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A DEPRESSÃO PENAL:

O abolicionismo na qualidade de solução

Gabriel de Souza Oliveira e Silva1

Resumo:

Para uma discussão em solo de ciências penalógicas ou sociologia penal, ainda em outros
nomes das quais a discussão antiga da punição queira ou deva ser tratada, devemos traçar
planos de fundos coerentes com os caminhos com as quais temos compromissos, para não nos
desviarmos dos destinos com os quais acreditamos. O presente texto tenta trazer à baila uma
discussão antiga, a discussão do punitivismo e seguindo a lógica da dicotomia direta a
possibilidade do abolicionismo penal. Para entrarmos em um ambiente tão tortuoso de
conceituações hora simples e objetivas, ora complexas, precisamos fazer uma digressão
histórica. Impossível fazer ciência e ou filosofia sem historicidade.

Na nossa primeira parte eminentemente histórico científica tentaremos resumir, conceituar


como se desenvolveu pelo menos uma parte das ciências jurídicas penalógicas de Beccaria
aos tempos presentes2. Claro que já nessa conceituação deixamos claras as nossas ambições,
visto que em um processo dialético a conclusão pode estar no início, o início pode estar na
conclusão3. Mas então se o título já se faz tão inteligível, por que deveríamos seguir com a
reflexão aqui proposta? Como toda proposição real, portanto dialética, a forma deve
representar a realidade bem como a realidade possa ser representada pela forma, logo, o texto
tentará desfazer e desqualificar erros históricos, erros técnicos, erros científicos, e por que
não, erros ideológicos.

Seguindo, temáticas de escravidão são indissociáveis do debate penal e, portanto, poderemos


nos valer dessa penúria que compõe a nossa história. Trabalho, ou ainda o fetiche e a idolatria
por ele, como instrumentos da nova-antiga penalogia, precisão ser tratados como aqui o

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Gabriel de Souza Oliveira e Silva é Bacharel em Ciências do Estado pela Universidade Federal de Minas
Gerais, é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da UFMG sob
orientação do Prof. Dr. José Luiz Borges Horta. O autor foi bolsista da CAPES. E-mail:
gabriel.de.souza.o.e.silva@hotmail.com.
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A maior parte do compilado penalógico, ou quase todo ele aqui referido vem da obra de CANÊDO, Carlos.
Ambivalência, contradição e volatilidade no sistema penal: leituras contemporâneas da sociologia da punição /
Calos Canêdo, David S. Fonseca (organizadores). – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.
3
Como nos ensina Joaquim Carlos Salgado em mais de uma exposição dos seminários hegelianos da pós-
graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, seminários quase que
trigenário.
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faremos. Em assoalho utópico traremos a sinfilosofia de HAN e HORTA, dois gigantes


contemporâneos, que podem quiçá indicar uma boa direção para o nosso eterno caminhar.

Palavras Chaves: Abolicionismo penal, Utopia, Sinfilosofia, Escravidão, Racismo.

1. Um pequeno retrospecto da penalogia.

2. Sistema penal e escravidão.

3. A agonia do amor.

5. Conclusão.
3

Referências bibliográficas:

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. Trad. Neury Carvalho Lima. – São Paulo;
Hunter Books, 2012

CANÊDO, Carlos. Ambivalência, contradição e volatilidade no sistema penal: leituras


contemporâneas da sociologia da punição / Calos Canêdo, David S. Fonseca
(organizadores). – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

HAN, Byung-Chul. Agonia do Eros. Trad. Ênio Paulo Giachini. – Petrópolis, RJ; Vozes,
2017.

HORTA, José Luiz Borges. La Era de La Justicia: Derecho, Estado y límites a la


emancipación humana, a partir del contexto brasileño. Astrolabio. Revista
internacional de filosofía. Año 2010 Núm. 11. ISSN1699-7549. P. 75-85.

MBembe https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993/7169

MISHA, Glenny. O Dono do Morro: Um homem e a batalha pelo Rio. Trad. Denise
Bottmann. - 1ª Edição - São Paulo; Companhia das Letras, 2016.

Carola

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