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LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS

METÁLICAS

UNIDADE I
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Elaboração
Blenda C. M. Ribeiro

Atualização
Giovanna Monique Alelvan

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4

UNIDADE I
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS...........................................................................................................................................................7

CAPÍTULO 1
MATERIAIS......................................................................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 2
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO METÁLICA.......................................................................................................................... 16

CAPÍTULO 3
LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS........................................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................37
INTRODUÇÃO

Esta disciplina será responsável por aprimorar e consolidar o conhecimento em


ligações em estruturas metálicas. Na Unidade I, o estudante conhecerá alguns
conceitos importantes para compreender os materiais, principalmente os metálicos.
No Capítulo 1, veremos uma retrospectiva da evolução dos materiais, seu conceito,
estrutura e propriedades, além de aprofundarmos acerca dos materiais metálicos.
No Capítulo 2, será possível entender um dos mais utilizados e conhecidos
processos de fabricação na produção dos metais. No Capítulo 3, será possível
se familiarizar com a definição de ligações metálicas, além de citar e explicar os
tipos de ligação que podem acontecer em uma estrutura metálica.

A Unidade II se ocupará das ligações da classe parafusada. O Capítulo 1 exibe os


tipos de parafusos utilizados nessas ligações. Na sequência, o Capítulo 2 esclarece
quais os cálculos e parafusos podem ser usados nos perfis que foram soldados
e laminados. Enquanto isso, o Capítulo 3 mostra os cálculos e os parafusos que
devem ser empregados em perfis que foram estruturados a frio.

A Unidade III aborda as ligações em materiais metálicos realizadas por meio de


soldagem. O Capítulo 1 trata dos principais processos de soldagem. O Capítulo 2
discorre sobre os cálculos das ligações por intermédio de processos de soldagem
que satisfazem os perfis soldados e laminados. E o Capítulo 3 expõe os cálculos
das ligações soldadas que podem ser realizadas em perfis formados a frio.

A Unidade IV refere-se aos dimensionamentos das peças que serão sujeitas às


ligações estruturais metálicas. No Capítulo 1, serão apresentadas as bases de
pilares de ligas estruturais em placas e o dimensionamento realizado em bases.
O Capítulo 2 exibe os componentes constituintes das bases de pilares, bem como
suas configurações geométricas. E, por fim, o Capítulo 3 apresenta os sistemas
de ancoragem, os principais elementos, os métodos executivos e os tipos de
rupturas mais comuns.

Objetivos
» Descrever os materiais, a estrutura e as propriedades.

» Compreender o que é um material metálico.

» Avaliar os diferentes tipos de ligações em estruturas metálicas.


» Entender os cálculos utilizados nas ligações em perfis soldados, laminados
e formados a frio.

» Esclarecer os conceitos do dimensionamento de peças.

» Analisar as ligações de viga de aço com elementos de concreto.

» Conhecer os critérios de projeto.


CONCEITOS
INTRODUTÓRIOS
UNIDADE I

Nesta unidade, serão introduzidos alguns conceitos básicos para construir


o conhecimento sobre as ligações em estruturas metálicas. No Capítulo 1,
resumiremos, historicamente, a evolução dos materiais, definiremos materiais,
estruturas e propriedades e faremos uma análise dos materiais metálicos. No
Capítulo 2, será possível nos familiarizarmos com a definição de ligações metálicas.
No Capítulo 3, explicaremos os tipos de ligação que podem acontecer em uma
estrutura metálica.

CAPÍTULO 1
MATERIAIS

1. Resumo histórico
Analisando brevemente o cotidiano humano, é possível afirmar que os materiais
fazem parte dos costumes ou mesmo da subsistência do homem. Naturais ou
artificiais, eles estão presentes nos recursos basilares utilizados pelas pessoas, no
transporte, na tecnologia e comunicação, na produção de alimentos, na energia,
na habitação, na saúde etc.

Em uma perspectiva histórica, a evolução e o aprimoramento social estiveram


sempre atrelados às aptidões dos seus componentes em conceber e manusear
materiais para suprir suas dificuldades. Isso pode ser confirmado por meio de
civilizações passadas, que eram nomeadas em função do seu progresso material.
Assim, foram denominadas:

» Idade da Pedra: período que corresponde a 2,5 milhões de anos, em que


os homens lascavam pedra para produzir armas de caça.

» Idade do Bronze: época que foi marcada pelo início da metalurgia, entre
2000 e 1000 a.C., e pela conquista de armas excelentes por meio das ligas

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

de cobre e estanho. As ligas são produzidas por intermédio da união de


mais de um componente.

» Idade do Ferro: abrange o tempo entre 1000 e 1 a.C., embora seja por
volta de 500 a.C. que as ligas de ferro foram amplamente substituídas pelo
bronze, na Europa, na produção de ferramentas e armas.

Shackelford (2008) fala, ainda, de uma civilização conhecida como Idade do


Cobre, entre 4000 e 3000 a.C. na Europa, na qual o cobre relativamente puro
foi empregado, antes da disponibilidade do estanho. Em outros momentos não
mencionados por arqueólogos, entende-se também uma “Idade Cerâmica”, tempo
em que era frequente a utilização de vasos feitos de barro queimado, assim como
artefatos de vidro na Mesopotâmia 4000 a.C.

Adicionalmente, esse autor afirma que a segunda metade do século XX muitas


vezes é apontada como “plástico”, que faz referência à utilização de polímeros
para produção de produtos. Como sugestão, alguns observadores classificam
esse mesmo período como “Idade do Silício”, pela repercussão da eletrônica
avançada, voltada em sua maioria ao desenvolvimento do silício.

2. Conceito de materiais
Os materiais “são as substâncias cujas propriedades as tornam utilizáveis em
estruturas, máquinas, dispositivos ou produtos consumíveis” (VAN VLACK,
1984, p. 15).

Os materiais são formados por átomos. O arranjo desses átomos distingue um


material do outro e define se são metais, madeira, vidro, entre outros.

4.1. Classificação dos materiais

Os materiais sólidos são principalmente reunidos em: metais, cerâmicos e


polímeros. Essa classificação é estabelecida na estrutura atômica e na constituição
química.

Atualmente, o compósito foi adicionado a essa classificação. Ele é concebido


pela união de dois ou mais materiais específicos com o objetivo de reunir
propriedades não existentes em um material individualizado. Os materiais
que o compõem podem ser um dos três citados anteriormente (CALLISTER,
2016; PADILHA, 1999).

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

A figura 1 mostra, de forma simplificada, um exemplo desses materiais.

Figura 1. Exemplo da classificação dos materiais sólidos.

Metal

Aço
Concreto armado
Pneu

Compósito
Cimento
Borracha
Polímero Cerâmica
Fibra de vidro
Epóxi
Fibra de Vidro

Fonte: adaptado de Callister, 2016; Sackelford, 2008.

Contudo, muitos outros materiais não se enquadram nesses grupos citados. Assim,
é possível agrupar em materiais naturais, semicondutores, supercondutores e
em materiais inteligentes, nanomateriais e biomateriais. (CALLISTER, 2016;
PADILHA, 1999, SHACKELFORD, 2008)

4.2. Estrutura dos materiais

A organização interna dos materiais está vinculada não só aos átomos, mas
também à relação com os adjacentes, em cristais, moléculas e microestruturas.
Assim, é possível analisar as estruturas da seguinte maneira:

» Subatômica: comunicação atômica individual que ocorre entre os elétrons


e o núcleo.

» Atômica: disposição dos átomos, formando ligações e moléculas.

» Microscópico: utilizado o microscópio como instrumento de auxílio para


observar o material.

» Macroscópico: análise visual do comportamento do material em serviço.

4.3. Propriedade dos materiais

Ao selecionar um material, é de extrema importância levar em consideração


suas propriedades. É necessário fazer essa análise, pois as propriedades devem
suportar as condições de trabalho em que o material será solicitado, seja quanto
a temperatura, a esforços mecânicos, a produtos químicos etc.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Desse modo, as propriedades finais do material estão relacionadas ao seu


processamento e à sua estrutura interna, qualquer modificação entre um desses
fatores altera o resultado dos outros (ASKELAND, 1998; SHACKELFORD, 2008;
VAN VLACK, 1984).

Assim, é importante pensar qual o produto final, realizar o projeto e, finalmente,


selecionar e especificar o material escolhido. As propriedades podem ser de
natureza: física, mecânica, térmica, elétrica, química, magnética e ótica.

3. Materiais metálicos
Considerando que esta disciplina estuda as ligações em estruturas metálicas,
este caderno de estudos ampliará as informações sobre materiais metálicos.

Os metais são constituídos por uma combinação de elementos metálicos,


mas, muitas vezes, ocorre a presença de elementos não metálicos em menores
quantidades. Esses materiais apresentam um elevado ordenamento atômico e
são densos se comparados com os polímeros e as cerâmicas (CALLISTER, 2016;
PADILHA, 1999).

Os materiais metálicos dispõem de numerosos elétrons livres, ou seja, elétrons que


não são ligados a um átomo individual. Diversas propriedades dos metais estão
vinculadas a esses elétrons, tais como serem ótimos condutores de eletricidade
e de calor, não transparentes à luz, possuírem superfície com aspecto brilhoso
e polido.

Ainda é possível afirmar que são relativamente rígidos e resistentes, porém são
passíveis de deformações excessivas sem fraturar, isto é, são dúcteis e resistentes a
fraturas. Todas essas propriedades o transformam em um material extremamente
atraente para fins estruturais (CALLISTER, 2016; PADILHA, 1999).

Além das propriedades mencionadas, a resistência a fadiga, a choque, a tração


e a corrosão é característica importante para o material metálico, em razão da
necessidade de o material suportar esforços mecânicos e químicos, aos quais
estão sujeitos.

4.1. Ligas metálicas


Com intenção de melhorar as propriedades de um material metálico puro, são
realizadas combinações de metais entre si ou de metal com outros elementos.
Essa união com aspecto metálico e homogêneo é denominada liga metálica.

Segundo Callister (2016) e Shackelford (2008), as ligas metálicas podem ser


subdivididas basicamente pela adição de ferro: ligas ferrosas ou não ferrosas. As

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

ligas ferrosas possuem o ferro como seu fundamental constituinte na formação


química, que é o caso dos aços e ferros fundidos. Esses são responsáveis por boa
parte da fabricação de materiais metálicos e são imprescindíveis como materiais
de construção na engenharia. Isso é resultado da abundância dos minérios de
ferro na superfície terrestre e da facilidade de produzir o ferro e as ligas de aço
por meio de métodos mais econômicos de extração, de beneficiamento e de
formação de ligas.

A versatilidade das propriedades mecânicas e físicas também é essencial, pois


é possível atender às diversas necessidades de trabalho. A figura 2 mostra a
representação da classificação das ligas ferrosas.

As ligas não ferrosas não incluem o ferro na composição química, ou, se


apresentam, o ferro é apenas como impureza, assim como o alumínio, o cobre,
o níquel, o chumbo, entre outros. Essas ligas substituem as ferrosas devido a
algumas limitações que podem ser elucidadas, tais como obtenção de elevada
massa específica, condutividade elétrica comparativamente baixa e corrosão
em alguns meios. As ligas não ferrosas são nomeadas de acordo com seu metal
basilar, ou mesmo por uma característica peculiar a um grupo de ligas. A figura
3 mostra o exemplo das ligas metálicas não ferrosas.

Figura 2. Representação do agrupamento das ligas metálicas ferrosas.

Ligas Metálicas

Ferrosas Não Ferrosas

Aços Ferros Fundidos

Baixa Liga Alta Liga Ferro cinzento

Baixo Teor de Médio Teor de Alto Teor de Ferro dúctil


Inoxidável
Carbono Carbono Carbono (nodular)

Comum Comum Comum Ferramenta Ferro Maleável

Tratável
Alta Resistência Ferramenta Ferro mesclado
termicamente

Fonte: adaptada de Callister, 2016.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Figura 3. Representação das ligas não ferrosas.

Ligas Metálicas

Ligas Não
Ligas Ferrosas
Ferrosas

Ligas Ligas Ligas Ligas Ligas Ligas Ligas Ligas


Ligas
de de de de de de de
de cobre titânio níquel zinco de
magnésio chumbo estanho
alumínio zircônio

Fonte: adaptada de Callister, 2016.

4.2. Estudo de caso

Taxa de corrosão pela exposição de materiais em campo utilizando cobre,


aço-carbono e aço galvanizado, alumínio e concreto empregado em redes de
distribuição de energia, analisados em dois ambientes litorâneos do Brasil.

Leitura complementar

Este estudo foi realizado na região metropolitana no período de 2009 a 2010


em Salvador/BA e em Pontal do Sul/PR, para a produção dos metais a fim
de determinar a corrosividade e degradação de materiais das redes aéreas de
distribuição de energia elétrica.

Assim, o estudo busca reduzir custos de reposição, manutenção e proteção dos


materiais da engenharia em processo de corrosão atmosférica, em ambiente
litorâneos, que podem ser carregados de altas concentrações de cloreto,
aumentando a superfície úmida por conter altos teores de cloreto.

Os painéis foram instalados de acordo com a norma ABNT NBR 6209:2007. Os


corpos de prova têm uma área de 31.000 mm 2. Antes de serem expostos, foram
limpos com acetona, pesados e realizadas medidas de largura, comprimento e
altura, conforme a norma ABNT NBR 6210:2008, além de uma limpeza química.
Uma placa de cada material foi retirada a cada três meses, a fim de se avaliar
quantitativamente o processo corrosivo.

Algumas conclusões foram observadas:

Na região do litoral paranaense, a agressividade foi considerada muito alta para


o aço-carbono e o alumínio e alta para cobre e aço galvanizado. A corrosividade
obtida é classificada conforme o tempo de superfície úmida, teor de cloretos e
de sulfatos, indicando agressividade moderada.

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Em Salvador, na região da Costa do Sauípe, apenas o alumínio se comportou de


acordo com as especificações da norma técnica NBR 14643:2001, com corrosividade
alta. Já o cobre teve perdas de massa em ambientes de agressividade muito alta,
o aço-carbono, como baixa, e o aço galvanizado, moderada.

A região do Sauípe foi classificada como ambiente marinho, pelos teores de


cloreto e sulfato, enquanto Pontal do Sul com agressividade baixa. Quanto às
cruzetas de concreto armado e seus aditivos, não foi possível concluir resultados
na pesquisa, pois o método eletroquímico é qualitativo e não permitiu prever o
tempo de vida útil das estruturas.

Depois de um ano e meio de coletas de dados, os potenciais não foram modificados


para as regiões de maior chance de corrosão. É possível concluir, assim, que o
estudo dos materiais da engenharia é de extrema importância, pois promove
soluções viáveis e praticáveis para estruturas metálicas, como para outras áreas
da engenharia.

4.3. Produção dos metais

Os métodos de fabricação de peças por meio do uso de metais são realizados


por diversos processos que produzem materiais com propriedades previstas.
Segundo Callister (2016), essas técnicas de fabricação são escolhidas de acordo
com algumas condições. Dentre elas, as principais são:

» propriedade dos materiais;

» tamanho e forma de acabamento;

» custo.

Dieter (1981) afirma que os processos de produção de metais podem ser


subdivididos em: processo sem remoção metálica e processo com remoção de
cavaco, realizado mediante a deformação plástica do material, mantendo o
volume e a forma do metal. Os quadros a seguir exemplificam os processos sem
remoção de cavaco.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Quadro 1. Processos e operações sem remoção de cavaco.

Conformação Fundição
Principais métodos Outros métodos Principais métodos Outros métodos
» laminação; » cunhagem; » por gravidade; » centrifugação;
» extrusão; » repuxamento; » sob pressão; » precisão;
» trefilação; » conformação com três cilindros; » contínua;
» estiramento; » conformação com coxim de » molde cerâmico.
» forjamento; borracha;
» estapagem. » mandrilagem;
» fabricação de tubos soldados;
» conformação por explosão.
Fonte: adaptado de Dieter, 1981; Chiaverini, 1986; Callister, 2016.

Quadro 2. Processos e operações sem remoção de cavaco.

Soldagem Metalurgia do pó
Tipo Etapas básicas
» a arco; » fabricação dos pós;
» a gás; » mistura dos pós;
» alumino-térmica; » compactação dos pós;
» resistência; » sinterização;
» laser; » tratamento térmico e outros.
» feixe eletro;
» ultrassom;
» fricção.
Fonte: adaptado de Dieter (1981); Chiaverini (1986); Callister (2016).

O processo com remoção metálica ou processo com remoção de cavaco é realizado


por meio da remoção de material até atingir a forma pretendida. O quadro a seguir
mostra o processo de usinagem, exemplificando o processo de remoção de cavaco.

Quadro 3. Processo e as operações realizadas com remoção de cavaco.

Usinagem
Convencional Não convencional
» torneamento; » jato d’água;
» fresamento; » jato abrasivo;
» furação; » ultrassônico;
» aplainamento; » eletroquímica;
» serramento; » química;
» brochamento; » descarga elétrica;
» roscamento; » laser;
» mandrilhamento; » arco-plasma.
» retificação.
Fonte: adaptado de Dieter, 1981; Chiaverini, 1986.

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Seria inviável apresentar cada operação dos processos nesta disciplina pela
dimensão do conteúdo e por alguns desses processos serem abordados por
outra disciplina. Portanto, com a intenção de conhecimento, será realizada
a explanação de todos os processos, exemplificando os mais conhecidos
métodos.

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CAPÍTULO 2
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO METÁLICA

1. Conformação mecânica
No processo de conformação, o material é sujeito a uma deformação realizada
por força ou tensão externa, cuja magnitude ultrapassa o limite de escoamento do
material. Uma grande parcela dos metais pode admitir esse tipo de procedimento,
pois são dúcteis e passíveis de deformação permanente sem trincar ou fraturar.
Essa deformação pode ser realizada em diferentes temperaturas de recristalização
(CALLISTER, 2016).

Quando realizado acima da temperatura de recristalização, o processo é


considerado trabalho a quente. Esse tipo de trabalho possui uma grande vantagem,
pois grandes deformações podem ser realizadas de forma sequenciada, já que o
material se torna dúctil e macio.

As solicitações de energia se tornam menores que no trabalho a frio. No entanto,


no trabalho a quente há alguma perda de material e uma qualidade ruim no
acabamento final, que é consequência da oxidação característica em grande
parte dos materiais metálicos.

Já o trabalho realizado abaixo da temperatura de recristalização, conhecido


como trabalho a frio, gera um aumento na resistência. Portanto, há uma perda
de ductilidade, resultado do encruamento do material.

Há diversos processos utilizados com finalidade de conformação mecânica. No


entanto, eles são resumidos em poucas categorias e podem ser identificados de
acordo com as forças empregadas no material, conforme a execução da forma
requisitada. Esses grupos são classificados, de acordo com Chiaverini (1986) e
Dieter (1981), em:

» processos do tipo compressão direta;

» processos de compressão indireta;

» processos do tipo trativo;

» processos de dobramento;

» processos de cisalhamento ou corte.

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

A figura 4 mostra algumas das operações de conformação que exemplificam as


subdivisões citadas anteriormente. As duas primeiras operações serão mais bem
explicadas e ilustradas nas seções subsequentes.

Os três últimos processos são autoexplicativos. O tracionamento de chapas é um


processo mecânico, em que é empregada uma força de tração com o auxílio de
uma matriz. O dobramento é uma conformação mecânica em que são empregados
momentos de dobramentos nas chapas, enquanto o cisalhamento compreende
o uso de esforços cisalhantes que resultam na ruptura ou no corte do material
metálico.

Figura 4. Exemplos de processos de conformação mecânica.

Cilindro do
laminador

Cilindro do
laminador
Forjamento
Laminação
Punção
Matriz Matriz

Trefilação Estampagem profunda

Punção

Matrizes
de corte
Matriz

Tracionamento Matriz
Dobramento Corte

Fonte: Chiaverini, 1986.

Os processos que fazem parte da categoria compressão direta são realizados por
meio da ação de uma força na superfície do material, que, por sua vez, escoa na
direção de compressão. O forjamento e a laminação são os principais exemplos
dessa classe.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

A laminação, mostrada na figura 5, é o processo de deformação mais comumente


empregado, que se resume a deslocar um material metálico entre dois cilindros.
A redução que ocorre na espessura da peça é consequência das tensões de
compressão realizadas pelo cilindro. (CALLISTER, 2016)

Figura 5. Ilustração em perspectiva do processo de laminação.

Fonte: Chiaverini, 1986.

O processo de forjamento é a forma mais primitiva de modificação de um material


metálico. É realizado pela deformação mecânica de uma peça metálica, por golpes
sucessivos (martelagem) ou compressão contínua (prensagem). (CALLISTER,
2016; DIETER, 1981)

Atualmente, há diversas máquinas de forja, com variações de tamanho e formato


para a fabricação de peças que vão desde “um parafuso do rotor de uma turbina
até uma asa inteira de avião” (DIETER, 1981).

As operações de forja, em sua grande maioria, são executadas a quente. O


forjamento é categorizado como matriz fechada, ou forjamento em matriz fechada,
e em matriz aberta, também conhecida como forjamento livre. (CALLISTER,
2016; DIETER, 1981).

Esse tipo de forjamento de matriz fechada à força age nas duas ou mais partes da
matriz que possui o formato da peça final. O material metálico a ser trabalhado é
deformado no interior da cavidade construída pelas partes sob alta pressão, assim
é possível fabricar peças de precisão com pequenas tolerâncias nas dimensões.
(CALLISTER, 2016; DIETER, 1981)

O processo de forjamento em matriz fechada é mostrado na figura 6.

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Figura 6. Fases do forjamento em matriz fechada.

(c) (d)

(e) (f)

Fonte: Chiaverini, 1986.

O forjamento livre, ou de matriz aberta(figura 7), é realizado por intermédio de


duas partes de matrizes com formatos geométricos simples, como chapas planas
e paralelas, semicírculos etc. O processo é utilizado principalmente quando são
fabricadas peças grandes ou pequenas quantidades dos itens (CALLISTER, 2016;
DIETER, 1981).

Figura 7. Exemplo de conformação de um flange em matriz aberta.

Fonte: Chiaverini, 1986.

Os produtos fabricados a partir desse processo produzem ótimas estruturas


de grãos e excelentes características mecânicas para chaves e ferramentas,
virabrequins automotivos, entre outros (CALLISTER, 2016).

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

A compressão indireta é exemplificada pela trefilação de fios e tubos, pela


extrusão e pelo embutimento profundo. É definida como compressão indireta,
porque, apesar de as forças empregadas serem de tração ou compressão, o
comportamento do material com a matriz gera forças notáveis de compressão.

A trefilação, também conhecida como estiramento, é responsável por puxar uma


peça pelo interior de um orifício cônico, com o auxílio de uma força de tração
que é aplicada na face de saída da peça (CALLISTER, 2016). A ferramenta desse
processo, a fieira, acarreta a redução da seção do material metálico.

Geralmente, a trefilação ocorre a frio, favorecendo encruamento do material e


promovendo modificações nas características dele, o que torna o material menos
dúctil, aumentando a resistência mecânica. Segundo Dieter (1981), o material
usado nesse tipo de conformação pode produzir produtos finais como formato
de barra, vergalhões, fios, arames e tubos.

Chavierini (1986), por sua vez, afirma que esse processo é realizado em produtos
com secção muito reduzida, quando comparada ao comprimento, e em tubos.

Figura 8. Bancada de trefilação.

Suporte da matriz Cabeçote de tração

Matriz

Garra

Fonte: Dieter, 1981.

Figura 9. Desenho da seção transversal de uma matriz de trefilação (fieira).

Superfície
de apoio
Ângulo de
entrada

Ângulo de
aproximação

Fonte: Dieter, 1981.

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

O processo de conformação conhecido como extrusão é realizado mediante a


redução da seção transversal de um bloco metálico, que é obrigado a passar sob
alta pressão no orifício de uma matriz, ocorrendo o escoamento. Os produtos
finais desse processo abrangem barras e tubos vazados ou de seções transversais
irregulares e complexas (CALLISTER, 2016; DIETER 1981).

Essa operação, por muitas vezes, é realizada a quente. Isso é necessário devido
às elevadas forças utilizadas na extrusão e, assim, com a aplicação de calor, a
resistência à deformação se torna menor.

Segundo Chiaverini (1986) e Dieter (1981), a extrusão pode ser classificada


basicamente em duas categorias:

» Extrusão direta: o material metálico é posicionado em uma câmara e


compelido no orifício da matriz pelo pistão (êmbolo).

» Extrusão indireta: o pistão possui uma cavidade e está fixado à matriz;


o extremo contrário da câmara é obstruído por uma placa. Nesse tipo
de extrusão, o esforço preciso para a deformação é menor, isso se torna
possível pela ausência de movimento relativo entre as paredes da câmara
e do material metálico. No entanto, esse tipo de operação restringe a cara
utilizada pela configuração geométrica do êmbolo.

A figura 10 ilustra os tipos basilares de extrusão explanados acima.

A operação de conformação mecânica conhecida como estampagem, comumente


é executada a frio e reúne diversas etapas, em que uma chapa plana é sujeita a
modificações geométricas, adquirindo nova forma, que pode ser plana ou oca
(CHIAVERINI, 1986).

Os estampos, ou matrizes, são os dispositivos que assessoram as prensas de


estampagem, responsáveis pela deformação plástica ocasionada. Chiaverini (1986)
atesta que a estampagem é composta, fundamentalmente, de três procedimentos:

» corte;

» dobramento e encurvamento;

» estampagem profunda.

Os dois primeiros passos da estampagem são comumente realizados a frio, já a


estampagem profunda pode ser executada a quente, isso depende da exigência
técnica. É importante ressaltar que esse processo de estampagem ainda pode ser
realizado duas ou mais vezes, de acordo a profundidade requerida. Em situações
mais elementares, apenas uma deformação será eficiente.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

A figura 11 ilustra a matriz empregada na etapa de estampagem profunda.

Figura 10. Tipos basilares de extrusão.

Câmara
Matriz Direção do
Êmbolo movimento
Bloco
Placa de pressão
Barra extrudada

Suporte da matriz Extrusão direta

Barra extrudada Câmara

Bloco Placa de
fechamento

Êmbolo
matriz
Extrusão Indireta

Fonte: Chiaverini, 1986.

Figura 11. Matriz simplificada de estampagem profunda.

Porta-punção B

Punção A

Disco de retenção
Peça
Matriz C

Bucha D
Mola de compressão E

Base F

Fonte: Chiaverini, 1986.

2. Fundição
O processo de fabricação conhecido como fundição consiste em fundir e vazar
um metal em uma cavidade de um molde. Esse molde é um recipiente que possui

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Conceitos introdutórios | UNIDADE I

dimensões e forma estimadas. Diversas peças podem ser fabricadas por meio
desse processo, como parte de motores, turbinas hidráulicas e a gás.

Durante o resfriamento e a solidificação do material, ele apresentará as


características do molde. Esse processo é muitas vezes considerado inicial,
pois viabiliza a produção de lingotes, que serão futuramente conformados
mecanicamente e transformados em produtos finais (CALLISTER, 2016).

A fundição pode ser considerada simplesmente pelos processos de fusão e


solidificação do metal sólido e pela peça quase finalizada. Já em outros processos
tradicionais da produção de peças metálicas, além das etapas citadas previamente,
há uma deformação plástica entre o metal sólido e o produto semiacabado.

A figura 12 mostra um esquema básico de um processo de fundição completo.

Figura 12. Processo completo de fundição.


Pedido
Projeto
Desenho

Modelagem
Modelo/Caixa de macho

Macharia
Preparação de areia/Machos

Moldagem
Preparação de areia/Moldes

Fusão
Preparação de carga metálica/Tratamentos do metal líquido

Vazamento
Preparação de panelas

Desmoldagem
Recuperação/Regeração da areia

Acabamento

Expedição

Fonte: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, 2016.

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UNIDADE I | Conceitos introdutórios

A fundição possibilita a produção de peças de diferentes formas, com uma


mínima restrição de grandeza, formato e complexidade. Além de conseguir com
êxito propriedades mecânicas que resistem às diversas situações de trabalho
(CHIAVERINI, 1986). O passo que determina os diversos tipos de fundição é a
fabricação do molde ou modelagem.

Segundo Chiaverini (1986), a fundição acolhe diversos processos, cada qual


marcado por suas peculiaridades. Portanto, serão ressaltados os mais comumente
utilizados.
Fundição por gravidade

Nesse tipo de procedimento, a ocupação do molde pelo metal é realizada pela


ação da gravidade, sem o uso de qualquer força externa. Esses processos são
realizados em moldes de areia (moldes temporários) ou moldes metálicos (moldes
permanentes) .

A figura 13 apresenta a fundição em molde de areia e metálico, respectivamente.

Figura 13. Exemplo de fundição por gravidade, em molde metálico.

Metade do molde Metal fundido


Bededouro
Corredor Concha

Pino do núcleo

Pino do núcleo
Cavidade
Peça de fundição
Miolo
Metade do molde

Fonte: http://www.sifumg.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cartilha-de-fundicao.pdf.

Fundição sob pressão

Resume-se a preencher o molde, conhecido como matriz, sob pressão. Esse


processo é realizado em moldes metálicos, os quais podem ser utilizados por
diversas vezes. A peça final desse método possui ótima precisão dimensional e
qualidade superficial.

Durante o período de solidificação, a pressão é mantida por mais tempo, até que
ocorra a completa solidificação. Em seguida, a matriz é aberta e a peça retirada,

24
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

ocorre o processo de limpeza e lubrificação, e a matriz é novamente fechada para


o início de um novo ciclo.

O vazamento sob pressão assegura que o preenchimento seja perfeito em


todo o molde, assim como nos canais distribuídos em algumas regiões, que
são responsáveis pelo escape do ar. Esses canais ainda auxiliam no completo
preenchimento do molde, evitando fenômenos durante a solidificação que causem
heterogeneidade do material. A figura 14 exemplifica esse tipo de fundição.

Figura 14. Fundição realizada em câmara quente.

Matriz móvel Cilindro hidráulico


(de ejeção)
Matriz fixa

Cilindro hidráulico
de fechamento Metal fundido

Forno

Altura matriz
(abertura)

Fonte: Chiaverini, 1986.

3. Soldagem
Callister (2016) afirma que a soldagem, de certa forma, pode ser entendida como
um processo de fabricação. Nesse processo, ocorre a união de duas ou mais peças
metálicas de forma a tornar-se uma única peça. O contato e o aquecimento das
superfícies resultam na fusão parcial ou na plasticidade do material. Isso gera
uma difusão na zona soldada, produzindo uma solda resistente e coesa quando
há o resfriamento do material (CHIAVERINI, 1986).

É importante ressaltar que tanto materiais diferentes quanto análogos podem ser
utilizados na técnica de soldagem. Durante a soldagem, há ligação metalúrgica,
existindo o processo de difusão, diferente do que acontece com a união de
materiais com parafusos ou rebites, em que a ligação é mecânica.

Os tipos de soldagem são identificados pela fonte de energia utilizada para


promover o aquecimento e a situação da área superficial de contato dos metais.

25
UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Esse procedimento abrange diferentes setores, exemplificando o da indústria e


construção mecânica e naval, bem como a engenharia civil.

A figura 15 faz menção aos fenômenos que ocorrem em processo de soldagem


de um aço.

Figura 15. Eventos metalúrgicos na soldagem de aço.

Zona de estrutura semelhante


Zona de depósito do metal

Zona sem alteração estrutural


Zona de superaquecimento

Zona de recristalização
Zona de normalização

à do metal original
Zona de fusão
de base

incompleta

Fonte: Chiaverini, 1986.

4. Metalurgia do pó
O processo conhecido como metalurgia do pó é responsável por produzir compostos
metálicos ou não por intermédio da consolidação de pós que são auxiliados por
pressão e calor. Essa técnica de fabricação compacta uma mistura de pós-metálicos
com a ajuda de uma matriz, gerando “peças verdes”, que são aglomerados do
material na forma pretendida (CHIAVERINI, 1986; PEREIRA, 2011).

Conseguinte, o compactado é submetido a temperaturas elevadas, que devem


ser abaixo do ponto de fusão do constituinte predominante. Esse aquecimento
é realizado de forma controlada, assim como o tempo e a atmosfera utilizada
para realizar esse procedimento, nomeado de sinterização (CHIAVERINI, 1986;
PEREIRA, 2011).

A sinterização promove as ligações químicas atômicas entre as partículas. Após


esse processo, podem ser realizadas calibragem, recompactação ou mesmo
infiltração, que são operações responsáveis por melhorar a exatidão dimensional,
o acabamento superficial, a resistência mecânica e a redução de porosidade.

26
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Chiaverini (1986) resume a metalurgia do pó nas seguintes etapas basilares:

» mistura dos pós;

» compactação da mistura por aplicação de pressão com auxílio de uma matriz;

» sinterização: aplicação de calor, consolidando mediante ligações entre as


partículas e oferecendo resistência mecânica ao material compactado.

Esse conjunto de operações produz peças mais densas e praticamente sem


poros. Essa técnica de fabricação pode ser utilizada para produzir buchas e
engrenagens que necessitam de uma precisão dimensional elevada (CALLlSTER,
2016; PEREIRA, 2011).

Essas etapas podem ser visualizadas na figura 16.

Figura 16. Etapas do processo da metalurgia do pó.


Pós metálicos e lubrificantes

Mistura

Compactação

Sinterização
Peça acabada

Essas etapas podem ou não ser seguidas por uma das


seguintes alternativas se necessárias

Calibragem Infiltração Calibragem Calibragem

Sinterização
Sinterização
Calibragem
Peça acabada
Peça acabada

Fonte: Chiaverini, 1986.

27
UNIDADE I | Conceitos introdutórios

5. Usinagem
Usinagem é um processo de fabricação de peças que, por meio da remoção
de material, também conhecido como cavaco, concede forma, dimensão ou
aperfeiçoamento superficial ou conciliar, ambos para um melhor resultado.

O cavaco é retirado pela interferência entre o material e a ferramenta. A ferramenta


de corte é produzida com material que possui dureza e resistência mecânica
elevada, maior que a do material submetido ao processo.

Os processos de usinagem, em sua grande maioria, são efetivados pelo


tensionamento posicionado em área da peça, resultado do movimento entre a
ferramenta e o material. Esses processos geralmente empregam energia mecânica,
no entanto, alguns mais modernos utilizam energia química, elétrica ou térmica
DIETER, 1981).

A usinagem ajusta as diferentes particularidades dimensionais e de formatos


na fabricação de peças que por outros processos são impraticáveis. Assim, é
possível fabricar peças com menor custo.

Chiaverini (1986) definiu as seguintes operações básicas de usinagem:

» Torneamento: utilizado quando se desejam superfícies de revolução, ou seja,


o material tem o movimento de giro em torno do eixo da máquina operatriz,
e a ferramenta de corte é guiada concomitantemente. O torneamento pode
ser retilíneo, cilíndrico, cônico, entre outros.

» Fresamento: essa operação permite obter diversas superfícies por meio da


utilização de ferramentas multicortantes. Ilustrando esse tipo de operação,
é possível citar o fresamento frontal, cilíndrico tangencial, tangencial de
encaixe etc.

» Furação: procedimento responsável por produzir, alargar ou acabar furos.


Nesse caso, a ferramenta gira, enquanto a peça tem movimento retilíneo,
coincidente ou paralelo ao eixo da máquina operatriz. Exemplificando a
furação como: de centro, escalonada, em cheio etc.

» Aplainamento: é realizado por um movimento de translação da ferramenta


ou peça para obter superfícies planas. Pode ser horizontal ou vertical.

» Serramento: realizado com ferramentas multicortantes, esse procedimento


secciona o material. Nesse caso, a peça pode permanecer estática ou
deslocando-se, ao mesmo tempo em que a ferramenta multicortante gira
ou se desloca, ou realiza os dois distintos movimentos. Podemos citar o
serramento circular ou retilíneo.

28
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

» Brochamento: esse tipo de operação é realizado para diferentes tipos de


superfície. A ferramenta multicortante pode ter deslocamento retilíneo,
coincidente ou paralelo ao eixo da peça. Esse deslocamento pode ser realizado
também pela peça. Exemplificando o brochamento interno e externo.

» Roscamento: é necessário quando se desejam obter filetes de rosca.


Um ou mais sulcos, com passo constante, são realizados nas superfícies
cilíndricas ou cônicas de revolução. Essa operação pode ser realizada interna
ou externamente por meio do giro da peça ou ferramenta, enquanto uma
delas se desloca de forma linear, paralela ou inclinada ao eixo rotacional.

» Mandrilamento: esse procedimento é responsável por obter superfícies


de revolução e é realizado com a ajuda de uma ou diversas ferramentas
de corte. O mandrilamento pode ser do tipo: cilíndrico, radial, cônico etc.

» Retificação: o procedimento abrasivo é utilizado para conseguir superfícies


mais lisas, com acabamento fino e precisão dimensional; normalmente é
realizado após outras operações de usinagem. A ferramenta empregada
nesse processo é conhecida comumente como rebolo, gira e desloca com a
peça a ser retificada. Esse processo pode ser: frontal ou tangencial.

Figura 17. Exemplos de operações convencionais de usinagem.

Torneamento Fresamento Furação


Serra circular
Brocha

Aplainamento Serramento Brochamento

Peça
Rebôlo
Superfície periférica
Roscamento Madrilamento Retificação

Fonte: adaptada de Ferrasi, 1977.

29
CAPÍTULO 3
LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS

As estruturas metálicas podem ser distinguidas das demais estruturas por


diferentes fatores. Um dos mais relevantes desses fatores está relacionado
às ligações existentes entre as peças que integram determinada estrutura
(VALECIANI, 1997).

Ligação é uma designação utilizada para todas as particularidades construtivas


que possibilitem a junção de peças estruturais, podendo ser entre si ou com
componentes externos (IBS/CBCA, 2004). A figura 18 expõe alguns exemplos
de ligações estruturais metálicas.

Figura 18. Exemplos de ligações estruturais metálicas.


Tipo de ligação Vista lateral Vista frontal Perspectiva

Viga-Viga

Viga-Coluna
transmitindo
esforço
cortante

Viga coluna
engastada

Ligação em
treliças

Placa de base
para coluna

Emenda de
viga

Fonte: Marcon; Pravia, 2012.

30
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

As ligações possuem, ainda, a finalidade de transmitir os esforços entre os


componentes, e é extremamente importante que esses componentes sejam
compatíveis dimensionalmente, para trabalharem em harmonia e suportarem
solicitações relacionadas às reações da estrutura pela carga de serviço.

De acordo com a ABNT/ NBR 8800:2008 (Projeto de aço e de estruturas mistas


de aço e concreto de edifícios), no item 6.1.1.2, as ligações metálicas resumem-
se em:

» elementos de ligação: enrijecedores, chapas de ligação, cantoneiras e


consolos;

» meios de ligação: soldas, parafusos, barras redondas rosqueadas e pinos.

A norma citada ainda determinada que esses componentes devam ser previamente
dimensionados, de modo que a resistência de cálculo nos estados limites
admissíveis seja superior ou igual às exigências de cálculos, estabelecidas:

(1) Pela análise da estrutura exposta às combinações de cálculo das


ações, conforme o item 4.7 desta norma. (2) Como uma porcentagem
especificada da resistência da barra ligada. Em algumas situações
específicas, o dimensionamento pode também ter como base um
estado limite de serviço. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2008, p. 62.)

IBS/CBCA (2004) explica que os elementos de ligação são o conjunto de todos


os elementos que possibilitam ou favorecem a propagação de esforços, enquanto
os meios de ligação são os componentes que propiciam a união entre peças
estruturais para fomentar a ligação.

1. Classificação das ligações

Barbosa (2006) explana em seu trabalho que, no decorrer de alguns anos,


diferentes parâmetros de classificação das ligações foram adotados. Segundo
a norma americana AISC/ASD (1978 apud BARBOSA, 2006), as ligações são
classificadas em:

» ligações rígidas;

» ligações flexíveis;

» ligações semirrígidas.

31
UNIDADE I | Conceitos introdutórios

As ligações do tipo rígidas são consideradas na teoria como uma união que
bloqueia inteiramente qualquer tipo de rotação entre as peças. Na prática, esse
tipo de ligação é apontado como rígida se pelo menos 90% da capacidade de
rotação é limitada. A deformação que ocorre no nó é insignificante, portanto
não provoca distribuição de momentos nas vias e colunas.

As ligações denominadas como flexíveis são também conhecidas como ligações


simples, rotuladas ou articuladas. Não há ocorrência de restrição à rotação.
Elas são produzidas com o objetivo de conceder a maior rotabilidade praticável
e deverão possuir particularidades que favoreçam à rotação com o número de
restrições.

As ligações semirrígidas são aquelas em que as uniões que possuem rotação relativa
entre os componentes oscilam de 20 a 90% da rotação possível caso a ligação seja
do tipo flexível. Nesse tipo de ligação, a rotação da união influencia na divisão de
esforços por meio da estrutura, por isso é importante que o profissional projetista
domine a relação momento-rotação da ligação e que integre na investigação
estrutural.

A figura 19 apresenta as ligações rígida e flexível, respectivamente.

Figura 19. Tipos de ligação.

(a) Ligação rígida (b) Ligação flexível


Fonte: Marcon; Pravia, 2012.

A figura 20 demonstra um diagrama Momento/Rotação para as ligações citadas


anteriormente.

32
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Figura 20. Diagrama Momento/Rotação das ligações.

MOMENTO NAS
EXTREMIDADES

LIGAÇÃO RÍGIDA
WL2/12

>0,9WL2/12
LIGAÇÃO SEMIRRÍGIDA

M=WL2/12-2EIØ/L

LIGAÇÃO FLEXÍVEL
<0,2WL /12
2

WL3/24EI ROTAÇÕES NAS


EXTREMIDADES

Fonte: IBS/CBCA, 2004; Marcon; Pravia, 2012.

A capacidade de evitar a rotação relativa dos componentes de uma ligação influencia


de maneira considerável no retorno da estrutura aos esforços submetidos. O grau
de rigidez da ligação deve estar devidamente apontado no projeto de estudo da
análise estrutural.

Essas ligações ainda precisam ser corretamente dimensionadas e projetadas,


para que a estrutura consiga admitir os esforços de deslocamento e rotações, de
acordo com o esperado. Assim, as ligações devem sempre ser projetadas segundo
as proposições encontradas para os nós das barras no estudo da estrutura.

O Instituto do Aço do Brasil/CBA, além da categoria de rigidez, classifica quanto


ao esforço solicitante e às posições relativas desse esforço. Assim, é possível
citar basicamente as seguintes ligações, como exemplos mostrados na figura 21:

» cisalhamento centrado;

» cisalhamento excêntrico;

» tração ou compressão;

» tração ou compressão com cisalhamento.

33
UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Figura 21. Algumas ligações estruturais.

Compressão na Cisalhamento nos Tração na Cisalhamento na


solda parafusos solda solda

(a) Cisalhamento centrado

Cisalhamento no
Cisalhamento na
parafuso devido à
Flexão na solda devido à
torção
chapa torção

Cisalhamento no
parafuso devido à
Cisalhamento na solda
força
(b) Cisalhamento excêntrico
devido à força

Tração nos parafusos


Tração nos parafusos
Cisalhamento na solda
Tração na solda

Tração na chapa
Cisalhamento nos parafusos
(c) Tração centrada (d) Tração com cisalhamento

Fonte: Instituto do aço/CBA, 2017.

O meio de ligação selecionado está relacionado com as particularidades do


projeto. No entanto, os meios mais utilizados são os parafusos e a solda.

34
Conceitos introdutórios | UNIDADE I

Um meio bastante empregado até a década de 1960 foi o rebite, porém houve
um decaimento na sua utilização em consequência de sua baixa resistência
mecânica, exigência de trabalho especializado e entraves nas etapas de inspeção
e controle (PEIXOTO, 2012).

A figura 22 demonstra como é o processo de instalação do rebite e como ele se


comportaria em uma estrutura:

» instalação do rebite no furo com temperatura de aproximadamente 100 °C;

» constituição da cabeça pela operação de martelamento e sustento da


cabeça que foi previamente formada;

» resfriamento do rebite, promovendo a compressão das chapas;

» rebite que está sendo esforçado pelo corte.

Figura 22. Representação do rebite durante o processo de instalação.

(a) (b) (c) (d)


Fonte: Pfeil; Pfeil, 2009.

IBS/CBCA (2004) classifica as ligações, quanto ao meio de ligação, como soldadas


e/ou aparafusadas, no entanto, geralmente os cálculos da ligação estão nas classes
de parafusos ou procedimentos de solda. Essa instituição afirma, adicionalmente,
que cada meio de ligação citado anteriormente suporta esforços diferentes:

» Os parafusos: tração e/ou cisalhamento.

» As soldas: tensões de tração, compressão e/ou cisalhamento.

Esses meios de ligação devem resistir a diferentes esforços. Enquanto os


parafusos suportam as forças de tração, cisalhamento ou combinação de ambas,
as soldas precisam suportar forças de tração, compressão, cisalhamento ou forças
tangenciais e normais, simultaneamente.

A figura 23 apresenta os esforços suportados por parafusos e soldas.

35
UNIDADE I | Conceitos introdutórios

Figura 23. Representação dos esforços suportados por parafusos e soldas.

(a) Tração nos parafusos

(b) Cisalhamento nos parafusos


Solicitação de tração ou
compressão na solda Solicitação de
cisalhamento na solda

(c) Tração ou compressão na solda (d) Cisalhamento na solda

Fonte: IBS/CBCA, 2004.

As ligações soldadas e parafusadas são mais econômicas quando existem situações


que precisam conter os momentos. Essas ligações são vantajosas na facilidade e
segurança na soldagem de peças, no entanto é necessário ter cautela na fabricação
dos componentes, pois serão soldados e parafusados.

As ligações mistas sofrem interferência da rigidez dos diversos tipos de ligação.


Essas ligações também devem ser projetadas para as soldas ou parafusos resistirem
aos carregamentos, mesmo utilizando a combinação de ambos.

36
REFERÊNCIAS

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Tompson, 1998.

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