laterais para fixação de
viseira e slots laterais para fixação de abafadores tipo concha com hastes de
encaixe, compatíveis com os modelos de protetores auriculares encontrados no
mercado nacional.
A sua fita jugular é ajustável e removível, além de ter clipes laterais para
utilização de lanterna de cabeça. O seu ajuste permite regular o capacete com
tamanhos que variam entre 55 e 63cm. Pesa apenas 350g. Possui certificação
ANSI Z89.1-2014, Tipo I, Classe C, CE EN 12492:2012 e atende a NBR
8221:2015.

80
8. INSTALAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM

A instalação de dispositivos de ancoragens segue, em geral, às


recomendações expressas dos fabricantes, porém, tecnicamente exigem
destreza e treinamento para os instaladores compreenderem as funções dos
elementos empregados na sua fixação, bem como, conhecimento dos materiais
de base encontrados para a instalação dos dispositivos.
Outro ponto a se destacar é que as técnicas de instalação poderão se
diferenciar em função do tipo de dispositivos de ancoragem ou elemento de
fixação empregado na montagem dos pontos de ancoragem.
Isso se torna crucial, principalmente quando nos deparamos com as
exigências técnicas relativas à geometria da instalação.
O distanciamento mínimo entre chumbadores, proximidade do chumbador
das bordas das estruturas e a profundidade e o diâmetro dos orifícios a serem
perfurados são requisitos que devem ser seguidos rigorosamente para que não
ocorram falhas na estrutura (trincas no material de base), falhas na fixação
(pouca compressão ou baixa aderência) ou falhas no próprio dispositivo de
ancoragem ou elemento de fixação (ruptura do material).

8.1. ANCORAGENS NATURAIS

As ancoragens naturais são aquelas estruturas que inicialmente não foram


construídas especificamente para servirem de ponto de ancoragem, porém
poderão estar dimensionadas a suportar as cargas a serem aplicadas.
A sua utilização é um assunto que leva em consideração a experiência e o
conhecimento dos profissionais envolvidos nas atividades que se caracterizam
como trabalhos em altura ou nas atividades esportivas de escalada onde as
ancoragens naturais sempre serão utilizadas.
A resistência de uma ancoragem natural poderá ser muito desigual, sendo
que, ao longo de uma estrutura natural é praticamente impossível garantir que
a qualidade de resistência sempre será a mesma.
Rochas e árvores são exemplos de ancoragens naturais que, dependendo
do tipo ou espécie, poderemos confiar a nossa instalação.

81
Os materiais normalmente utilizados para as instalações nesses elementos
são basicamente têxteis (cordas, fitas e cordins) e conectores metálicos (de
aço, ou alumínio), e sua montagem poderá ser simples como também poderá
seguir técnicas mais complexas de instalação, sendo relativamente rápidas de
serem instaladas, porém nem sempre poderemos encontrar ancoragens
naturais confiáveis nos locais onde iremos desempenhar nossas atividades.

8.2. PRINCIPAIS MATERIAIS DE BASE

Os dispositivos de ancoragem possuem aplicações para os diferentes


materiais de base que poderão ser encontrados nas empresas que pretendem
instalar nas suas edificações sistemas de segurança contra quedas que
necessitem de um ponto de ancoragem aprovado e confiável para trabalhos em
altura.
Alguns dos materiais de base que poderão receber a instalação de
dispositivos de ancoragem mais encontrados nas edificações de empresas nos
mais variados segmentos da indústria são: aço, concreto, alvenaria (bloco,
tijolo, ladrilho e argamassa) e, ainda que mais raramente, as rochas naturais.
As maiores dúvidas dos materiais de base acabam recaindo mais nas
estruturas construídas em concreto ou alvenaria.
Por isso, iremos dedicar algumas pequenas linhas um pouco mais
direcionadas especificamente às estruturas construídas com base nesses
materiais.
Concreto é um material de origem mineral cuja fabricação começa a partir
de 3 elementos básicos: cimento, agregados e água.
O cimento é o elemento de adesão composto de uma mistura homogênea
de derivados de produtos naturais (silicatos e aluminicatos). Ele pode ser
definido também, como sendo um aglomerante ativo e hidráulico.
Aglomerante, pois é o material ligante que promove a união dos agregados.
Ativo, por utilizar um elemento externo para iniciar sua reação. Hidráulico
porque este elemento externo é a água.

82
Os agregados a serem utilizados, suas características e quantidades vão
depender da qualidade de dureza e resistência que se pretende obter do
concreto.
Podem ser finos ou grossos quando forem graduados de acordo com
tamanhos padronizados. Os agregados mais conhecidos são brita e areia.
As propriedades de cada agregado influenciam na maior resistência do
material de base escolhido para instalação do dispositivo de ancoragem, bem
como na facilidade de perfurar os orifícios e no comportamento dos elementos
de fixação utilizados.
O concreto é uma estrutura que apresenta como ponto forte a sua
resistência à compressão. Dependendo do tipo de concreto fabricado, é
possível que também possua uma razoável resistência à tração. Para
conseguir melhor atender essa deficiência poderemos encontrar a utilização de
elementos de aço como aditivos para as estruturas de concreto. No interior de
sua estrutura encontramos armações feitas em aço com o objetivo de conferir
ao concreto uma maior resistência aos esforços de tração. Esse tipo de
concreto, mais conhecido como concreto estrutural armado é muito utilizado na
construção de elementos estruturais, vigas, pilares e de lajes. Sua resistência
mínima exigida pela NBR 6118:2014 depende da classe de agressividade em
que o elemento estará sendo submetido ao longo de sua vida útil. Quanto
maior a classe de agressividade maior será o risco de deterioração do
concreto. Para concretos de uso urbano, tido como uma classe de
agressividade moderada, a resistência do concreto armado utilizado na
construção de lajes, vigas e colunas deve ser de 30 Mpa. Já os concretos de
uso industrial, tido como uma das classes de agressividade, o concreto
utilizado em lajes deve ter uma resistência de 35 Mpa e o concreto utilizados
para vigas e colunas deve ter uma resistência mínima de 40 Mpa.
Alvenaria estrutural é um sistema construtivo heterogêneo que emprega
vários elementos, entre eles, bloco, ladrilho, tijolo e argamassa. A principal
aplicação da alvenaria destina-se a construção de paredes que desempenham
a função de estrutura da edificação, dispensando o uso de pilares e vigas. Um
dos componentes mais utilizados nesta tecnologia é o bloco de concreto
estrutural, que tem função portante. Porém, existe uma variedade de
componentes fabricados com tamanhos e formatos diferentes, podendo ainda

83
ter uma configuração sólida ou oca. Essas variações entre os componentes
das construções em alvenaria devem ser avaliadas para a melhor escolha do
dispositivo de ancoragem e seu elemento de fixação compatível esse tipo de
material de base destinado à montagem dos pontos de ancoragem. Como
material de base, a alvenaria possui um poder de fixação inferior ao concreto.
Quando emprega componentes ocos (tijolo estrutural ou bloco de concreto) só
deveremos utilizar elementos de fixação do tipo que se travam dentro da
cavidade ou chumbadores químicos.

8.3. GEOMETRIA DAS INSTALAÇÕES

Ao estudarmos o formato de uma instalação, a sua ocupação em


determinado espaço e as forças por ela gerada que atuam no material de base,
iremos verificar o quanto é fundamental nos dedicar no planejamento prévio
dos projetos de instalação de pontos de ancoragem com o objetivo de prevenir
possíveis falhas durante a sua própria instalação ou no decorrer de sua
utilização nos trabalhos em altura. Essa análise também não poderá deixar de
considerar a qualidade do material de base disponível para a instalação dos
pontos de ancoragem. A determinação das propriedades e da resistência do
material de base determina o tipo de fixação a ser escolhido para a instalação
de ancoragens bem como a sua geometria de instalação.
Os dispositivos de ancoragem são fixados através de três maneiras: por
compressão, por forma ou por adesão. As ancoragens que utilizam elementos
de fixação mecânica são fixadas por compressão e por forma.

Como por exemplo, citamos os parabolts e os parafusos expansivos.


Portanto, esses elementos geram tensões no material de base que se não
forem corretamente dimensionadas, poderiam comprometer a própria
instalação do elemento de fixação. Daí a importância de nos dedicar à
geometria das instalações de dispositivos de ancoragem fixados por esse tipo
de elemento.
Quanto às ancoragens fixadas por adesão cabe aqui um pequeno
comentário. A forma com que são instaladas não provoca nenhuma tensão no

84
A
material de base, já que utilizam de resinas químicas para sua fixação. Por

RI
isso, a sua geometria de instalação poderá ser diferente das fixações

AD
mecânica. Isso quer dizer que poderemos ter distância de chumbadores
menores, por exemplo.

IA
O diâmetro do orifício de instalação, a sua profundidade e o distanciamento

AR
entre os chumbadores são informações que poderemos encontrar nas
especificações técnicas de todos os tipos de elementos de fixação aprovados.

-M
Normalmente o diâmetro do orifício de instalação possui o mesmo diâmetro
do elemento de fixação mecânico e cerca de 1 mm superior, enquanto que a

15
profundidade do orifício é de 1 a 2 mm maior do que a longitude do elemento

92
de fixação mecânico, já com relação ao espaçamento se faz necessário
algumas considerações.

18
À medida que as forças sobre uma ancoragem aumentam suportando

50
cargas durante a execução de trabalhos em altura ou operações de resgate, as
79
tensões na zona envolta do material de base também aumentam.
-8
No caso de ancoragens próximas umas das outras estas zonas que
possuem um formato cônico acabam se sobrepondo, aumentando
A

consideravelmente as tensões no material de base, desse modo, quanto menor


AG

a distância entre as ancoragens menor será a capacidade de carga do grupo


de ancoragem, já que a sobreposição das zonas de atuação das tensões de
BR

cada elemento de ancoragem fixado torna o material de base mais


OS

enfraquecido e menos resistente às cargas a que serão submetidos os


dispositivos de ancoragem durante a sua utilização, principalmente com
NT

relação à tração.
Além do espaçamento entre as ancoragens a geometria de instalações
SA

também se preocupa com a distância da ancoragem em relação às bordas do


material de base.
DO

A espessura e o volume presente de material de base conferem à


instalação uma maior resistência para as cargas projetadas para ela suportar.
A
AN

Portanto, dizemos que quanto maior for o volume do material de base


circundante ao elemento de fixação, maior será a sua resistência. Todavia,
RI

quando os elementos são fixados próximos de bordas livres ou em estruturas


AD

ocas haverá uma descontinuidade do material de base que não atuará na


fixação e suporte das ancoragens quando estas forem instaladas e,
IA
AR

85
M
principalmente, quando estas forem exigidas por forças aplicadas durante os
trabalhos em altura. Por isso, as distâncias recomendadas de espaçamento
entre as ancoragens e de distanciamento das bordas para as instalações
devem ser rigorosamente obedecidas.
Embora os elementos de fixação possuam as instruções de instalação
definidas para sua geometria de instalação, existem outras formas de se
calcular o espaçamento devido para as ancoragens. Em tese, quando ocorre o
arranchamento do dispositivo de ancoragem por um esforço de tração uma
parte do concreto agregado ao elemento de fixação também é arrancado do
material de base com um formato de cone. O raio desse cone é de
aproximadamente 1,5 vezes o tamanho da profundidade do elemento de
fixação instalado. Portanto, a distância recomendada entre os chumbadores
mecânicos deverá ter o tamanho de 3 vezes a profundidade do orifício de
instalação de forma que não ocorra uma sobreposição entre os cones
formados pelas tensões geradas na instalação dos elementos de fixação. Com
relação à bordas livres o distanciamento deve ser 1,5 vezes o tamanho da
profundidade do orifício de instalação, para que a zona de atuação formada
pelo cone tenha material de base o suficiente ao seu redor para assegurar a
resistência da instalação.

Uma outra forma de estabelecer a geometria das instalações segue no


esquema abaixo:

➢ X: Distância mínima entre centros de dois chumbadores = 10


vezes o diâmetro correspondente.

➢ Y: Distância mínima de um chumbador da borda do concreto =


5 vezes o diâmetro do furo correspondente.

86
8.4. INSTALAÇÃO DE CHUMBADOR AUTOPERFURANTE (SPIT)

SPIT – Société de Prospection et d’Inventions Techiniques

Trata-se de uma das instalações mais tradicionais e artesanais nas


operações de resgate e acesso por cordas. O Spit é um elemento de fixação do
tipo chumbador metálico que possui uma das extremidades com uma coroa
dentada para produzir seu próprio orifício de fixação. Normalmente a sua
utilização está mais direcionada para ancoragens naturais em rochas.

87
8.5. INSTALAÇÃO DE PARABOLT

São chumbadores metálicos não perfurantes que utilizam uma barra de


sustentação metálica com uma extremidade rosqueada e outra extremidade em
formato cônico para expandir suas chapas expansivas em formato de um
pequeno anel integradas ao próprio chumbador. Ao fazer o aperto de sua
extremidade rosqueada com uma porca a extremidade cônica fará com que as
chapas expansivas comecem a se deformar. Esse mecanismo fará com que as
chapas aumentem o seu diâmetro e mantenha o elemento fixado na estrutura.

Esquema de instalação:

1. Fazer um orifício utilizando uma furadeira com um diâmetro igual ao


indicado na especificação técnica do dispositivo. A profundidade do
orifício também deverá ter certos cuidados para não fazer furos muito
profundos. Recomendamos utilizar assessórios para marcadores de
profundidade;
2. A posição do furo deverá ser exatamente perpendicular à superfície
de instalação para uma perfeita acomodação do dispositivo de
ancoragem a ser montado (olhal ou placa);
3. Para alcançar o diâmetro recomendado através do emprego de
furadeiras, o instalador deverá consultar o manual técnico do
dispositivo. Geralmente, alguns fabricantes recomendam usar brocas
um pouco maiores do que o diâmetro do dispositivo. Todavia, outros
fabricantes recomendam utilizar brocas com o mesmo diâmetro do
dispositivo;
4. Antes de perfurar materiais de base do tipo ancoragens naturais, por
exemplo, rochas, a superfície deverá ser trabalhada para remover
imperfeições ou asperezas, de forma a proporcionar um melhor ajuste
da placa na superfície de instalação;
5. Após perfurar a superfície de instalação, limpar bem o orifício com um
soprador;
6. Ao introduzir o dispositivo no orifício o instalador deverá utilizar um
martelo com golpes moderados para que o chumbador penetre o

88
suficiente para deixar a extremidade rosqueada do lado de fora do
orifício para instalar o dispositivo de ancoragem e fazer o aperto com
a porca;
7. É preciso que o instalador tenha muita cautela ao golpear o parabolt
para não danificar a sua extremidade rosqueada. Caso isso aconteça,
a porca não conseguirá ser apertada adequadamente;
8. Não deverá ser feita uma força muito excessiva para apertar o
parabolt. O instalador poderá verificar se o aperto já está no ponto
ideal à medida que a porca começa a oferecer uma resistência de
aperto mais elevada;
9. Uma vez apertada a porca somente deverá ser deixado de fora da
estrutura alguns fios acima do parabolt que sejam suficientes para
instalação do dispositivo de ancoragem (olhal ou placa);
10. Para as placas de ancoragem é possível que a instalação do parabolt
seja feita junto com ela. Isso fará com que o instalador não tenha
problemas com uma rosca danificada para o aperto do parabolt com
as porcas;
11. Ao final da instalação o instalador deverá verificar o torque de
aperto com um torquímetro de acordo com as orientações do
fabricante.

89
8.6. INSTALAÇÃO DE CHUMBADOR DE ADESÃO QUÍMICA

São substâncias químicas na forma de resinas utilizadas como


chumbadores para fixação dos dispositivos de ancoragem por adesão.
Existe uma variedade de resinas e de dispositivos de ancoragens que
podem ser empregados nesse tipo de instalação.
Em geral, todas as ancoragens químicas se destacam pela grande
resistência de fixação que atribuem ao dispositivo de ancoragem.

Esquema de instalação:

1. Fazer um orifício utilizando uma furadeira com um diâmetro de 2 mm


maior do que o diâmetro do dispositivo de ancoragem. A profundidade
do orifício deverá ser verificada na especificação técnica do
dispositivo;
2. A posição do furo deverá ser um pouco inclinada para evitar que o
produto venha a escorrer para fora do orifício;
3. Dependendo do modelo de dispositivos de ancoragem do tipo
tensores metálicos com um olhal em uma de suas extremidades
utilizado na ancoragem, poderá ser necessário que o instalador faça
alguns ajustes no orifício para um melhor encaixe do dispositivo. O
instalador deverá fazer alguns chanfros em pontos ao redor do orifício
onde o olhal será posicionado definitivamente;
4. Antes de se aplicar a resina química o instalador deverá verificar se o
produto encontra-se dentro de sua validade. Produtos químicos com a

90
validade vencida poderão não oferecer as mesmas condições de
resistência para as ancoragens;
5. Após ser feito o orifício, o mesmo deve ser limpo. Normalmente
utilizamos uma pequena escova em formato cilíndrico com um
diâmetro igual ao do orifício para limpar o seu interior. Após passar a
escova no interior do furo o instalador deverá utilizar um soprador
para remover os resíduos. Recomenda-se que esse procedimento
seja repetido pelo menos 4 vezes. A limpeza do orifício é
extremamente importante para o instalador lograr êxito na aplicação
da resina, e para que a sua reação com o meio na qual foi injetada
venha a atender as suas especificações técnicas. Para alguns tipos
de produtos pode ser necessário até introdução de pequenos jatos de
água no orifício e depois aguardar a sua devida secagem antes de se
aplicar o produto;
6. Se o produto químico a ser aplicado utilizar bisnagas com dois
compostos (um com a resina e outro om o catalizador) o instalador
poderá contar com pistolas aplicadoras com um bico dosador para um
melhor manuseio do produto;
7. Antes de iniciar a aplicação do produto no orifício, recomenda-se que
o instalador faça um pequeno descarte (cerca de 10 a 15 cm) do
produto para que se obtenha uma melhor homogeneização dos
compostos. O instalador começará a aplicar o produto a partir do
fundo do orifício e recuar lentamente para fora do orifício de forma
que consiga preencher cerca de ¾ do orifício com o produto;
8. Após aplicar o produto o instalador deverá inserir lentamente o
dispositivo de ancoragem ou elemento metálico de sustentação (barra
roscada) fazendo movimentos circulares de forma ajudar na aderência
da resina distribuída completamente na parte do dispositivo que foi
introduzida no orifício;
9. Eventuais sobras ou excessos de resina que saem do orifício durante
a introdução do dispositivo de ancoragem deverão ser limpos pelo
instalador utilizando uma espátula;
10. Se o produto a ser aplicado utiliza ampola (de vidro ou de
plástico), esta deverá ser primeiramente introduzida no orifício de

91
A
instalação sem ser rompida. Neste caso, a profundidade do orifício

RI
normalmente deverá ser 5 mm superior ao tamanho da própria

AD
ampola;
11. Após a sua colocação o seu rompimento será feito pela

IA
introdução do dispositivo de ancoragem.

AR
12. O instalador deverá utilizar o martelo aplicando golpes bem
suaves e suficientes o bastante apenas para romper as ampolas.

-M
13. Uma vez rompida a ampola, o instalador deverá terminar a
introdução do dispositivo manualmente efetuando movimentos

15
circulares girando com uma chave adequada (não há uma quantidade

92
exata de quantas voltas deve ser aplicada, mas temos como
referencia o inicio do escorrimento da resina ) .

18
14. Esses movimentos são importantes para se obter uma mescla

50
ideal nos compostos do produto, a medida que o mesmo é introduzido
79
até ser alcançada a melhor aderência do produto ao dispositivo e ao
-8
orifício de instalação;
15. Eventuais sobras ou excessos de resina que saem do orifício
A

durante a introdução do dispositivo de ancoragem também deverão


AG

ser limpos pelo instalador utilizando uma espátula. Todavia, é


importante ter o máximo de cuidado na limpeza dos resíduos de
BR

resina já que os mesmos possuem pequenos pedaços de vidro de


OS

sua ampola;
16. Finalmente o instalador deverá aguardar o tempo de cura
NT

determinado pelo fabricante do produto de acordo com o tipo do


material e temperatura ambiente do local de instalação.
SA
DO
A
AN
RI
AD
IA
AR

92
M
93
9. INSTALAÇÃO DE UM OLHAL COM COMPONENTE QUÍMICO

ANCORAGEM TIPO A ( OLHAL )

MATERIAIS

A ) UM - ZONE ANCHOR – OLHAL


Código: TLV-009
Descrição: Dispositivo de ancoragem fixo, construído em
aço inoxidável, com resistência de 34kN, para uso em
trabalhos em altura, espaços confinados, linhas de vida,
acessos por corda e operações de resgate
B) Duas – Porcas INOX - M 12mm – Componentes BAR
INOX
C ) Uma - Arruela INOX - M 12mm – Componentes BAR INOX

D ) Uma – Barra roscada com 13,5 cm de comprimento e


12mm de espessura.

E) Um – Chumbador químico em ampola co 11cm de


comprimento e 12mm de espessura .

FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA INSTALAÇÃO

A) Uma - Furadeira (com funções de martelete e furadeira

Parafusadeira.)

B ) Uma - Broca de videa de 14mm

C ) Uma – Bomba soprador de ar

94
D ) Uma – Escova tubular de aço ( cepilha )

E ) Um – Adaptador SDS ( com soquete 19mm )

F ) Duas - Chaves combinada 19mm

PASSO A PASSO DA INSTALAÇÃO

PASSO 1:

a) Analisar a estrutura onde deverá ser realizado o ponto de ancoragem .


b) Verificar se o local esta adequado para a instalação.
c) O local deverá estar livre de trincas / fissuras , etc...

PASSO 2:

Faça um furo com 11cm de profundidade com uma broca de videa de 14mm .

OBS: O furo deve estar de acordo com o comprimento da ampola, e deverá


ter 2mm de espessura a mais que a espessura da ampola.
NOTA : Fazer esse procedimento para qualquer tamanho de ampola .

OBS : Durante as perfurações, verificar se a estrutura corresponde


conforme o projeto, se tem a resistência conforme apresentado .

PASSO 3:

Iniciar a limpeza usando a escova tubular de aço e escova tubular de


naylon e uma bomba de ar “ soprador ” .

➢ Efetuando a limpeza com a escova de aço, onde deverá


intercalar, sendo, duas escovadas para cada assopro com
bomba de ar .
➢ Repita esse procedimento no mínimo três vezes .

95
➢ Para finalizar a limpeza, escove com escova de naylon, e em
seguida use a bomba de ar ( soprador ) para soprar todo resíduo
de poeira para fora .

Observação :

➢ O objetivo de usar a escova de aço, é alinhar o furo para que fique


uniforme com a ampola.
➢ A escova de naylon, atuará retirando os resíduos sem fazer novas
ranhuras para que não crie novos resíduos .

ATENÇÃO:

O furo deve estar livre de qualquer resíduo de poeira, pois a limpeza é um


dos fatores importantes na instalação .

PASSO 4:

➢ Feito todo o procedimento de limpeza, introduza a ampola no furo .


➢ Pegue a barra roscada ( haste ) com 13,5cm de comprimento e
12mm de espessura, onde em uma das pontas será chanfrada.
➢ Pegue as duas porcas e uma arruela .
➢ Pegue as duas chaves combinada de 19mm
➢ Com o uso das chaves combinadas,
fixar as porcas colocando a arruela entre as porcas, e aperta-
las com contra porca, deixando mais ou menos dois fios de
rosca sobrando .

96
➢ A ampola já estando no furo, instalando-a por completo .
➢ Pegar a haste, e introduzir no furo pelo lado chanfrado, para
que quebre a ampola .
➢ Pode iniciar com o martelo, dando golpes sem muito esforço,
golpes fracos, ou com o soquete e o uso da furadeira, girar e
apertar para que o vidro quebre, assim ocorrendo a mistura do
catalizador e a resina epox .

OBS : Cuidado, pois nesse momento terá partículas de vidro quebrado (


seria aconselhável que o instalador estivesse usando o capacete
com viseira longa (CAPACETE ROCK LARGE VISION ) e luvas .

➢ Se acaso realizar esse processo com o uso da furadeira, os


giros da furadeira deverá estar na velocidade lenta .
➢ E usar somente o martelo, dar algumas golpeadas, e alguns
giros usando a chave combinada, intercalando essa ação até
que a haste fique totalmente dentro do furo .
➢ A referencia para considerar instalação concluída, dar-se-á
quando a resina começar a escorrer para fora do orifício.

97
➢ Então teremos de um lado da barra roscada, um chanfro de
aproximadamente 45ᴼ que servirá como misturador e trava .
➢ Do outro lado as duas porcas e uma arruela .

PASSO 5:

OBS : Com o uso da furadeira parafusadeira, não faça muito esforço e


tampouco muito acelerado, pois esse momento é importante para a
homogeneização dos produtos ( catalizador e resina ) no
concreto e nas roscas da barra ( haste ) .

PASSO 6:

➢ Aguarde o tempo de cura dos componentes químicos para adesão,


➢ Ao término da instalação, evite ficar movendo o parafuso ou manusear
as porcas,
➢ O tempo de cura irá variar dependendo de seu ambiente, e o clima em
que está envolvido ( temo seco e quente, chuvoso, frio, muito úmido )

TEMPO DE CURA APROXIMADO

98
A
RI
-5°C 0°C 10°C 20°C 30°C

AD
5 1 HRS 30MIN 20MIN 10MIN
HRS

IA
AR
PASSO 7:

-M
➢ Após o tempo de cura, que poderá ser verificado pela rigidez do

15
parafuso, remova as porcas instale o olhal colocando primeiro o olhal,

92
depois a arruela e por último apenas uma das porcas

18
➢ Com o uso da chave combinada, de o aperto necessário, até que
considere firme

50
➢ Alguns fabricantes até comentam o uso de torquímetro para o ajuste de
79
aperto, mas não se faz necessário, pois como estamos colando o
-8
parafuso no concreto, a ação de torque de aperto não é aplicável
➢ Nesse processo, sempre sobrará uma porca
A
AG
BR
OS
NT
SA
DO
A
AN
RI
AD
IA
AR

99
M
9.1 ATIVIDADE PRÁTICA INSTALAÇÃO DE LINHA DE VIDA TIPO
SANDUÍCHE

MATERIAIS NECESSÁRIO

a) Poste de ancoragem

b) Chapa base

c) Grampos

d) Sapatilhas

e) Olhal

f) ABS

g) Parafuso sextavado inox M-12

h) Porca inox M-12

i) Arruela lisa inox M-12

j) Barra roscada inox

k) Cabo de 8 mm

l) Selante P.U

m) Resina

n) Manta lã de vidro

o) Manta asfáltica

p) Placa de identificação

Lista de ferramentas necessárias ou prevista

a) Lixadeira elétrica

b) Furadeira elétrica

c) Chave combinada 19mm

100
d) Catraca reversível com soquete 17mm

e) Martelo ou marreta

f) Trena

g) Caixa com outras ferramentas caso seja necessário

Passo a passo da instalação:

Passo 01

➢ Analisar a estrutura onde o poste de ancoragem deverá ser instalado.

Passo 02

➢ Verificar se o local está adequado para a instalação, sendo que o local


da instalação deve estar livre de trincas, fissuras e oxidação.

➢ Verificar a medida da estrutura onde a chapa base e poste deverão ser


instalados, pois as barras roscada devem estar cortadas antes realizar a
subida ao telhado, pois pode haver um risco de queda de material
durante a instalação.

Passo 03

➢ Para realizar a instalação do poste e chapa base, deve-se fazer um


corte em ( X ) de 40 cm.

Passo 04

➢ Colocar o poste na parte superior da viga e a chapa base na parte


inferior, com a barra roscada já cortada e instalado com porcas e arruela
fixadas e apertadas ( porca e contra porca
).

101
➢ Então deve-se passar a barra nos furos com as porcas e arruelas, para
fazer um instalação tipo sanduíche na estrutura.

➢ Colocar as barras roscada em diagonais para não haver risco de queda


da chapa base e ter mais praticidade na instalação.

Passo 05:

➢ Para realizar os apertos das porcas utilize


uma chave compatível.

OBS : Pode-se utilizar chave combinada, chave


com catraca ou do tipo que se considere
melhor para trabalhar.

Passo 06:

➢ Depois das chapas base fixadas na base


poste, fixando o poste, deve-se lacrar as
porcas utilizando um marcador industrial.

Passo 07:

➢ Fazer o fechamento do telhado onde foi cortado para fixar o poste de


ancoragem, utilizando manta asfáltica e resina.

OBS : Verificar as vedações para evitar infiltração de água .

102
Passo 08:

➢ Para fazer a instalação da linha de vida deve-se instalar um ABS em


um dos poste das extremidades e no próprio ABS colocar uma
sapatilha 5/16 ou 3/8 (conforme o projeto )

➢ Na sapatilha passar o cabo de 8mm ou 10 mm (conforme o projeto ),


fazendo o fechamento do cabo colocar 3 grampos 5/16 ou 3/8 com as
partes dentadas viradas para o lado que irá ser fixado

➢ Para o aperto adequado, dar o torque nas porcas dos grampos.

➢ Nas extremidades, deve-se colocar 3 grampos pesados

➢ Na extremidade inferior, com ajuda de um martelo colocar uma sapatilha


no olhal

➢ Em seguida passar o cabo na sapatilha e colocar apenas um grampo


para facilitar o tensionamento do cabo

➢ Fazer um nó blocante ( por exemplo prussik ou machard ) no chicote do


cabo e utilizar uma catraca ( tifor ) para tensionar a linha de vida

➢ Após o tensionamento colocar mais dois grampos.

103
OBS: Para fazer o tensionamento do cabo, deve-se utilizar um tifor ou outra
ferramenta que considere adequada.

ATENÇÃO: O cabo não pode ser tensionado em excesso, pois pode danificar
o “ABS”.

Passo 09:

➢ Depois da linha de vida tensionada deve-se dar o torque nas porcas dos
grampos e ABS.

Passo 10:

➢ Lacrar todas as porcas utilizando um marcador industrial para verificar


se houve algum tipo de violação nas porcas.

➢ Logo em seguida deve-se colocar uma fita de alta fusão na ponta do


cabo que esta sobrando (chicote).

104
Passo 11:

➢ Para fazer a identificação da linha de vida deve-se utilizar um lacre


numérico

➢ Deve-se afixar próxima a linha de vida, uma placa de identificação para


rastreabilidade, pois em futuras inspeções se torna mais pratico a
identificação das linhas de vida.

Passo 12:

➢ Fazer registro fotográfico dos olhais, lacres, ABS, grampos, sapatilhas,


cabo e do poste de ancoragem para identificar quais são as linhas de
vida.

105
A
RI
9.2 LINHA DE VIDA VERTICAL DE ESCADA MARINHEIRO

AD
IA
Passo a passo da instalação:

AR
Passo 01:

-M
➢ Analisar se a escada encontra-se em condições de uso.

15
➢ Fazer uma inspeção visual e observar se as fixações e os degraus da

92
escada estão soltos ou se estão com oxidações.

18
Passo 02:

50
➢ Fazer a instalação do ABS no poste superior
79
-8
➢ Fixar com os grampos (U) e chapinhas 10x6 os poste superior
➢ Instalar o poste inferior nos degraus da escada.
A

➢ No poste inferior deve-se instalar um esticador de cabo.


AG
BR
OS

Passo 03:
NT

➢ Para fazer a instalação da linha de vida


SA

deve-se instalar no próprio ABS uma


sapatilha
DO

➢ Em seguida passar o cabo de 8mm entre


a sapatilha para fazer o fechamento do
A

cabo, colocando 3 grampos 5/16


AN

➢ Os grampos deverão manter as partes


dentadas viradas para o lado que irá ser
RI

fixado
AD

➢ Fazer o aperto das porcas dos grampos


IA
AR

106
M
com o torque nas porcas dos grampos.
➢ Em cada extremidade deve-se colocar 3
grampos pesados conforme
➢ Na outra extremidade com ajuda de um martelo
colocar uma sapatilha no esticador e passar o
cabo na sapatilha, colocando nesse momento
apenas um grampo para facilitar o
tensionamento do cabo
➢ Para tencionar o cabo de aço basta virar o
esticador.
➢ Depois de tencionar o cabo coloque os dois
grampos que faltam

OBS: Caso a escada tenha um lance superior a 10m


de forma contínua, o esticador de cabo não será
o suficiente para tencionar o cabo de aço, assim poderemos realizar o
seguinte procedimento:

a) Fazer um nó blocante ( por exemplo prussik ou machard ) no


chicote do cabo e utilizar uma catraca (tifor) para tensionar a linha
de vida.

b) Após o tensionamento colocar os dois grampos.

ATENÇÃO:

❖ O cabo não pode ser tensionado em excesso, pois pode danificar o


“ABS”.

Passo 04:

➢ Depois da linha de vida tensionada, deve-se dar o torque nas porcas dos
grampos e ABS.

107
Passo 05:

➢ Lacrar todas as porcas utilizando um marcador industrial para verificar


se houve algum tipo de violação nas porcas.

➢ Logo em seguida deve-se colocar uma fita de alta fusão na ponta do


cabo que esta sobrando (chicote).

Passo 06:

➢ Para fazer a identificação da linha de vida deve-se utilizar um lacre


numérico e placa de identificação, pois em futuras inspeções se torna
mais pratico a identificação das linhas de vida.

Passo 07:

➢ Fazer registro fotográfico dos olhais, lacres, ABS, grampos, sapatilhas,


cabo e do poste de ancoragem para identificar quais são as linhas de
vida.

9.4 ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA INSTALAÇÃO DE LINHA


DE VIDA TEMPORÁRIA

Este Procedimento tem como objetivo definir diretrizes quanto às


instruções para instalação de linha de vida provisória de corda seja ela
horizontal ou vertical nas frentes de serviço .

Norma Regulamentadora Oficial Anexo II – NR-35


NBR 16325:2014 da
ABNT
Norma Técnica Nacional
NBR 11900-4:2016 da
ABNT

108
1. DEFINIÇÕES

Ancoragem de extremidade:

Ancoragem em cada extremo de uma linha de vida rígida.

Ancoragem estrutural:

Elementos fixados de forma permanente na estrutura, nos quais um dispositivo


de ancoragem ou um EPI pode ser conectado.

Ancoragem intermediária:

Ancoragem que pode ser adicionada, se necessário, entre as ancoragens de


extremidade.

Dispositivo de ancoragem:

Montagem de elementos que incorporam um ou mais pontos de ancoragem ou


pontos de ancoragem móveis, que podem incluir um elemento de fixação, é
projetado para utilização como parte de um sistema pessoal de proteção contra
queda e também de forma que possa ser removido da estrutura e ser parte do
sistema de ancoragem.

Dispositivo de Ancoragem Tipo “A”:

Dispositivo de ancoragem para ser fixado a uma estrutura por meio de uma
ancoragem estrutural ou de um elemento de fixação.

Dispositivo de Ancoragem Tipo ”C”:

Dispositivos de ancoragem empregados em linhas de vida flexíveis horizontais.


Para os efeitos da norma NBR 16325, linha de vida horizontal é aquela

109
subentendida como a que deriva do plano horizontal não mais que 15° (quando
medido entre ancoragens de extremidade e/ou intermediárias em qualquer
ponto de sua extensão).

Elemento:

Parte de um sistema de ancoragem ou de um dispositivo de ancoragem.

Olhal de ancoragem:

Exemplo de dispositivo de ancoragem do tipo A.

Permissão de Trabalho - PT:

Documento escrito contendo conjunto de medidas de controle, visando ao


desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e
resgate.

Ponto de ancoragem:

Ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexão de dispositivos


de segurança, tais como cordas, cabos de aço, trava-quedas e talabartes.

Ponto móvel de ancoragem:

Elemento adicional móvel na linha rígida de ancoragem no qual um dispositivo


de conexão pode ser conectado.

Sistema de Proteção contra quedas - SPQ:

Sistema destinado a eliminar o risco de queda dos trabalhadores ou a


minimizar as consequências da queda.

110
Sistema de restrição de movimentação:

SPQ que limita a movimentação de modo que o trabalhador não fique exposto
a risco de queda.

Sistema de retenção de queda:

SPQ que não evita a queda, mas a interrompe depois de iniciada, reduzindo as
suas consequências.

Zona livre de queda - ZLQ:

Região compreendida entre o ponto de ancoragem e o obstáculo inferior mais


próximo contra o qual o trabalhador possa colidir em caso de queda, tal como o
nível do chão ou o piso inferior.

2. RESPONSABILIDADES

Do Empregador:

➢ Fazer cumprir o conteúdo deste procedimento e comprometer-se com a


sua implantação;
➢ Assegurar os recursos necessários para sua implantação e treinamento
dos usuários;
➢ Assegurar a disponibilidade de ferramentas e equipamentos compatíveis
com o tipo de trabalho;
➢ Disponibilizar peças de reposição e outros materiais necessários para
atender as manutenções corretivas e preventivas.

Dos Trabalhadores Instaladores de Linhas de Vida:

111
➢ Aplicar as rotinas previstas neste procedimento;
➢ Realizar antes do início das inspeções diárias dos seus EPI’s,
ferramentas manuais e ferramentas rotativas a serem
utilizadas, registrando-as em formulário próprio, quando foro
caso;
➢ Verificar as condições dos demais materiais e insumos a serem
utilizados nas instalações de linhas de vida, por exemplo: chumbadores,
cordas, anéis de fita, mosquetões;
➢ Informar ao superior imediato ou à segurança qualquer irregularidade;
➢ Operar somente ferramentas em perfeitas condições e não improvisá-
las;
➢ Controlar e garantir as condições de uso seguro de todas as ferramentas
portáteis manuais, bem como preservá-las durante o seu uso e
transporte, zelando também pelo seu armazenamento adequado;
➢ Permanecer conectado a um sistema de ancoragem ou dispositivo de
ancoragem durante todo o período de exposição ao risco de queda na
execução das atividades de instalação de linhas de vida;
➢ Realizar uma análise de risco para cada tipo de edificação, estrutura ou
local de trabalho, considerando as características do projeto de
linha de vida a ser instalado;
➢ Elaborar um plano de resgate e as medidas de resgate a serem
implementadas no caso de emergências ocorridas durante a
execução das atividades de instalação de linhas de vida
decorrentes de mal súbito ou queda por diferença de nível de
altura;
➢ Preencher a documentação ou formulários estabelecidos em
procedimentos internos de segurança dos clientes, quando for o caso.

✓ Fazer o registro fotográfico de qualquer anomalia encontrada nas


instalações, edificações ou estruturas indicadas para as instalações de
linhas de vida, bem como a sua área ao redor no caso ser afetada pelas
atividades da equipe durante o serviço.

112
A
RI
AD
Dos Líderes de equipe e Técnicos de segurança

IA
AR
➢ Acompanhar/apoiar o cumprimento deste procedimento;
➢ Promover os treinamentos necessários e DDS’s diários;

-M
➢ Verificar se foram feitas as inspeções e preenchimento dos
documentos previstos neste procedimento;

15
➢ Divulgar os riscos identificados nas análises para a toda força de

92
trabalho;
➢ Verificar a necessidade de implementação de medidas de

18
segurança adicionais bem como os equipamentos de proteção

50
individual, caso sejam necessários.
79
➢ Controlar e garantir as condições de uso seguro de todas as
-8
ferramentas portáteis manuais, bem como preservá-las durante o seu
uso e transporte, zelando também pelo seu armazenamento adequado.
A

➢ Somente liberar o início das atividades mediante elaboração ou


AG

obtenção de permissão de trabalho específica para a atividade emitida


pele empregador ou conforme procedimento interno de segurança do
BR

cliente.
OS

➢ Assegurar que toda a atividade seja supervisionada.


➢ Elaborar com acompanhamento dos instaladores o RDA – Relatório
NT

Diário de Atividade ao término de cada dia de serviço.


SA

3. REQUISITOS DA TAREFA
DO

➢ Reunir todos os documentos necessários para a liberação da atividade;


A
AN

➢ Separar todos os materiais necessários para a instalação de linha de


vida;
RI

➢ Separar todas as ferramentas elétricas e ferramentas manuais;


AD

➢ Selecionar os equipamentos de proteção individual e coletiva, de acordo


com a atividade a ser executada;
IA
AR

113
M
4. ORIENTAÇOES ADMINISTRATIVAS

➢ Contatar setor responsável pela Segurança do Trabalho;


➢ Solicitar a permissão de trabalho em altura e demais
permissões caso haja a necessidade;
➢ Encaminhar-se ao ambulatório para aferição de pressão
arterial, quando for exigida;
➢ Solicitar a autorização do responsável da área;

5. MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO CARACTERÍSITICAS À ROTINA


➢ Elaborar a Análise Preliminar de Risco juntamente com a equipe de
trabalho;
➢ Isolar e sinalizar o local e o entorno do local onde for realizar a atividade;
➢ Fazer a inspeção rotineira dos EPI´s evidenciando através do Check-list;
➢ Fazer a inspeção visual das ferramentas elétricas;
➢ Fazer Check-list da Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho – PEMT (
NR 18 : 12.33 ) , caso a mesma seja utilizada;
➢ Elaborar o plano de resgate e emergência;

6. Principais riscos relacionados á Furadeira / Parafusadeira:

➢ Contato da broca da Furadeira com parte do corpo do trabalhador;


➢ Postura inadequada, forçando a ferramenta durante a operação;
➢ Emissão de poeiras que são geradas durante a furação;
➢ Vibração da Parafusadeira quando em operação;
➢ Emissão de ruído acima dos limites de tolerância aceitáveis;
➢ Mal funcionamento da ferramenta devido a defeitos;
➢ Falta de firmeza ao segurar a ferramenta;

9. DESCRIÇÃO DO PROCESSO

114
➢ Avaliar a estrutura do telhado na parte inferior, quando possível.
➢ Avaliar as condições do telhado, fazer o registro fotográfico antes de
iniciar a instalação;
➢ Localizar as estruturas onde será instalado o ponto de ancoragem
primário seja ele por meio estrutural, dispositivos tipo A ou por
elementos de fixação;
➢ Montar um nó de ancoragem (oito guiado, oito duplo de 1 alça, nó nove)
e conectar a um mosquetão na ancoragem;
➢ Montar o trava quedas de corda na corda da linha de vida;
➢ Iniciar o deslocamento em cima do telhado, utilizar pranchões ou
passarelas para não pisar diretamente sobre as telhas, apoiando-os
entre terças, quando necessário;
➢ Avaliar se à necessidade e criar um ponto de ancoragem intermediário
para evitarmos que a vão entre os pontos fiquem muito distantes;
➢ Ao chegar ao local sobre o telhado onde será realizada a manutenção
pela equipe, criar o segundo ponto de ancoragem da outra extremidade;
➢ Realizar o tensionamento e fechamento da linha de vida com um nó de
ancoragem ou por um equipamento mecânico (descensores);
➢ Quando a linha de vida estiver finalizada,poderá ser liberada para uso
das equipes propostas ;
➢ Caso seja preciso mudar a linha de vida para outro local, deverá ser
retirado da área de riscos todos os usuários ;
➢ A equipe de emergência providenciará a retirada da linha de vida, para
transferi-la para outro ponto;
➢ Depois de concluída, nova liberação deverá ser processada;
➢ A equipe de emergência deverá ficar no local da atividade realizando um
acompanhamento técnico de forma permanente ;
➢ Caso um acidente ocorra , a equipe de emergência será responsável em
realizar o resgate; e para isso, a equipe deverá estar treinada e
capacitada para agirem nessas situações;
➢ Quando a atividade chegar ao fim, os trabalhadores deverão ser os
primeiros a descerem do telhado,
➢ A equipe de emergência deverá desmontar a linha de vida temporária ;

115
➢ O processo de desmontagem é o mesmo da montagem, só que o
processo inverso;
➢ Caso esteja programado o retorno ao mesmo local em outro período,
como no dia seguinte, a linha de vida poderá ficar montada, mediante a
uma análise de possibilidade de contaminação da corda durante o
período que a mesma não ficará sobre supervisão ;

10. CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA INÍCIO OU CONTINUIDADE DAS


ATIVIDADES

➢ Ausência da Permissão de Trabalho em Altura, APR, demais


documentos;
➢ Condições intempéries, ventos fortes, incidência de raios;
➢ Situações de emergência, alarme de incêndio;
➢ Ausência de supervisão;

116
10 PRINCIPAIS FALHAS NAS INSTALAÇÕES

Durante a instalação e a sua própria utilização, os dispositivos de


ancoragem poderão apresentar falhas que poderão determinar a proibição de
sua utilização ou a ocorrência de acidentes caso essas falhas não tenham sido
detectadas durante a montagem de sistemas de ancoragem.
Vimos anteriormente que se a geometria das instalações (espaçamento
entre os chumbadores) não for respeitada, fatalmente teremos graves
problemas com relação a fixação dos chumbadores em nossa instalação.
Um outro grave problema das instalações também se relaciona com a falta
de limpeza dos orifícios perfurados para a fixação dos chumbadores. Se um
orifício não estiver devidamente limpo poderemos ter dificuldades na inserção
de um parabolt, por exemplo. Como se trata de um chumbador com um
esquema de instalação muito preciso, a presença de resíduos no interior do
orifício poderá fazer com que o parabolt não alcance a penetração necessária
na estrutura. Se o chumbador for químico, teremos problemas com uma
possível contaminação ou enfraquecimento do adesivo por ter se misturado
com muitos resíduos presentes no interior do orifício.
Testes realizados pela TASK nos permitiram desenvolver um gráfico
comparativo entre diferentes instalações com diferentes níveis de limpeza no
orifício:

117
Quando as falhas não ocorrem por defeito do chumbador ou por excesso
de torque, geralmente elas estarão relacionadas aos aspectos da geometria e
da limpeza da qual já comentamos. As principais falhas nas instalações de
ancoragens são:

Falha na expansão:

Ocorre quando o esforço de tração aplicado no chumbador é maior do que a


força de expansão do mecanismo de fixação do chumbador e o material de
base. Esse tipo de falha ocorre quando o cone de expansão não está bem
posicionado (sua expansão é defeituosa) ou quando a sua expansão exercida
está abaixo do torque recomendado para fixação do elemento.

Ruptura no chumbador:

Ocorre quando o chumbador, mesmo tendo sido corretamente instalado, sofre


uma ruptura em razão de aplicação de forças excessivas no dispositivo de
ancoragem que estejam além de sua resistência de fixação no material de base
(geralmente por cisalhamento). Também pode ocorrer quando a expansão ou
aperto do elemento de fixação excede o torque recomendado para o
chumbador.

Ruptura por cone de concreto:

Ocorre quando o chumbador é instalado em um concreto muito fissurado,


quando é instalado muito próximo de outro chumbador ou quando é instalado
muito próximo de uma borda. Quando é aplicada uma carga durante um teste
ou durante sua utilização com cargas suspensas no dispositivo de ancoragem
que apresenta uma força maior do que a resistência do material de base, o
chumbador é arrancado da estrutura junto com parte do concreto num formato
de cone. A formação desse cone inicia-se no ponto onde o elemento de fixação
expandiu o seu mecanismo de fixação. O formato de cone é explicado pelo
modo o qual a tensão provocada pela expansão do chumbador se propaga

118
pelo concreto, em geral num ângulo entre 35° a 45° a partir de seu elemento de
expansão.

Ruptura da borda:

Ocorre quando o chumbador está instalado muito próximo da borda do material


de base ou quando ocorre alguma carga no sentido de corte do dispositivo de
ancoragem. Quanto mais próximo da borda do material de base o chumbador
estiver, menor será a quantidade de material (concreto) para que o chumbador
possa desenvolver melhor a sua capacidade de fixação e resistência. Por outro
lado, a ruptura do material de base também ocorre durante a utilização do
dispositivo de ancoragem, quando este recebe cargas ao qual estaria
aprovado. Todavia quando submetido a cargas de cisalhamento provocaria
rupturas na borda do concreto pela baixa resistência de sua fixação, sem,
contudo, ocorrer a ruptura do próprio chumbador.

Ruptura por fissura:

Esta falha ocorre quando as dimensões da base na qual será aplicado o


chumbador são insuficientes para a largura, o comprimento e a profundidade
do elemento de fixação ou quando as distâncias entre chumbadores ou quando
forem instalados em concretos submetidos a tensões internas que provoquem
trincas.

10.1- INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM EM TERRA

Existem algumas atividades de trabalhos em altura realizadas em


determinados locais onde não existem estruturas para a fixação de algum
dispositivo de ancoragem.
Mesmo diante dessa dificuldade específica deverão ser estabelecidas
medidas para proteção dos executantes nessas tarefas que apresentam riscos
de acidentes por quedas através de algum projeto de sistema de proteção
contra quedas.

119
A
Trabalhos de estabilização de taludes ou de corte ou revegetação de

RI
taludes são exemplos de situações onde os responsáveis pela liberação

AD
desses serviços notadamente encontram sérias limitações técnicas para se
estabelecerem soluções práticas e seguras.

IA
Embora a solução mais comum ainda seja a utilização de dispositivos não

AR
certificados,
como por exemplo, as estacas construídas em madeira ou aço, não raro

-M
encontramos a utilização de anéis de fitas ou fitas tubulares instalados em
alguma ancoragem natural (rochas ou árvores). Porém, cabe aqui a

15
preocupação se as ancoragens naturais escolhidas teriam a resistência

92
necessária para suportar com segurança o dispositivo de ancoragem.
Todavia, já existem dispositivos certificados que atendem as normativas

18
vigentes para utilização de ancoragens diretamente no solo. Estão certificados

50
como dispositivo de ancoragem Tipo B, conforme EN 795. Este dispositivo está
79
projetado, principalmente, para trabalhos de obra civil como são os taludes.
-8
Estão certificados para uso de apenas uma pessoa e possui uma carga
máxima de trabalho de 20 kN.
A

O dispositivo é constituído por um disco metálico que está unido a uma


AG

cinta têxtil ou de aço. Para sua instalação deverá ser


cavado um buraco no solo com uma profundidade mínima
BR

de 1,5 m (ou de acordo com as instruções do fabricante).


OS

O dispositivo também leva incorporado um pequeno cabo


que funciona como testemunho de prova de extração.
NT

Após instalar o dispositivo deveremos fazer uma prova de extração aplicando


uma força que consiga retirar o cabo. O cabo irá se romper sem que a
SA

ancoragem se mova do lugar (a carga de ruptura do cabo é de 1000 kgf).


DO

A vida útil desse dispositivo está limitada a 18 meses.


A
AN
RI
AD
IA
AR

120
M
Quando não for possível a utilização de dispositivos certificados a solução
seria utilizar as estacas instaladas verticalmente no solo.
Embora não sejam produtos específicos para certificação, se faz
necessário tomarmos alguns cuidados para sua concepção e construção.
Estacas são largamente utilizadas nas operações de resgate em
montanhas ou em áreas remotas onde inexiste qualquer outro tipo de
ancoragem natural mais confiável e fácil de ser utilizada. Desse tipo de
realidade vieram as melhores informações técnicas e doutrinas para uso dessa
ferramenta.
A melhor indicação é de que as estacas sejam maciças e fabricadas em
aço de qualidade, embora existam alguma fabricadas em barras tubulares. A
sua parte superior deve ser bem reforçada para suportar os golpes desferidos
para sua fixação no solo. As dimensões ideais para uma estaca confiável
seriam: largura de 1 a 1,5 polegadas e um comprimento de, no mínimo, 1
metro.

121
Alguns projetos de estacas já oferecem olhais soldados em sua própria
estrutura para a ancoragem de cordas e outros equipamentos. Esses projetos
deverão ser avaliados comum pouco mais de atenção, pois como toda
estrutura da estaca sofre com as “pancadas” dos martelos durante a sua
fixação, será muito comum encontrarmos trincas ou defeitos nas soldas desses
olhais.

Em geral as estacas devem ser utilizadas para a fixação de placas ou


outros dispositivos que serão utilizados para servirem de ancoragens para
cordas, equipamentos ou sistemas de movimentação. As estacas acabam
sendo empregadas como elementos de fixação.
Todavia, existem técnicas em que podemos utilizar sistemas de ancoragem
por encordoamento para montagem direta nas próprias estacas.
Porém, existem muitas variáveis a serem consideradas quando forem
analisadas as condições de uso seguro de estacas para sistemas de
ancoragens.
A composição do solo, humidade, cobertura vegetal, profundidade de
instalação, o ângulo de ataque são alguns dos pontos a serem verificados
previamente.

122
Uma referência para tipo do solo x estaca x profundidade pode ser a
seguinte:

TAMANHO DA
TIPO DE SOLO PENETRAÇÃO MÍNIMA
ESTACA
SOLO MACIO 1,40 M 0,95 M
SOLO COMPACTADO 1,10 M 0,80 M
SOLO DURO 1,00 M 0,60 M

A fixação das estacas será reforçada pelo ângulo em que elas serão
fincadas no solo.
Tomando como base a própria estaca posicionada num ângulo de 90° com
a superfície em que ela será fincada, a sua inclinação deverá ter uma variação,
formando um ângulo de referência de 15° no sentido oposto ao sentido em que
será exercida a carga.
Outra forma de calcular esse ângulo é utilizar a própria superfície como
referência. Nesse caso à estaca deverá ser posicionada em um ângulo de 75°
em relação ao solo, no sentido oposto ao sentido em que será exercida a
carga.
A fixação de uma estaca deverá, em geral, ser de 2/3 a 4/5 do seu
comprimento. A compactação do solo será fator determinante para a
profundidade de penetração de uma estaca.
A resistência de instalação das estacas também deverá ser reforçada ao
empregar mais de uma estaca por instalação de um sistema.
Para cada ancoragem devemos instalar 3 estacas, e deverão estar
entrelaçadas de forma que a carga suportada por uma estaca se distribuída
entre as 3 estacas.
Para que isso seja alcançado poderemos amarrá-las com um cordim ou uma
fita que depois será tensionada por intermédio de outra estaca menor a ser
instalada apenas para esse propósito.

123
124
11. INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE ANCORAGENS POR
ENCORDOAMENTO

As instalações de ancoragens utilizando-se de equipamentos têxteis são


mais comuns nas ancoragens naturais. Porém para trabalhos em suspensão
através das operações de acesso por cordas ou operações de resgate técnico
esse tipo de ancoragem também terá um lugar importante.
A utilização de materiais têxteis em ancoragens naturais sempre levará em
conta a nossa preocupação com relação à sua deterioração quando estiver em
contato com superfícies abrasivas ou cortantes que normalmente encontramos
nos ambientes naturais.
Nesse momento é fundamental analisarmos a importância das
características das matérias primas e tipos de construção aplicados aos
materiais têxteis.
Sendo para trabalhos em áreas industriais, áreas urbanas ou atividades
esportivas a montagem de sistemas de ancoragens com materiais têxteis
poderá ser uma tarefa simples ou de alta complexidade em face das diferentes
instalações, estruturas ou ambientes de trabalhos que iremos encontrar.
As cordas sempre serão uma solução prática para instalarmos vários tipos
de sistemas de proteção para trabalhos em altura, como por exemplo, linhas de
vida temporárias, corrimão e cordas de progressão.
Para que esse objetivo seja alcançado com segurança deveremos
conhecer e aplicar as técnicas especificas para cada caso obedecendo às
características da atividade, da morfologia do local de trabalho, do material a
ser empregado, a resistência das ancoragens e o nível de treinamento das
pessoas responsáveis pelas instalações.
Ao iniciarmos um trabalho de montagem de algum tipo de sistema de
proteção contra quedas devemos levar em consideração que igualmente a
própria execução de um determinado trabalho que estará por vir, a segurança
sempre estará em primeiro lugar.
Montagem de sistemas verticais baseados em cordas é uma atividade
crítica e tão perigosa como executar um trabalho em um local com um

125
potencial reconhecido para acidentes por quedas. Nesse momento é
importante que os responsáveis pelas instalações estejam preparados para
realizar fixações dos dispositivos de ancoragem necessários (temporários ou
definitivos), instalações de cordas de progressões nas mais variadas técnicas,
montar fracionamentos, montar desvios, montar corrimãos, montar linhas de
vida temporárias, proteger as instalações e proteger as cordas de arestas,
superfícies abrasivas, cortantes ou aquecidas.
Portanto, estamos convencidos de que a montagem de sistemas verticais
baseados em cordas abrange conhecimentos distintos em sua montagem e,
sem dúvida, podemos considerar entre eles a necessidade de um
conhecimento mais profundo dos nós indicados para cada tipo de instalação ou
mais específicos para determinado material em função de suas características
construtivas.
Embora os nós sejam uma das primeiras coisas que aprendemos quando
iniciamos nossa capacitação em operações verticais, agora é o momento em
nos aprofundar nos nós específicos para prover uma montagem de ancoragens
com cordas.

Os nós são divididos, segundo a sua aplicação ou função em:

NÓS DE ENCORDOAMENTO

São os nós aplicados para unir o trabalhador diretamente suspenso em seu


cinto de segurança. Portanto são os nós principais onde serão realizadas as
progressões verticais, seja para instalação de dispositivos de ancoragem,
montagem de cordas ou a própria execução dos trabalhos. Nessa categoria de
nós destacamos o oito duplo, o nove e o borboleta alpina.

NÓS DE SEGURANÇA OU DE RETENÇÃO

São os nós aplicados para reassegurar um nó principal que corre o risco de se


desfazer ou se romper. Também poderá ser aplicado como nó de remate para
final de corda empregada em progressões verticais. Nessa categoria de nós

126
A
destacamos o pescador duplo, pescador triplo, oito duplo e o nó de azelha

RI
simples (nó cego).

AD
IA
NÓS ASSEGURADORES

AR
São nós aplicados para assegurar uma carga ou assegurar uma pessoa em

-M
operações de resgate. Nessa categoria de nós destacamos o dinâmico (UIAA) .

15
92
NÓS DE UNIÃO

18
São os nós que podem ser utilizados para serem montados no meio da corda.

50
Nessa categoria de nós destacamos o sete, o oito, o nove, borboleta alpina, fiel
( balestrinque ) e o nó de azelha. 79
-8

NÓS PARA EMENDA DE FITA / CINTA


A
AG

São os nós aplicados para montarmos um anel de cinta. Devido suas


características construtivas as cintas tubulares possuem uma tendência de se
BR

deslizar entre elas. O nó plano (nó de fita) é o único nó seguro para utilizar na
OS

montagem de anéis de fita / cinta .


NT

NÓS PARA EMENDA DE CORDAS


SA

São os nós que podemos utilizar nós para unir cordas e, assim, aumentar o
comprimento de uma instalação. A escolha do nó a ser aplicado na união de
DO

cordas há de se levar em conta o diâmetro das cordas envolvidas. Para as


cordas de mesmo diâmetro e mesmo material de fabricação podermos utilizar o
A
AN

pescador duplo. Para cordas de diferentes diâmetros podemos utilizar o


pescador triplo.
RI

O nó oito duplo também poderia ser empregado, todavia, trata-se de nó que


AD

aplica uma tensão muito forte na corda o que poderá se tornar difícil em
desfazê-lo após a operação.
IA
AR

127
M
LAÇOS

São simples laçadas utilizadas para abraçar uma estrutura ou unir anéis de fita
/ cinta ou unir uma cinta ao nosso cinto de segurança. Nessa categoria as
laçadas mais conhecidas são o boca de lobo (alondra) e o tanka ( DOUBLE
LINK - EYE DOUBLE LINK ), sendo que este último por se tratar de uma
laçada que se ajusta por estrangulamento e oferece estabilidade à sua
amarração.

NÓS AUTOBLOCANTES

São os nós aplicados para se bloquearem na corda. Pode ser utilizado para
progredirmos verticalmente em cordas, para montagens de bloqueios em
sistemas de polias ou para assegurar algum equipamento ou ferramenta leve.
Podem ser montados com cordim, fita plana ou fita tubular. A capacidade de
bloqueio desses nós dependem do equipamento utilizado (cordim ou fita), da
maneira com que foi instalado, da quantidade de voltas do equipamento na
corda, do diâmetro da corda e dos desgastes das mesmas. Nessa categoria de
nós destacamos o prussik, o machard e o bachmam.

NÓS AMORTIZADORES

São os nós aplicados para dinamizar uma possível ruptura das ancoragens.
São instalados no meio das ancoragens e o mais utilizado é o nó de borboleta
alpina.

A forma de confeccionar os nós também é um fator determinante para a


segurança das operações verticais. É importante recordar que quando
montamos um nó em uma corda, cordim ou fita estamos, na verdade,
diminuindo a capacidade de resistência do material.
As dobras e o esmagamento somados à própria carga que será suportada
aumentam em demasia a tensão das fibras que compõem o material utilizado

128
na construção das cordas, cordins e fitas (poliamida, poliéster, aramida,
dyneema, Spectra, etc.).
Essa tensão é representada em um percentual de perda de resistência do
material empregado que, normalmente, poderá variar de 20% a 40%.
Esse percentual também poderá ter uma variação em razão de uma série
de fatores, entre eles, diâmetro da corda, idade da corda, humidade na corda,
sujeira na corda, qualidade da corda ou se o nó está corretamente montado e
alinhado (“penteado”).
Os nós devem ser polivalentes, fáceis de serem feitos, fáceis de serem
desfeitos, não provocarem muito desgaste no
material e principalmente não diminuir
acentuadamente a resistência dos materiais.
O domínio das técnicas de nós é imprescindível
para se oferecer a melhor e mais segura aplicação
dos materiais têxteis que se sobressaem, na
maioria das vezes pela grande carga de resistência
quando não possuem algum nó, ao passo que se
tornam muito sensíveis quando um nó está mal construído.
Os principais nós que poderão ser empregados nas montagens de
ancoragens de segurança ou sistemas auxiliares são:

OITO DUPLO COM UMA ALÇA

Um dos nós mais conhecidos e utilizados nos trabalhos verticais e operações


de resgate, destaca-se pela facilidade da montagem e extrema resistência.
É utilizado para montagem de cordas fixas em cabeceiras e também pode ser
empregado montado diretamente sobre ancoragens naturais ou estruturais
(oito duplo guiado pelo chicote). O seu ponto negativo é o forte esmagamento
que ele provoca na corda. Sua perda de resistência é aproximadamente de
25% a 30%.

129
OITO DUPLO COM DUPLA ALÇA

Uma variante do oito duplo muito utilizado para montagem de


cordas fixas em cabeceiras. Com possui duas alças é
possível realizarmos uma repartição das cargas suportadas
pela corda, já que as suas alças serão instaladas em
diferentes pontos de ancoragem. Também funcionam como
um nó com dupla segurança (back up). Também é possível
montá-lo com 3 alças o que permite repartir a carga aplicada em mais pontos
de ancoragem distintos. Por ser um nó que consome muita corda e forma uma
construção muito robusta, não provoca muito esmagamento na corda. Todavia,
seu ponto negativo ocorre exatamente pelo consumo de corda para montá-lo,
ainda mais se empregarmos a sua variante com 3 alças. A perda de resistência
do oito duplo com dupla alça é de aproximadamente 20%.

NÓ NOVE

Na verdade, trata-se de outra variação do oito duplo, conhecido como no nove,


porque na sua confecção adota-se meia volta a mais do que o oito duplo para o
seu arremate.

130
Trata-se igualmente, de outro nó de construção robusta que serve para
empregá-lo nas cordas que deverão suportar grandes cargas e também por ser
cômodo em desfazê-lo. A sua perda de resistência é de aproximadamente
30%.

131
12. ZLQ – ZONA LIVRE DE QUEDA

Um dos fatores importantes que devemos levar em consideração na


instalação dos dispositivos de ancoragem, destinados
a proteção contra quedas é a chamada ZLQ – Zona
Livre de Queda; que é a distância segura necessária
para que todo o sistema de proteção contra queda,
que inclui o dispositivo de ancoragem, o componente
de união (Ex. Talabarte ou trava queda) e o cinto de
segurança; proteja o trabalhador no caso de uma
queda, em seu local de trabalho com diferença de
nível.
A normativa brasileira define a ZLQ como sendo “Distância mínima medida
desde o ponto de ancoragem do dispositivo de ancoragem até o nível do
chão, ou próxima à plataforma inferior real, ou obstáculo significativo mais
próximo”.
Trata-se de uma distância pré-definida que deverá estar assegurada antes
do trabalhador sofrer uma queda a partir do seu local de trabalho com diferença
de nível, de modo que não exista a possibilidade de se colidir com o solo,
superfície mais próxima ou outro obstáculo existente na trajetória de sua
queda.
É importante se destacar que a ZLQ corresponde a
uma distância vertical total pela qual um trabalhador
percorrerá livremente, desde o início do movimento de
sua queda até o início da retenção dessa queda,
através de um equipamento de proteção individual
utilizado para retenção de quedas.

Outros indicadores também poderão influenciar na


distância requerida para uma ZLQ segura
correspondente ao sistema de proteção contra quedas instalado:

132
Distância de queda livre:

Distância compreendida entre o início da queda e o início da retenção.

Distância de frenagem:

Distância vertical que se inicia no final da queda livre (início da retenção) e


termina quando da parada (retenção) completa da queda. Durante a frenagem é
que ocorre a absorção da energia da queda pela deformação prevista do
absorvedor.

Distância de segurança:

Medida fixa padronizada em 1 m que sempre entra no


cálculo da ZLQ somada às outras variáveis. É a
distância de segurança mínima entre os pés do
trabalhador e o solo ou obstáculo mais próximo em
caso de queda.

Distância do elemento de engate do cinto de segurança paraquedista até


os pés do trabalhador:

Medida fixa padronizada em 1,5 metros que sempre entra no cálculo da ZLQ
somada as outras variáveis. Representa uma média de tamanho entre o
elemento de engate para retenção de queda do cinturão de segurança tipo
paraquedista (dorsal ou peitoral) e os pés do trabalhador na posição de pós-
queda.

Elemento de ligação:

Também conhecido como componente de união. Faz a união entre o elemento


de engate para retenção de queda do cinturão paraquedista e o sistema de
ancoragem. Pode ser um talabarte de segurança ou um trava-queda deslizante

133
A
e seu extensor ou um trava-queda retrátil e sua linha de ancoragem retrátil,

RI
incluindo seus conectores.

AD
IA
AR
Absorvedor de energia:

-M
Elemento desenvolvido para absorver a energia da queda e par isto utiliza uma
distância de frenagem ou distância de extensão que deve ser incluída no

15
cálculo da ZLQ. O absorvedor de energia pode estar presente no dispositivo de

92
ancoragem, talabarte de segurança, extensor do trava-queda e/ou trava-queda
retrátil.

18
50
Deflexão:
79
-8
Deformação prevista em caso de queda que absorve energia protegendo o
trabalhador e o dispositivo de ancoragem, diminuindo a força máxima de
A

retenção de queda. Gera um acréscimo na ZLQ e deve ser prevista no seu


AG

cálculo. Trata-se de uma variável observada nos dispositivos de linhas de


ancoragem (linhas de vida) fabricados com cabos metálicos ou têxteis.
BR
OS

Para realização do cálculo da ZLQ em dispositivos de ancoragem do tipo A,


NT

B e D serão utilizados os seguintes fatores no somatório do cálculo:


SA

➢ O comprimento do elemento de ligação (que varia conforme


características descritas no manual de instrução do dispositivo, incluindo
DO

seus conectores e extensores, se houverem);


➢ A distância entre o elemento de engate do cinto de segurança
A
AN

paraquedista e os pés do trabalhador (padronizado em 1,5 m);


➢ A distância de frenagem (que envolve a absorção da energia da que e a
RI

sua total interrupção. Essa distância é variável de acordo com o tipo de


AD

dispositivo, seja ele um talabarte, um trava queda deslizante guiado para


IA
AR

134
M
corda, um trava queda deslizante guiado para cabo de aço ou um trava
queda retrátil);
➢ O espaço de segurança (padronizado em 1 m).

Para realização do cálculo da ZLQ em dispositivos de ancoragem do tipo C


– Linhas de ancoragem horizontais flexíveis serão utilizados os seguintes
fatores no somatório do cálculo:

➢ O comprimento do componente de união (que varia conforme


características descritas no manual de instrução do dispositivo de união
que poderão incluir, por exemplo, absorvedores de energia e o tamanho
máximo de sua abertura quando acionado, entre outras variáveis);
➢ A distância entre o elemento de engate do cinturão paraquedista e os pés
do trabalhador (padronizado 1,5 m);
➢ A distância de frenagem (que varia conforme características do dispositivo
de união);
➢ A deflexão gerada na linha durante a queda para linhas horizontais
flexíveis;
➢ O espaço de segurança (padronizado em 1 m);
➢ Cálculo da ZLQ para linhas de vida Tipo C conforme a NBR 16.325 –
Parte 2:

1. Ancoragem de extremidade

2. Posição da linha de ancoragem flexível antes da queda

3. Posição da linha de ancoragem depois da queda

4. Nível de trabalho

5. Ponto móvel de ancoragem

6. Talabarte de segurança

135
7. Absorvedor de energia estendido

8. Nível do chão ou obstáculo mais próximo

A. Distância variável conforme características do dispositivo de


ancoragem e do talabarte de retenção de queda. Essas informações
poderão ser encontradas no projeto de instalação do dispositivo de
ancoragem e nos manuais de utilização dos fabricantes dos dispositivos.

B. Distância entre o elemento de engate do cinturão e os pés padronizado


em 1,5 m

C. Espaço de segurança
padronizado em 1,0 m

X. Posição do usuário antes da


queda

Y. Posição do usuário depois


da queda

V. Deflexão da linha flexível de


ancoragem

H. Deslocamento horizontal do
usuário durante a queda

A+B+C = ZLQ

136
13. - FATOR DE QUEDA :

Razão entre a distância de queda livre e o comprimento do elemento de conexão


entre o dispositivo de ancoragem e o cinturão paraquedista do trabalhador, ambas as
quantidades sendo expressas nas mesmas unidades de medida. No entanto, o
valor obtido a título de Fator de Queda se trata apenas de um valor referencial
sem unidade de medida expressa. Quanto maior for o Fator de Queda, mais
graves serão os efeitos da queda. A norma regulamentadora NR-35 dispõe o
mesmo entendimento para o Fator de Queda, porém utilizando-se de outras
palavras: “Razão em que a distância que o trabalhador percorreria na queda e
o comprimento do equipamento que irá detê-lo”.

A avaliação do Fator de Queda se torna determinante quando a própria


NR-35 estabelece a obrigação de utilização de absorvedores de energia para
as situações de trabalhos em altura em que o sistema de proteção contra
quedas possa transmitir uma energia de choque superior a 6 kN quando o
trabalhador sofrer uma queda.

Exemplos de FQ (Fator de Queda) a partir de um talabarte de segurança


de

➢ 3 m de queda com talabarte de 1,5 m = FQ 2;


➢ 1,5 m de queda com talabarte de 1,5 m = FQ 1
➢ 0,75 m de queda com talabarte de 1,5 m = FQ 0,5.

137
138
15. DOCUMENTAÇÃO A SER ENTREGUE APÓS A INSTALAÇÃO

As normativas brasileiras e europeias estabelecem em seus anexos um


guia sobre a documentação necessária a ser emitida em favor dos usuários
dos dispositivos de ancoragem certificados, após serem instalados de forma
apropriada para os sistemas de proteção contra quedas do tipo retenção de
quedas e também para aqueles utilizados nos sistemas de restrição de
deslocamento.
Quando chegamos ao momento em que decidimos pela instalação de um
sistema de proteção contra quedas que se utiliza de dispositivos de ancoragem
certificados nos deparamos com cinco personagens que estarão diretamente
envolvidos em diversas obrigações relacionadas com o projeto, fabricação,
instalação, utilização e manutenção desses dispositivos:

Proprietário:

É a empresa a quem pertence o dispositivo de ancoragem ou tem a


necessidade de possuir um dispositivo de ancoragem. É quem deve passar
informações sobre o local, o tipo de atividade a ser realizado com o uso do
dispositivo de ancoragem, as estruturas disponíveis para a instalação e
especifica a sua necessidade.

Usuário:

São os trabalhadores que utilizarão o dispositivo de ancoragem instalado


conforme a necessidade identificada pela empresa para o local de trabalho e
tipo de atividade a ser realizada que requer a implementação de um sistema de
proteção contra quedas.

Fabricante:

Empresa fabricante do dispositivo que deverá garantir sua qualidade e


segurança quando utilizado dentro das especificações, limites e instruções
proporcionadas por ela. Isso implica em disponibilizar de maneira clara e não

139
ambígua as informações necessárias para sua instalação, as forças para os
quais serão submetidos os dispositivos, suas condições de uso e a
periodicidade das inspeções.

Projetista:

Profissional autônomo ou empresa que elabora o projeto de sistema de


proteção contra quedas a partir de um dispositivo de ancoragem certificado
como um produto ou a partir de uma especificação técnica. O projetista se
refere ao profissional legalmente habilitado que deverá garantir que as
estruturas que servirão de material de base para a instalação dos dispositivos
de ancoragem e seus elementos de fixação serão compatíveis e resistentes
para suportar os esforços requeridos para sua instalação e os esforços gerados
por uma queda. Além de uma avaliação estrutural o projeto também deverá
prever os EPI, elementos de ligação e outros componentes quando
necessários a serem utilizados pelos trabalhadores conforme a configuração e
o tipo de proteção oferecida pelo tipo de SPIQ.

Instalador: Empresa encarregada pela instalação do dispositivo de ancoragem


de acordo com o projeto idealizado pelo projetista e as recomendações de
instalação definidas pelo fabricante do dispositivo. A instalação deverá ser
executada mediante um projeto executivo sob responsabilidade de um
profissional legalmente habilitado.

Com relação ao projeto e a instalação propriamente dita apenas 3 destes


personagens estarão diretamente envolvidos: o fabricante, o projetista e o
instalador.
Toda instalação deverá ser feita sob a responsabilidade de profissional
legalmente habilitado e serem acompanhadas de projeto específico. Logo,
defendemos a ideia de que o projeto também deve ser emitido por profissional
legalmente habilitado.
A execução da instalação deverá ser realizada por pessoa qualificada para
essa atividade. Todavia, as normativas brasileira e europeia pecam ao não

140
A
definir que tipo de qualificação seria necessária para o profissional que estará

RI
dedicado tão somente a instalação dos dispositivos de ancoragem.

AD
É muito comum encontrarmos uma mesma empresa desempenhando mais

IA
de um papel no momento da instalação de dispositivos de ancoragem. Por

AR
exemplo, a mesma empresa que realiza o projeto também será aquela que fará
a instalação do dispositivo. Da mesma forma poderemos encontrar empresas

-M
que fabricam os dispositivos, idealizam um projeto e fazem a instalação do
sistema de proteção contra quedas.

15
92
15.1 INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO FABRICANTE

18
50
Os fabricantes de dispositivos de ancoragem deverão fornecer as
79
seguintes informações para a sua correta instalação:
-8

a. Que os dispositivos de ancoragem devem ser instalados sob a


A

responsabilidade de profissional legalmente habilitado e serem


AG

acompanhados de projeto específico. A instalação propriamente dita


deve ser feita por pessoa qualificada para esta finalidade;
BR

b. Que a instalação deve ser verificada de forma adequada, por exemplo,


OS

por cálculo ou ensaio;


c. Sobre a adequação de materiais de base, ancoragem estrutural, ou
NT

elemento de fixação se for o caso, tendo em conta as cargas registradas


no dispositivo de ancoragem durante os ensaios de certificação com
SA

relação à resistência dinâmica e integridade;


d. Que, se a marcação do dispositivo d e ancoragem não é acessível
DO

após a instalação, marcação adicional junto do dispositivo de


ancoragem é recomendada;
A
AN

e. Informações referentes à linha flexível de ancoragem:


RI

- A distância causada pela deflexão da linha de ancoragem


AD

horizontal flexível, nas condições de utilização, incluindo a


retenção de uma queda ou restrição;
IA
AR

141
M
- Um aviso de que dispositivos de ancoragem tipo C devem ser
instalados de tal forma que, em caso de retenção de queda, a
deflexão da linha de ancoragem não vai colocá-la em contato
com uma borda afiada ou qualquer outro objeto que possa
causar danos à linha de ancoragem;
- O ângulo máximo no qual a linha de ancoragem pode chegar ou
sair de ancoragens intermediárias ou ancoragens de canto.

15.2 INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO INSTALADOR

Após a instalação do dispositivo de ancoragem a empresa instaladora


deverá disponibilizar cópias da documentação de instalação devem ser
entregues à empresa usuária. Esta documentação deve ser mantida na
edificação ou estrutura em que foi instalado o dispositivo de forma a orientar as
suas inspeções subsequentes. Caso não seja viável disponibilizá-la no local de
instalação recomenda-se de que toda a documentação seja arquivada em local
apropriado sob a responsabilidade de pessoas com atribuições para o seu
controle, utilização e manutenção das condições de fornecimento do
dispositivo.

A documentação de instalação deve conter pelo menos as seguintes


informações:

a. Endereço e localização da instalação;


b. Nome e endereço da empresa ou do profissional legalmente habilitado
responsável pela instalação;
c. Nome da pessoa encarregada pela instalação;
d. Identificação do produto (fabricante do dispositivo de ancoragem, tipo,
modelo);
e. Dispositivo de fixação (fabricante, produto, tensão permitida e forças
transversais);

142
f. Plano de instalação esquemático, por exemplo, do telhado, e um manual
de utilização, sobre, por exemplo, onde os pontos de ancoragem estão
localizados;
g. Projeto de instalação.

15.3 INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO PROFISSIONAL


LEGAMENTE HABILITADO

O profissional legalmente habilitado responsável pelo serviço/obra de


instalação do dispositivo de ancoragem deverá prestar declarações por este
assinada atestando, no mínimo, o seguinte:

a. Instalado de acordo com as instruções de instalação do fabricante;


b. Instalado de acordo com o plano de instalação esquemático;
c. Fixado ao substrato (base) especificado;
d. Fixado conforme especificado (por exemplo, número de parafusos,
materiais corretos, posição/Localização correta etc.);
e. Customizado de acordo com informações do fabricante;
f. Fornecido com informação fotográfica/documentação, especialmente
onde a fixação (parafusos, por exemplo) e o substrato não são mais
visíveis após a conclusão da instalação.

Para a empresa usuária dos dispositivos de ancoragem a documentação


de instalação entregue fornece as evidências de que a instalação foi realizada
corretamente. Portanto, uma especial atenção deve ser dada a sua entrega
contendo todos os detalhes do dispositivo, seu projeto de instalação e
componentes e assessórios integrantes, permitindo um emprego correto do
sistema de proteção contra quedas e assegurando a garantia técnica do
dispositivo instalado. Além de oferecer as orientações para seu uso correto, a
documentação também se constitui numa base essencial para as inspeções
rotineiras e periódicas futuras do dispositivo de ancoragem, dado que, em

143
muitos casos, a fixação dos dispositivos de ancoragem não é visível ou
acessível.

15.4 INSPEÇÕES NECESSÁRIAS DOS DISPOSITIVOS DE


ANCORAGEM

Por razões óbvias de segurança é vital que todos os dispositivos de


ancoragem sejam submetidos a um controle dos riscos potenciais associados à
sua instalação, emprego e utilização para retenção de uma queda. Para
efeitos, atualmente é compulsória a inspeção de todos os EPI’s, assessórios e
sistemas de ancoragem destinados à proteção contra quedas de altura,
conforme expresso na norma regulamentadora NR-35. De acordo com essa
norma, os dispositivos de ancoragem estarão cobertos por procedimentos de
inspeções a serem estabelecidos para determinar as limitações de uso,
precauções, manutenções e os perigos associados a um mau uso ou má
preservação do dispositivo.

Seguindo o entendimento do requisito legal contido na NR-35 para


trabalhos em altura, o dispositivo de ancoragem será objeto de três tipos de
inspeção ao longo de sua vida útil:

Inspeção Inicial:

Aplicada por pessoa qualificada e treinada com o objetivo de verificar se a


instalação do dispositivo atende às orientações do fabricante e o seu projeto
básico de instalação. Esse tipo de inspeção deve ser realizado após a
instalação, alteração ou mudança de local.

Inspeções Periódicas:

Aplicada por pessoa qualificada e treinada para, dentro de um período pré-


determinado, verificar e efetuar as revisões periódicas dos dispositivos,
podendo ser necessária à sua manutenção, limpeza ou substituição conforme

144
as orientações fornecidas pelo fabricante. Esta inspeção deve ser efetuada de
acordo com o procedimento operacional, considerando o projeto do sistema de
ancoragem e o de montagem, respeitando as instruções do fabricante e as
normas regulamentadoras e técnicas aplicáveis, com periodicidade não
superior a 12 meses.

Inspeção Rotineira:

Realizada pelo usuário do dispositivo (trabalhador) antes de utilizar qualquer


componente do SPIQ, seguindo as orientações fornecidas pelo fabricante e do
procedimento operacional de utilização do sistema de ancoragem.
Como já vimos anteriormente a NR-35 também estabelece a necessidade
de que todos os projetos de instalação de sistemas de ancoragem sejam
acompanhados de um procedimento operacional elaborado por um profissional
qualificado em segurança do trabalho. Entre outros itens, esse procedimento
inclui uma previsão para procedimentos de manutenção que um sistema de
ancoragem poderá exigir. A manutenção poderá ser verificada durante a
realização das inspeções periódicas ou ser estabelecida pelo próprio fabricante
com relação a revisões ou substituição periódicas de seus elementos.
As informações complementares sobre os critérios de inspeções e
documentos necessários para operar uma rotina de inspeção poderiam ser
obtidas juntos ao fabricante e na documentação de instalação entregue.
Todavia, ainda falta definir as competências e a formação de um inspetor
qualificado para os dispositivos de ancoragem.
As normativas NBR 16.325 e EN 795 também orientam que os dispositivos
de ancoragem devem receber procedimentos de inspeção periódica, sendo
que, pelo menos uma vez a cada 12 meses, cada dispositivo seja submetido a
uma inspeção periódica, conforme as instruções do fabricante. Na aprovação
da inspeção, a data da próxima inspeção deve ser marcada na documentação
de controle do dispositivo de ancoragem e, se possível, esta data deve também
estar marcada junto ao dispositivo de ancoragem.

145
O dispositivo de ancoragem reprovado para uso
deve ser etiquetado para esse efeito até que
qualquer ação corretiva ou de remoção deste seja
efetivada e registrada. A norma regulamentadora
NR-35 estabelece que os sistemas de ancoragem,
como sendo uma das partes do SPIQ, que
apresentarem defeitos, degradações, deformações
ou sofrerem impactos de queda devem ser
inutilizados e descartados, exceto quando a sua
restauração for prevista em normas técnicas
nacionais, ou na sua ausência, por normas técnicas
internacionais.
É basicamente o mesmo entendimento seguido
pela norma técnica nacional NBR 16.325. Essa
normativa prescreve que as informações fornecidas
pelo fabricante, além de outras, devem conter uma advertência de que o
dispositivo de ancoragem deve ser imediatamente retirado de circulação quando:

- Sua segurança é colocada em dúvida; ou


- Foi utilizado para interromper uma queda;

Para os dois casos, a mesma normativa estabelece que convém não mais
fazer uso do dispositivo, antes que uma pessoa competente tenha autorizado
por escrito a sua reutilização.

146
16. TESTES DAS INSTALAÇÕES DE ANCORAGENS

A execução de testes nos dispositivos de ancoragem instalados segue o


princípio de segurança para se verificar a confiabilidade e qualidade das
instalações executadas por pessoas capacitadas para tal atividade. Todavia, a
execução desses testes nem sempre envolveu um entendimento pacífico e
harmônico.
Para a instalação de dispositivos de ancoragem a antiga versão de 1996 da
norma EN 795 recomendava uma prova de tração para os dispositivos de
ancoragem do tipo A. Após a sua instalação o dispositivo deveria ser
submetido a uma carga de tração axial de 500 kgf por 15 segundos. Após o
teste, o dispositivo não poderia apresentar uma condição de ser facilmente
removido do seu orifício de instalação, não apresentar nenhuma deformidade e
nem o ponto da estrutura onde foi instalado deveria apresentar danos (por
exemplo, trincas).
Esses testes deveriam ser empregados apenas em estruturas que não
fossem compostas em materiais metálicos ou em madeira, sendo aplicada
somente em estruturas de concreto .
Para o caso de estruturas metálicas ou madeiras, a antiga versão da EN
795 recomendava que a garantia de resistência para os esforços produzidos
fosse determinada por um engenheiro qualificado mediante cálculos para o
projeto.
Todavia, a versão atual da norma europeia e a norma brasileira recém-
editada não são muito claras sobre a forma como devem ser feitos os testes de
instalação dos dispositivos de ancoragem.
Isso decorre do entendimento que todo esforço que eu possa aplicar ao
dispositivo, seus elementos de fixação e à própria estrutura, que já estaria
comprometendo a sua resistência original tão logo após a sua instalação.
Algumas quedas podem gerar uma força de retenção em torno dos
mesmos 500 kgf estabelecidos nos testes, que é um valor bem próximo do
limite de força de impacto que possa ser gerado em razão de uma queda e
transferido para a pessoa que está protegida pelo sistema de proteção
individual contra queda.

147
A
E ainda, somando-se à esse entendimento, se a própria norma

RI
regulamentadora brasileira NR-35 determina que os elementos de um SPIQ –

AD
Sistema de Proteção Individual contra Quedas (e aí se incluem todos os tipos
de sistemas de ancoragem) devem ser descartados quando sofrerem impactos

IA
de uma queda, os testes de instalação acabariam se tornando um contra

AR
senso, já que a referência de carga para testes muitas vezes é a mesma força
de impacto gerada por uma queda no momento de sua retenção.

-M
Logo, a grosso modo, os testes de instalação teriam um efeito inverso, ou
seja, ao invés de validar, acabaria por invalidar todo o projeto instalado.

15
92
18
50
79
-8
A
AG
BR
OS

Em qualquer caso, deveremos garantir que tanto a instalação do dispositivo


de ancoragem quanto a estrutura de fixação sejam resistentes o suficiente para
NT

suportar as cargas a serem aplicadas para as operações a que destinam.


SA

Para as avaliações das estruturas o projeto de instalação deverá prever a


sua solidez para a fixação dos dispositivos por meio de ensaios ou cálculos
DO

estruturais. Esses cálculos ou ensaios deverão ser realizados por um


profissional legalmente habilitado. Todavia, nenhuma das normativas declara
A

quem seria esse profissional.


AN

Acreditamos que para efeito de cálculos estruturas para os materiais de


base feitos em concreto ou metal um engenheiro mecânico seria o profissional
RI

mais indicado. Contudo, há de se ressaltar que as estruturas de concreto ou


AD

metálicas possuem tabelas de carga de resistência que são fornecidas pelos


IA
AR

148
M
seus fabricantes. Essas tabelas serão utilizadas como referência para a
escolha correta dos dispositivos de ancoragem a serem instalados e o tipo de
elemento de fixação que será empregado em sua instalação final.
A normativa britânica BS 7883:2005 é um código de interpretação para o
projeto, seleção, instalação, utilização e manutenção de dispositivos de
ancoragem baseados na EN 795. Essa normativa britânica prevê um teste axial
de arranque a ser aplicado nos dispositivos de ancoragem instalados por
elementos mecânicos expansivos ou elementos químicos adesivos e nos
dispositivos de ancoragem instalados diretamente nas estruturas ( Ex. cabos
de ancoragem metálicos ou têxteis ) .
Deverá ser aplicada uma força de 6 kN e a instalação deverá suportar a
força por um período mínimo de 15 segundos sem apresentar danos, deflexões
ou qualquer sinal de fratura no material de base onde foi instalado o dispositivo.
A realização de testes de instalação dos sistemas de ancoragem deverá
ser analisada com certa parcimônia, pois, dependendo da carga à qual serão
submetidas, poderão já sofrer danos irreparáveis ou até mesmo,
imperceptíveis, que poderão ameaçar a integridade do sistema ou a resistência
da qual é esperada.

149
DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Os seguintes documentos foram usados como fonte de informação durante a


preparação deste manual de referência:

- NR-35 – Trabalho em Altura;


- PORTARIA Nº 3.733, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2020
NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Civil;
- NBR 16.325:2014 - Proteção Contra Quedas de Altura - Dispositivos de
Ancoragem (Parte 1 e Parte 2);
- NBR ISO 2408 – Cabos de aço para uso geral – Requisitos mínimos;
- NBR 11.900-4:2016 - Terminal para cabo de aço Parte 4: Grampos leve e
pesado;
- NBR 14918:2002 – Chumbadores mecânicos pós-instalados em concreto –
Avaliação do desempenho;
- NBR 14827:2002 – Chumbadores instalados em elementos de concreto ou
alvenaria – Determinação de resistência à tração e ao cisalhamento;
- NBR 15049:2004 – Chumbadores de adesão química instalados em elementos
de concreto ou alvenaria estrutural – Determinação do desempenho;
- EN 795:1996 - Equipamentos de Proteção Pessoal Contra Quedas –
Dispositivos de Ancoragem;
- EN 795:2012 - Equipamentos de Proteção Pessoal Contra Quedas –
Dispositivos de Ancoragem;
- EN 959:2007 – Equipamentos de Alpinismo e Escalada – Ancoragens para
Rochas;
- BS 7883:2005 - Code of practice for the design, selection, installation, use and
maintenance of anchor devices conforming to BS EN 795;
- TASK - COLLEGE – CHEFE DE EQUIPE – Ricardo Perez e Juan Mouriz,
2014;
- Sistemas de Fijación: Anclajes, Hilti, 2012;
- Fijaciones y Sistemas de Anclaje. Andrés Martí Puig. Federación Española de
Espeleologia, 2003;
- Prevención y Seguridad en Trabajos Verticales. Jon Redondo. Editora
Desnível, 2005.

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