Você está na página 1de 59

Dimensionamento de Pivô

1º. Lâmina de irrigação


2º. Vazão de projeto
3º. Raio do Pivô
4º. Tempo mínimo por volta
5º. Lâmina mínima
6º. Regulagem do percentímetro
7º. Vazão dos aspersores
8º. Escolha do regulador de pressão
9º. Linha lateral
10º. Linha adutora
11º. Linha Sucção
12º. Perdas localizadas
13º. Pressão de Projeto
14º. Estação de bombeamento
15º. Lista de Materiais e orçamento
Planilha de Pivô
1º. Composição do Equipamento (Vãos e balanço)
2º. Área Irrigada (Raio)
3º. Características Técnicas (Lâmina, Jornada)
4º. Tubulação Adutora (Comprimento e Diâmetro)
Planilha de Vazão dos aspersores
5º. Número out-lets do equipamento (vazão asp.)
6º. Alturas Manométricas (PF, hgLL, hfLL, Aa)
7º. Pressão na entrada do Pivô (PiLL)
8º. Altura Manométrica Total (hfLP, hgLP, hgLS, hfLoc)
9º. Unidade de Bombeamento (Vazão e Pressão)
Catálogo de Bombeamento
10º. Escolha de bomba/motor/transformador/chave de partida
11º. Risco de Cavitação
Planilha de Regulagem do percentímetro
12º. Lâmina, tempo por volta e precipitação
13º. Lista de Materiais e orçamento
Projeto / Dimensionamento de Pivô central

• 1º passo: LÂMINA DE IRRIGAÇÃO ETcmáx.=ETomáx. Kcmáx


(líquida - LL e bruta - LB)
Estádios de desenvolvimento
Hortaliça
obs: utilize o coeficiente de consumo de água Kc do I* II III IV
período de maior consumo das plantas Abóbora 0,4-0,5 0,65-0,75 0,9-1,0 0,7-0,8
(tabelado Boletim FAO 56) Aipo 0,3-0,5 0,7-0,85 1,0-1,15 0,9-1,05
Alcachofra 0,3-0,5 0,65-0,75 0,95-1,05 0,9-1,0
Utilize Temperatura e Umidade relativa do ar do mês Alface 0,5-0,6 0,7-0,8 0,95-1,05 0,9-1,0
mais crítico (Média histórica do INMET -mapa Batata 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,7-0,75
para todo Brasil), em seguida utilize esses dados Berinjela 0,3-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,8-0,9
para obter a Evapotranspiração de referência Beterraba 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,6-0,7
ETo (Tabelado) Brássicas** 0,4-0,5 0,75-0,85 0,95-1,1 0,8-0,95
Cebola 0,4-0,6 0,7-0,8 0,95-1,1 0,75-0,85
Lembre-se: Cenoura 0,5-0,6 0,7-0,8 1,0-1,15 0,7-0,85
• LL = ETo x Kc Ervilha seca 0,4-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 0,25-0,3
• LB = LL/EA Ervilha seca*** 0,4-0,5 0,7-0,85 0,7-0,8 0,25-0,3
Ervilha verde 0,4-0,5 0,65-0,75 1,05-1,2 0,95-1,1
Espinafre 0,4-0,5 0,7-0,85 0,95-1,05 0,9-1,0
• Obs: EA: eficiência de aplicação de água = 0,85
Lentilha 0,4-0,5 0,75-0,85 1,05-1,15 0,25-0,3
para pivô central
Melancia 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,65-0,75
Melão 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,65-0,7
Exemplo: Milho-doce 0,3-0,5 0,7-0,9 1,05-1,2 0,95-1,1
• ETomáx = 5 mm/dia Pepino 0,4-0,5 0,65-0,75 0,9-1,0 0,7-0,8
• Kcmáx = 1,2 Pimentão 0,4-0,5 0,60-0,65 0,95-1,1 0,8-0,9
• LL = 6 mm/dia Rabanete 0,5-0,6 0,55-0,65 0,8-0,9 0,75-0,85
• LB=7,06 mm/dia Repolho 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,8-0,95
Tomate 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,6-0,65
Tomate indust*** 0,5-0,6 0,6-0,65 0,75-0,85 0,6-0,65
Vagem 0,3-0,5 0,65-0,75 0,95-,105 0,85-0,9
CLIMA EVAPOTRANSPIRAÇÃO
DE REFERÊNCIA – ETo
(mm/dia)
FRIO E ÚMIDO
(Temperatura menor que 20 oC e Umidade do 2,5 – 3,8
ar maior 50%)
FRIO E SECO
(Temperatura menor que 20 oC e Umidade do 3,8 – 5,1
ar menor que 50%)
TEMPERADO ÚMIDO
(Temperatura entre 20-32 oC e Umidade do ar 3,8 – 5,1
maior que 50%)
TEMPERADO SECO
(Temperatura entre 20-32 oC e Umidade do ar 5,1 – 6,4
menor que 50%)
QUENTE E ÚMIDO
(Temperatura maior que 32 oC e Umidade do ar 5,1 – 7,6
maior que 50%)
QUENTE E SECO
(Temperatura maior que 32 oC e Umidade do ar 7,6 – 11,4
menor que 50%)

Figura 1. Mapas climatológicos do Brasil, com dados históricos de temperatura e umidade relativa do ar, Fonte: INMET (2001).
Adaptado de Marouelli et al. (2008).

Exemplo: Goiânia / Setembro: T = 24 oC e UR = 60%


Projeto / Dimensionamento de Pivô central

• 2º passo: Vazão de projeto (Q)

Q= (LB x Área) / T

Obs:
- Área: área total irrigada (m2);
- T: tempo total de bombeamento diário (h);
- LB: Lâmina Bruta (mm ou L/m2)
- Q: Vazão (L/h)
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
3º passo: Raio total do Pivô (R) Definição do número de vãos, número de
tubos nos vãos e lance em balanço (escolha uma marca de pivô)

Vão / Lance Comprimento (m)


R = (Área/3,14)^0,5
9 tubos 61,26
8 tubos 54,55
- 9 tubos = até 5% declividade
7 tubos 47,85
- 8 tubos = 05 a 10%
6 tubos 41,14
- 7 tubos = 10 a 15%
Lance Balanço
- 6 tubos = 15 a 20%
L1 6,7
Lance balanço
L2 13,41
- L1, L2, L3 ou L4
L3 20,11
L4 26,82
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
4º passo: Raio até a última torre (RUT)

Obs:
RUT = R – Lance Balanço
R = Soma dos vãos e lance balanço
Projeto / Dimensionamento de Pivô central
5º passo: Tempo mínimo para completar uma volta na
máxima velocidade - T100% (h)
Obs: Velocidade máxima depende do diâmetro de roda e potência do
motoredutor (mais comuns 247 ou 268 m/s)
T100%= (2x3,14xRUT)/Vmáx

Tipo de Pneu Velocidade


(Vmáx.)
Pneu 12,4 x 24 247 m/h
(31 x 61 cm)
Pneu 14,9 x 24 268 m/h
(37 x 61 cm)
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
6º passo: Lâmina mínima que o pivô aplica na
máxima velocidade - L100% (mm)

L100%=(LBxT100%)/T

Tempo máximo de bombeamento (T)


Obs: normalmente T= 21h/dia

Lâmina bruta (LB)


Tempo mínimo por volta (T100%)
Projeto / Dimensionamento de Pivô central
7º passo: Tabela de Regulagem do percentímetro (R%)
Lâmina Tempo Precipitação Lâmina Tempo Precipitação
mm/volta h/volta mm/h mm/volta h/volta mm/h
100 3,04 1,56 7,0 50 6,08 3,12 14,1
Obs: 98
96
3,10
3,17
1,59
1,63
7,2
7,3
48
46
6,33
6,61
3,25
3,39
14,7
15,3
94 3,23 1,66 7,5 44 6,91 3,55 16,0
Lâmina por volta = (L100% / R%) × 100 92
90
3,30
3,38
1,70
1,73
7,6
7,8
42
40
7,24
7,60
3,71
3,90
16,8
17,6
88 3,45 1,77 8,0 38 8,00 4,11 18,5
86 3,53 1,81 8,2 36 8,44 4,33 19,5
84 3,62 1,86 8,4 34 8,94 4,59 20,7
Tempo por volta = (T100% / R%) x 100 82
80
3,71
3,80
1,90
1,95
8,6
8,8
32
30
9,50
10,13
4,88
5,20
22,0
23,5
78 3,90 2,00 9,0 28 10,86 5,57 25,1
76 4,00 2,05 9,3 26 11,69 6,00 27,1
74 4,11 2,11 9,5 24 12,67 6,50 29,3
72 4,22 2,17 9,8 22 13,82 7,09 32,0
70 4,34 2,23 10,1 20 15,20 7,80 35,2
68 4,47 2,29 10,3 18 16,89 8,67 39,1
66 4,61 2,36 10,7 16 19,00 9,75 44,0
64 4,75 2,44 11,0 14 21,71 11,14 50,3
62 4,90 2,52 11,3 12 25,33 13,00 58,6
60 5,07 2,60 11,7 10 30,40 15,60 70,4
58 5,24 2,69 12,1 8 38,00 19,50 87,9
56 5,43 2,79 12,6 6 50,67 26,00 117,3
54 5,63 2,89 13,0 4 76,00 39,00 175,9
52 5,85 3,00 13,5 2 152,00 78,00 351,8

Precipitação = [(0,2618*Lâmina*Raio do Pivô) / (Diâmetro molhado pelos aspersores)]


Obs: utilizou-se 88,4 de raio do pivô e 10 m de faixa molhada
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
8º passo: Tabela de vazão dos aspersores e definição dos
bocais
Utilizar catálogo de bocais)

Q = (LBx2x3,14xRxE)/T

• obs:
• R: Distância do centro do pivô ao aspersor

• E: espaçamento entre aspersores

• T= 21h
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• Exemplo de planilha de vazão dos aspersores
Raio bocal
Aspersor (m) esp (m) LB (mm) J (h) vazão (L/h) Vazão (L/h) bocal (no.) (mm) bocal (cor) Pressão (mca)
1 4,8 2,2 41 21 129,48 125 5 1,98 bege 7
2 7 2,2 41 21 188,82 182 6 2,38 dourado 7
3 9,2 2,2 41 21 248,16 248 7 2,78 lima 7
4 11,4 2,2 41 21 307,50 325 8 3,18 lilas 7
5 13,6 2,2 41 21 366,85 368 8,5 3,38 lilas 7
6 15,8 2,2 41 21 426,19 459 9,5 3,76 cinza 7
7 18 2,2 41 21 485,53 509 10 3,97 Turquesa 7
8 20,2 2,2 41 21 544,88 561 10,5 4,17 Turquesa 7
9 22,4 2,2 41 21 604,22 618 11 4,37 Amarelo 7
10 24,6 2,2 41 21 663,56 675 11,5 4,57 Amarelo 7
11 26,8 2,2 41 21 722,91 736 12 4,76 Vermelho 7
12 29 2,2 41 21 782,25 799 12,5 4,95 Vermelho 7
13 31,2 2,2 41 21 841,59 865 13 5,16 Branco 7
14 33,4 2,2 41 21 900,93 865 13 5,16 Branco 7
15 35,6 2,2 41 21 960,28 933 13,5 5,36 Branco 7
16 37,8 2,2 41 21 1019,62 1077 14,5 5,77 Azul 7
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
9º passo: Definição do regulador de pressão (7, 10, 14, 21 ou 28 mca)

Obs:
Em função da vazão do último aspersor (de maior vazão) obtido no passo anterior na tabela de vazão
dos aspersores

10º passo: Perda de pressão por atrito na tubulação aérea do pivô (tabelado em função do diâmetro
dos vãos)

Obs: opções de diâmetro aéreo


(6 5/8", 8", 8 9/16" e 10")

Vmáx < 3 m/s


(Velocidade máxima da água na tubulação área é de 3 m/s)

D=((4xQ)/(3,14xV))^0,5
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 11º passo: Pressão na base do pivô (PiLL)

PiLL= PE + hfLL + hgLL + Aa


obs:
PE = pressão do regulador de pressão + 2mca;
hfLL = perda de pressão por atrito na tubulação aérea);
hgLL = desnível do centro do pivô ao ponto mais alto do círculo
irrigado;
Aa = altura dos aspersores;
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 12º passo: Diâmetro e perda de pressão por
atrito na adutora (velocidade da água entre
1,5 a 2m/s)
Obs: Utilizar planilha eletrônica (D=((4xQ)/(3,14xV))^0,5)
20

13º passo: Diâmetro e perda de pressão por


atrito na tubulação de sucção (diâmetro
comercial superior a adutora)
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 14º passo: Pressão da bomba (H)

H = PiLL + HgLP + HgLS + HfLP + HfLS + HfLoc

• Hg = desníveis de sucção e recalque;


• Hf = perda por atrito na sucção e adutora;
• PiLL = pressão na base do pivô;
• HfLoc = perdas nas conexões;

• Obs: considere perdas de pressão nas conexões de 5 a


10% das perdas nos tubos)
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 15º passo: Escolha da bomba, redução excêntrica
e ampliação concêntrica (utiliza vazão e pressão
total de projeto)
• Obs: utilize catálogo eletrônico de bombas (www.imbil.com.br)
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 16º passo: Definição do motor
Potência de motor = potência da bomba + folga)

Potência de bomba Folga para potência do motor


Até 2 C.V. 50%
2 a 5 C.V. 30%
5 a 10 C.V. 20%
10 a 20 C.V. 15%
Maior que 20 C.V. 10%
Projeto / Dimensionamento de Pivô
central
• 17º passo: Definição do transformador e
chave de partida
Obs: 1 a 1,5 KVA de transformador para cada 1 CV de motor;
• motor acima de 10 CV (Chave série paralela, chave compensadora ou
chave softstarter)
Projeto / Dimensionamento de Pivô central

• 18º passo: Lista de Materiais


Linha Lateral

Material Quantidade R$/Unidade R$/Total

A - Unidade de Bombeamento
Conjunto de sucção

Conjunto motobomba

Conjunto de saída

Chave de Partida e Materiais Elétricos

B - ADUÇÃO

C - CABOS ELÉTRICOS

D - PIVÔ CENTRAL
A - Unidade de Bombeamento
QTDE DESCRIÇÃO P. UNIT. P. TOTAL
Conjunto de sucção
01 Cj Tubo AZ 8" FL DIN x 6,0 m
02 Ancoragem Válvula Pé c/ crivo 8" GLV / unitário
01 Cj Redução excêntrica AZ 4" FL DIN x 8" L-20
01 Cj Tubo AZ 8" L-20 x 1,5m
01 Cj Curva dupla AZ 8" L-20 x 1,20m RL

Conjunto motobomba
01 Bomba IMBIL modelo INI 80-400
Motor elétrico 20,0 cv trifásico F.S. 1,15 60Hz IP-55 IV Polos
01 1.750 rpm
Base fixa para motobomba elétrica IMBIL 20 cv com
01 acoplamento
01 Cj Redução concêntrica AZ 6" FL DIN x 3" FL DIN
Conjunto de saída
01 Cj Tubo AZ 6" FL DIN x 3,0 m
02 Cj Curva AZ 6" FL DIN x 45º
01 Cj Tubo AZ 6" FL DIN x 2,0 m
01 Cj Tubo AZ 6" FL DIN x 1,0 m
01 VALVULA RETENÇÃO 6" FLDIN PN10 FOFO MOD. RAN

Chave de Partida e Materiais Elétricos


Terminal de compressão
20 16mm2
Terminal de compressão
40 16mm2
04 Fita auto-fusão 3M c/ 10 metros (rolo)
Fita isolante 3M c/ 20 metros
04 (rolo)
Disjuntor tripolar
01 32A
01 Autotrafo 10 Kva 380V x 880V
01 Autotrafo 10 Kva 880V x 480V
Sub Total A
B - ADUÇÃO
QTDE DESCRIÇÃO P. UNIT. P. TOTAL
02 Cj Extremidade FoFo 150mm Bolsa x Flange PN-10
10 Pasta lubrificante 900gr para PVC
129 TUBO PVC DN150 PN 60 6M LF DEFOFO JEI AMANCO
02 Cj Tubo AZ 6" L-20 x 6,0 m
06 Ancoragem Válvula Retenção 6" GLV / unitário
01 Curva FoFo 45º 150mm Flange x 250mm Flange
Sub Total B
C - CABOS ELÉTRICOS
QTDE DESCRIÇÃO P. UNIT. P. TOTAL
782 Cabo elétrico cobre 3 x 4,0mm
782 Cabo elétrico cobre nú 1 x 10,0mm
782 Cabo elétrico cobre 2 x 1,5mm
Sub Total C
D - PIVÔ CENTRAL
DESCRIÇÃO P. UNIT. P. TOTAL
01 PIVÔ CENTRAL ZIMMATIC modelo PC 02-636/02-637636/0-648/00-639/L1, composto de:
01 Ponto Central 6.5/8" 2,90m com painel FIELD BASIC
01 Vão fixo 6.5/8" x 3,0m x 6 tubos 41,15m, sem aspersor e pendural
02 Vão fixo 6.5/8" x 3,0m x 7 tubos 47,88m, sem aspersor e pendural
01 Vão fixo 6.5/8" x 3,0m x 6 tubos 41,15m, sem aspersor e pendural
01 Lance em Balanço L1 de 06,70m
02 Cj pendural flexível 3/4" c/ curva para Vão de 6 tubos 41,15 m
02 Cj pendural flexível 3/4" c/ curva para Vão de 7 tubos 47,88 m
01 Cj pendural flexível 3/4" c/ curva para Lance em Balanço L1 de 6,70 m
81 Spray spinner S-3000 + Regulador pressão ST Nelson / unitário
01 Cj partida PC pressurizado
01 Kit Limpeza Lance Balanço 4"
01 Kit instalação bomba injetora fertilizantes
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
1º passo: inicialmente é necessário descobrir o solo predominante na área
irrigada.

• Obs: na análise química do solo, normalmente vem a % de areia, % de site


e % de argila. Com esses dados é possível saber se o solo é arenoso,
textura média ou argiloso (utilizar o triângulo americano - Google)

• Ou

• Fazer um grid de amostras na área do pivô, coletar inúmeras amostras
deformadas de solo, e fazer análise textura ou em laboratório ou usando o
tato da mão (molhe uma porção solo mão, amasse, faça uma cobrindo, e
dobre como se fosse fazer um biscoito de queijo. Se o solo aceitar fazer o
"biscoito" o solo é argiloso; se quebrar na hora de dobrar o "biscoito" é
solo de textura média, e se o solo nem mesmo aceitar fazer a
cobrinha, é solo arenoso.
b) Análises físico-hídricas do solo
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
2º passo: sabendo a textura do solo predominante é possível obter a típica
retenção de água no solo, na camada de interesse.

Taxa básica de infiltração (TIB) e retenção de água (CAD) para


diferentes granulometrias de solos.
Textura Taxa básica de Infiltração Armazenamento de água no solo
(TIB mm/dia) (CAD mm/cm)
ARGILOSA
(FINA)
muito argiloso Menor que 10 1,5 -2,5
argiloso
argilo-siltoso
franco-argilo-siltoso
MÉDIA
Franco-arenoso
10 – 20 1,0-1,5
Franco
Franco-argilo-arenoso
ARENOSA
(GROSSA) Maior que 20 0,6-1,0
arenoso
areia franca

EXEMPLO:
Um solo de textura média, na camada de 30 cm, retém de 30 a 45 mm de água no solo;
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
3º passo: em seguida obtenha a umidade do solo no ponto de capacidade de campo (umidade ótima
para as plantas), ponto onde todos os micro poros estão com água e os macro poros estão com ar.

Obs: faça uma demarcação de uma área de 1m x 1m, na área de solo predominante, e sature-a
(adicione água até a saturação).

Exemplo:
Considerando os solos em geral com 50% de porosidade, para saturar uma área de solo de 1m x 1m x
0,4 m (até 40 cm de profundidade) é necessário adicionar 200 L de água (50% de 0,4 m3).

Logo após adicionar água suficiente para saturação do solo até a profundidade desejada, cubra o solo
saturado dentro da "piscina de 1 m x 1 m" com uma lona plástica. Aguarde a drenagem da água dos
macro poros ocorrer (algo que pode demorar até 5 dias debaixo da lona), retire uma amostra
indeformada (cilindro de solo) e nessa a umidade (massa úmida - massa seca, dividido pelo volume
de solo). Para isso será necessário um amostrador de solo, balança e uma estufa de secagem de
solo/ microondas/ frigideira)

Obs: essa umidade será a umidade do solo no ponto de capacidade de campo.


Solo Capacidade Campo
Arenoso Até 3 dias
Textura média Até 6 dias
Argiloso Até 8 dias
(Twarakavi et al., 2009).
TWARAKAVI, N.K.C.; SAKAI, M. & SIMUNEK, J. An objective analysis of the dynamic nature of field capacity. Water Res. Res., 45:1-9, 2009
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?

4º passo: sabendo o fator de disponibilidade de água para as plantas (tabelado para cada grupo de culturas e em diferentes regiões) é
possível saber a água prontamente disponível (AD) no solo para cultura de interesse. (AD = CAD * f)

Exemplo:
Para a região do Cerrado, se pratica

f= 0,4 para tomate,


f= 0,5 para feijão e
f= 0,6 para milho.

Assim, em um solo de textura média na profundidade de 30 cm, terá retenção total de 30 mm, e terá água prontamente disponível (AD)
nesse solo para:
Tomate de 12 mm
Feijão de 15 mm
Milho de 18 mm;

AD (mm)
CAD (mm)
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
Fator de disponibilidade de água no solo (f) de acordo com grupos de culturas e
evapotranspiração da região (ETo).
Grupo Culturas
1 cebola, pimenta, batata
2 banana, repolho, uva, ervilha, tomate
3 alfafa, feijão, cítricas, amendoim, abacaxi, girassol, melancia, trigo
4 algodão, milho, azeitona, açafrão, sorgo, soja, beterraba, cana-de-
açúcar, fumo

Grupo da ETo (mm/dia)


Cultura 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 0,500 0,425 0,350 0,300 0,250 0,225 0,200 0,200 0,175


2 0,675 0,575 0,475 0,400 0,350 0,325 0,275 0,250 0,225
3 0,800 0,700 0,600 0,500 0,450 0,425 0,375 0,350 0,300
4 0,875 0,800 0,700 0,600 0,550 0,500 0,450 0,425 0,400
(Bernardo et al., 2006).
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
5º passo: assim, sabendo quanto de água tem no solo para as plantas (AD), basta saber o quanto de água se perde por dia por
evapotranspiração (ETc) da lavoura/pomar para se calcular o intervalo entre irrigações ou turno de rega (TR). Já que TR é a
relação entre o que se tem no solo e o que sai TR=AD/ETc)

Exemplo:
Se a ETc for de 3mm/dia (em determinado estádio da cultura e época do ano), e considerando o AD do exemplo anterior, tem-se
um TR de:

Tomate= 4 dias
Feijão = 5 dias
Milho= 6 dias

COEFICIENTE DE CULTIVO (Kc)

Chuva, Temperatura, Umidade,


Radiação, Vel. Vento e ETo (mm)

FAO Boletim 56 (1998); Pereira et al. (2002). ETc = ETo x Kc


Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
6º passo: Para saber a ETC de cada dia do ciclo, é preciso dados de Evapotranspiração de um gramado/ referência (ETo)
obtidos em estações meteorológicas mais próximas possível da área irrigada.

Obs: ETc = ETo x Kc

Os Kc devem ser obtido por tabela (Boletim FAO 56 / Google). Deve se utilizar Kc inicial, Kc máximo e Kc final, para se elaborar
um gráfico e uma tabela de consumo de água ao longo ciclo.

Exemplo:
Para tomate para indústria:
Kc inicial= 0,4
Kc máximo = 0,9
Kc final = 0,6

Assim, é possível dividir o ciclo de 125 dias em 4 fases:

Fase 1: transplantio ao pegamento 20 dias ( kc constante de 0,4)

Fase 2: pegamento ao florescimento: 35 dias (kc crescente de 0,4 a 0,9, do 20o. ao 55o dias de ciclo)

Fase 3: florescimento a maturação 45 dias (kc contate de 0,9, 55o. aos 100o. dias de ciclo)

Fase 4: maturação a colheita 25 dias ( kc decrescente de 0,9 a 0,6, do 100o. aos 125o. do ciclo)

Assim, conjuntamente com os dados de ETo obtidos diáriamente é possível se obter a ETc de cada dia.
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
DAT Kc DAT Kc DAT Kc DAT Kc DAT Kc DAT Kc DAT Kc

1 0,4 20 0,4 39 0,67 58 0,9 77 0,9 96 0,9 115 0,72


2 0,4 21 0,41 40 0,69 59 0,9 78 0,9 97 0,9 116 0,71
3 0,4 22 0,43 41 0,70 60 0,9 79 0,9 98 0,9 117 0,70
4 0,4 23 0,44 42 0,71 61 0,9 80 0,9 99 0,9 118 0,68
5 0,4 24 0,46 43 0,73 62 0,9 81 0,9 100 0,9 119 0,67
6 0,4 25 0,47 44 0,74 63 0,9 82 0,9 101 0,89 120 0,66
7 0,4 26 0,49 45 0,76 64 0,9 83 0,9 102 0,88 121 0,65
8 0,4 27 0,50 46 0,77 65 0,9 84 0,9 103 0,86 122 0,64
9 0,4 28 0,51 47 0,79 66 0,9 85 0,9 104 0,85 123 0,62
10 0,4 29 0,53 48 0,80 67 0,9 86 0,9 105 0,84 124 0,61
11 0,4 30 0,54 49 0,81 68 0,9 87 0,9 106 0,83 125 0,60
12 0,4 31 0,56 50 0,83 69 0,9 88 0,9 107 0,82
13 0,4 32 0,57 51 0,84 70 0,9 89 0,9 108 0,80
14 0,4 33 0,59 52 0,86 71 0,9 90 0,9 109 0,79
15 0,4 34 0,60 53 0,87 72 0,9 91 0,9 110 0,78
16 0,4 35 0,61 54 0,89 73 0,9 92 0,9 111 0,77
17 0,4 36 0,63 55 0,90 74 0,9 93 0,9 112 0,76
18 0,4 37 0,64 56 0,9 75 0,9 94 0,9 113 0,74
19 0,4 38 0,66 57 0,9 76 0,9 95 0,9 114 0,73
http://www.fao.org/
Coeficientes de cultura (Kc) em função do estádio de desenvolvimento

CULTURA ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA CICLO

I II III IV V Total

Algodão 0,40-0,50 0,70-0,80 1,05-1,25 0,80-0,90 0,65-0,70 0,80-0,90

Arroz 1,10-1,15 1,10-1,50 1,10-1,30 0,95-1,05 0,95-1,05 1,05-1,2

Banana 0,40-0,50 0,70-0,85 1,00-1,10 0,90-1,00 0,75-0,85 0,70-0,80

Batata 0,40-0,50 0,70-0,80 1,05-1,20 0,85-0,95 0,70-0,75 0,75-0,90

Cana-de-açúcar 0,40-0,50 0,70-1,00 1,00-1,30 0,75-0,80 0,50-0,60 0,85-1,05

Citros 0,65-0,75

Feijão* 0,30-0,40 0,70-0,80 1,05-1,20 0,65-0,75 0,25-0,30 0,70-0,80

Melancia 0,40-0,50 0,70-0,80 0,95-1,05 0,80-0,90 0,65-0,75 0,75-0,85

Milho 0,30-0,50 0,80-0,85 1,05-1,20 0,80-0,95 0,55-0,60 0,75-0,90

Soja 0,30-0,40 0,70-0,80 1,00-1,15 0,70-0,80 0,40-0,50 0,75-0,90

Tomate 0,40-0,50 0,70-0,80 1,05-1,25 0,80-0,95 0,60-0,65 0,75-0,90


Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
7º passo: assim, sabendo o tipo de solo, a profundidade de raízes de cada fase, a água prontamente disponível para cada
cultura, assim como a ETC de cada dia, é possível se fazer o cálculo de intervalo de irrigação em cada fase.

TR = AD/ETc
Tomate / Textura média

Exemplo: Exemplo: Exemplo: Exemplo:


TR = 2 dias TR = 8 dias TR = 10 dias TR = 8 dias
ETc = 2 mm/dia ETc = 3 mm/dia ETc = 4 mm/dia ETc = 5 mm/dia
AD = 4 mm AD = 24 mm AD = 40 mm AD = 40 mm
Fase I (20 dias) Fase II (21-55) Fase III (56-100) Fase IV (101-125)
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
8º passo: assim a lâmina líquida de irrigação será a somatória das ETC entre uma irrigação e outra.
Manejo da irrigação/Uso racional da água
(Quando e quanto irrigar?
9º passo: outra maneira de se obter a lâmina líquida de irrigação, é calculando a diferença de umidade entre capacidade de campo e a
umidade atual.
Obs: a umidade atual pode ser medida por diferentes sensores (Tensiometros, TDR, sensor EC-5, Divinner 2000, entre outros)

Lâmina líquida de irrigação = (umidade na capacidade de campo) - (umidade atual)*profundidade de raízes

Lamina líquida = (Ucc-Uatual) * d * Z

U: conteúdo de água no solo (g/g)


d: densidade do solo (g/cm3)
Z: profundidade efetiva de raízes (mm)
Tensiometria e retenção de água no solo
Monitoramento do conteúdo de água
no solo
e) Estimativa de Evapotranspiração atual

BALANÇO DE ENERGIA – ESTIMATIVA DA ETc


SAFER: Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving
Fonte: Google, 2016.

Using images (USGS - TOPODATA) obtained


by Satellite (Landsat 8 OLI / TIRS);

Teixeira (2010), Teixeira et al. (2012) e Teixeira et al. (2013)


e) Estimativa de Evapotranspiração atual

BALANÇO DE ENERGIA – ESTIMATIVA DA ETc

Figura 6. Maps of ETa by model SAFER (June – July)


e) Estimativa de Evapotranspiração atual

BALANÇO DE ENERGIA – ESTIMATIVA DA ETc

Figure . Maps of ETa by SAFER model in August to September


f) Estimativa de Evapotranspiração atual
(necessidade hídrica / fitossanidade / nutricional)
IMAGENS MULTISPECTRAIS - DRONE

Você também pode gostar