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QUANTIDADE DE RESÍDUOS DE CONTRUÇÃO NA OBRA DE

UMA HABITAÇÃO DE LSF COMPARADA COM UMA EM


ALVENARIA CONVENCIONAL
QUANTITY OF CONSTRUCTION WASTE IN THE WORK OF A LSF
DWELLING COMPARED WITH ONE BUILT IN CONVENTIONAL MASONRY

Bárbara Holzmann Mass1

Sergio Fernando Tavares2

Resumo: A construção civil é uma atividade considerada grande geradora de impactos


ambientais devido a fatores como: elevado consumo de recursos naturais, poluição ambiental,
grande consumo de energia, alto índice de perdas e desperdícios, e geração de resíduos. No
Brasil, ela é, em sua maioria, baseada em técnicas construtivas consideradas tradicionais e
que acarretam grande consumo de matéria-prima e elevados índices de perdas. Um exemplo é
a alvenaria de tijolos convencional que, apesar de muito utilizada, se prova ineficiente do ponto
de vista ambiental, devendo ser substituída por outras tecnologias mais eficientes. A literatura
técnica, neste sentido, aponta o Light Steel Framing (LSF) como uma alternativa para esta
situação. Assim, esta pesquisa objetiva estimar a quantidade de resíduos de construção civil
(RCC) gerados na construção de uma edificação padrão concebida em LSF em comparação
com uma em alvenaria convencional. Para tal, foi concebido um experimento de campo a partir
do acompanhamento da obra de uma edificação residencial de pequeno porte construída em
LSF no município de Ponta Grossa/PR, e sobre a qual foi simulada a mesma construção em
alvenaria convencional, utilizando-se dados da literatura técnica. O acompanhamento da obra
original em LSF indica um total de materiais adquiridos de 42,64 t contra 114,23 t da simulação
em alvenaria convencional. Além disso, as quantidades de resíduos geradas foram de 5,51 t
(0,095 t/m²) e 35,84 t (0,616 t/m²), respectivamente. Os resultados mostram que a edificação
construída em LSF, além de ser muito mais leve, gera uma quantidade de resíduos muito
menor e possui menos da metade do índice de perdas do que a mesma se construída em
alvenaria convencional, indicando claros atributos de sustentabilidade.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Resíduos de construção civil. Light Steel Framing. Alvenaria


convencional.

Abstract: Civil construction is an activity that generates environmental impacts due to factors
as: high consumption of natural resources, environmental pollution, elevated energy
consumption, high level of losses and waste generation. In Brazil, it is usually based on
techniques considered traditional which entails a high consumption of raw materials and
elevated rates of losses. An example is conventional masonry which, although widely used,
proves to be environmentally inefficient and needs to be replaced by other more efficient
technologies. The technical literature, in this sense, points out the Light Steel Framing (LSF) as
an alternative to this situation. Therefore, this research aims to estimate the amount of
construction waste generated in the construction of a standard LSF building compared to one in
conventional masonry. For this, a field experiment was designed from the follow-up of the
construction of a small LSF residential building in Ponta Grossa/PR, and on which the same

1
Arquiteta e Urbanista, Mestranda em Engenharia de Construção Civil, Universidade Federal
do Paraná (UFPR), barbarahmass@gmail.com.
2
Arquiteto, Doutor em Engenharia Civil, UFPR, sergioftavares@gmail.com.

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construction was simulated in conventional masonry, using data from technical literature. The
follow-up of the original LSF construction indicates a total of 42.64t of purchased materials
against 114.23t from the masonry simulation. Besides, the generated waste amounts were of
5,51t (0.095t/sqm) and 35.84t (0.616t/sqm), respectively. The results show that the dwelling
built in LSF, besides being much lighter, generates a much smaller amount of construction
waste and has half the loss index when compared with the same one built in conventional
masonry, revealing clear attributes of sustainability.

Keywords: Sustainability. Construction waste. Light Steel Framing. Conventional Masonry.

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1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é grande geradora de impactos negativos


ao meio ambiente, sendo ela responsável por um elevado consumo de
recursos naturais, como água, matérias-primas e energia, utilizando até 60%
dos materiais brutos extraídos da terra, segundo Lachimpadi et al. (2012). Além
disso, devido ao seu tamanho e a ineficiência de alguns de seus processos, ela
possui elevados índices de perdas e desperdícios, tornando-se grande
geradora de resíduos. De acordo com Azevedo et al. (2006), esses índices
podem variar entre 20 e 30% da massa total de materiais. Isto porque, no
Brasil, a construção de edificações, em especial as residenciais, é baseada, em
sua maioria, em processos produtivos artesanais, com grande utilização da
técnica da alvenaria de tijolos cerâmicos tradicional. Nela há elevado consumo
de matéria-prima, alarmantes índices de perdas e desperdícios, e consequente
grande geração de resíduos de construção civil (RCC), refletindo a ineficiência
do uso racional dos materiais e a falta de planejamento de obra.
Na tentativa de mitigar a situação atual e reduzir a geração de resíduos,
outras técnicas construtivas são buscadas como alternativas. Por ser
considerada uma construção racionalizada, industrializada e enxuta, o light
steel framing (LSF) pode ser uma delas. Ele consiste em uma técnica
construtiva formada por uma estrutura de painéis de perfis de aço galvanizado
revestidos com placas parafusadas em seus dois lados e infraestruturas
(elétrica, água e esgoto) embutidas. Desta forma, a construção em LSF é
baseada principalmente em processos de montagem, não tanto em atividades
de conversão, reduzindo as perdas e, consequentemente, a geração de
resíduos.
É neste contexto que esta pesquisa se insere, tendo como objetivo
estimar a quantidade de RCC gerados na fase de construção de uma
edificação padrão concebida em LSF em comparação com uma em alvenaria
convencional.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com Corte et al. (2015), em 2013, houve um aumento de


4,6% na quantidade de RCC lançados em vias públicas que foram coletados
nos municípios brasileiros, ou seja, mais de 117 mil toneladas coletadas por
dia. Já Souza et al. (2004) afirmam que, além da geração de RCC causar
diversos impactos negativos para o meio ambiente, desperdiçar materiais (na
forma de resíduos ou sob outra natureza) é desperdiçar recursos naturais,
trazendo a construção como centro das discussões sobre desenvolvimento
sustentável.

Na construção civil brasileira, de acordo com Santiago e Araújo (2008),


há predominância do uso de processos essencialmente artesanais, com baixa
produtividade e muito desperdício, como a alvenaria convencional. Machado et
al. (2010) afirmam que não há caráter homogêneo e seriado de produção.
Segundo eles, depende-se em grande escala de um trabalho intensivo no
canteiro de obras, com moldagem no local e utilização de argamassas. Além
disso, pelo processo de assentamento ser manual e artesanal, há espaço para
improvisações em obra.
Para Santos e Farias Filho (1998), como a construção é considerada
uma série de processos e subprocessos que convertem materiais e mão de
obra em produtos acabados, o aprimoramento progressivo destes processos
pode proporcionar maior eficiência. Para isso, deve-se tentar aplicar novos
conceitos e processos, havendo uma mudança na logística de canteiro. Além
do aperfeiçoamento das técnicas construtivas tradicionais, mudanças
tecnológicas também podem proporcionar melhorias. Por exemplo, ao se
utilizar uma tecnologia limpa e enxuta, o uso de recursos naturais e o
desperdício de materiais podem ser gerenciados desde o começo do processo
de projeto e construção.
Tam et al. (2005) e Wang et al. (2015) afirmam que a utilização de
elementos pré-fabricados e a implementação de projetos modulares pode ser
uma tática efetiva para minimizar a geração de RCC. Outros benefícios da pré-
fabricação citados por Tam et al. (2005) são: diminuição do tempo de obra,
melhora da qualidade dos produtos fabricados fora do canteiro, melhora na

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segurança do canteiro (local mais limpo e arrumado), e, consequentemente,
minimização dos RCC gerados.
Em seu artigo, Alves (2015) afirma que, além dos impactos ambientais
gerados pelo setor, outras fragilidades são percebidas na construção
convencional, como: nível de controle de processos e da execução de obras;
baixa qualificação dos operários; verificação de patologias construtivas; longos
prazos de construção; entre outras. Para a autora, a construção civil deveria
industrializar seus processos, mudando o paradigma de “construção” para
“montagem”. Desta forma, ela faz um levantamento comparativo entre o
sistema de alvenaria convencional e os sistemas construtivos a seco (LSF e
WF – wood frame) objetivando descobrir qual é o mais vantajoso para o
mercado. Segundo Alves (2015), os sistemas a seco reduzem o número de
insumos pela simplificação e redução da quantidade de etapas executivas,
sendo estas bem sistematizadas e melhor controladas. Isto ocorre pela
necessidade de projeto mais detalhado, o qual prevê e corrige possíveis
incompatibilidades, antecipando soluções para fabricação e montagem dos
elementos e permitindo a redução de 85% na geração de resíduos. Além disso,
a padronização e modulação dos insumos proporcionam alta produtividade de
baixo desperdício.
Vivan et al. (2013) seguem a mesma linha de Alves (2015) quando
afirmam que o LSF é um sistema industrializado que utiliza materiais “secos”,
como perfis de aço galvanizado, placas de gesso acartonado e OSB (Oriented
Strand Board – Painel de Tiras de Madeira Orientadas), lãs de isolamento
termoacústico, entre outros. Eles afirmam que este sistema apresenta alto nível
de pré-fabricação, planejamento preciso e montagens simples, sendo a
construção de edificações em LSF baseada essencialmente em atividades de
montagem de componentes (havendo menos de conversão/fluxo). Segundo
Vivan e Paliari (2012) e Gomes et al. (2013), isto agrega maior valor ao produto
final e proporciona melhor eficácia no uso de materiais.
Já de acordo com Lawson (2014), um projeto da BRE Smartlife de 2008
comparou a produtividade do canteiro e a geração de resíduos de construções
em tijolos e blocos, LSF, painéis de madeira e concreto com isolante térmico
para três empreendimentos habitacionais em Cambridge, produzindo 106

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casas no total. O LSF foi a técnica de construção mais rápida, com a maior
produtividade por pessoa e menor geração de resíduos quando comparada em
custo à construção convencional. Os benefícios registrados foram: redução de
50% do tempo para completar o envelope, aumento de 25% na produtividade
por pessoa e redução de 25% nos resíduos.
Segundo WRAP (2016), devido ao nível de precisão no projeto e
manufatura de painéis de LSF, as estruturas entregues não necessitam de
modificações ou ajustes durante o processo de ereção. Uma vez no canteiro,
apenas um número limitado de materiais são necessários para completar a
estrutura (como parafusos e outros elementos de fixação) e, devido à precisão
do projeto, este material adicional é entregue em quantidades controladas para
evitar desperdícios e resíduos desnecessários. Devido ao controle dos
processos, o resíduo diretamente associado à construção é limitado e
representa uma pequena porção do RCC que seria gerado para um serviço
equivalente em canteiros de obra mais tradicionalistas. O programa identificou
que o uso de LSF, quando comparado à construção tradicional e dependendo
da extensão da pré-fabricação em indústria, reduz entre 40 e 70% os resíduos
nos canteiros de obra.
Já no Brasil, Gomes et al. (2013), buscando provas para a mesma
afirmação, em parceria com a USP (Universidade de São Paulo),
desenvolveram e construíram um protótipo de moradia popular de LSF com
painéis montados no canteiro na cidade de São Carlos/SP. Ao final da
pesquisa, observaram que o sistema possibilitou a redução de desperdícios em
obra para menos de 5%.
Assim, percebe-se que o LSF é, em diferentes níveis, um método
construtivo industrializado e pré-fabricado. Segundo a literatura, aliadas a um
detalhado projeto executivo e planejamento de obra, estas duas características
contribuem significativamente para a redução dos desperdícios e geração de
RCC, além de proporcionar maior organização e limpeza do canteiro.

Segundo Perez et al. (2016), apesar do esforço da comunidade


acadêmica em estudar as perdas, comparado a outros temas, a quantidade de
estudos que focam nas perdas da construção civil é relativamente pequeno.
Além disso, muitos são os estudos que apresentam as vantagens da
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construção em LSF, inclusive citando a redução da geração de RCC, porém
faltam estudos que tratem diretamente da quantidade de resíduos gerada em
obras desta técnica. Desta forma, esta pesquisa busca verificar o quão mais
vantajosa poderia ser a utilização do LSF, quando comparado à alvenaria
convencional, em relação à quantidade de resíduos gerados.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta pesquisa, foi desenvolvido um estudo de caso prático e uma


simulação com base em dados da literatura técnica. Para o LSF, foi feito o
estudo de caso a partir do acompanhamento da obra de uma edificação
residencial de pequeno porte construída no município de Ponta Grossa/PR. Já
para a alvenaria convencional, devido ao tempo de duração da obra, foi
realizada a simulação da sua construção, utilizando-se o mesmo projeto
executado em LSF.
Fazendo-se a delimitação do objeto de pesquisa, os aspectos a serem
estudados nas construções foram: fundações e estrutura, paredes/painéis de
vedação e cobertura. Alguns componentes e instalações foram excluídos deste
estudo devido à similaridade nas duas técnicas construtivas, como esquadrias,
instalações de elétrica, água e esgoto, além dos revestimentos das
paredes/painéis (pisos, azulejos e pintura). Além disso, devido à
impossibilidade prática de análise de todos os insumos utilizados em uma
construção as quantidades levantadas neste trabalho foram aquelas referentes
aos materiais-chave utilizados em cada técnica construtiva e escolhidos pelos
autores por possuírem maior representatividade em massa.
No caso do LSF, são eles: (i) fundação e laje de piso: lastro de brita,
fôrmas de madeira serrada, armadura de aço e concreto (cimento, areia e
brita); (ii) painéis de vedação: perfil de aço galvanizado, revestimento interno
(OSB e gesso acartonado), revestimento externo (SmartSide Panel H) e
isolamento com lã de vidro; (iii) cobertura: perfil de aço galvanizado,
subcobertura em OSB e telhas shingle. Já para alvenaria, tem-se: (i) fundação,
estrutura e laje de piso: fôrmas de madeira (chapa de compensado e madeira
serrada), armadura de aço e concreto; (ii) paredes de vedação: (ii.1) alvenaria

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de tijolo cerâmico e argamassa de assentamento (cimento e areia) e (ii.2)
argamassas de revestimento: chapisco (cimento e areia), emboço (cimento e
areia) e reboco (areia e cal hidratada); (iii) cobertura: tesouras de madeira
serrada e telhas de fibrocimento.
A seleção do caso a ser estudado se deu a partir de critérios básicos de
projeto (uso habitacional, pequeno porte, construção em LSF), além da análise
do cronograma de construção para verificação da disponibilidade de
acompanhamento da obra do início ao fim. Neste caso, a obra escolhida foi a
residência do caseiro de uma fazenda na área rural de Ponta Grossa/PR, com
58,15 m² de área construída interna, conforme projeto na Figura 1. A
construção da edificação foi feita pela empresa Smart Sistemas Construtivos,
sendo iniciada em maio/2016 e concluída em agosto/2016, incluindo as etapas
de campo e de produção dos painéis no galpão da empresa.

Figura 1 - Planta baixa da residência em LSF

Fonte: Smart Sistemas Construtivos

A construção da residência de LSF se deu, inicialmente, em duas frentes


de trabalho diferentes: a produção sob medida dos perfis e montagem dos
painéis em fábrica, e a execução da fundação no canteiro de obras.
A montagem em fábrica foi escolhida por permitir um maior controle dos
processos e garantir um menor índice de desperdício de insumos.

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Em junho de 2016, já com todos os materiais necessários e
detalhamentos de projetos separados, deu-se início à montagem dos painéis
em fábrica. Para os painéis de vedação, as etapas foram: montagem dos
quadros de aço galvanizado (conforme Figura 2a); fechamento externo, com
membrana hidrófuga e chapas de Panel H da LP SmartSide parafusadas
(Figura 2b); encaixe, no interior dos painéis, das mantas de lã de vidro para
isolamento termoacústico; inserção das tubulações e instalações de elétrica,
água e esgoto no miolo dos painéis; e corte das chapas internas de OSB
(quando da necessidade de reforço em paredes com armários) e gesso
acartonado nos tamanhos necessários; instalação quase completa destas
chapas nos painéis, restando apenas algumas lacunas para permitir melhor
fixação dos módulos na fundação (Fig. 2c). Já para os painéis da cobertura,
foram montados os quadros de aço e parafusada a subcobertura de chapas de
OSB.
A seguir, as Figuras 2a, 2b e 2c ilustram estes processos. Após estas
etapas, foi realizada uma montagem teste da residência dentro da fábrica,
havendo ligação dos painéis e instalação das esquadrias.

Figura 2 – Montagem dos painéis em fábrica: (a) Quadros de aço galvanizado, (b) Fechamento
externo com membrana hidrófuga e Panel H e (c) Fechamento interno em gesso acartonado
com isolamento termoacústico.

Fonte: os autores.

Neste mesmo momento, a execução da fundação em radier, na segunda


frente de trabalho, foi iniciada, passando por: delimitação do perímetro com

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montagem das fôrmas de madeira; espalhamento de lastro de brita e camada
de lona; montagem das armaduras; e concretagem, conforme Figuras 3a e 3b .
No final do mês de agosto, as duas frentes de trabalho se tornaram uma só,
sendo os painéis transportados em caminhão da fábrica até a fazenda. Lá
foram montados e finalizados conforme orientações de projeto (Figuras 4a e
4b). As lacunas de chapas faltantes e as telhas shingle foram instaladas já no
local da obra.

Figura 3 – Execução da fundação em radier: (a) Concretagem, sobre lastro de brita e lona,
dentro do perímetro das fôrmas de madeira; (b) Radier já concluído.

Fonte: Smart Sistemas Construtivos

Figura 4 – Transporte e montagem no local: (a) Chegada do caminhão com os painéis; (b)
Montagem da residência.

Fonte: Smart Sistemas Construtivos

A empresa responsável pela execução da obra forneceu um quantitativo


de todos os materiais adquiridos para a construção da residência em questão,
sendo selecionados aqueles relevantes a este estudo. Quanto aos resíduos, o
método de quantificação utilizado foi de medição dos pedaços e/ou volumes
desperdiçados com trena. A partir disso, foi feita a conversão das quantidades

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através da utilização da densidade de cada material, calculando-se a massa de
resíduos, em quilogramas (kg).
Como já mencionado, a quantificação dos materiais e resíduos da obra
em alvenaria convencional ocorreu com base em literatura e produções
técnicas sobre o tema, havendo diversas pesquisas sobre o assunto devido a
sua extensa utilização no Brasil. Desta forma, utilizando-se o projeto da
residência em LSF como base, considerou-se sua execução em alvenaria de
tijolos cerâmicos de 6 furos, sendo feito o dimensionamento das partes da
edificação e quantificação dos materiais necessários e respectivos resíduos
gerados.
Em relação à superestrutura, paredes de vedação, revestimentos
básicos e cobertura, a composição de matérias-primas foi feita com base na
TCPO (2010). Já a estrutura de concreto armado, teve sua composição
definida com base em dois documentos. Na determinação das armaduras e
fôrmas, foram utilizados índices de consumo inferidos por Souza (2003), que
determina valores médios de aço e fôrmas em vigas baldrame, pilares e vigas a
partir do volume de concreto. Para as lajes, utilizaram-se os índices de aço e
fôrmas contidos na TCPO (2010).
A partir disso, as quantidades teóricas necessárias de materiais foram
obtidas e as perdas por entulho ocorridas puderam ser calculadas. As
porcentagens de perdas por entulho utilizadas foram extraídas de pesquisas e
fontes de dados confiáveis. Dentre elas, podem-se citar: (i) a TCPO (2010), que
apresenta valores de consumos e perdas para alguns materiais; (ii) a pesquisa
de Agopyan et al (1998), com abrangência nacional, sobre as perdas e
desperdícios na construção; e (iii) a tese de Tavares (2006), que contém alguns
valores de desperdícios utilizados para seus cálculos de energia e CO2
embutidos, sendo feito o cálculo das medianas a partir de valores extraídos da
mesma pesquisa de Agopyan (1998). Os índices de perda por entulho dos
materiais foram filtrados conforme relevância das fontes de dados: no caso de
materiais em que a TCPO (2010) e Agopyan et al. (1998) apresentam índices
diferentes considerando mesmos condicionantes, foi feita uma média aritmética
simples das perdas. Já quando a fonte considera aspectos mais específicos à

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produção e/ou aplicação de determinado material, esta foi a perda considerada,
não sendo calculada a média entre os valores.
Foram considerados dois tipos de perdas por entulho: (i) de material,
que é a perda de matéria-prima que ocorre até a fase de mistura para formação
de novo produto (exemplo: perda de brita até que ela seja misturada para
formação do concreto); e (ii) de produto, que é a perda que ocorre quando do
manuseio e aplicação do produto final (exemplo: perda de argamassa de
assentamento por endurecimento, má aplicação, queda no chão, etc). Estas
duas perdas parciais foram somadas, chegando-se à quantidade final de
perdas por entulho. Vale ressaltar que não foram consideradas perdas
incorporadas à edificação, apenas a parcela referente aos resíduos.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Aplicando-se a metodologia anteriormente descrita, foram obtidas as


quantidades de materiais adquiridos, aplicados e de resíduos nas obras de LSF
e alvenaria convencional. A Tabela 1, a seguir, apresenta um resumo das
quantidades de material na obra de LSF convertidas para quilogramas,
padronizando os valores, através do peso específico.
Tabela 1 - Quantidade de materiais adquiridos e resíduos gerados na obra de LSF
Quantidade Quantidade Quantidade
Aplicação Descrição Adquirida Aplicada Resíduos
(kg) (kg) (kg)
Lastro Brita 6.600,00 4.125,00 2.475,00
Madeira
Fôrmas 236,25 236,25 236,25
Serrada
FUNDAÇÃO Aço Aço 382,05 378,66 3,39
Cimento 4.942,08 4.576,00 366,08
Concreto
Areia 14.182,58 13.132,02 1.050,56
Usinado
Brita 16.387,27 15.173,40 1.213,87
Perfil Aço Galv. 949,93 926,82 23,11
Fechamento Panel H -
764,69 736,25 28,44
Externo SmartSide
PAREDES Gesso
Fechamento 1.258,56 1.235,47 23,09
Acartonado
Interno
OSB 192,61 185,44 7,17
Isolamento Lã de Vidro 120,00 96,00 24,00
Perfil Aço Galv. 406,53 396,64 9,89
COBER- OSB
Subcobertura 591,60 586,57 5,03
TURA Techshield
Cobertura Telha Shingle 904,80 858,50 46,30
TOTAL (toneladas) 47,92 42,64 5,51
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Smart Sistemas Construtivos.

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Já para a construção em alvenaria convencional, chegou-se na Tabela
2, abaixo, que apresenta as quantidades teóricas necessárias de material para
aplicação em obra, o total de perdas por entulho e o total de materiais adquirido
para a construção da edificação.

Tabela 2 - Quantidade de materiais necessária e resíduos gerados na obra de alvenaria


Quantidade Quantidade
Quantidade
Aplicação Descrição Necessá- Resíduos
Total (kg)
ria (kg) (kg)
SUPER- Cimento 800,42 176,09 976,52
ESTRU- Concreto Areia 3.978,91 815,68 4.794,59
TURA - Brita 3.929,37 569,76 4.499,13
ESTACAS Armadura Aço 52,92 5,56 58,48
Cimento 7.501,99 1.650,44 9.152,43
Concreto Areia 29.426,75 6.032,48 35.459,23
Brita 31.263,60 4.533,22 35.796,82
ESTRU-
Armadura Aço 1.941,11 203,82 2.144,93
TURA
Madeira
3.366,51 3.871,48 3.871,48
Fôrmas Serrada
Compensado 862,10 991,42 991,42
Alvenaria Tijolo 8.758,93 1.313,84 10.072,77
VEDAÇÃO Argamassa de Cimento 444,68 180,09 624,77
Assentamento Areia 1.725,74 733,44 2.459,17
Cimento 580,48 190,40 770,88
Chapisco
Areia 2.207,61 872,01 3.079,62
Cimento 725,60 721,97 1.447,57
Emboço Externo Areia 5.519,02 5.988,14 11.507,17
REVESTI-
Cal 725,60 696,57 1.422,17
MENTOS
Cimento 434,76 84,76 519,52
BÁSICOS
Emboço Interno Areia 4.415,22 4.790,51 9.205,73
Cal 434,76 406,50 841,26
Areia 1.691,90 532,95 2.224,85
Reboco
Cal 290,24 89,97 380,21
Madeira
COBER- Madeiramento 1.465,20 219,78 1.684,98
Serrada
TURA
Telhas Fibrocimento 1.684,98 168,50 1.853,48
TOTAL (toneladas) 114,23 35,84 145,84
Fonte: Elaboração própria a partir de dados de: (i) Agopyan et al (1998); (ii) Souza (2003); (iii)
Tavares (2006); e (iv) TCPO (2010).

Fazendo uma comparação das quantidades de RCC gerados pelas duas


técnicas construtivas, chega-se a um valor de 0,095 t/m2 de piso no light steel
framing, contra 0,616 t/m2 na alvenaria convencional, percebendo-se uma
quantidade de quase 6,5 vezes mais massa de resíduos. Além disso,
comparando-se os valores absolutos, em toneladas, das Tabelas 1 e 2, fica
evidente que, como é a proposta desta técnica, a edificação em LSF é muito
mais leve do que a de alvenaria de tijolos, possuindo menos da metade da

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massa de materiais aplicados e menos de um terço da massa daqueles
adquiridos. O Gráfico 1, abaixo, mostra a massa total dos materiais utilizados
nas duas técnicas, separados em aplicados e resíduos, ressaltando o exposto
sobre o peso das edificações.

Gráfico 1 - Massa total (t) dos materiais utilizados (aplicados na edificação e resíduos gerados)

Fonte: os autores.

Para a obra em LSF, pode-se perceber que, da massa total de materiais


adquiridos (47,92 t), os resíduos totais gerados somam 5,51 t, apresentando
um índice de perdas por entulho de 12,93%. Da massa total destes resíduos,
96,97% se refere à fundação, 1,92% às paredes e 1,11% à cobertura. Os
índices de perda de cada uma destas partes são de 14,21%, 3,33% e 3,32%,
respectivamente. Isto pode ser explicado pelo fato de estas duas últimas partes
serem compostas de itens mais leves (representando menos massa), além de
serem compostas por elementos industrializados e pré-fabricados, os quais
demandam mais atividades de montagem e menos atividades de conversão de
insumos e, consequentemente, possuem menores índices de perda.
Já com relação à obra simulada em alvenaria convencional, tem-se que
a quantidade teórica necessária de materiais seria de 114,23 t e os RCC da
obra somam 35,84 t, obtendo-se um índice de perdas de 31,38%. Da massa
total destes resíduos, 52,60% se refere à estrutura, 46,32% às paredes e
1,08% à cobertura, sendo as duas primeiras partes as grandes geradoras de

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resíduos devido à sua larga utilização de processos de conversão de insumos.
Os índices de perda de cada uma destas partes são de 22,68%, 59,39% e
12,33%, respectivamente. Nas paredes de vedação (alvenaria e
revestimentos), em que houve uma perda bastante elevada, os revestimentos
(chapisco, emboço e reboco) compõem 86,57% da massa destes resíduos,
indicando alto índice de perdas (mais de 84%). Isto pode ser explicado pelo
caráter bastante artesanal de aplicação destes produtos, o que reduz o controle
sobre o resultado e permite perdas por endurecimento, quedas no chão, má
aplicação, entre outros.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na busca da mitigação dos impactos negativos da construção civil no


meio ambiente, este trabalho pontuou que a substituição de técnicas
construtivas tradicionais por outras mais eficientes pode ser uma alternativa,
estudando-se o light steel framing – LSF. Esta técnica foi escolhida por utilizar
a pré-fabricação, havendo maior racionalização e modulação, além de
demandar mais processos de montagem, e não tanto atividades de conversão
(o que reduz a possibilidade de perdas).
Através da realização de um estudo de caso prático e de uma
simulação, compararam-se os materiais adquiridos (aplicados e resíduos
gerados) entre uma obra de LSF (observada na prática) e uma de alvenaria
convencional (simulada através de literatura técnica). Desta forma, o objetivo
da pesquisa, que consistia em estimar a quantidade RCC gerados na fase de
construção de uma edificação padrão concebida em LSF em comparação com
uma em alvenaria convencional, foi atingido.
Os resultados mostram que a edificação em alvenaria convencional
(114,23 t aplicadas) é significativamente mais pesada do que a casa de LSF
(42,64 t aplicadas), possuindo 2,7 vezes mais massa de materiais aplicados
nas partes e componentes estudados (1,96 t/m² e 0,73 t/m², respectivamente).
Mantendo esta relação de massa, a quantidade de resíduos de construção civil
gerada na obra da edificação de LSF é 6,5 vezes menor do que no caso da
alvenaria. Foram 5,51 t de RCC para o LSF (0,095 t/m²) e 35,84 t para a

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alvenaria (0,616 t/m²). Desconsiderando-se o fato de a edificação em alvenaria
ser mais pesada e analisando os resíduos com base nas porcentagens de
perda geradas, ainda assim se tem mais resíduos para esta construção. Foram
calculadas mais de 30% de perdas por resíduos para a obra de alvenaria,
enquanto que o LSF apresentou menos de 13%.
Pelo exposto, pôde-se concluir que a edificação construída em LSF,
além de muito mais leve, gerou uma quantidade de resíduos muito menor do
que a mesma se construída em alvenaria convencional, o que indica claros
atributos de sustentabilidade.

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Enviado em: 15 mai. 2017


Aceito em: 10 nov. 2017

Editor responsável: Mateus das Neves Gomes

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