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Desenvolvimento, Betim e Fiat: A territorialidade em disputa

Desarrollo, Betim y Fiat: Territorialidad en disputa

Development, Betim and Fiat: The territoriality in dispute

Gabriel de Souza Oliveira e Silva1

Resumo: O Presente artigo visa discutir a realidade da transformação do espaço e do


território com a análise de caso da implementação da Fiat na cidade de Betim (MG). Para isso
traremos as noções e conceitos de território e territorialidade trabalhados com alguns autores
canônicos como Milton Santos, a partir daí tentaremos fazer uma pequena digressão histórica
no planejamento e no desenvolvimento no estado de Minas Gerais, para só então esboçarmos
um conjunto de conceitos possíveis para esta realidade.

Palavras Chaves: Betim. Desenvolvimento. Fiat. Planejamento. Território.

Resumen: Este artículo tiene como objetivo discutir la realidad de la transformación del
espacio y el territorio con un análisis de caso de la implementación de Fiat en la ciudad de Be-
tim (MG). Para ello traeremos las nociones y conceptos de territorio y territorialidad trabaja-
dos con algunos autores canónicos como Milton Santos, a partir de ahí intentaremos hacer una
pequeña digresión histórica en planificación y desarrollo en el estado de Minas Gerais, y sólo
entonces podremos esbozar un conjunto de posibles conceptos para esta realidad.

Palabras clave: Betim. Desarrollo. Fíat. Planeamiento. Territorio.

Abstract: This article aims to discuss the reality of the transformation of space and ter-
ritory with the case analysis of the implementation of Fiat in the city of Betim (MG). For this
we will bring the concepts and concepts of territory and territoriality worked with some
canonical authors such as Milton Santos, from there we will try to make a small historical tour
in planning and development in the state of Minas Gerais, only then to outline a set of possi-
ble concepts for this reality.

Key Words: Betim. Development. Fiat. Planning. Territory.

1
Bacharel em Ciencias do Estado pela UFMG, mestrando do PGDPLAT da UFSJ sob orientação do Prof. Dr.
Cláudio Gontijo e Bolsista CAPES. Email: gabriel.de.souza.o.e.silva@hotmail.com.
1. Introdução: noções metodológicas e referenciais teóricos.

Para começarmos uma situação da presente discussão se faz importante algumas


delimitações teóricas e metodológicas para que possamos inserir esta discussão no espaço e
no tempo do transcorrer da pesquisa academica.

Quanto a discussão metodológica optamos por dois movimentos de produção capazes


de nos fornece um instrumental de grande alcance para a digressão que pretendemos.
Efetuada a pesquisa bibliográfica e, inevitavelmente, sua leitura imanente podemos traçar
um roteiro de desenvolvimento que tenta identificar, compreender e analisar os três elementos
presentes no título sobre a égide de teorias complexas e que, até o presente momento não
vimos serem articuladas em conjunto.

Para trazermos Ivan Domingues, podemos colocar que existirá uma diligência no
sentido de suprassumirmos as três estratégias de fundamentação da ciencia moderna - a
estratégia essencialista (século XVII), a fenomenista (século XVII), e a histórica (século
XIX). Tudo dentro do sistema trazido a lúmen por Hegel e nada fora dele.

Contudo, para sermos mais específicos, nossa forma de entender a pesquisa é


fortemente hegeliana, logo formas de análises como Filosofia da História2 e história da
filosofia estarão ativamente presentes. Vale ressaltar que no movimento dialético de Hegel, o
que entendemos por início, meio e fim são tres momentos de um mesmo momento, ao mesmo
tempo que, três momentos de um mesmo estado, por exemplo.

Desenvolvimento versus Crescimento


Hodiernamente temos que traçar pequenas distinções conceituais que para alguns
podem pareces obvias, entretanto que nem sempre assim se expressam para o grupo maior das
pessoas. Dois são os motivos que nem sempre restam obvias as diferenciações, que obvias
deviam ser. O primeiro é o fato de que a conexão entre conhecimento acadêmico e
conhecimento “popular”, conhecimento “vulgar” - que não passou pelos ritos de validação e
de chancela da Universidade, por exemplo - simplesmente não ocorre. Ou seja, multas das
vezes, as nossas produções científicas são cientificistas; ou ainda, como ousamos cria o
neologismo, “cienti-fetichistas”. Cria-se toda uma teoria desconectada da realidade, que diz
explicar a realidade, mas que na verdade busca maleabilizar a realidade. Como explicita muito

2
Ver HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. Trad. Maria Rodrigues e Hans Harden. 2. ed. Brasília: Ed. UnB,
1999, p. 35.
bem Chantal Mouffe3. O segundo fato é que essa confusão não se dá de forma despretensiosa
ou casuística. A não ocorrência da “confusão casual”, é explicitada, por sua vez, por Naomi
Klein4. Tanto uma quanto a outra agem de forma baste similar, mas possuem diferenças
sensíveis, que precisamos dominar para que possamos desarticular o que engessa o
desenvolvimento brasileiro; curiosamente a denúncia de ambas é sobre os países que compões
o globo, mas aqui tentaremos nos ater ao Brasil.

Seguindo, José Eli da Veiga traz em seu Desenvolvimento Sustentável: o desafio do


século xxi, uma estrutura teórica interessante sobre o desenvolvimento sustentável e essa é a
chave que se articule muito bem crescimento e desenvolvimento. Apesar da existência de
algumas correntes mais ou menos ortodoxas tentarem confundir, mesmo que de forma
despretensiosa, ou até mesmo vocacionados de bons intentos, o autor tem uma grande
contribuição para o debate, desmistificando o pano teórico de maneira simples e objetiva.
Duas advertências vêm do prefácio, apesar de ter uma sessão de advertência, essa já não
contendo nenhum prefácio. A primeira é um empréstimos de Celso Furtado, que em
transcrição literal fica: “como bem disse Celso Furtado num dos seus derradeiros
pronunciamentos, só haverá verdadeiro desenvolvimento - que não se deve confundir com
crescimento económico, no mais das vezes resultado de mera modernização das elites - ali
onde existir um projeto social subjacente”.

Essa advertência primeira nos diz da desnecessidade do crescimento para o projeto


social, o projeto social enquanto um distribuidor de renda, por exemplo, não vê necessidade
em esperar que a massa do bolo fermente e cresça, como defendido pelo ex ou futuro
presidente Luiz Inácio. Aqui, nessa rica postulação de Furtado, está uma questão muito
simples, que escancara o fator neoliberal do ex futuro presidente e da necessidade de
diferenciarmos crescimento e desenvolvimento. Primeiro, se a presidência federal, titulada por
da Silva tem a necessidade de conciliar crescimento com distribuição da renda, com o
desenvolvimento, este governo serve a dois senhores. Como resta explicado no dito popular 5;
isso não é possível, entretanto a pesquisa científica não se baseia em versículo bíblico e por
mais que saibamos no que se deu nessa nação quando o presidente Lula achou ser possível
resolver a realidade posta daquela forma, foi necessário produzir um texto sobre o óbvio6.
3
MOUFFE, Chantal. Sobre o Político. Trad. Fernando Santos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.
4
KLEIN, Naomi. A doutrina do choque: a ascensão do capitalismo de desastre. Trad. Vania Cury. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
5
"Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. Mateus 6:24.
6
DE SOUZA OLIVEIRA, Gabriel et al. Brasil 360°: da tentativa de um Estado Social ao desmantelo neoliberal.
Revista de Ciências do Estado, v. 7, n. 1, p. 1-18, 2022.
Ainda sobre o óbvio, ainda sobre as advertências de José Eli da Veiga e para que
possamos começar a destrinchar a diferença de desenvolvimento e crescimento. Temos a
segunda advertência.

A teologia do mercado, que faz hoje à cabeça de muitos economistas,


torna redundante conceito de desenvolvimento.
Por sua vez, os adeptos da ecologia profunda teimam em considerar o
crescimento econômico como um mal absoluto, quaisquer que sejam as
modalidades e os usos sociais do seu produto

Na segunda advertência temos dois desdobramentos complementares e igualmente


nocivos, expostos pelo autor. E para rememorarmos outro dito popular, sabemos que ‘nem
tanto aos céus e nem tanto à terra’, pode nos ser o melhor caminho. Munidos da moderação
que o espinhoso tema carece entendamos. Existe uma corrente, um lado que visceralmente
defende a miscelânia de todos os tipos possíveis de desenvolvimento, estes abarcariam até o
crescimento. Aliás muitos destes tratam o crescimento como desenvolvimento. É o que
verificamos nos meias de comunicação de massas ditos especializados em jornalismo
econômico. Sorte a nossa que essa postura também vem sendo desmistificada e perde força,
pelo menos em nichos específicos, o que podemos ressaltar como um começo.

Outro problema, que está descrito na advertência do autor é o diametralmente oposto,


entender o crescimento, todo e qualquer ele enquanto nefasto. Serge Latouche vai nos dizer,
em uma de suas palestras mais virais que “um crescimento infinito é incompatível com um
mundo finito. Quem acredita nisso ou é louco ou é economista”. Entretanto, o próprio parar
radical do crescimento mundial ou nacional (de qualquer nação que seja) é inviável em
inúmeros níveis; ainda que hoje maior parte do mundo trabalhe com estagnação de suas
economias, os nível de degradação do planeta são dos maiores da história, o que mostra que
as relações são muito mais complexas do que algumas correntes puristas advogam.

E por onde entra a confluência dessas ideias? Onde está a moderação dessa questão?

José Eli da Veiga estrutura sua obra em duas partes, uma sobre o desenvolvimento e
outra sobre a sustentabilidade, depois amarra nas bem fundamentadas ilações próprias que
chama de conclusão. Para esse enxerto apenas a primeira nos é útil, aliás, apenas a primeira
parte da primeira parte, já que no capítulo dois o autor trabalha a quantificação do
desenvolvimento, o que para nós é ainda mais exótico.

Na parte conveniente temos uma série de explicações de tipos e formas de


desenvolvimento que vão nos ajudando a desentrelaçar a confusão proposital que reside em
alguns autores considerados clássicos. É importante citarmos o exemplo de Gregory Mankiw,
que simplesmente baniu o termo desenvolvimento de seus índices e glossários. a influência
foi tamanha que as disciplinas de “Economia do Desenvolvimento”, ficaram relegadas a
apêndices de disciplinas de sociologia e direito, e às vezes até da história. obviamente que
aqui não se está fazendo uma hierarquia entre os campos do conhecimento. E o autor é firme:
“Em resumo, em resumo o que economista precisa saber é macroeconomia e microeconomia,
duas disciplinas devotadas ao crescimento econômico, e não a ideia muito mais ampla de
desenvolvimento”. (VEIGA, 2010. p. 20).

Nas palavras de Rivero (2002: 132), São os gurus do mito do desenvolvimento que têm
uma visão quantitativa do mundo. ignoram os processos qualitativos histórico-culturais, o
progresso não linear da sociedade, as abordagens éticas, e até prescindem dos impactos
ecológicos. com o fundo em crescimento econômico com o desenvolvimento de uma
modernidade capitalista que não existe nos países pobres. Com tal perspectiva, eles só
percebem fenômenos econômicos secundários, como o crescimento do PIB, o comportamento
das exportações, ou a evolução do mercado acionário, mas não reparam nas profundas
disfunções qualitativas estruturais, culturais, sociais e ecológicas que prenunciam a
inviabilidade dos ‘quase-Estado-nação subdesenvolvidos”. (VEIGA, 2010. p. 22-23).

Com tais ricas e amplas referências, o que Veiga tenta nos entregar é que o
desenvolvimento é um processo aberto que criam complexidades e diversidades. “Múltiplas
generalidades são fontes de múltiplas diversificações - algumas ocorrendo simultaneamente,
em paralelo, outras em sequência. Portanto, um simples processo básico, quando se repete, se
repete e se repete, produz atordoante diversidade” (VEIGA, 2010. p. 52).

Por fim, e não menos importante, e para deixar nosso texto preparado para realizar o
que ele se diz pretenso temos duas e não menos importantes conceptualizações que amarram
essa importante diferença seminal entre crescer e desenvolver, bem como, aponta para onde
imaginamos ser o ambiente propicio para que nossas ideias floresçam. Trabalhando a ideia de
renúncia do conceito de desenvolvimento e tentando o explicá-lo, o autor traz a inferência de
que esse fato não passa de uma armadilha ideológica, inventada para perpetuar as assimétricas
relações entre as minorias dominadas e as maiorias dominantes nos países e entre países. Essa
corrente tenta explicar o conceito, mesmo que não concreto e sem conteúdo operacional, de
uma possibilidade de estágio de ‘pós desenvolvimento’. É pontuado a importância desse
conceito, no sentido de entender a finitude do planeta, portanto a possibilidade de um
crescimento indefinido do produto material, entretanto, essa verdade óbvia, porém, não
fornece e não oferece sugestões do que deveria ser feito nas próximas décadas, para superar
os dois grandes problemas do século XX, apesar de seus progressos científicos e técnicos sem
precedentes; o desemprego em massa e a desigualdade crescente (VEIGA, 2010. p. 79-80).
Estes tão são incômodos nossos.

No entanto, é de Celso Furtado a melhor fórmula sintética para dizer o que é


desenvolvimento. ela está em conciso texto, publicado no final de 2004 pela Revista De
Economia Política: “o crescimento econômico, tal qual o conhecemos, vem se fundando na
preservação dos privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização; já o
desenvolvimento se caracteriza pelo seu projeto social subjacente. dispor de recursos para
investir está longe de ser condição suficiente para preparar um melhor futuro para a massa da
população. Mas quando o projeto social prioriza a efetiva ativa melhoria das condições de
vida dessa população, o crescimento se metamorfoseia em desenvolvimento” (Furtado, 2004:
484). (VEIGA, 2010. p. 81-82).

2. História do planejamento em Minas Gerais

A respeito da História das instituições de planejamento e desenvolvimento do estado de


Minas Gerais utilizaremos como norte a reflexão produzida por João Antonio de Paula em seu
texto de mesmo título7. Nessa campanha, João Antônio rememora grandes nomes que fazem
parte da história do planejamento mineiro e de seu desenvolvimento. Para ele tudo se inicia no
pós-revolução de 19308. Para ele é também o rompimento com a velha república e a
“apunhalada” pelas costas que os mineiros tomam de São Paulo é de fundamental importância
para que apartir daquele momento o estado das gerais comece a pensar seu próprio caminhar
de forma independente do planejamento burocrático brasileiro, que sempre foi mais complexo
e conturbado.

Mesmo depois de derrubar a ditadura Vargas, em Minas Gerais, no


âmbito do governo tido por liberal, teve continuidade à valorização do papel
do Estado e do planejamento, de que exemplar o Plano de Fomento da
Produção e Recuperação Econômica, de 1947, primeira tentativa de
7
Ver DE PAULA, João Antônio. FACE/UFMG, BDMG e Cedeplar: instituições do planejamento e
desenvolvimento de Minas Gerais. Nova econ. [online]. 2016, vol.26, n.spe, pp.1075-1095. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-63512016000401075.
8
Sobre esse momento contamos parte da história com nossa visão ideológica em uma comunicação apresentada
no trabalho A volta do belo na Revolução e 1930 no I Congresso Internacional Ciências do Estado - A vida
em risco e o Estado em reação? organizado pelo Centro Acadêmico de Ciências do Estado – UFMG realizado
na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, no período de 19 a 23 de outubro de 2020.
planejamento econômico sistêmico na esfera estadual no Brasil. (DE
PAULA, 21016. p. 1076).

E ressalta também a importância de outros renomados institutos de pesquisa em


desenvolvimento e planejamento que foram de sumo interesse para que não só o estado
pudesse pensar e superar seu subdesenvolvimento como o país como um todo; sendo eles: o
ISEB, o BNDE, a Cepal, por exemplo.

Para o autor é notável que “o ponto de partida que se entende por ‘desenvolvimento’ é
sua compreensão como processo histórico, como processo marcado por contradições, por
interesses conflitantes.” E tendo isso em vista ele faz referência a uma passagem de REIS,
1968 que explicita muitíssimo bem essa questão: “o BDMG logrou formar em sua equipe algo
equivalente a uma escola de pensamento, cujo maior mérito é, sem dúvida, o de haver
defrontado mitos e derrubado pseudotruísmos acerca da problemática econômica e social do
Estado.” E é claro, cabe ressaltar que não existe consenso sobre a presença do Estado no
desenvolvimento econômico e social, não existiu e nem existe.

Seguindo, tivemos a criação da Fundação João Pinheiro em lei Estadual de 12 de


setembro de 1969 de nº 5349, medida essa encabeçada de forma tria por BDMG, Etra e
Conselho Estadual de Desenvolvimento.

E como sabemos, nem tudo são congruências amistosas, a criação do Indi - Agência de
Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, seguido por parte do
BDMG e pela pressão do CDI, como nos conta Clélio Campolina (DINIZ, 1981. p. 156-159),
“no afã de industrializar o Estado a qualquer custo, desenvolveu sua estratégia de apoio
irrestrito ao capital estrangeiro e de concentração em torno de Belo Horizonte.”

Dentre outra instituição de grande influência do plexo movimento de criação de


instituições de planejamento e desenvolvimento de Minas Gerais temos o CEDEPLAR, com
sua visão heterodoxa, do ponto de vista do projeto acadêmico que, mais tarde perde força e
assume uma postura mais pluralista no plano de ensino e pesquisa em economia, que como
ressalta Paula, 2016: a “que é a única, de fato, legitimamente compatível com o sentido
mesmo da vida universitária.” o professor também ressalta um aspecto muito importante
daqueles anos iniciais do centro; “foram marcados pela autoformação de sua equipe, num
processo que tem muito de autodidatismo.” (DE PAULA, 2016. p. 1085).

É importante ressaltar a influência de pensadores como Celso Furtado e Maria da


Conceição Tavares na construção do embasamento teórico fundamental para sedimentação do
que viria a frutificar na figura do Cedeplar 9. Toda essa pujança sediada obviamente na
faculdade de ciências econômicas da UFMG que nesse período passava por uma
modernização em um fortalecimento do seu pensamento crítico, ora ortodoxo, no passado, e
agora plural.

Por fim, e não menos importante, é necessária a citação do BDMG enquanto instituição.
Com sua criação também no mesmo período, entretanto um pouco antes no ano de 1962, é
peça fundamental da história do desenvolvimento e planejamento de Minas Gerais aqui
discutida; nas sempre sábias palavras de João Antônio: “é nesse contexto que foi criado o
BDMG, instituição típica de uma época de um ethos, marcado pela ideologia do
desenvolvimentismo, o qual englobou o poder público, o ensino, a pesquisa, os meios de
comunicação, as forças políticas e sociais do país.” (DE PAULA, 2016. p. 1091)10.

Por fim, De Paula rende uma homenagem à instituição que dirigiu de 1989 a 1991,
sucedendo ao professor Campolina, diretor de 1987 a 1989:

O Cedeplar tem buscado ser um espaço de resistência, e do saber, de


defesa de perspectivas que se recusam a aceitar a ditadura do pensamento
único11. Quanto ao BDMG, não seria elogio despropositado dizer que
representa há uma das grandes matrizes da moderna cultura do planejamento
e do desenvolvimento de Minas Gerais.

3. Fiat de dentro para fora do Brasil

Aqui nossa digressão tende a passar por um agente, por nós escolhido, para ser uma
espécie de referendador das ideias aqui propostas e articuladas. A fábrica Italiana de
Automóveis de Turim – FIAT vem para Betim no ano de 1976, a planta possui capacidade de
oitocentos mil veículos por ano e concluiu recentemente um investimento de 7 bilhões de

9
Duas obras fundamentais de Furtado e Tavares respectivamente que recomendamos com muita convicção de
tamanha importância para entendermos o desenvolvimento do pensamento brasileiro sobre desenvolvimento.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967.
TAVARES, M. A. Subdesenvolvimento, dominação e luta de classes. In: SOUSA, C. M., THEIS, I. M., and
BARBOSA, J. L. A., eds. Celso Furtado: a esperança militante (Interpretações): vol. 1 [online]. Campina
Grande: EDUEPB, 2020, pp. 203-227. Projeto editorial 100 anos de Celso Furtado collection. ISBN: 978-65-
86221-08-.
10
Ainda na página 1091, do mesmo artigo, João Antônio faz referência a obra de Obregon de Carvalho que
explica e explicita o que vinha sendo ensinado nas escolas de economia naquele momento com forte influência
francesa.
CARVALHO, Obregon. A Procura de bens de consumo. Revista da Faculdade de Ciências Econômicas, da
Universidade de Minas Gerais, Ano III, n. 5, janeiro-junho, 1954.
11
Sobre reflexões do pensamento único de filosofia especulativa e propositiva recomendamos Gonçal Mayos.
MAYOS SOLSONA, G.. Limites da hiperespecialização: Necessidade da macrofilosofia. Revista de Ciências
do Estado, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 1–21, 2021. DOI: 10.35699/2525-8036.2021.35658. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/revice/article/view/e35658. Acesso em: 27 ago. 2021.
reais, que modernizou a fábrica de Betim. em seu próprio site a empresa diz ter” compromisso
com o Brasil pioneirismo e inovação como características marcantes, produtos de alta
qualidade e tecnologia, design admirado, respeito ao consumidor e responsabilidade
socioambiental”12. Complementa que: “A Fiat Automóveis também investe no
desenvolvimento de novos produtos, novas tecnologias, qualidade e capacitação da
engenharia para executar projetos cada vez mais ousados e inovadores. Tudo em sintonia com
os desejos e as aspirações dos clientes”.

Sendo a fiat uma marca global da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), o sétimo maior
fabricante mundial de automóveis. O Grupo tem unidades produtivas em 40 países e presença
comercial em aproximadamente 150 países. A FCA é líder em vendas no mercado de
automóveis e veículos comerciais leves no Brasil.

Segue dizendo que “prega a constante adoção de práticas de gestão que a colocam como
sinônimo de excelência e orgulho entre seus clientes, acionistas, empregados”.

Em seus Princípios e Valores, a Fiat adota coerência, transparência,


ética e exigência consigo mesma, com a constante busca de sempre fazer o
melhor. Em suas práticas de gestão, que tornam a marca cada vez mais forte,
a Fiat preocupa-se constantemente com o cliente, a razão da existência de
qualquer negócio, e com toda a sociedade.
A Fiat valoriza as pessoas e respeita o meio ambiente para crescer
inserida em uma sociedade mais justa e com perspectivas de futuro.13

Aqui verificamos os pontos inferenciais norteadores de nossas indagações, do que se


entende de problema de pesquisa. A empresa diz ser preocupada com uma sociedade mais
justa, o que podemos abstrair serem comprometidos com uma melhor distribuição da renda.
Entretanto, algumas práticas da empresa, e em muitas vezes referendada por agentes do poder
público, não mostram de forma sinérgica aquilo que a organização se propõe.

Mesmo que seja possível verificar no início de sua implementação na década de 70 um


aumento do número de filiações sindicais, que reivindicam melhores salários e condições de
trabalho, a companhia não tem um histórico congruente com a história. Adriana Vieira e
Fernando Coutinho Garcia possuem uma grande contribuição a respeito da relação da
empresa com seus trabalhadores, e mais do que isso, conseguem financiamento da Capes para

12
Disponível em: https://www.fiat.com.br/institucional.html. Acessado em 30/08/2021
13
Op. Cit. Ibidem
que façam um minucioso estudo comparativo das plantas de Cassino na Itália e Betim no
Brasil.

Iniciam pari passu, descrevendo sempre uma característica de uma planta e a


relacionando com a de outra, um trabalho muito bem articulado e que a nós pareceu bastante
útil para o reforço de nossa ideia; mesmo que seus dados sejam de 2004; o que é importante
ressaltar.

Quadro 1 – A Fiat Automóveis de Cassino/ Itália.

Quadro 1 de elaboração própria com base nos dados fornecidos pelo artigo de Adriana Vieira e
Fernando Coutinho Garcia.

Quadro 2 – A Fiat Automóveis de Betim/Brasil.

Quadro 2 de elaboração própria com base nos dados fornecidos pelo artigo de Adriana Vieira e Fernando
Coutinho Garcia.
Os autores trazem uma postulação inicial bastante conclusiva, mesmo que essa esteja no
início do texto: “pode-se dizer que, em nível tecnológico, as duas fábricas situam-se em
extremos opostos, ou seja, a fábrica no Brasil caracteriza-se pelo uso de uma automatização
reduzida e tradicional, enquanto a de Cassino/Itália pode ser considerada uma das fábricas
mais automatizadas do grupo Fiat, e da Europa”. (VIEIRA; GARCIA, 2004. p.57).

Contam também da evolução do modo como o trabalho é explorado nestes processos de


produção onde taylorismo e fordismo não são mais instrumentos adequados para melhor
obtenção de desempenho e agora conhecimentos técnicos aprofundados e visão global do
processo são fundamentais. Com base em PAIVA (1993), é trazida nova noção de
“revalorização do campo educacional como fonte de virtudes cidadãs, solidariedade social,
estabilidade política e transformação produtiva, como consequência de um novo paradigma
produtivo. (p.61).

VIEIRA; GARCIA (2004), constatam também que o aumento da escolaridade dos


trabalhadores brasileiros empregados está muito mais relacionado à diminuição das
oportunidades de trabalho” (p.67). Relatam a disparidade estridente entre as referidas plantas:

Quadro 3 – Qualificação Formal dos Trabalhadores Betim/Brasil.14

Quadro 3 de elaboração própria com base nos dados fornecidos pelo artigo de Adriana Vieira e Fernando
Coutinho Garcia.

14
A sequência de quadros Utilizada foi apresentada na aula da Prof. Dr. Simone Narciso de Faria Shiki no
seminário final da disciplina de Espaço, Região e Território, onde tentamos esmiuças o artigo de Adriana Vieira
e Fernando Coutinho Garcia relacionando com os conceitos de território
Quadro 4 – Qualificação Formal dos Trabalhadores Cassino/Italia.

Quadro 4 de elaboração própria com base nos dados fornecidos pelo artigo de Adriana Vieira e Fernando
Coutinho Garcia.

E concluem que o que está em jogo é o controle do trabalho, o que permite que
diferentes requisitos de escolarização convivam em espaços diferentes de produção:

Isso equivale a dizer que não há necessariamente um aumento da


complexidade do trabalho por conta das novas tecnologias de base
microeletrônica, quando se mantém a divisão do trabalho taylorista-fordista,
uma vez que a clássica separação entre o planejamento e execução das tarefas
não foi alterada. isso permite inferir, como aponta a literatura especializada,
exigência de uma mão de obra com maior escolaridade, em dado contexto
socioeconômico, pode dar-se muito mais em função da oferta do que da
demanda. (VIEIRA; GARCIA, 2004. p.68).

Portanto algumas premissas centrais permanecem inalteradas, ou ainda tendem a ser


agravadas. Conforme exposto, fica claro que o trabalho, de 1976 em diante, realizado na Fiat,
ou seja, até os dias de hoje - nunca se preocupou em ser emancipador - para trazermos aqui
uma ideia de desenvolvimento como liberdade, como postulou Amartya Sen em sua obra
canônica, já da década de 1990.
Para uma conceitualização de território

Para iniciarmos uma conceitualização de território e discutirmos as influências do caso


selecionado (o caso FIAT) é interessante partirmos de uma postulação de (SANTOS;
SILVEIRA, 2001)

O uso corporativo do território, acima explicitado no caso de Minas


Gerais, inclui uma utilização privilegiada de bens públicos e uma utilização
hierárquica dos bens privados. A presença numa localidade de uma empresa
global incide na equação do emprego, a estrutura do consumo social e do
consumo produtivo, o uso das infraestruturas materiais e sociais, a
composição e estrutura dos orçamentos públicos, o comportamento das outras
empresas, sem falar na própria imagem do lugar e no impacto sobre os
comportamentos individuais e coletivos, isto é, sobre a ética

É muito claro, para Milton Santos que, a formação do território é uma tarefa dinâmica
realizada, ou como consequência da ação antrópica; o que não é diferente para a
implementação da planta produtiva da empresa Fiat no município de Betim. É muito nítida
também, a percepção dialética do autor para interpretar a realidade, em seu “1992: a
redescoberta da natureza” ele explica autocrítica da seguinte maneira: “autocrítica é - no
caminho - a busca de revisão do caminho”. Nesse entendimento fica claro, mais uma vez, que
o processo constitutivo, seja ele do território, ou da autocrítica, por exemplo, são “auto
constitutivos”. Ou seja, dessa forma, a dinamicidade verificada é ainda maior.

Ainda em seu 1992, o autor utiliza se de alegorias quase que místicas, digamos, para
conseguir trazer a lúmen a sua forma de compreensão da realidade. A relação da Natureza
mágica e da Natureza racional, como o professor em alguns momentos cinde a realidade,
para explicá-la, se reconcilia na natureza atroz e no homem atroz, como o próprio autor
explica. Santos (SANTOS. 1992, p.96.). Portanto é muito claro que todas as possíveis
transformações que o espaço escolhido (Betim) venha a sofrer estão aqui explicadas nessa
natureza quase que caótica relatada pelo geógrafo brasileiro.

E seguindo, fica ululante a mensagem do texto. “Agora, porém, há uma enorme


mudança. Una, mas socialmente fragmentada, durante tantos séculos, a Natureza é agora
unificada pela história, em benefício de firmas, estados e classes hegemônicas. Mas não é
mais a Natureza amiga, e o Homem também não é mais seu amigo.” E complementa: “Sem
dúvida, o trabalho, entendido como sistema, é cada vez menos local e é cada vez mais
universal”. (SANTOS. 1992, p.98.).
A chave de compreensão de Santos, podemos dizer se tratar, praticamente, do mesmo
fio condutor do pensamento que achamos o mais adequado para aclarar as discussões que aqui
propomos. O que Santos anda chamando de natureza hostil, nada mais é do que aquilo que
fazemos da natureza bucólica, ingênua, imaculada.

No início da década de 60, na inexistente região metropolitana de Belo Horizonte,


ocorre a defloração de um espaço físico, que em contato com agentes de transformação, passa
a ser compreendido enquanto um território, ativo e vivo. Muitos desse desses agentes foram
aqui citados e elencados, e o produto desse processo é a redescoberta da natureza da qual
Milton Santos faz questão em seu 1992.

Vejamos a confirmação dessas Ideias: “A técnica é a grande banalidade e o grande


enigma, e é como enigma que ela comanda a nossa vida, nos impõem relações, modela nosso
entorno, administra nossas relações com o entorno.” SANTOS. 1992, p.100.). É exatamente
sobre isso que é importante discutirmos, e é exatamente por causa disso, que esse texto
pretende algum sentido. É exatamente isso que Vieira e Garcia nos dizem, por exemplo.
Espaço, agora transformado em território, foi tomado de quem faz parte do processo - por
exemplo, os trabalhadores da cadeia produtiva da planta da indústria automobilística em
questão.

4. Conclusão: o voo da coruja de minerva

Em sede de conclusão, é bastante preciso que as relações se dão de forma muitíssimo


problemáticas. Parece bastante clara, a ideia de que agentes do estado se uniram com agentes
privados para usurpar a possibilidade de emancipação de grupos; e ainda usurparam também a
possibilidade de que esses grupos possam tirar proveito dos seus espaços, dos locais onde
encontram-se inseridos. Não seria muito aventureira afirmação de que em alguns momentos o
poder público agiu como uma espécie de Robin Hood15 ao contrário.

Parece que os esforços do poder público mineiro no caso Fiat, por exemplo, no afã de se
resolver o problema industrial - e sediado em um outro paradigma de entendimento de
15
Robin Hood (conhecido em Portugal como Robin dos Bosques) é um herói mítico inglês, um fora-da-lei que
roubava da nobreza para dar aos pobres. Teria vivido no século XII, aos tempos do Rei Ricardo Coração de
Leão, e das grandes Cruzadas. Era hábil no arco e flecha e vivia na floresta de Sherwood, onde era ajudado por
um bando de amigos, do qual faziam parte João Pequeno, Frei Tuck, Allan Dale e Will Scarlet, entre outros
moradores do bosque. Prezava a liberdade, a vida ao ar livre, e o espírito aventureiro. Ficou imortalizado como
"Príncipe dos ladrões". Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Robin_Hood#cite_note-1. Acessado em
31/08/2021.
desenvolvimento - gerou a longo prazo talvez mais complicações do que soluções. É muito
simples olhar para trás e apontar defeitos, não é o que pretendemos. Pretendemos com o olhar
para trás, não repetir os erros do passado. O escritor mineiro Pedro Nava dizia que “a
experiência é um farol voltado para trás”, de fato o é. Entretanto, toda experiência possui
serventia, tudo que está posto, tudo que ocorreu será fator de produção do presente e do
futuro; somente a ave representante da sabedoria - a coruja de Minerva 16 - consegue voar para
“frente”, com o seu pescoço lançando visão para “trás”; sem deixar de continuar seguindo
para frente de forma ininterrupta, todos os dias, após todos os crepúsculos.

16
Na mitologia grega, o mocho-galego (Athene noctua) tradicionalmente representa ou acompanha Atena, a
deusa virgem da sabedoria, ou Minerva, sua encarnação sincrética na mitologia romana. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coruja_de_Atena#cite_note-Eason_2008-1. Referenciado em: Eason, Cassandra
(2008). Fabulous Creatures, Mythical Monsters, and Animal Power Symbols: A Handbook (em inglês). Minerva,
a deusa romana da sabedoria, possui a coruja como sua criatura sagrada, assim como fez Atena, sua antiga
homóloga grega. Atena foi muitas vezes representada com uma coruja, cuja esta é considerada um símbolo da
sabedoria em ambas as culturas. A imagem mais conhecida da coruja de Atena, o mocho-galego, é vista em
moedas atenienses antigas que datam do século V, AEC. Para os romanos, uma pena de coruja colocada perto
duma pessoa a dormir, poderia fazê-la falar e revelar seus segredos, enquanto dormia. No entanto, em Roma, a
coruja era considerada um prenúncio da morte, se estivesse empoleirada num telhado ou num edifício público a
piar. As mortes de vários imperadores romanos, incluindo o assassinato de Júlio César, foram assinaladas por
uma aterragem e pio duma coruja. Westport: Greenwood Publishing Group. 71 páginas. ISBN 9780275994259
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