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Era uma noite como outra qualquer, lá estava eu sentada na calçada

conversando com mamãe sobre Léo, quando de repente uma figura nojenta
pulou sobre nós. Uma rã saltou sob minhas pernas e eu gritei assustada,
então papai veio me acudir e tirou o animal horripilante de cima de mim,
fui dormir horrorizada com essa situação. O sol emanava uma luz
incandescente nesta manhã de segunda, minha cama tão macia quanto
algodão fazia com que eu me sentisse no paraíso, não queria de forma
alguma me levantar, mas a voz assustada de mamãe fez com que eu me
levantasse as pressas:
- UMA RÃ! UMA RÃ! UMA RÃ!
Num movimento rápido pulei para longe da cama e para perto de mamãe,
que estava mais alta do que de costume está manhã. Ela me olhava
horrorizada, como se eu fosse um monstro, foi então que eu notei que
minha pele estava gosmenta, e com uma cor fora do normal, estava também
muito abaixo da minha altura real. Fiquei amedrontada, e para piorar a
situação Léo chegou com uma vassoura me chutando para fora de casa. Eu
corri, ou melhor, eu pulei como nunca em toda a minha vida, quando já
estava longe o bastante para estar segura avistei uma poça de água, e
cometi o erro de olhar o meu reflexo... Para minha surpresa no lugar onde
ficava meus lindos olhos verdes estavam olhos arregalados grotescos, no
lugar da minha pele perfeita com um leve toque de bronze estava uma pela
úmida e nojenta. Não sabia como, nem porquê, a única coisa que sabia era
que havia me tornado uma rã, dentre todos os animais do mundo eu me
tornei uma rã, um animalzinho nojento e gosmento. Ugh, estava com nojo
de mim mesma. Não conseguia nem me olhar, sem sentir náuseas, e como
se o dia já não estivesse ruim, um cururu feio e ridículo pulou sob mim e
fez coisas que não sou capaz de descrever. Estava angustiada, assustada,
horrorizada e perplexa com esse dia, em apenas algumas horas me tornei o
animal que mais sentia nojo, minha mãe ficou com medo de mim, meu
irmão me expulsou de casa a vassouradas e fui assediada por um cururu
horripilante. Não tinha como ficar pior, sem família, sem casa, sem
dignidade, e ainda por cima com fome, foi então que escutei um barulhinho
agoniante... Uma mosca, tentei ir contra minhas vontades, mas era
impossível, e então a comi, e o que mais me deixa indignada foi que eu
gostei. Depois dessa cena eu aos poucos fui me afastando do lugar onde
estava, porém eu não estava andando, ou melhor saltitando, fui puxada para
longe daquele mundinho. Para minha surpresa ao meu redor estava meu
quarto, do jeitinho que me lembrava, meu corpo havia voltado ao normal,
pulei e gritei de alegria, ainda bem que tudo não havia passado de um
pesadelo estranho.

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