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edição: mar morto - editora

direcção e produção editorial: marco polo


título: textos para depois da morte e outas frustrações
autor: marco polo
1ª edição
revisão: marcia mendes
projecto gráfico e diagramação: marco polo
designer de capa: marco polo
ilustrações: Pinterest
isbn: 978-989-9093-32-4

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copyright © 2022
marco polo | mar morto - editora

todos os direitos reservados.


nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou utilizada sob quaisquer meios
existentes sem autorização por escrito do autor ou da editora. qualquer uso indevido
deste conteúdo é passível de responsabilização civil e criminal, segundo a lei dos
direitos de autor e conexos.
um quarto é para todos os que perderam a vida
durante o meio tempo que estes textos foram escritos.
o resto é para a Isabella, minha mãe.
sumário

prefácio
textos
sobre o autor
notas do autor
créditos
mar morto
prefácio

o que vocês têm em mãos, não são só textos escritos em


forma de versos quaisquer, são pedaços da minha alma,
lágrimas do meu coração, minha mais real forma humana,
retratos da minha emoção. este livro é a forma mais bela e
triste que encontrei de expressar a minha dor, de agradecer
pelo carinho… pela voz, pelo toque… por cada expressão
de amor…, daquela que hoje é homenageada por pétalas de
flores e batidas de tambor.

essa obra não é um livro de ficção, e pelo sim ou pelo não, a


fantasia aqui se fará real em cada expressão. Aqui
encontrarão migalhas das vivências que eu tive com minha
progenitora que já se foi, mas permanece no meu coração.
um pouco da minha existência está exposta nesses textos que
lerão…, então, espero que realmente essa não seja uma
viajem de ida… perdida, se afundem comigo por essas
páginas arrancadas do livro da minha vida.

marco polo
escritor| editor | designer
CEO (mar morto)
textos
"vão-se os homens,
mas ficam as suas obras e seus feitos,
e isso nunca morre
no coração e na mente de quem fica!"
disse-te antes que não te ia fazer morrer
após sua partida,
pois sabia que depois da despedida,
e só depois, poderia entender plenamente
as mais duras frustrações da vida.
estrelas do céu

“e nas noites de verão, antes de ir para a cama,


vinha sentar-se ali, perto do portão do quintal,
que era pequeno, mas aconchegante, para se refrescar com a
brisa fresca que vinha lá do fundo do mar da praia da Samba,
ou então deitava-se de costas no "loando" e ficava a olhar
para as estrelas do céu, que brilhavam como se estivessem
todas em festa. às vezes, passava uma estrela cadente no céu,
e ela me lembrava de pedir rapidamente três desejos à
estrela. ela acreditava que se pedíssemos com esperança e
possuíssemos um coração bom, nossos desejos se tornariam
realidade. minha mãe acreditava também que cada estrela do
céu era uma pessoa boa que tinha morrido e que tinha
deixado na terra alguém de quem gostava muito e, por isso,
ficava no céu, depois de morrer, e de lá de cima via tudo o
que se passava cá em baixo e tomava conta das pessoas de
quem gostava.”
mais arte

e eu tenho um bloco de notas…, presente seu… imensas


dores, perguntas sem respostas e um amontoado de
sentimento de culpa que me pesa na alma, no espírito e nas
costas. então vou fazer arte, vou colorir poemas, declamá-
los aos pássaros e…, e diante da vegetação eu vou respirar-
te. vou fingir andas a me observas…, de Vénus, da Lua ou
de Marte. vou chorar notas de saudades e compor canções
que nem mozart. vou sentar à beira-mar, e numa tela vou
pintar…, aliás, tentar pintar-te através de traços que de
longe estarão perto de representar-te.
sem planos
eu estou sem planos, não sei para onde eu vou. estou com
alguns dos teus panos, aqueles que a avó ainda não levou.
estou quase sempre chorando, pra esse puto tudo mudou.
nunca achei que fosse possível, mas meu mundo desabou.
estou postando nossas conversas, é tudo o que me sobrou.
não te descrevi sozinho, muitos dessa gente ajudou. tal
como no meu, no coração deles sua palavra tocou.

estou trancado no room há dias compondo esses textos.


quero estar sozinho, nem quero ver minha imagem ao
espelho... porque quando me vejo... mãe, eu te vejo... e
acabo lembrando dos abraços e dos beijos. todo mundo diz
que o tempo vai me fazer esquecer, mas a verdade é que eu
não quero! quero mesmo é lembrar dos teus feitos... e
tentar realizar ao menos metade dos teus desejos.

lembro de me pedires para chegar cedo... em casa. mas


como quase sempre desobedeço, tu nem ralhavas. as vezes
ficavas com medo... e ligavas. dizias que igual a como
escrevo, era sempre bom quando eu recitava.

nem fazias ideia das coisas que escrevia, mas lembro de cada
elogio depois dizeres "bom dia". teu filho fez algum
dinheiro, e isso tu vias... nada nesse mundo se compara ao
que eu sentia quando sorrias. lembro de prepares o café
naqueles noites que eu não dormia e de me cobrires com o
cobertor quando em frente da tela do computador
adormecia... tu achavas que eu não via, mas eu via.
Deus sabe que eu trocaria a tua vida pela minha. o universo
me tirou mais do que merecia. só me resta a esperança de
que te verei de novo algum dia. sei que já não estás em casa,
mas ainda estás aqui. eu te amo mil milhões e…, por favor,
mãe, espere por mim. é que sem ti, senti que o mundo não
é o que dizem por aí.

eu estou sem planos, não sei para onde eu vou. estou


esperando trazeres de volta a metade do coração que o
universo levou quando te enterrou.
cor do meu coração

e estou a compor esse texto com uma caneta preta… da cor


do meu coração. e os demónios na minha cabeça me
obrigam a falar de solidão. e entre os problemas com Deus e
a família, começo a ficar sem opção. porque tanto um como
outro…, eu não sabia, mas me vêem como decepção!

cresci com muitos problemas, mas não via os sinais. quase


nenhum casamento e mais de… de trinta funerais. um
pouco longe da família e lembro que chorei para ficar perto
dos meus pais. acho que parte disso teve influência nos meus
problemas mentais. mas nunca contei nada do que acontecia,
excepto a minha mãe. e agradeço a ela pelos conselhos que
recebia, hoje não me sento no assento dos marginais.

mas depois que ela se foi, percebi que tem certas coisas na
vida que eu preferia nem saber. pensei que sim, mas eu vi
que o lugar de mãe nunca será preenchido por outra mulher.
eu tento, mas nunca encontro outra forma de recomeçar.
esse passado me persegue e a visão do futuro não consigo
enxergar. tudo o que vejo é o rosto dela e eu acho que o vou
tatuar. o preço dos conselhos que ignorei, acho que os estou
a pagar! volta e meia penso que a única solução é me
apagar… as vezes! mas meus irmãos insistem em olhar para
mim e… tenho que continuar!
nada muda

“o tempo tem passado e eu tenho notado que por mais que o


tempo passe, eu fiquei no passado”. só Deus sabe o quanto
eu me sinto esgotado. ninguém faz ideia das noites que
tenho chorado. as feridas não cicatrizam, e eu fico calado. e
até mesmo nos meus olhos não dá para ver tudo o que tenho
guardado.

é que aqui nada muda. por isso, não faz sentido pedir ajuda.
tomo só um comprimido, para ver se a dor passa… mas…,
mas aqui nada muda. uso esses textos como fuga. mãe…,
mãe, eu preciso mesmo de ajuda. as pessoas só dizem que
ando já bwe down. talvez porque faz bwe tempo que estou
no chão… eu juro que tento, mas nem terapia me tira da
depressão. e… e quase que já não aguento… não consigo
falar com Deus, de nada me serve a oração. e agora estou
preso em vícios que consomem e destroem tudo o que
tenho no coração. já teve mais brilho aqui dentro, e hoje só
há escuridão.

mãe, peço-te ajuda. meu espírito está quebrado, dê-me só


uma cura. tenho muitas saudades tuas e foi quando fiquei
sem ti que senti que a vida é ainda mais dura. só quero voltar
nos tempos em que eu ainda era rapaz. porque quando doía,
teu abraço me bastava para sentir paz. tu não podes voltar?
não dá mesmo para voltar atrás?
i don’t feel

eu tou de novo aqui olhando para os céus, com lágrimas nos


olhos que também eram os seus. não consigo esconder a
minha raiva de Deus. eu devia ao menos ter a oportunidade
de ter dito adeus! passou-se mais de um ano desde que
partiste. “vou estar sempre aqui”, sei que não mentiste. “vou
cuidar de ti”, sei que tu me ouviste! eu que andava doente,
mas tu é que ficavas triste. estavas comigo sempre…, nem
sei como nunca desististe.

compus bwede letras, mas falta poesia. essa vida não é mais
bela sem o teu “bom dia”. e agora a Isabela já pergunta sobre
ti para tia, igual rosa sem pétalas, é o meu sorriso sem
alegria. eu até que escrevo, but i don’t feel. apenas todos os
momentos, todos os sentimentos… contigo é que foi real.

andam dizendo que o tempo cura tudo, mas isso é mentira.


só acertaram quando disseram que um homem sem mãe
nessa terra “se vira”. meu mundo está parado faz tempo, já
nem gira. contigo se foi tudo o que cá dentro de bonito
sentimento tinha. chamo a todas as senhoras de mãe, mas
nenhuma é a minha. eu choro agora só de imaginar que estás
naquele buraco sozinha. mamã, porquê? se.. se você disse
que vinha!

e… eu juro que tento estar bem…, há bwe que fiz terapia.


só que a dor não passa, será que eu vou te ver de novo
algum dia? não sei dizer… não sei dizer. mas sei que não
quero esquecer-te, eu já aceitei a ferida. quero chorar e ficar
de mal com a vida. prometo que eu vou lutar contra esses
pensamentos suicidas… mãe, por favor, se haver um canal
do além, me liga! por favor, por favor, me liga.
muito de preto e um pouco de branco

mais do que ontem, senti sua falta hoje. olhei para os céus e
vi-te a sorrir de longe. e aquelas nuvens negras refletiam os
seus mais de 50 tons… de preto. não deu para segurar o
choro depois de lembrar dos nossos momentos bons…
minha alegria era o seu afecto.

ainda não estou casado, mas queria que visses nascer os seus
netos. estou a firmar o negócio da editora, infelizmente, já
não vou comprar um teto… para ti. digito esses versos com
choro, porque sei que vai ser só mais um texto. e o livro que
te prometi, sentado no teu colo, juro que já está
completo… tem seu rosto, tem seu cheiro…, tem seu
toque, tem seu jeito.

editei umas fotos e a capa é do tom negro do seu cabelo.


tenho te visto toda vez que me olho ao espelho. há dias que
não me movo e…, num passo de fedelho. mas daí lembro
de novo que… era por mim que dobravas os joelhos.

não estou perto, mas já faltou mais. estás no meu peito…, e


tento mostrar que ainda sou o seu rapaz. eu estou no memo
guetto…, com os mesmos miúdos que te traduziam paz. já
saímos dos prédios… agora estamos a recomeçar sem nos
esquecermos das coisas que nos foram ensinadas lá atrás!
espero que… enfim…
fotografias e bebidas

já faz um bom tempo desde que tu bazaste, e só agora


percebo o porquê de todas aquelas coisas que me ensinaste.
assim como dizias, algum people já diz que esse teu filho é
grande! lembro com carinho de quando sorrias, mas as
lembranças não são o bastante. tento passar todas as cenas
que me passaste p’ro Josias, mas nunca me esqueço de me
abaixar para limpar suas fotos velhas da estante.

tenho passado por alguns problemas, já que mais ninguém


ora por mim. as vezes perco-me em tantos dramas e dilemas,
só que a vida é mesmo assim. mas tenho seguido com os
meus esquemas…, mamã, eu ainda te guardo aqui.

visto-me da mesma poeira que carregavas nos pés. continuo


mantendo o amor e o respeito acima dos bens. tento fazer
tudo para te orgulhar, pois acho que ainda me vês. as vezes
me perco em garrafas de whiskey ou alguns copos de
cocktail…, só para matar a saudade de não mais puder tocar
a tua preta pele.

mas…, tento seguir adiante. e… obrigado por essa arte…


que me veste… que me deste!
só queria dizer

pensar nela me faz doer o coração. dói saber que já não se


chateia quando vê roupas espelhadas no chão. se ela me visse
agora, ia dizer que eu sou uma grande decepção. eu estou
numa linha mais além do que só depressão.

tudo o que eu quero é só te ouvir a bater na minha porta de


novo. e reclamar das vezes que eu telefono... até tarde!
mamã, eu já não te ouço..., tenho saudades. só quero ver o
teu rosto... deixa-me tocar-te?

lembro de te ouvir dizer “até mais” naquela manhã. de dizer


que mais tarde ia voltar. meu Deus! eu só disse "tá". como
eu ia advinhar?

eu morri um pouco por dentro. eu já nem sei se aguento


tanto sofrimento. estou escrevendo isso e eu nem sei o
porquê. você podia ficar mais um pouco só para me ver
crescer. eu choro todas as noites, mas não tenho você... eu
só..., só queria dizer, dizer que...
faço bwe esforço pá me veres
mas num tás mais
mais trabalho, menos prazeres
tás bem onde tás?
estou bem, desculpa

e eu quero pedir desculpas. é que eu parto em breve. não


consigo superar toda essa perda. sobraram migalhas daquelas
lembranças dela que há pouco esvaziei das gavetas. acho que
estou com medo. não sei. eu ainda sinto mesmo?

acho que a resposta está na última vez que fui no teu canto e
deixei aquelas flores e o bilhete escrito em prosa. estou um
pouco perdido. desculpa, muita gente anda me chamando de
egocêntrico, deixei eles desiludidos. tentei uma, duas, três
vezes e a verdade é que só não consigo. e tudo bem, não
espero que estejas a me observar do paraíso. essa fantasia
nunca foi comigo. mas eu gostaria mesmo de receber só...
só um sinal de que ainda estou sendo protegido. fala comigo?
desculpa, mom. eu estou desistindo... das coisas... de pessoas.
e…e eu estou bem. desculpa..., faz tempo que não falamos.
mas estou aqui... estou... estou...
não estou bem, desculpa

chego em casa tarde... quase sempre meio bêbado. meu pai


reclama, meus irmãos apontam o dedo. enchem de discursos
a dizer que o ando fazendo não está certo. eu já nasci torto,
este pau não tem conserto. não me lembro mesmo da última
vez que cheguei em casa cedo. estou a lembrar da velha...,
de quando um gajo era feto. eu tou bwe sozinho, eu queria
mais afecto. sinto bwede corpos, mas nenhum do mesmo
jeito... nada está molhado, tudo parece seco.

meus amigos só reclamam, "Marco Polo já não é mesmo".


dizem bwede merdas e as mensagens já nem vejo. telefone
toca e eu finjo que nem o tenho, estou a enrolar uma bula...,
estou olhando para o isqueiro. damas mandam nudes, tem
aquela do chuveiro... ignoro as fotos, só quero desenhar
cemitérios.

e sem mistérios, mostro claramente que para essas coisas


não tenho interesse. todo mundo está livre para dar
opinião... desde que ninguém me stresse. eu também não ia
querer ser como eu... se soubesse...
me revendo

“e é sempre a mesma coisa: alarme das cinco da manhã…,


acordar, tomar um banho, se arrumar, ver se os miúdos
estão bem e sair de casa. ir pra as aulas, socializar com gente
que sequer conheço, rir e postar memes nas redes sociais... e
assim mostrar para os outros que está tudo bem, que está
tudo sobre controle.

o dia se passa, continuo a rir um pouco, respondo um monte


de sms e telefonemas, converso e faço as coisas como uma
pessoa feliz e saudável. depois da correria do dia a dia, volto
pra casa, como qualquer coisa, descanso e tomo um banho e
é aí que a verdade aparece…

chega a minha hora sozinho e aí percebo que nada é como


parece, entendo que não estou feliz… que não sou feliz, que
estou cansado, mas não sei como pedir socorro e que minha
aparência não condiz com o que realmente sou. as vezes o
choro é inevitável e as crises também, é difícil entender
como uma pessoa aparentemente feliz pode estar tão abalada
psicologicamente.

manter as aparências durante o dia é a coisa mais difícil e eu


me pergunto o “porquê” disso tudo. por que não falar o que
pensamos? o que sentimos? o medo do julgamento é maior,
a insegurança consome e você acaba achando que o que
sente não é um problema e que as pessoas vão falar que é
"frescura". eu sei como é, passo por isso todos os dias, o
único que sabe de todas as minhas mágoas é o meu
travesseiro, que enxuga todas as minhas lágrimas, que ouve
meus gritos, escuta as minhas dores e sem falar nada as vezes
diz algo tipo: Marco, relaxa…”
mais um verso

eu estou sentado agora em frente à tela do computador. e


não sei se escrevo sobre o amor... ou sobre a dor... que
tenho sentido... ou sobre o quanto vivo... fingindo. uma
hora tudo passa... minha mãe dizia que o tempo nos resolve
os problemas de graça. mas lembro também de ela dizer que
esperar pelo impossível cansa, amarga.

oh, caramba! preciso me concentrar neste texto. estou


lembrando agora de todo o mundo que já elogiou qualquer
dos meus feitos..., e também de toda a gente que vem até
mim falando que eu não presto. no fim... são só conceitos...
errados ou certos... ninguém é perfeito.

vou tentar fazer mais um verso: vocês não imaginam o


quanto eu ando disperso. meus amigos insistem em dizer
que devia dar tempo ao tempo... mas que tempo? se... o
que tenho é apenas medo de que mais alguém que amo se vá
com o vento! mas ninguém quer saber... de sentimentos.
todo o mundo sofre, não é mesmo? não existe essa de
sofrimento grande ou pequeno. talvez seja só o karma me
fazendo provar do meu próprio veneno! eu estou ansioso
pelo inferno... falta pouco... afinal, estou crescendo, não é
mesmo?
céus

filho, sei que você está dormindo e não vai conseguir me


ouvir. eu sinto muito ter que te desiludir, mas falta pouco e
chegará a minha vez de partir. e você precisa ser forte, como
sempre tem feito.

quando eu morrer, por favor, segure seu choro. só saiba que


quando eu for embora, estarei sempre ao seu lado. nunca se
esqueça de olhar pra os céus, tá? as nuvens podem ter a
forma que você quiser, olhe com atenção e eu estarei lá. se
fixar bem os olhos vai puder ver o rosto da mamã.

me desculpe por ter que falhar com você. por não ser eterna.
mas eu não sei muita coisa sobre o universo e não posso
mentir para você. eu só sei que você significou o mundo
para mim. você não faz ideia de como eu amo você e seus
irmãos.

eu estou quebrada e sinto que estou perdendo a visão. mas


ainda consigo ver todos os lugares que você vai visitar! meu
Deus! eu gostaria tanto de te mostrar... eu costumava olhar
para ti quando criança. você era tão bonito. queria ficar mais
um pouco... oh! como eu queria! mas eu ficarei sempre
aqui... perto. não se esqueça de olhar para o céu. por favor,
não se esqueça.
filho..., você me deu tanto orgulho. não dá para fazer
sempre o certo, mas tenta. e quando errares, concerta.
quando te perderes, me procure. quando duvidares, por
favor, se segure. não se esqueça de olhar p'ros céus, tá? não
se esqueça!
“eu tenho seguido os movimentos
aprendendo a fingir
que tudo está perfeito
e eu tenho afundado em um oceano
me afogando,
mas em silêncio
no entanto,
todos pensam que estou flutuando.”
quando alguém próximo morre, tem gente que chora, tem
gente que bebe, tem gente que escreve poesia ruim... e tem
eu. eu machuco os outros.
— então... seu nome é? — perguntou-me enquanto cruzava
os pés.
— Marco Polo.
— muito bem! Marco, eu serei seu psicól...
— Marco Polo — interrompi.
— desculpa?
— eu disse que meu nome é MAR-CO PO-LO — falei em
tom silábico.
— 'tá bom. então..., Marco Polo, eu serei seu psicólogo,
provavelmente. mas para isso preciso saber o que te trouxe
aqui. quer me contar?
— insônia!
— então você não consegue dormir?
— não é isso.
— como assim?
— eu prefiro não dormir.
— não entendo.
— quando eu durmo, doutor, eu sonho. e no meu sonho
todo mundo morre. — falei encarando seus olhos.
— você tem tido pesadelos enquanto dorme? — encurvou-
se ligeiramente e fitou-me.
— e às vezes quando estou acordado também.
— alucinações?
— você não entendeu, doutor. não é um mero devaneio,
delírio... minhas visões não são sem fundamento. elas são
reais.
— não. não pode ser, Marco. voc...
— Marco Polo — interrompi-o de novo.
— sim. Marco Polo, você mesmo disse que no seu sonho
todo mundo morre. e as pessoas estão vivas. eu estou vivo.
então o que tens visto ou sentido não é real. é fruto de sua
cabeça. não sei se será uma perturbação. mas não é real.
— o senhor está enganado. todo mundo morreu.
— não percebo, afinal o que é o mundo para você?
— minha mãe. ela era o meu mundo.

(...)

— eu sinto muito! — falou-me com aqueles olhos de quem


viu alguma merda no chão e deseja limpar.
— ah! sente? e o que sente, doutor? — perguntei ainda
encarando-o.
— eu sin-to... — respondeu de forma pausada, foi fácil
perceber que perdeu-se entre suas próprias palavras.
— sente a minha dor? é isso que queria dizer, doutor? —
cortei-o.
— não, não... claro que não. mesmo se desejasse sentir a
sua dor, eu não poderia. eu apenas estou me colocando no
seu lugar. e como ser humano, eu entendo.
— sua mãe ainda está viva, doutor? desculpa ser tão
directo...
— tudo bem. minha mãe ainda está viva, ela está com 68
anos, mas ainda com muito vigor. — respondeu
estampando um sorriso daqueles que só consegue dar quem
ainda tem o aconchego de uma mãe, sei disso porque era o
mesmo que eu dava quando falava da minha.
— então, se sua mãe ainda vive. como o senhor pode se
colocar no meu lugar? — perguntei esperançoso por uma
resposta inteligente.
— bem..., Marco, voc...
— Marco Polo, doutor.
— sim, Marco Polo — disse enquanto batia com a caneta
levemente em sua própria cabeça — você sabe que a
capacidade cognitiva do ser humano lhe permite sentir
empatia. então, eu posso me colocar no seu lugar.
— e mais uma vez, o senhor está errado, doutor.
— então me corrija — expressou-se confiante.
— há bem poucos minutos o senhor disse-me que o que
tenho visto e sentido não é real. disse-me também que era
tudo fruto da minha cabeça. mas eu acho que a única coisa
que não é real aqui são seus sentimentos.
— por favor, continue.
— o senhor não sente nada. sua empatia não passa de
fantasia... se nunca perdeu sua mãe na morte, o senhor não
pode sequer ousar em dizer que pode colocar-se no meu
lugar, muito menos dizer que entende a situação ou que
sente a minha dor.
— mas..., eu posso imaginar.
— imaginar? pode sim imaginar. mas até perder sua mãe, o
senhor nunca sentirá.

(...)

— você acha isso uma grande perca de tempo, não é mesmo?


— falou num tom ríspido.
— eu nunca disse isso, o profissional aqui é o senhor. então,
o senhor acha que eu acho isso uma grande perca de tempo?
fez uma pausa, respirou fundo. acho que ele sabia que ia
explodir. eu o provocava às vezes. eu devia parar mesmo
com aquelas coisas.
— eu não sei, Marco Polo. você é difícil. por um lado eu
acho que você quer ser tratado, ao contrário não viria aqui.
porém, acho que a gente sabe que você se considera
suficientemente inteligente para ter que aceitar meus
conselhos ou sugestões. você achou que ia receber uma
receita e daí ia conseguir dormir em paz? ou achou que eu ia
lhe dar uma porção mágica para controlar sua raiva? — o
doutor estava pegando pesado nas suas palavras.
— eu... eu... eu... — fiquei sem palavras pela primeira vez.
era nossa quarta sessão desde que começou o tratamento.
— escuta, rapaz: porque você está aqui?
— sei lá. talvez porque não fui eu quem pagou por isso.
— você acredita que está doente?
— não sei. estou? — falei em resposta.
— o primeiro passo para...
— para resolver nossos problemas é admitir que temos
problemas... sei..., sei..., eu conheço este discurso. —
interrompi e concluí.
— você acha que tem um problema, Marco Polo?
— eu sei que tenho, não um, mas vários problemas.
fez-se silêncio na sala por vários minutos. ele não parava de
olhar para mim e em seguida baixava os olhos, fez isso umas
sessenta vezes.
— doutor, estamos tendo uma conversa difícil?
— não sei, diz-me você.
— estamos.
— então estamos tendo uma conversa difícil! — falou em
tom de conclusão.
— já leu o livro "conversas difíceis" de Douglas Stone,
doutor?
— não, é uma recomendação?
— sim, devia ler.
— estou com a sensação de que isso parece um jogo para
você, Marco Polo.
— e é.
— e quais são as regras?
— a regra, doutor. apenas uma regra.
— estou ansioso para ouvi-la.

(…)
— então..., você já superou?
— há dias em que penso que sim, e... há outros em que sei
que não.
tudo quanto é canto

num é tipo como que se a gente esqueceu. eu olho para o


espelho e o reflexo ainda é teu. saio a rua e vejo-te a ti
sempre que olho pro céu. era para teres ficado mais um
pouco, e infelizmente não deu. foste-te e deixaste para trás
tudo o que era teu.

hoje reuni todas as nossas memórias e as coloquei na estante.


não usei preto nem branco, imprimi tudo a corante. e 'tá
tudo bwe colorido, acho que pus o bastante... como tu
gostavas antes... queria memo que visses isso, nem que por
um instante.

mas sei que num tou sozinho. tou seguindo o mesmo


caminho... que trilhaste, e... comigo partilhaste. essa cena
vai dar certo, mãe, não falhaste. tudo aqui continuou do teu
jeito, mesmo depois que bazaste. mãe, não falhaste.

estou memo a viver. lutando a mesma luta que tu e espero


não perder. só lamento mesmo o facto de talvez não puderes
ver esse teu filho a vencer. mas estou a viver... ‘tou a viver.
e te levo comigo a todo o momento... ‘tarás comigo a todo
tempo... nos dias de céu azul e nos dias de céu cinzento.
o que tenho dentro

perdi a minha mãe, mas não escrevi sobre nada. mas depois
se "foi" mais uma há quem eu chamei de "mama", e nos
sentimos obrigados a dizer todas as coisas que a gente não
falava. não dissemos o suficiente o quanto a gente as amava,
e agora a gente lamenta muito o que de forma frequente a
gente não dava... amor, carinho e bwede outras cenas
clichês... agora só há dor, sentimo-nos sozinhos e sem saber
o que fazer.

nem percebemos, foi tão fast. não merecemos, não


estávamos ainda prontos para a next. então... 'tou
escrevendo isso em forma de manifesto... já não nos
importamos se isso tá certo... já morremos todos há muito
tempo... 'tou virando pó e só me resta seguir com o vento.
God! dessa vez, ela se foi tão lento... na velocidade do mais
infinito pensamento. vocês não podem dizer que isso é
correcto, não dá 'pá assistir a esse sofrimento... isso é a
"merda toda" e só sente quem tá por perto.

estamos nos habituando a estar no inferno... já não dá para


escrever... então cantamos! já não dá 'pá viver, então que
morramos!
eu sei,
vocês tomam decisões
e nós, comprimidos.
mais um dia

hoje eu abri a janela, olhei os carros, olhei as casas, o céu, as


nuvens, senti a brisa tocar no meu rosto. depois olhei os
pássaros..., e bem lá abaixo do outro prédio, eu ví muitas
flores naquela floricultura..., rosas, orquídeas..., e um lindo
girassol.

que privilegiado sou! por viver, por ver, por ouvir, por
sentir, eu devia agradecer mais, tentar ser feliz por isso. mas
infelizmente nem todos os dias eu sinto essa calma, essa paz.
na verdade tem dias que posso abrir a janela, e ver tudo isso
de novo; só que..., ainda que lá fora esteja tudo bem, aqui
dentro se faz tempestade, e eu tento me abrigar em mim
mesmo, mas quase nunca dá certo. não sou um bom abrigo.
posso fingir

já não sei se estás feliz, podia fingir que sim, mas o céu já
não me diz. tudo me faz lembrar de ti, tipo o funge ou a
quissangua de raiz. não consigo te esquecer, tu não foste
escrita a giz. não é que eu esteja arrependido, mas queria ter
feito mais do que fiz. dos momentos contigo, mom, eu só
queria bis. era pra eu ter me despedido..., falhei só por um
triz.

... e nessa hora da madrugada, estou pensando nas vezes que


vi-te cansada, deitada... no sofá com a cabeça na almofada,
queria puder refrescar só mais uma vez o teu corpo com
aqueles copos d´água. você foi cedo demais, e o que me traz
contentamento é que eu sei que estás em paz onde estás...
fingi por muito tempo, mas eu já não quero mais. estou
morrendo por dentro, e já não aguento a dor que a sua falta
trás!

sempre foste heroína, com um coração tão branco coberto


debaixo daquela cor melanina. e eu agradeço por me tornar
no homem que sou. se sou exemplo para alguns, é tudo
graças as pisadas que você deixou. então... eu penso em
você com tristeza e alegria. choro a tua morte, mas celebro
a tua vida. foste mais do que só mãe durante seus últimos
dias, quero pensar em nós, desculpa, não aceito a despedida.
sei que não me estás a ouvir. a realidade é dura, mas ao
menos eu posso fingir. estou escrevendo essa letra,
pensando que talvez eu venha a cantar para ti. espero que
tenhas gostado, e se sim, podes me dar um sinal daí?
eu olho em volta e...
sinto falta
acho que através do vento ela me toca,
mas nunca diz nada
as vezes acho que ela diz "filho, suporta"
e depois de um momento baza.
eu sinto saudades,
muitas vezes.
mas às vezes,
só... só não sinto
hope

as aulas terminam tarde, hoje. mas eu nem percebi, acho


nem assisti. estava na turma, mas me perdi... nesses sons.
cada nota me fez lembrar do teu toque... e foi ainda mais
intenso quando passou "hope". foi como uma descarga
elétrica no meu heart, eu senti o choque.

mais do que ninguém... eu acho que tu me vês lá do além...


nas noites que eu não durmo, naquelas noites que eu choro,
mas não grito, pois me seguro... eu juro... juro que eu me
seguro, mom... eu me seguro. teu filho aqui suporta, mas às
vezes é duro. não te disse antes, mas tô com medo do
futuro... não desisti ainda, eu luto... só está memo difícil
ultrapassar esse luto.

estou terminando de escrever “o segredo dos céus”... pus lá


bwede pensamentos... um pouco dos seus. e estou atrás da
esperança, que acho que se perdeu. chorei bwe e pedi ajuda
de Deus... acho que ele me ouviu, mas ainda não me
respondeu... talvez ele só... só se esqueceu.
tou depressivo
talvez seja porque perdi minha mom
tou em crises, aflito
e não poucas me sinto bwe down
achava que tinha bwede amigos
e até tenho
mas eu só quero estar sozinho
e quando não escrevo, eu desenho
sei que não atendo as chamadas
num é nada pessoal
sei que isso pode ser mau,
mas eu estou para além de mal
já quase que nada sinto
eu ‘tô bem, mas vocês sabem que minto
sorriso na cara, mas dá para sentir que finjo
work me chama, e só acontece porque me exijo
eu ‘tô pá baixo
não quero, mas faço
as vezes mando um fuck e relaxo
queria ter coragem para acender
... e fumar esses maços (que carrego no bolso)
a garrafa de Gin está partida
estou me cortando com os cacos
quero apressar minha partida
por favor, alguém me impeça de saltar pra este buraco
— eu ouvi uma coisa. estão dizendo que você não dorme.
— quando eu durmo, amigo, eu sonho. e no meu sonho,
todo mundo morre.
no fim...
as pessoas nos abandonam sempre,
quer seja por um dia
ou por uma vida.
ok

desisti... faz tempo que não leio, não saio. me fecho no


quarto e em choros caio. mas escrevo, escrevo as vezes...
quer dizer, muitas vezes! tipo... hoje já passaram de treze.

sim... ouvi – conselhos. também me vi - no espelho. tô um


trapo – fedelho. gritei e acho que ela não ouviu – apelo.
então não esperem muito de mim. a não ser fingir... fingir
que estou bem. como eu estou? eu tô ok. como eu estou? eu
tô ok.

fugi... hoje, ontem... a semana toda. da sala… de casa e da


aula. shit! essa merda cansa! tô na rua. olhando agora a
estrela que mais brilha... até mais do que a lua. será que és
tu? é sua? como eu estou? eu tô bem... eu tô bem...
só um bocado

acho que eu só queria puder tirar de dentro para fora, essa


culpa que sinto por não ter estado contigo naquela hora. na
hora em que sem se despedir, tu te foste embora. mommy,
sinto sua falta e não consigo fingir que não... só lembranças
não basta. não servem para preencher as lacunas do meu
coração. e estou com medo que... que não haja ninguém
para me salvar. você não está mais aqui, justo agora que eu
só quero conversar. você pode voltar? só um bocado…vou
só perguntar algo e... depois vou te deixar sossegar. juro
que eu não vou chorar. juro... eu... eu não vou chorar. não
vou. você pode voltar?
tenho apenas 2% de carga
estou na rua, sentado...
... com a cara amassada
pareço mendigo e
também a diferença não é tanta
ainda mais com essas calças rasgadas
tal como eles,
também já não tenho mais nada
contigo se foi
cada pedaço da minha alma.
eu sei

“já se passou um ano, um mês e vinte e dois dias. mas você


não acordou, você não voltou. Deus não te desenterrou. eu
até quero tocar-te de novo, mas, agora eu percebí que é
inútil tentarmos entender certas coisas, que de algum modo
nos tornam impotentes e incapazes, por mais que se prove a
grandeza do ser humano e a genialidade da sua mente.

consultei a bíblia, tive contacto com a astrologia, o


horóscopo, a magia, a feitiçaria, médiuns espíritas, eu até
conversei com cientistas..., mas de nada adiantou. difícil é
saber que tudo acaba num sopro, sem poder se prevenir ou
se despedir. não posso contrariar e muito menos discutir
com Deus...

eu só sei que a minha mente preserva tudo o que se passou


quando estive contigo, e o sentimento jamais desaparecerá.
fiquei pensando demais no "se eu pudesse" ou no "se eu
soubesse", mas agora tenho noção de que nada disso muda
os factos ou os acontecimentos, e não estava dentro do meu
alcance e possibilidades te manter viva.

o que posso fazer agora? agora vou tentar dar significado à


minha vida e à tudo aquilo que agora acredito. eu li o
seguinte por aí: "vão-se os homens, mas ficam as suas obras
e seus feitos, e isso nunca morre no coração e na mente de
quem fica!"
eu nunca vou amar alguém do jeito que te amei. nunca vou
olhar do jeito que te olhei. nunca vou tocar do jeito que
toquei.

"é vivendo que se faz a vida, pois a morte é garantida."

está na hora de dizer 'adeus'. te amo, mamã.”


enquanto vivenciámos as fases do luto, devemos aceitar a
morte como algo natural, que faz parte da vida e que,
infelizmente, não podemos escolher a hora, data ou o local.
ou seja, não podemos controlar. o que está em nossas mãos
é gerenciar, da melhor maneira possível, o processo que
começa depois da morte de alguém que amamos.

somos seres sensíveis e, como tal, sentimos bastante quando


perdemos algum ente querido. não é fácil lidar com a dor da
perda porque envolve muitos factores emocionais. temos
saudades, tristeza, abandono, frustração e, às vezes, até uma
certa culpa e desespero. mas não podemos fazer nada para
trazê-los de volta. aceitar a morte significa valorizar a vida!
precisamos viver. sinta saudades, reveja as fotos, pinte,
escreva, dance, até cante…, mas continue vivendo por eles.
notas do autor

este livro é um conjunto de pensamentos comuns, meus e


seus, nossos, escritos de forma trivial, sem se importar com
nenhuma técnica. a gíria e os desvios gramaticais foram
tolerados. um terço é devaneio e o resto é sentimento. Se
achar que já leu, viu, ouviu, sentiu ou viveu algo do que aqui
está escrito não é mera coincidência.
sobre o autor

Marco Polo, nascido


aos 22 de Abril do ano de
1999 em Angola, cidade de
Luanda, município da Samba.
Não tem o hábito de falar
profundamente da sua vida
pessoal…, mas sabemos que
seu primeiro contacto com
arte vem desde a infância.
Desde bem pequeno
já se aventurava nas artes
visuais, tanto que hoje tem algumas inscrições caligrafadas
(grafite) em alguns pontos da cidade de Luanda, assim como
diversos materiais de arte plástica (pinturas – originais e
representativas) adormecidas em papel.
Por influência familiar (religiosa) é ligado a livros
também desde tenra idade, não sabe enumerar quantos
livros por si já foram degustados. Teve seu primeiro
contacto com a escrita através da composição musical (RAP)
aos 12 anos e continua escrevendo, tendo maior destaque a
partir do ano de 2014 com alguns de seus escritos
partilhados nas redes sociais.
Marco Polo é autor dos livros “O CRIME QUASE
PERFEITO – Vivendo Por Duas Vidas”, “O CRIME QUASE
PERFEITO – Passado em Chamas”, “TEXTOS PARA
DEPOIS do amor e outras decepções”, “AMOR À
PRIMEIRA VISTA e mais uma semana para confirmar” e
“AMOR À PRIMEIRA VISTA e mais um ano para
confirmar”. Participou de algumas antologias e/ou
colectâneas. Conta também com alguns trabalhos em
desenvolvimento divulgados no wattpad. É autor de mais de
dois mil textos, entre prosas, contos, crónicas e poemas,
muitos deles divulgados em suas redes sociais. E acrescenta
agora a sua coleção o livro TEXTOS PARA DEPOIS da
Morte e Outras Frustrações.
Marco Polo é o fundador e CEO da CAMM
(Comunidade Artística Mar Morto). Trabalha nas funções de
editor-chefe e designer editorial da Mar Morto – Editora.
Foi e continua sendo mentor de vários artistas no ramo da
escrita, e tem se dedicado na criação e apoio de projectos
artísticos.
Marco Polo é amante de hip-hop, e tem em seu
repertório muitas composições musicais do estilo, a maioria
disponibilizada gratuitamente para outros artistas do género.
A música nunca foi seu foco artístico, por isso não se dedica
nela como cantor (ou intérprete), contudo, possue algumas
músicas gravadas, não disponível ao público em geral, e
pensa em lançar uma EP para muito breve.
Actualmente, o artista é estudante na área de
Engenharia de Construção Civil pela Universidade
Agostinho Neto.
créditos

TCD
mar morto

a Companhia Artística “Mar Morto” (CAMM), foi


fundada a 1 de dezembro de 2019 por Marco Polo ao lado
de Josias Currie e Marcia Mendes.
a companhia tem como objetivo divulgar e apoiar as
carreiras de artistas essencialmente nacionais, desde os
veteranos aos iniciantes. dando a qualquer amante da arte a
oportunidade de mostrar seus talentos do interior para o
mundo.
incitar a criatividade pessoal é marca da companhia.
a companhia está vinculada à Mar Morto - Editora. e
aos serviços da editora, tenciona publicar livros através de
projetos pessoais e antologias diversas proporcionando um
senso de realização a novos escritores e desenvolver de
maneira regular o hábito de leitura na sociedade em geral.
se desejar mais informações ou solicitar nossos
serviços, entre em contacto:
OBRAS DA “MAR MORTO – EDITORA”

1. O CRIME QUASE PERFEITO – Vivendo Por Duas Vidas,


Marco Polo
2. TEXTOS PARA DEPOIS do Amor e Outras Decepções,
Marco Polo
3. MYHIRA e outros poemas de dor, Jessira Kissama
4. PRINCESA DESENCANTADA, Zoé Kifembe
5. AMOR À PRIMEIRA VISTA e mais uma semana para
confirmar, Marco Polo
6. EU TINHA QUE DIZER OBRIGADO, Manuela Andrea
7. RASCUNHOS DE QUEM NÃO QUIS ESCREVER, Isis
Ramalho
8. BLÁ BLÁ BLÁ – Textos inesperados Vol. 1, Josias Currie
9. MARCAS DE TINTA VERSOS DA VIDA, Isabel de
Lourane
10. CASTELOS PARA LÊ-LOS, Fernando da Silva
11. O DIÁLOGO COM A MINHA PRÓPRIA SOMBRA,
Jeonário Anthony
12. NOSTALGIA – Antologia, Diversos autores
13. ENSAIO sobre a exclusão social de deficientes físicos,
Dionísia Daniel
14. ECOS DE UMA TRAJECTÓRIA, Mateus Zua
15. OS QUE COMIAM IAM-SE EMBORA, Mero Panzito
16. AMOR PECADOR, Tchiza
17. PÉTALAS SEM PÉROLAS, Kulanda Kutima
18. PALAVRAS QUE FEREM, MATAM e outros contos, Zau
Maiano
19. O CRIME QUASE PERFEITO – Passado em chamas,
Marco Polo
20. A SOMBRA NEGRA DE UM REI, Jelson Angelino
21. MÁGOAS, Nzakimwena e Mwalafaia
22. A AMARGA INOCÊNCIA DE AMÁLIA, Júlia Bragança
23. DO AMOR AO AMOR, Isabel de Lourane
24. AMOR À PRIMEIRA VISTA e mais um ano para
confirmar, Marco Polo
25. O AMANHÃ NÃO EXISTE, Mateus Pena
26. TEORIA DA SELECTIVIDADE, Faustino Fraco
27. NO CAMINHO DAS COISAS, Hélio Melodia Das Neves
28. EMENDAS, Hélio Melodia Das Neves
29. FALEI VERDADES E FECHARAM-SE AS PORTAS,
Fernando da Silva
30. PASSADO SEM HISTÓRIA, Teríolo
31. O LIVRO QUE NUNCA FOI LIDO, Faustino Geraldo
32. NUNCA MAIS VOU FUMAR, Príncipe Nádio
33. O CÓDIGO DOS NIGGAS Vol. 2, Divua Antônio
34. ABRI-ME EM VERSOS, Luís Carlos Naval
35. OS MONSTROS TAMBÉM SENTEM, Luís Vidal
36. TEXTOS PARA DEPOIS da Morte e Outras Frustrações,
Marco Polo

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