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Colegio imperatriz Leopoldina

Zione Ha, Mariana Baraldi, Mariana Wenzel

RESQUÍCIOS DE CLARA
(Resenha crítica sobre o diário de Clara Schwarz,
do livro Vozes Roubadas)

São Paulo
2021

RESQUÍCIOS DE
CLARA
VOZES ROUBADAS

Clara Schwarz
RESENHA CRÍTICA

O
livro Vozes Roubadas tem esse nome, pois esses diários
de guerra são formas de expressão dos autores que
haviam testemunhado marcos históricos, já que não
podiam se manifestar de outro jeito, escrever foi um
costume usado para se esconder da realidade na qual viviam.
Deixando assim, os relatos mais vívidos, transmitindo a natureza
do conflito, de maneira real e muito imediata. Oferecendo àqueles
que estão lendo, uma experiência mais ligada à realidade vivida
pelos autores, fazendo com que pareça que estamos juntos ao
escritor.
Inicialmente, o livro foi criado por Zlata Filipovic e Melanie
Challenger - também participantes da guerra -, com o objetivo de
deixar o conceito da guerra, algo menos misterioso e mais
acessível. Tudo isso para buscar e encontrar a paz no mundo,
mesmo sendo difícil de mantê-la ou ao menos dar o primeiro
passo de achá-la.
A vontade de se expressar era tão grande, quanto o número
de contratempos no Holocausto, em 1942 a 1944, na Polônia.
Causando o registro constante de narrações. Porém, ao longo do
tempo, os relatos tornam-se mais curtos (ou seja, mais
espaçados) e secos, refletindo na mudança de comportamento e
no psicológico de Clara. Mostrando o processo de
desumanização na guerra. Mas, com furor e determinação, não
há interrupção da escrita, principalmente por causa do
pensamento de que tudo o que ela esta passando, não seja inútil,
e tenha um propósito futuro - “Quem pode saber se todo este
sofrimento não será inútil?” -, sendo assim, de grande importância
histórica e social, já que mostra-se a perspectiva autêntica de um
civil em meio ao combate.
Precipuamente, um dos momentos mais difíceis de Clara,
foram as condições precárias que ela passou escondida dentro
de um bunker. As condições no subterrâneo eram mesmo
deploráveis. Nos dias terrivelmente quentes, todos ficavam
praticamente nus e suavam demais. A pessoas tinham um

pequeno trapo para limpar a transpiração e um pedaço de


papelão que faziam de leque. As mulheres usavam apenas os
vestidos sem roupa de baixo e os homens vestiam apenas
cuecas. E quando fazia frio, as circunstâncias também eram
complicadas. Agora, era necessário lavar as roupas, mas não
usava-se de muita água. Precisava-se economiza-la. Arranjar
mantimentos eram quase inacessíveis – “Não tivemos eletricidade
até as quatro horas. Não cozinhamos, ficamos dormindo.” –, mas
também, houve dias de esperança, como quando acham uma
jaqueta do pai de Clara, tendo assim uma chance de vendê-la e
arranjar dinheiro.
Apesar de muito sofrimento, Clara consegue reconquistar a
sua vida roubada e recupera sua voz. Podendo assim,
reencontrar o amor perdido, e vive uma vida feliz ao lado de seu
marido (casaram-se num campo de refugiados na Áustria em
1949), seus dois filhos e netos.

CLARA KRAMER SCHWARZ


- Falecida em setembro 11, 2018

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