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Edição: Lopes Teríolo

Revisão: Osito
Projeto Gráfico e Diagramação: Osito
Capa: Letter Pics
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Título: A Carta Para Minha Futura E x
Gênero: Prosa
Autor: L.Teríolo
Ano: 2021
2ª edição, dezembro
ISBN: 978-989-53377-9-8

Copyright © 2021 by L. Teríolo

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Luanda – Angola

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À minha futura...
Aos meus pais:
Pelo amor incondicional.

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Sumário

A Carta l..................................................9
A Carta ll.................................................14
A Carta lll................................................18
A Carta lV................................................22
A Carta V.................................................26
A Carta Vl................................................30
A Carta.....................................................35
Sobre o Autor
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Carregadas de saudades que ainda não sinto,

mas que escrevo e vivo.

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I
Sonhei tu indo embora para longe de mim.

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Escrevo-te como um louco que se deixou levar

pela ilusão dos teus lábios..., de bajular meu
ego... meu preto de pranto!
Agarrei-te com os braços do meu coração na
esperança de nunca largar o teu corpo, ameno,
aprazível, áspero..., mas não.
Não sei se foi minha rigidez ou a minha
estupidez; só sei que o futuro não nos quererá
ver juntos a contemplar a arte do 'Saber
Amar!'
...foi muito além do infinito: apreciando-te
toda mar num oceano, onde as tuas ondas
mexiam com a minha praia!

***

Lindo de se pensar em como iria te conhecer

num infinito qualquer, sem nada, mesmo
havendo frio no vendaval tempestuoso,
preferiste ir embora perto de mim e longe dos
meus sonhos.
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Só queria que a tua sombra fosse a companhia

que meu ser quer tanto ver, mesmo vivendo
num montão de brigas entre o teu "Meu" e o
meu "Teu". Nossos altos e baixos baixaram o
ritmo do nosso barco de não pescar as nossas
lembranças, com a rede do nosso paladar
bocejo. [...Te perder seria um erro infalível, e te
recuperar não passa do meu perito desejo...]

***

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Teu corpo indo embora, a respirar sangue e

morte, trazia na incerteza das palavras do
errônio dicionário, o fim que nunca teve
começo. Te vi onde os táxis passeavam sem
olhar no semáforo das tuas verdes, laranjas e
vermelhas curvas feito serra, numa
madrugada branda, sem lareira a iluminar
nossa ligeira estrada.

Mas só foi mesmo por um milagre olhar-te

num olhar cego e deitar-me contigo no mesmo
chão, sem antes baixares o meu ego e sentir o
pavor da nossa frustrante paixão.
No meio de tanta solidez, o teu líquido em
mim evaporava do orvalho as gotas aquosas
saída dos teus pretos olhos. Atrasei com as
palavras trazidas com remorsos de falar sem
hesitar, que te tenho no horizonte do meu
vertical sentimento. 'Sonhar!'

Tentara eu fingir que não sei te perder por um

tempo ganhar-te nas tristezas. Duvido que
ainda pensas em mim num riso raso de não
rasgar teus maboques lábios, e olhar para os
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meus rugosos a chorar sem lamentar, a tua

inexistente partida.
...foi muito além das dúvidas: "Se ainda
haveria uma micro-esperança de te voltar a
abraçar, amar, desejar... 'DESEJAR?' - Sim!
Desejar, festejar... a tua vida em mim!"

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II
Escrevi na luz da madrugada, estas letras
com tinta e agulha.
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Decidi escrever a melancolia do romance que

as horas ainda não revelaram a ninguém. Tua
natureza única escusava os delitos da saudade
e da distância. Tuas palavras bravas
descansavam nos meus ouvidos como
trombetas, deslizando nos tímpanos do
melhor repouso.
Fui criado propositalmente para ser o motivo
dos teus sonhos... (ou talvez não), a franzir do
fluir os nossos acertos na sorte de nunca um
dia ter-te na minha monarquia.

Até agora não entendo como foi que o futuro

nos separou; porque eu sinto que fomos feitos
um para o outro. Só o teu coração sabe
completar os meus dias de rapina como ave
sem rumo e, em meia solidão, é a tua ausência
que enche o vazio que nunca antes se saciava
com a vida.
"Te quero por perto a completar o 'meu bem, meu mal'"
Choro sem afeto, e me vejo a chorar num abismal.

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Regressaria para o futuro só para não

lembrar do passado num presente ausente e
dir-te-ia que ainda é cedo para largares a vida,
na restrita partida, sem antes conhecer esta
alma perdida.
Contundi sem olhar para o deserto que ia
causar dentro de ti, a dor mais dolorosa que as
dores não desejam sentir. "Ser a razão das tuas
lágrimas..." Não! Nunca jamais me passou pela
cabeça.
Ainda não superei este pesadelo sonho de
amar uma outra alguém no mesmo corpo
onde os teus lisos passeavam sem querer
regressar..., nas noites sem motivos de
estarmos a contemplar a natureza fora do
mundo, dentro do nosso universo!

Tenho saudades!
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Será que ainda terei tempo de regressar para o

futuro e dares-me uma outra chance? De
procurar-te nos meus sonhos, pegar num
passaporte, e viajar rumo ao teu encontro?
"Era suposto a gente ser feliz e construir nossa própria
caminhada. Me afogaria nesse mar que um dia me banhou, e
que afinal me afogava sem olhar p'trás"

Espero que a primeira seja a última

recompensa desta alma fraca, de querer
apenas o teu perdão: para não me arrepender depois
do futuro(...)

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III
Muito antes de acordar, abracei o teu beijar.
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Já não sei em que tempo estou [bêbado].

Apaixonei-me por ti não sei em que tempo
verbal, e nem sei como foi que me apaixonei
por ti. Depois das garrafas dadas, deitei-me
nas ladainhas do teu véu a aposentar em mim,
o céu de rosa com buquê, e eu, cego, apenas
queria ver você.
Alucinações com amarra, que ferviam de
dêjávú de te querer nunca largar, me diziam:
"somente amar! Somente amar!"

Para esta última não tenho nada a dizer. Não

sei o que dizer para me desculpar; por um
castigo... por qualquer coisa: Apreciando-te
toda azul num mar, onde as tuas ondas
mexiam com as minhas algas!
Vou segurar-te sem receio; vou largar-te no
pátio das emoções.
Não és àquela que eu desejei ter. És a que eu
mais precisaria no meu ermo solitário.

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Palavras insuficientes... escritas sem morte de

viver na luz salgada, do lamúrio paladar de
beijar o teu beijo!... Mas é só mais uma ilusão
da minha cabeça e do meu coração porque,
para ser sincero, "eu não conheço a cor da tua pele nem
a cor do teu crespo;" mas de algo eu tenho a plena
certeza: Eu não conheço você. Não sei quem você é.
Se você existe... se está em algum lugar... eu não sei.

E pensando bem, não sei por que escrevi esta

carta. Talvez seja para proteger-nos dum
declínio inexistente ou 'sei lá o quê'.
Minhas palavras nunca serão satisfatórias na
sorte de um dia ter-te. Acredito e admito a
minha fraqueza — Magoar-te-ei, e não sei o
que dizer para me desculpar; para o meu
castigo: "não sei se um dia amei-te para esquecer alguém;
porque hoje para esquecer-te, não consigo amar ninguém."
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Dêjávú

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IV
O tempo não perdoou a tua ida.
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Já se passaram tantos anos que este coração

não aguenta de tão saudade está de você.
A esperança foi-se embora por já não ter
esperança em ver-te a entrar na mesma porta
que um dia ajudou-te a fazer às malas e iras
embora sem olhar nos olhos deste ser
inocentemente triste.
Se pelo menos souber onde fica a casa que te
abriga, o lar que te umbiga!... Saiba que nesse
dia serei o mais feliz de todos.
Tua partida partiu os cacos da paixão,
arrombou a sentinela da minha razão, sem
aviso prévio, nem carta de despejo, só para me
surpreender em te perder nos meus sonhos
velhos. Enquanto escrevo, a caneta lagrima de
felicidade melancólica sem luz no seu riso de
chorar, nem lamento no seu rogar
"voooooooolta!!"

Se pelo menos souber onde fica o lar que te

alvora, a luz que te guia... saiba que serei o
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mais feliz — só de saber que tens um lar que te

compreende por antes ser o nosso.

***
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Às vezes, para dar crédito em mim, alucino

com flesh back em dêjávú, que te tenho nos meus
braços; assim fico mais perto dos teus
pensamentos e dos teus sentimentos.
"Teu rei está à espera de ti no silêncio castelo. Chora
quando choras e se alegra quando lamentas do escapar
das garras que agarram teus pesadelos".

Me sinto perdido num passado que só as

lembranças sabem me encontrar... como um
peregrino sem caminho para voltar à sua
terra natal, e as lágrimas... essas não sabem
cair dos meus olhos. Vivi uma vida que não
era nossa, pois, por causa dela, me vi separar
com o sonho que um dia sonhei. Mas esta será
daquelas que sei que ainda lembras-te-ás de
mim. Dos caminhos em que caminhávamos,
ainda vejo como vestígio de te voltar a ter, as
pegadas dos teus beijos!... Estampados nas
solas dos meus lábios.

Se mais um dia eu te voltar a sonhar e

encontrar-te perdida, dir-te-ei que o caminho
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para casa está escondido nos teus sedutores

toques de arrepiar meu ar!
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V
Tente regressar que eu te vou voltar amar.

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Num dia sem tempo, me cruzei com os teus

sentimentos e sem hesitar contaram-me que
ainda pensas em mim num tom tímido e
sensível. Segundo ele, 'a tua alegria está
sempre triste sem querer alegrar-te nas
manhãs felizes', e eu sou testemunha de que
ele é meu cúmplice por estares assim.

"Afinal tu observas-me sempre que possível!

Mas como isso é possível?! Tu estás no futuro,
eu no presente e a nossa história no passado,
mas como isso é possível?!"
Seja lá o que for, estou feliz em saber que
nunca te desgrudas de mim!
Trarei para você as flores do Marte; e para os teus sonhos, as
Galáxias Andrômeda e Órion Nebular, só para ver você a brilhar
mais que elas.

Serias a rainha do pedeço a amar o seu sapo

encantado. A flauta do tempo não é a música
que os meus sentimentos escrevem neste
momento caricato. Meu verdadeiro
sentimento não dá a ti a elipse do mar "Eis aqui ex".
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Um dia mostrar-te-ei estas cartas e verás que

sempre fui teu aliado e teu motivo de
felicidade. Das vezes que a desolação
cumprimentou-te, fui eu quem respondia ao
seu cumprimento. Não jogarei nada do que
escrevi, para me despedir em voltar à tua
companhia "Eu não sei o que é viver sem ti em mim!" Só tu
sabes o que é me fazer ser feliz na escuridão
das luzes do teu rosto meigo... fluvial das
nossas labutas crises... expressões de largar as
minhas vestes no teu corpo.

"Ainda te vou conhecer meu infinito amor!"

Ainda te vou conquistar e fazer de nós o paraíso do nosso amor!

Mas não sei quando é que isso vai acontecer.

Se isso vai acontecer... se isso já aconteceu...
Só sei que não sei de nada. Só sei que o futuro
não pertence nem a ti, nem a mim.
"Nossos defeitos são perfeitos para nós, só temos que nos cuidar
e cuidar de nós!"

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VI
Na alegria ou na tristeza, vou largar-te de
certeza.
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O pincel do futuro, com a sua forma de pintar

a incerteza medonha e a ansiedade medrosa,
não pintou a nossa separação. Apenas trouxe
consigo o quadro pincelar, de falar que não
tinha memórias do nosso futuro, para poder
pintar a nossa forma jovem de grudar o fim
sem fim.
"Consegui trazer do infinito o sol e a lua do nosso universo."

Mas não vou fingir. Não posso mais fingir. Não

quero mais fingir: choro porque já te perdi
mesmo antes de dares-me uma chance. Ou
talvez eu esteja errado, e que tu sempre torces
para eu estar ao seu lado bem lá no olhar
incerteza do futuro, mas a verdade é que
"estou muito confuso com tudo isso". Mas se
assim for, só espero que me esperes sem
nunca te cansares da paciência e que as tuas
malas estejam sempre com aquela saudade de
ver o nosso amor entre os pijamas.
Agora o que quero mesmo é escrever como um
louco que se deixou levar pela ilusão dos teus
lábios beijos! Serás àquela que completará a
metade mais importante do meu ser, ainda
não sei qual é, mas sei que é a mais
importante.

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Por um castigo... "a nossa história está

guardada"
Por um castigo... "o nosso amor está de
sentinela"
Tentei preservar a nossa imatura história nos
diários que escrevo. É uma tremenda confusão
que não aguento digeri-lo sem esta pergunta
"Como te tornaste minha ex se não nos conhecemos?"

***

As lembranças do futuro não querem revelar a

nossa verdadeira identidade. Para ele, eu já te
perdi sem antes encortar-te. E eu ainda penso
que ele é louco; sim, louco! Porque num dia
diz uma coisa e noutro diz outra.
Ainda me lembro que, num dia sem tempo, ele
veio com o seu quadro pincelar, meio bêbado,
a pintar os nossos nomes na parede da sua
testa, escrevendo:
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"eu vou querer que vocês fiquem juntos a

contemplar a arte do 'Saber Amar!' " É por
isso que chamam ele de "incerto",
"desconhecido" e todo nome que ainda não se
concretizaram.
Esta é a minha decisão: sem ele recuperar a
memória; sem ele recuperar da ressaca, não
mudarei o rumo desta carta.

"Paixão suicida

Que me queima como fogo

E transfoma meu corpo em cinza
Quis estar de cabeça erguida, mas só que..., ainda
Vejo teu 'Futuro' como pedra que me afunda."¹
Amei-te amanhã. Amar-te-ei ontem. Amar-te-ia hoje...
E para sempre, na utopia das minhas alucinações!

______

¹Santos Saidy

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Luanda, novembro de 2020

Para...

precisei de mais forças para morrer... a vida

de viver. "Em ti viveu o céu azul, a luz cinzenta,
a natureza vaidosa, o sol velho, a serpente
negra, a voz ritmica" é a poesia.
Em ti viveu a sombra das aves, as plantas da
maracujeira, as plantações do café e da cana-
de-açúcar, o amor do tempo inexistente.
Esta carta não revela a nossa real realidade.
Nos poemas ou nas prosas, só restaram
lembranças do Futuro que ainda não sinto;
mas que escrevo e vivo!

Do Teu Futuro Ex.

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T ERÍ O L O

Tendo como seu pseudônimo, Lopes

Augusto Luciano de nacionalidade
angolana, nasceu aos 30 de Setembro no
município do Songo, província do Uíge.
Tem as Circunstâncias da Vida como sua
maior inspiração. É pré-universitário no
curso de Ciências Exatas no colégio A.
Comboio mag 44.

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O seu amor pela escrita começou aos 15

anos de idade no ano 2016 escrevendo
apenas Versos e Reflexões, mas só em 2018
começou a interessar-se na escrita de
poesias.
Concorreu no concurso Escrita Criativa, na
primeira edição do Festival LEPAL, na qual
teve a oportunidade de sair do seu
conformismo.
Participou na antologia poêtica "Coletânea",
lançada pela editora Meu Blog, Meu Livro
com o poema Luz Cega .
É membro e escritor interno da CAMM
( Comunidade Artística Mar Morto).
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