DOCENTE: ANDREA DE MORAIS COSTA BUHLER DISCENTES: DARLIANE FERNANDES; THIAGO FILHO COMPONENTE CURRICULAR: TCL II CURSO: LETRAS – INGLÊS TURMA: B-02 TURNO: VESPERTINO
Análise literária do conto “O espelho: Esboço de uma nova teoria da alma humana”, de Machado de Assis.
O seguinte trabalho tem a finalidade de trazer uma análise do conto “O Espelho” de
autoria de Machado de Assis. Este conto foi originalmente lançado no jornal Gazeta de notícias e no livro Papéis avulsos, no dia 8 de setembro de 1882. Para que seja viável essa análise, será utilizada a obra da professora e pesquisadora Cândida Vilares Gancho, intitulada Como analisar narrativas(2002), como base teórica. Partindo para a análise do conto, torna-se imprescindível iniciar pelo enredo do mesmo. Trata-se de um personagem chamado Jacobina que tem uma experiência impactante ao se deparar com sua imagem no espelho. Na exposição, Jacobina compartilha sua teoria da existência de duas almas no ser humano: uma interior e a outra exterior. Já o conflito ocorre quando o personagem está sozinho em casa após a fuga dos escravos, e ele passa por uma crise. Temos isso como uma complicação, que para Vilares “é a parte do enredo na qual se desenvolve o conflito” (VILARES, 2002, p.11) Em decorrência desse conflito, inicia-se o clímax quando Jacobina confronta sua própria imagem refletida no espelho, questionando sua vida e identidade: “O próprio vidro parecia conjurador com o resto do universo; não me estampou a figura nítida e inteira, mas vaga e difusa” (ASSIS, 2004, p. 5). Para Vilares, o clímax “é o momento culminante da história, isto quer dizer que é o momento de maior tensão, no qual o conflito chega a seu ponto máximo. O clímax é o ponto de referência para as outras partes do enredo, que existem em função dele.”(Vilares, 2002, p.11). Jacobina é considerado um personagem redondo, o que é definido por Vilares(2002) como personagens mais complexos. Na obra, o autor descreve as seguintes características sobre o personagem e as compara com os outros presentes: “Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros entre quarenta e cinquenta anos, era capitalista, inteligente, não sem intrusão, e do que parece, astuto e cáustico”. (ASSIS, 2004, p. 2). Seu psicológico é bastante abordado no conto, ganhando destaque como um dos temas principais, explorando temas como a fragmentação da identidade. A narrativa explora o recurso do tempo psicológico, o qual é descrito da seguinte forma por Vilares:
É o nome que se dá ao tempo que transcorre numa ordem determinada pelo
desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens, isto é, altera a ordem natural dos acontecimentos. Está, portanto, ligado ao enredo não-linear (no qual os acontecimentos estão fora da ordem natural).(VILARES, 2002, p.21).
Isto ocorre quando o protagonista conta seu relato em flashback, e em momentos da
história volta ao tempo presente em que está narrando a história. Vilares define o espaço como o lugar onde se passa o conto. O que neste caso se passa em primeiro momento em uma pequena sala de uma casa no Morro de Santa Teresa, onde os cavalheiros conversavam, porém durante o flashback parte para uma propriedade rural onde reside a personagem tia Marcolina. O ambiente que tem a função de indicar certas características através do espaço e do tempo, como explica Vilares(2002). Na narrativa é marcado por elementos de que caracterizam um país monarquista e escravista. O narrador se mescla entre narrador observador(terceira pessoa), que como explica Vilares(2002), é o narrador que se encontra fora dos fatos que estão sendo narrados no momento. Como quando é descrita a conversa e o ambiente em que se encontram os cavalheiros; e o narrador personagem(primeira pessoa), quando o protagonista conta sua história. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VILARES, C. G. Como analisar narrativas. Disponível em: <