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Imensa
Vida
A valsa da Família.
Uma visão sistêmica de nossa existência.
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www.imensavida.com
tarso.firace@gmail.com
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Tarso Firace
Imensa
Vida
A valsa da Família.
Uma visão sistêmica de nossa existência.
Quinta edição
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Dados Internacionais de Catalografia na Publicação (CIP)
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Firace, Tarso
2015 Imensa Vida - A valsa da família – quinta edição
Uma visão sistêmica de nossa existência. / Tarso Firace
Belo Horizonte, MG
160 páginas
1. Comportamento – Aspectos psicológicos – 2 Irmãos e irmãs
3. Ordem de nascimento 4. Personalidade 5. Temperamento
I. Título
II. ISBN 978-85-9118932-8
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Índice para catálogo sistemático
1.Ordem de nascimento: Personalidade: Psicologia 155.924
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Dedicatória
Meu avô Domingos Firace, pai do meu pai, foi a pessoa que
mais me marcou até a juventude. Brasileiro na Itália, Italiano no
Brasil. De sua casa de praia em São Vicente, vêm as mais profundas
lembranças do que é ser família. Só ele tirou os meus dentes,
nossas conversas me fizeram entender e entrar no mundo. Quando
ele ”partiu”, ele estava na sua casa, na sua cama, com toda família e
seu médico ao seu redor. Era o dia do meu aniversário. Segurei-o
em meus braços até sua última respiração.
Suas histórias estão vivas em mim. Mais que histórias, sua
força e inteligência. Comigo foi sempre muito amoroso. E o amor
que tenho por ele, não cabe nessa vida. A ele dedico esse livro, que
originalmente teve o nome de Lembranças Affetuosas, nas palavras
que ele usava para se despedir em suas cartas e cartões que
mandava da Itália. Por essas lembranças conheci o rio da vida.
Quando chegaram meus filhos e me propus subir às suas nascentes,
reconheci neles o que já estava em mim mesmo anteriormente.
Então, pela mesma forma, dedico também esse livro aos
meus netos e bisnetos, que ainda nem nasceram. Em mim eles já
fazem parte da vida, estendo a eles estas mesmas Lembranças
Affetuosas.
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Sumário
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Agradecimentos
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Comentários
Estimado Tarso,
Que bom ler você! Estamos com saudade.
Me recordo quando ainda muito pequeno, da
admiração que tinha para com meu avô, que me ensinava,
repassava o que de melhor ele tinha. De pipas a estetoscópio.
Tantos trabalhos manuais, brinquedos, miniaturas, bem como
contos e estórias que ficaram em minha memória. Deixava
fluir ideias, que eram explicadas com palavras amenas, mãos
calmas, com movimentos sem pressa, sem ansiedade.
Tínhamos todo o tempo para saborear aqueles encantadores
momentos, um dos mais sublimes de minha infância. Agora
entendo muito mais sobre os benefícios daquela
convivência. Experiência que traduzia em equilíbrio,
entusiasmo, dedicação e um resultado estimulante com sabor
de realização. Hoje não há mais espaço para tal dedicação e
atenção, nem mesmo que para ouvir uma estória. São nossas
perdas da identidade social, do afeto, do carinho, atenção,
respeito e admiração. De forma profunda isso você traz nesse
seu livro, inspiração para as atuais e futuras gerações.
Um grande abraço.
Délcio Viani
Olá Tarso
LINNNNDO. Vai ser de muita valia p muita gente.
Muiiiit0 Obrigada por partilhar comigo.
bjs.
Cândida Amaral
Caríssimo Tarso,
Se alguém te perguntasse em quanto tempo você escreveu, talvez
você dissesse, 2 meses, 2 anos mas seja qual foi o tempo, este
texto demorou mais de 50 anos para que você pudesse expressar
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esta realidade, à qual você só conseguiu, por ter passado por onde
eles passaram.
Cada dia é uma valorosa página de um livro que começamos a
escrever, mas nunca vai terminar.
Enzo Squillaro
Tarso querido!
Faço minhas suas palavras e sinto a bênção e a gratidão por
ser parte dessa corrente que a família encompassa e que nos
une a todos, familiares e amigos, irmãos na nossa
humanidade, dentro de uma ordem clara e sábia, que honra
nossos ancestrais e ilumina o caminho de nossos filhos e
netos "e assim por diante" Meu coração se enche de saúde e
amor!
Muito agradecido! mo Moacir Amaral
Tarso,
Que lindo o amor colocado nas palavras de seu livro.
Fiquei honrada e muito emocionada quando li o nome do
Mingo. Que saudades senti dos almoços na casa do vô
Domingos com toda a família reunida. Lembrei inclusive da
Pastiera que conheci através de vocês.
Gostei muito dos esquemas, pois facilita muito a visualização,
é didático. Tive uma imensa vontade de escrever uma carta
amorosa de agradecimento para minha mãe.( e vou escrever
mesmo). Adorei.
Foi uma honra ler seu livro saindo do forno,bem quentinho...
Grande beijo
Rosangela Gualtieri
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Meus pais, minha irmã e eu
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Prefácio
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laços nos antepassados é uma grande chave de entendimento para nossas
“identificações inconscientes”. Propõe também exercícios simples, mas de
grande profundidade que pode atingir a alma do sistema e transformar os
destinos de uma maneira amorosa e eficaz. Contudo, a meu ver, o clímax
desta edição é a carta que ele propõe de inclusão e remissão com nossos
avós e bisavós. Maravilhoso poema e oração de reintegração com a nossa
origem ancestral, que está na página 94.
Nossa cultura diferentemente da cultura oriental ficou pobre de
ritos e práticas integrativas. Vemos na cultura japonesa, por exemplo, várias
práticas tanto no Xintoísmo, como na ritualística Zen, de promover a
integração das gerações e honra da criação através dos ancestrais. Tarso
estava realmente inspirado por esta força. Pessoalmente fiz uma copia desta
carta e uma vez por semana recito em voz alta no meu altarzinho que
contém as fotos dos pais, avós e bisavós. Mantenho no meu quarto num
angulo especial. Está fazendo um efeito muito interessante como se
passasse a receber uma benção especial destes seres que foram os geradores
da minha existência no aqui e agora.
Neste momento apocalíptico que estamos vivendo, todos estes
saberes estão sendo revelados. Todo o Universo parece estar conspirando
através das ciências, das artes, das letras, meios para que nós possamos nos
liberar. Liberar de que? De tudo aquilo que nos impede de sermos nós
mesmos. Porque até então tivemos uma vida estereotipada por imagens
egóicas infantis, modelos familiares inadequados à nossa verdade interior.
Modelos sociais baseados no poder e nas máscaras. Agora é a hora de uma
grande oportunidade advinda da crise geral do planeta, onde tudo e todos
estão em “cheque mate” e temos também esta chance. Hoje em dia não
podemos mais nos justificar com o “eu não sabia”, pois temos todos os
meios de saber. Mas o “talvez eu não quisesse saber”, vai nos levar todos a
ter que confrontar com os efeitos do que causamos a nós mesmos, aos
nossos filhos, à natureza e ao planeta. Assim será o advento da quarta
dimensão regida pelo quarto chácra, ou seja, pelo coração e não mais pela
nossa barriga cheia de nossas imagens de poder que nos levaram a falência.
Imensa Vida é uma ode, um convite a este saber e a esta prática de
integração conosco mesmos, com nossos ancestrais e com o Cosmo.
Desejo a todos os leitores uma boa viagem dentro deste
conhecimento que Tarso está nos oferecendo de uma maneira poética,
simples e prática.
Reginaldo Teixeira Coelho (Regis), Psicólogo clínico UFMG.
Vice-presidente ABCSISTEMAS
Associação Brasileira de Consteladores Sistêmicos
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1 - Apresentação
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A família, mais do que meio de cultura para o
desenvolvimento dos seus participantes, é o vetor principal desse
desenvolvimento. Na família estão as marcas e remarcas que nesse
estudo ficarão visíveis dos diferentes grupos e tarefas que temos de
acordo com a nossa tipicidade e sensibilidade.
Não tenho a mínima pretensão de esgotar esse assunto.
Estou apenas apresentando um pouquinho a mais com esse estudo,
como a ponta de um iceberg que precisa mais tempo e talento para
ser compreendido, e esse conteúdo sistêmico poder vir à tona,
claro e abrangente, e assim poder atenuar nossos sofrimentos, no
que diz respeito ao significado da vida, ordens de origem e destino
a que estamos conectados, como empregar bem nossos dias
fazendo a “lição de casa” que todos nós recebemos ao nascer,
deixando limpo o caminho para os que chegaram depois e mesmo
para os que ainda vão chegar.
Como numa conversa entre dois velhos amigos, simples e
direta, tentaremos cruzar esse assunto desde a concepção até a
partida. Sem mexer com as religiões, falando e ouvindo com o
coração.
Com essas referências podemos ir avançando por esse
tema, começando pelo posicionamento dos irmãos, depois o fluxo
de conteúdo nas famílias e como lidar com os sofrimentos e lavá-
los, até ver e sentir o movimento dessa Imensa Vida.
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Além dos olhos
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Desde sua origem seguimos seu curso, pelo entendimento,
e seguimos na direção do destino. Origem e destino tem a mesma
mecânica, um aponta para o outro.
Entender o que viemos fazer aqui é realizar isso. É a ação
primária e fundamental que todos temos em nós. Isso é imperativo.
Só entrando nesse processo, nas águas desse rio, é que podemos,
sendo levados por elas, encontrar nosso destino, e poder partir.
Assim faremos essa jornada. E para instrumentar esse nosso
trabalho, precisamos definir a linguagem comum que usaremos.
Vamos evitar usar termos e linguagem das religiões, que são cheios
de significados secundários, são como cartas marcadas.
Vamos tentar evitar rebuscadas filosofias, nos pautando
pelo simples, pelo direto, isso não quer dizer o fácil, mas o que nos
diz ao coração, mais pelo amoroso do que pelo ortodoxo.
A física quântica tem dado uma grande ajuda. O estudo
sistêmico tem alcançado um
bom nível, apresentando
grande avanço no descortínio
do que sempre ficou invisível.
Compreender o significado
das repetições, das mudanças
internas, e vislumbrar o
movimento familiar como um
todo, mais do que ver
isoladamente o de cada
membro.
As ciências terapêuticas nos Alex Grey
permitem ir muito mais longe dentro dos sistemas. Os diversos
estudos de posicionamento dos filhos na família ganham outra
dimensão quando caminham por ressonância.
É preciso ainda reconhecer a importância da intuição, da
reflexão e do silêncio. Esses são os combustíveis dessa imensa
empreitada : captar e descrever o grande movimento da vida.
É nesse cenário que iremos bater com nossas bengalinhas
brancas para formar as imagens além dos olhos.
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O campo
O campo é equivalente a um conjunto enumeravelmente
infinito de osciladores harmônicos
Max Planck
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mais acolá, e visualmente tem que fazer o desenho do que está de
baixo da terra e vai unindo as ocorrências. Segue o veio submerso
em seu grande e suave movimento. Assim somos.
Somos o conteúdo da família que vem à tona em ondas. E
no tempo limitado de cada existência, precisa encontrar as suas
condições para se expressar e ser compreendido. Depois disso volta
para dentro e espera a próxima oportunidade para vir à tona e
surgir. Vejamos essa questão profunda pela simplicidade.
A física quântica está provando que o DNA não é uma coisa
pronta e acabada, mas é um “campo” que é afetado pelo ambiente,
por certas substâncias químicas, ocorrências e eventos, traumas e
até mesmo pensamentos.
Não somos seres prontos constituídos. Vivemos em um
estado contínuo de constituição e autoformação. Autopoiética,
como a chamaram Francisco Varela e Humberto Maturana. Nossa
vida segue as condições sistêmicas autônomas autoproduzidas e
autorreguladas.Talvez gostemos da ideia de sermos seres definidos
e separados, mas emocionalmente vemos que tudo que mexe ao
nosso redor e mesmo dentro de nós, nos afeta, isto é, mexe com
nossos afetos.
O estado amoroso modifica nossa forma de ver.
Os traumas e sentimentos coagulados vividos em nossa
família, mais do que elementos a serem observados no passado,
estão atuantes no agora e são como lentes de aumento por onde
podemos ver as pequenas fissuras que se fizeram no “campo“ da
família, e formataram a nossa forma de ser.
Foram milênios de experiências vividas, de histórias nem
sempre muito bonitas de serem contadas, que estão presas em
nosso psiquismo. Nossas emoções e nossos sentimentos seguem
por esses resquícios, tomam carona no vácuo dessas histórias,
ressonam esses sofrimentos acumulados.
Já chegamos ao mundo com uma longa ficha corrida.
Vamos ficar com o fato absolutamente irrefutável que nenhum de
nós nasceu Adão. Todos nascemos com um cordão umbilical que
nos ligou à mãe e ao pai e esses aos que vieram antes deles e assim
à montante.
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Portanto, desde o instante da concepção recebemos uma
espécie de capa, já com todos esses sofrimentos, uma casca tão
dura quanto a casca de um ovo, que precisa ser superada, rompida
de dentro para fora, para que possa nascer quem realmente somos.
Por não saber fazer isso temos procurado milhares de
explicações, teorias, ritos, crenças e religiões, sempre sem sucesso.
Vamos encarar o fato de que a humanidade tem se
complicado sempre mais sem resolver essa questão ancestral de
origem e destino através de religiões e crenças. Isso só tem
disseminado medo e pressão, e vem se complicando cada vez mais.
Tantos interesses escusos tem se colocado nessa questão. Temos
testemunhado uma infinidade de comportamentos esquisitos,
rituais bizarros, uma aparatagem digna de um desfile de escola de
samba do Rio de Janeiro.
Seria divertido imaginar as escolas de samba realizando
desfile cada uma sobre uma religião, nos seus moldes típicos :
comissão de frente, destaque, alegorias, porta bandeira, ala das
baianas, samba enredo entre outros. Desde os religiosos crentes
até os religiosos ateus. Mas no substrato comum somos todos
criaturas, fomos criados, nascemos assim, não escolhemos nossas
características, viemos convidados à vida. Nascemos de nossos pais
e mães, materialmente e psiquicamente e assim vem sendo por
milhões de anos. Então, a nossa família é a porta para começarmos
a entender nossa origem. Se não acharmos que tudo é obra do
acaso, poderemos colocar como ponto de origem uma inteligência
criadora, evolutiva, perspicaz que desencadeou um longo processo
simétrico com a vida. Por isso sentimos que toda vida é sagrada,
tem um sentido emocional de reconhecimento por se estar vivo, é
um imenso presente, enquanto mentalmente é apenas algo
natural.
Entrar pelo fluxo de conteúdo que vem de nossos pais, de
nossa família, é uma forma de compreensão e releitura desse
processo desde a origem, e vir seguindo nessa direção, mantendo-
nos no fluxo continuado do conteúdo familiar, o que nos leva a um
entendimento mais profundo sobre nossa vida, jogando luz no que
todos temos pela frente, para onde isso vai nos levar.
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Síntese
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Não são três mundos diferentes, mas três diferentes
aspectos do mesmo mundo. Vamos observar a vida com
simplicidade. Aceitamos que morrer é quando algo impede o corpo
de prosseguir mantendo-se na vida. Algo acontece e abrevia seu
tempo de existência, ou então se vive bastante até se esgotarem as
condições físicas para mantê-lo. Então depois disso, como diz um
amigo, o corpo fica inabitável.
A forma como somos dirigidos por nossos sentidos e
sentimentos, tem muito a ver com o prazo de validade do corpo.
Uma existência em sofrimento é um convite à abreviação.
Muitos dos sentidos presentes em nós tem origem em
nossos ancestrais e nossa própria origem, podem ser fortes demais,
desconfortantes demais para serem carregados, sendo um convite
à desistência no meio da caminhada. Isso devido à fidelização aos
antepassados e às crenças que resolvemos escolher. Assim
funciona a mecânica emocional. O conteúdo que era deles vem
para nós e como nós não conseguimos resolver essa batata quente,
volta e fica esperando indefinidamente outra oportunidade para se
manifestar. Vítimas desse fluxo ou esperanças para ele, cada um de
nós pode, com liberdade, encontrar o seu lugar. Se não fazemos
nada, não conseguimos nada, seremos mais uma vítima. Mas se
entendermos a importância disso e nos dispusermos a quebrar a
inércia e nos abrir para essa questão com inteligência e
sensibilidade, podemos fazer muito. Resolvendo nosso sistema, nós
o desobrigamos deste peso emocional que gera as doenças ao
longo de gerações, como afirma o amigo Denny Johnson. A causa
do câncer, como diz outro amigo, o Dr. César Cavini, presidente da
Associação Brasileira de Radiologia, é sentir o coração pesado.
Despertando os recursos interiores facilitamos o entendimento e o
trabalho certo a ser feito. E o que conseguirmos se refletirá pelas
futuras gerações.
Existe um grande bem que podemos fazer se o conteúdo de
nosso sistema for reelaborado, entendido, aceito, honrado,
concluído, amado, ressignificado, acolhido, explicado e liberado por
nossas mãos. Podemos ser essa geração que faz a diferença.
Broncas não resolvidas de nossa família se perpetuam, tornam-se
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saga, depois praga, e seus resquícios são reincorporados e
considerados características secundárias de personalidade na
família, entraram pelo DNA adentro e vão ficar lá grudadas,
ocupando o lugar da personalidade primária, a que veio
originalmente junto conosco, e vai ser duro de tirar esses
hospedeiros de lá.Todos nós temos dentro essa pulsão original,
primária, expressada pelas características Alfa, Beta, Gama, que
veremos mais a frente, pelos talentos e pela forma como vemos o
mundo, que nos tornam únicos e exclusivos. Ao sermos envolvidos
pelos sofrimentos de nossos familiares, medo e resentimentos
conscientes e tantos outros inconscientes
são “baixados” do nosso inconsciente
familiar, e ficamos como aqueles bebês
enrolados e apertados em mantinhas,
situação conhecida como charutinho, onde
a criancinha fica imóvel, com braços e
pernas esticadas e imóveis, pescoço rijo
sem pode virar, sendo que o único possível
é chorar ou aceitar, e como chorar
também é impossível, o único jeito mesmo
é aceitar. Assim ficamos, sistemicamente por um logo período da
existência, atados por nossa mantinha histórica, fidelizados aos
sofrimentos, condenados a repeti-los, respeitá-los sem nunca
encará-los de frente. Ficamos paralisados, e com isso não
desenvolvemos a nossa própria vida.
O cérebro
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preocupado com a sobrevivência e as grandes causas, ligado aos
órgãos do corpo e a tudo que diz respeito ao seu funcionamento.
Esses dois cérebros estão conectados e em tudo dependem
um do outro. A nossa vida é o resultado integrado deles. Charles
Darwin formulou a sequencia da evolução pelas vitórias do mais
forte sobre o mais fraco. Porém hoje vemos que outros fatores
podem ter sido decisivos na evolução do cérebro como os fatores
emocionais, então nem sempre o mais forte tem avançado, mas o
mais adaptado, o que mais integra esses dois cérebros. Paul Broca
chamou de “o velho cérebro primitivo”, o cérebro límbico, é o que
temos em comum com todos os outros mamíferos, em seu núcleo
temos a estrutura comum com os répteis. Esse cérebro foi a
primeira camada depositada pela evolução. Ao redor dele, no curso
de milhões de anos de evolução, uma camada recente se formou,
um cérebro novo, neo córtex ou nova camada, um cérebro racional.
Ora, o emocional é muito mais antigo. Muito anterior. Ele
conta a historia da própria vida em nós, é o motor da evolução, que
vem se melhorando a cada geração com filhos sempre melhores
que os pais. Como conta em sua poesia Khalil Gibran:
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2 - Concepção
Toda vida vem da poeira das estrelas
Michio Kaku
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sofrer, de se dar, de receber, de buscar a liberdade, de buscar
conhecimento, de buscar o bom humor, o entendimento, essa
capacidade de criatividade, de bom gosto, de apaixonar-se e de
maravilhar-se é atraída para aquela vida e a afetará. Como o
posicionamento desta criança na família. Se é o primeiro, segundo
ou terceiro filho por exemplo. A sequencia dos avôs e avós, como
eles estão conectados e que tipo de conteúdo chegará de cada uma
destas fontes e formatará os órgãos e sistemas e a estruturará à
saúde no corpo material. A personalidade manifestada pelos
gostos, interesses desde a pulsão original, ainda no campo
imaterial.
Essas capacidades e atributos são os nossos drivers, isto é
nossos motores e motivadores de nossa vida. Se forem ativados,
desencharutados, desenrolados, desenvolvidos, levarão essa pessoa
a ter uma compreensão de si mesma, da vida e do mundo ao seu
redor e chegará a ser a expressão de si mesma. Mesmo sendo uma
vida em continuidade aos seus, poderá dar o salto evolutivo. Caso
contrário ela será apenas a expressão dos outros nela. Não dando o
salto, ficará presa ao chão, no mesmo lugar em que seu sistema a
colocou.
Todas essas capacidades e atributos já estão no “campo”
desde a primeira célula.
A vida é uma aposta na capacidade evolutiva.
Essas capacidades esperaram milhões de anos, recolhidas
no “campo” e agora tem uma possibilidade concreta para evoluir,
uma oportunidade formidável de poder vir à tona, como conteúdo
da vida, da família e dela mesma.
Este pequeno punhado de células torna-se capacidade de
desdobrar a vida.
Mas isso não é fácil, nem indolor. Se imaginarmos que esse
conteúdo pode ser pesado, doloroso, cheio de incompreensões,
violências, injustiças, poderemos imaginar que recobrirá o campo
desse punhadinho de células como uma crosta, uma capa sobre a
maciez de nossa pulsão original primária.
Aquilo pelo qual nascemos e fomos criados, aquilo que
deveria nos mover naturalmente, fica desde cedo bloqueado.
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Essa dor é tão forte que a mente cria uma parede isolante
que não deixa o emocional voltar a sentir. Essa dor é grande
demais, ela provém do descompasso entre o que vem do pai e o
que vem dá mãe. Se essa dor for muito forte, essa vida pode optar
por não ficar e pode resolver partir. Ao se retirar, este ser já
emocional, pratica um ato heróico de amor aos seus pais, um ato
gigantesco de amor, pois irá levar consigo o peso do sistema,
afastando-o temporariamente de seus pais, num ato de amor
infantil ousado como descreve o amigo Stephan Hausner em seu
livro sobre o amor infantil , “Ainda Que Me Custe a Vida”, como no
título original alemão, traduzido em português como “ Constelações
familiares e o caminho da cura”.
Porém se resolver ficar e seguir, essa decisão tomada, difícil
e corajosa, pode ser reconhecida no futuro.
Em terapias de regressão ao ventre materno, e
renascimento, pode-se ver esse movimento, a opção de ficar, e a
mente protegendo-se do sofrimento.
Essa crosta, esse charutinho, nos afasta de nós mesmos.
É comparável à situação de um carro que, sem funcionar
seu motor próprio, fica em ponto morto e precisa ser puxado e
empurrado pelos outros, que seriam os motivadores externos, os
desejos dos outros, que seriam os interesses secundários, os drivers
secundários, obviamente levando o carro para um lugar que não é
propriamente o dele.
A tarefa que temos é equivalente a jogar um amaciante
nessa crosta, e conseguir abrir nela uma pequena fresta, muito útil,
pois ela, essa “boa ferida” poderá se alastrar, e nos livrar desta
pesada manta que carregamos.
O processo da saúde emocional começa quando decidimos
tomar posse de nosso próprio conteúdo e estabelecemos contato
com o fundo do nosso coração. Desativando nossos motivadores
secundários, ou hospedeiros, podemos começar a acessar e a
permitir os movimentos do motivador primário, o motional,
emocional.
Para sabermos se é ele mesmo, o nosso driver primário, que
esta operando em nós, basta fechar os olhos e respirar calmamente
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e constatar a presença de uma alegria genuína, simples e boa,
desinteressada, leve, desejadora de bem para com todos, cercada
de paz.
Essa capacidade de amar e evoluir é o recheio de todas as
outras e se instalou em nós logo nos primeiros instantes de nossa
vida. Por isso não é tão fácil assim ativá-la. Ela está muito perto das
dores das questões emocionais não resolvidas acumuladas. Vamos
deixar assim por enquanto. Sabemos que ela está lá, e que quando
precisarmos de toda nossa capacidade de amar, poderemos contar
com ela.
Albert Einstein disse certa vez que: “ Viver implica em pagar
uma certa dívida a qual pagaremos ao morrer”, então, completou
“quanto mais empurrarmos essa dívida, melhor”. Essa dívida, ainda
por cima, nem é nossa.
E não dá mais para empurrar, temos que mudar nossa
atitude interior e encarar. A dor pode durar no máximo um
segundo, porém o medo da dor no sistema pode durar cem anos.
O que era para chegar vazio chega cheio.
Mais que imagem e semelhança da vida em si mesma,
nascemos imagem e semelhança das cargas de nossa família.
O estrondo da vida
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A trompa, onde se aninha a vida humana
O óvulo e espermazinho
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Com 24 dias , o coração Quatro meses
Seis meses
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Simetria
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Fratria
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posição no jardim.
O posicionamento Alfa, Beta e Gama é a chave para
entender a própria pulsão natural, aquilo pelo qual viemos ao
mundo e nos realiza, entendendo-o é possível separar os
movimentos secundários, menores e circunstanciais, do movimento
primário natural, maior e inegociável.
Entrar nesse campo é descortinar as verdadeiras riquezas
da herança de nossa família, aquelas que apontam as riquezas da
vida, nessa nossa conexão com a Imensa Vida.
Ao entrar no “campo”, Alfa, Beta e Gama, simultaneamente
encontramos o nosso lugar de origem, por onde nos chega o
significado, e o nosso lugar de destino, por onde nos descobrimos
úteis para levar essas riquezas.
Seguiremos nesse compasso ternário, como numa valsa,
um-dois-três, quatro-cinco-seis, nesta que poderíamos chamar: A
Valsa da Família.
Fazendo a história
O que cada um aprende na fratria depende,
em parte, do lugar único que ocupa nesse primeiro
e importante contexto relacional – que é o lugar
da sua diferenciação e individuação”
J.Fernandes
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No casal isso é arranjado, negociado, discutido. Mas agora,
com os filhos que estão para chegar, isso é replicado
inconscientemente, só será percebido por sensações de conforto ou
peso que vierem a sentir. O que se replica não se dá por interesse
mental ou físico. Mas pela atração do casal no “campo” emocional
onde se revelam os significados.
Para fazer uma nova família é preciso dar de si.
Ninguém se une só para receber. Não em um casamento
válido. Sonham com os filhos, sonham ver na carinha deles a
pessoa amada.
Abaixam-se as próprias defesas para o outro. Entra no
“campo” a aceitação por vibração do que é comum como sendo seu
próprio.
O homem é criado e formatado emocionalmente por uma
mulher, sua mãe, agora usará essa formatação, de um jeito ou de
outro, com sua mulher. No marido a esposa replicará a formatação
seu pai, e do mesmo modo na figura que este materializará frente a
seus filhos.
O conteúdo familiar de origem encontra passagem para o
destino. Mesmo quando se pensa estar inovando ou inventando. A
matriz emocional se replica. O conteúdo sistêmico, inconsciente no
casal, se formata agora nas categorias evolutivas da vida, isto é: pai,
mãe, primeira criança Alfa, segunda criança Beta e terceira criança
Gama. O conteúdo sistêmico cai certinho nessas caixinhas.
bia
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Casando sistemas
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Pais são pais
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Sem se aprender a abrir mão de si não há casamento. E o
que não é trabalhado, torna-se mais cargas para os filhos e netos
que nascem nessa família.
Os filhos sempre são bênçãos que chegam à família.
Os filhos viçam o sistema, são seres especiais.
Pai e mãe juntos os atraíram, os escolheram, para propiciar
as melhores condições para se evoluir.
Então quando os pais se amam, os filhos Alfa, nascem com
carinha de Alfa. Os Beta e os Gama também.
Quando o casamento é conturbado, turvas são as feições
dos filhos, são mais difíceis de serem identificados, como também
para eles, identificar o seu lugar no mundo.
Reconhece-se um Alfa menino pela sua determinação, e por
seu queixo mais protuberante. Uma menina Alfa, pela sua maneira
de querer tudo do seu jeito. Uma criança Beta pelo sorriso fácil e
pelos olhinhos brilhantes. A Gama é uma criança concentrada. Tem
um narizinho diferente dos outros irmãos. Aos poucos vamos
aprendendo a reconhecer e a dar nomes, ao que sempre passou
pelos nossos olhos e não decodificamos.
Os pais vivendo emocionalmente, ao ocuparem seu lugar
sistêmico, permitem que seus filhos, simultaneamente, ocupem o
lugar deles também. Assim, pela amorosidade, o casal provoca uma
onda afetiva que leva todos para o seu devido lugar na formatação
simétrica, Pai, Mãe, Alfa Beta Gama. Desta forma geram amor
evolutivo para o destino comum da família.
O amor dá endereço ao sistema familiar.
Não basta ser um sentimento parecido com amor, precisa
ser amor no duro. Então a fidelidade é sem nenhum esforço. Se não
for assim é por que na verdade, não houve entrega suficiente.
Viver esta entrega é a base da felicidade de ser pai e mãe.
Quem prioriza a carreira profissional, os próprios interesses
ou mesmo os próprios filhos e não o cônjuge no casamento gera
filhos com dificuldades sistêmicas, que não se desenvolverão bem
emocionalmente. Porém quando um entra no seu lugar na família,
ele ajuda a colocar todos os outros nos seus devidos lugares.
Quando um sai, pelo mesmo modo, dificulta para todos.
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Ser espelho
bia
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Primogênito
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Vamos ver isso no sistema.
No pai e na mãe é feita uma leitura interior da história dos
homens e mulheres em cada família de origem. Por exemplo, um
esposo cujo pai morreu cedo, ou deixou o lar quando ele era
criança, tem uma “lição de casa” masculina grande a ser feita. Tem
um déficit masculino em seu sistema. A esposa também faz esse
escaneamento sistêmico, e avalia em sua história, sua relação e
afinidade com os pais, e o peso masculino e feminino em seu
sistema. Juntos o casal compõe uma resultante. Se a predominância
da “lição de casa” for masculina, chegará um menino. Se a
predominância for feminina, chegará uma menina. Simples assim.
Essa leitura da “lição de casa” pode ser mais sutil. A relação
de afinidade com os pais depende também de como estão esses
pais. Quem viveu bem com os pais, mas teve uma mãe mais infeliz,
pode ter mais ”lição de casa” feminina, compondo na resultante do
casal, a atração por menina. Se a questão é grande, então várias
meninas, ou vários meninos. Se a lição de casa é mais ou menos
equilibrada, então nascem meninos e meninas, também mais ou
menos de forma equilibrada.
Quando chega um filho de sexo diferente do anterior, há
uma quebra de padrão, e esta criança chega com muita força. Ele
soma aos seus os atributos de uma primeira criança. Nele o sistema
já está se equilibrando.
Uma esposa que foi criada por ambos os pais, mas criou em
si uma competição com a mãe, ao criar essa subtração, cria um
déficit, uma “lição de casa” feminina, que pode interferir na
resultante do casal, por exemplo.
A definição do sexo de cada um dos filhos do casal é feita
pela consideração de um lado e do outro das famílias dos esposos,
pela “lição de casa” resultante, no momento da concepção.
A resultante vem do balanço sistêmico. Na concepção é
emitido esse sinal, que faz vibrar desde a origem da vida, o “campo”
emocional original e, em resposta a isso, as células masculinas ou
femininas que estão disponíveis para a vida naquele momento,
começam a se expandir, ao “som da música” solicitada, e isso
determina um menino ou uma menina.
41
Cada acontecimento gera uma nova configuração a ser
confirmada como sendo a melhor para aquele sistema, o melhor
para aquele momento, e isso é determinante.
Fizemos um estudo com um casal de amigos e vimos que a
“lição de casa” bem maior para ambos era a feminina. Trabalhamos
sistemicamente essa questão, na mãe. E pudemos trazer alívio ao
sistema feminino. Então fizemos outra leitura do casal e a “lição de
casa” maior era a masculina. Pouco depois vem o menininho.
Portanto é possível antever o sexo dos filhos, tanto quanto é
possível sentir o peso do conteúdo da família, como também é
possível mudar, fazendo o escaneamento sistêmico, isto é, vendo e
fazendo a “lição de casa”.
42
Quando morre um avô ou avó, dependendo de como foi
sua vida, isso pode aumentar ou diminuir a “lição de casa”, pois
interfere no conteúdo. Quando fazemos a nossa lição sistêmica,
estamos aliviando pressões. Isso interfere em nós próprios, em
nossos filhos, netos e até mesmo bisnetos que ainda vão demorar
décadas para nascer. Mudando a vibração do campo emocional,
desobstruímos o fluxo da vida, que sabe de onde veio e para onde
deve ir. Para avançar é preciso conhecer mais ferramentas
sistêmicas e decidir tratar nossas questões de fundo, sem medo, e
querer assumir tudo aquilo que já é nosso. Apenas como
curiosidade seguem outras interpretações sobre a definição do sexo
dos filhos, mesmo sem serem embora comprovadas.
2- Hora da ovulação.
Quanto mais perto da hora da ovulação, maiores as chances
de os espermas com cromossoma Y, mais leves, fecundarem o
óvulo. Os portadores de X, mais lentos atuam menos nas vinte
primeiras horas e mais no período entre as vinte e as setenta e duas
horas férteis do ciclo da mulher. Mais perto da ovulação, mais
meninos.
43
Na Teoria de Gaia, hipótese formulada por James E.
Lovelock e Lynn Margulis em 1979, na qual se refere ao papel dos
organismos vivos na manutenção do equilíbrio da Terra, como um
ser único e complexo, se
apresenta uma teoria em que
Gaia, o espírito da Terra, é capaz
de se auto-organizar gerando, por
exemplo, depois de uma guerra,
quando morrem muito mais
homens do que mulheres, muito
mais meninos do que meninas.
Mas isso pode muito bem
acontecer por outro motivo. Vidas
brutalmente abreviadas dos
soldados, fazem pesar muito mais no sistema familiar, o lado
masculino do que o feminino, isso por gerações. Então filhos e
netos e bisnetos homens continuarão nascendo por amor ao
sistema, para equilibrá-lo, produzindo mais primeiros filhos
homens.
Pai Mãe
50 % p = esposo
50 % m = esposa
_____________________
100 % da família
44
Agora fica assim com a chegada da primeira criança :
Pai Mãe
α β γ
25 % p = pai
25 % m = mãe
50 % α β γ = filhos sendo
16,6 % α = espaço que a primeira criança ocupa para si
16,6% β = espaço formatado para a segunda criança
16,6 % γ = espaço formatado para a terceira criança
β, γ = irmãos que ainda não nasceram
45
A primeira filha, por sua vez, é conectada a sua avó número
um, a mãe do pai, a avó (1) vamos escrever o número entre
parêntesis ou dentro um círculo. 1
Para onde a primeira criança pende, pendem os demais
irmãos. É o poder do Alfa. É líder desde seu primeiro momento. Os
outros irmãos também ajudam a puxar a fiada, começada pelo Alfa.
Cada filho que nasce atrai para si o fluxo de conteúdo de sua
frequência, Alfa, Beta e Gama, da família. Tudo o que está no
“campo” é captado pelas vibração específicas do seu tipo.
É para isso que viemos ao mundo. Para fazer a “lição de
casa” que nos compete e aliviar o peso do sistema. O conteúdo
sistêmico varia de família em família, mas o “campo” é o mesmo
para todas as famílias.
Todos os filhos Alfa captam o conteúdo Alfa de suas
famílias. Assim também os Beta e os Gama captam pelas conexões
ancestrais que são como “antenas” que nos ligam ao passado
ancestral. Quando nasce um novo integrante na família, ele abraça
o que está disponível na família. O conteúdo é composto do que
não ficou compreendido, não ficou em paz e silenciado, portanto
precisa voltar. O que não pode ser dissolvido no fluxo familiar. O
que ainda é uma pedrinha no sapato sistêmico. A saga da família é
expressa pelo que não ficou suficientemente aclarado, honrado,
reconhecido, amorizado, resolvido. Tudo isso fica no campo da
família, aguardando a oportunidade certa de poder vir à tona,
esperando chance de ser trabalhado. Não é automático. Nada na
natureza o é. É preciso um tempo para que cada geração possa
digerir sua história, transformá-la e irradiá-la para a família e para
todas as famílias da humanidade. A nossa história é muito
importante, ela é a matéria prima da evolução. A história vivida
pelos nossos avós, bisavós, mesmo tendo sido eles pessoas simples
é muito importante. Eles permanecem “vivos” dentro de nosso
corpo. Essa história está sendo contada em nossas células, nossos
órgãos e nossos ossos, que plasmam o nosso “campo” familiar.
Uma ferida profunda, não resolvida, pode demorar varias
gerações para fechar.
46
Com meu filho Thales Letícia Roscoe
47
3 - Posicionamento – A Valsa da Família
A simetria é música do universo
Stephen Hawking
48
O pai conta os filhos, os diferencia; a mãe não.
Pai com um só casamento, mas teve um filho antes do
casamento ou mesmo somente uma gravidez, que ninguém ficou
sabendo, o primeiro filho no casamento é na verdade o segundo.
Pai com mais de uma mulher conta na ordem dos
nascimentos.
O pai sabe os filhos que tem.
Talvez por isso seja mais fácil para os homens entender
posicionamento do que para as
mulheres. A realidade precisa vir
à tona, para a história poder ser
contada, em Alfa, Beta e Gama. E
isso traz para os homens uma
responsabilidade sistêmica muito
grande, pois o que acontece em
cada relacionamento precisa ser
considerado. Nada passa sem
importância, nada passa batido,
nessa área. Aqui vemos que o “campo” é tão sensível que é
marcado até pelos não nascidos.
Essa é a realidade do fluxo continuado das famílias.
Pode ser que não queiramos ver essas marcas, mas elas nos
veem. Dificilmente deixamos de ver as decorrências e
transformações no sistema. Não há uma data na gravidez para o
feto ser considerado um ser. Ser é um estado de presença. E
presença além do campo físico, é do campo mental e emocional.
Então só a leitura emocional pode saber se aquela gravidez marcou
ou não marcou o sistema. Mais do que ver de fora para dentro, a
maneira mais precisa é ver de dentro para fora. Ver por dentro os
eventos que tocaram o emocional.
Sem medo. Marcou, conta. Não marcou, não conta.
Usando a sensibilidade. Não há outra maneira. Então precisamos
abrir horizontes e ver com outros olhos, agradecer todos esses
episódios que marcaram nosso sistema, saber ler suas mensagens.
Dar a eles um lugar na história.
49
Gêmeos
bia
50
Identificadores dos tipos
Aspectos físicos :
Aspectos da personalidade
Arrojo Criatividade Foco
Buscar aceitação Querer ajudar Interessar-se
Aspectos emocionais
Entusiasmo Confiança Equilíbrio
Braveza Desânimo Mágoa
51
A “primeira” família
52
Não será de graça. Abel não quer transformar nada, quer levar a
vida. Leva um bando de ovelhas para pastar, escolhe lugares
bonitos, senta de baixo da árvore, puxa um capinzinho para mascar
e olha tudo, acha bonito, se alguma ovelha se afasta ele assobia, e
ela volta.
Abel se sente amado. Mesmo tendo os pais meio bebuns,
ele se sente amado pelo pai, amado pela mãe, pela vida, pelo
vento, pelo sol, por tudo. Dentro dele é mais fácil de encontrar a
alegria genuína, que todos temos, porém escondida.
Ele se sente confortável.
Isso é bom, mas incomoda principalmente Caim.
Abel canta com os passarinhos, e seu canto se torna
insuportável aos ouvidos de Caim. No seu delírio Caim imagina que
a vida seria bem melhor se não tivesse aquele irmão meio hippie,
desligado, que não o ajuda em nada, e começa guardar bronca do
irmão. Num dia, antes do almoço, com sol quente, enraivecido
Caim, hipocalórico, mata Abel.
Matou não por falta de espaço, nem por falta de trabalho,
mas porque no fundo queria ser leve como ele. Queria cantar tão
bonito, queria ter aqueles cachinhos no cabelo, queria ser mais alto
e mais loiro. Caim no fundo mata é a si mesmo. Como todo crime
no fundo é cometido contra si mesmo. Mata o Caim que há em
Caim, e não o Abel que há em Abel. Matando a si mesmo toma
agora as feições de Abel, as feições de sua vítima, como todo
criminoso consciente ou não, sempre assume as feições de sua
vítima. Caim mata Abel. Essa é essência de toda carga emocional
humana. Caim conhece a morte, não a do irmão, mas a que entrou
nele. Caim fica só. Não vê direito o que fez. Mas no seu desconforto
reconhece o erro. Se pudesse gostaria de voltar no tempo e deixar
o irmão cantando na dele, nem ligaria mais.
Caim fica atormentado. Não que antes fosse um monge
tibetano, mas agora está aflito e vê que seu crime tem uma
dimensão social. O seu crime impactará o futuro. Esse crime pode
ter sido decorrente do crime dos pais dele. Da falta de consciência
de seus pais, se provaram uma dose do bem e do mal, ou tomaram
uma garrafa inteira.
53
O primeiro filho é sempre mais conectado com a família da
mãe. Eva ficou muito brava, ela ficou muito decepcionada com
Caim, o filho que ela tanto amava até mesmo um pouco mais do
que Abel.
Ela sentiu como se ela mesma fosse culpada pelo crime. Já
Adão afundou na tristeza. Todo segundo filho depois de irmão mais
velho é conectado a família do pai. Adão desejou ter morrido ele no
lugar de Abel. Mais do que recriminar Caim, Adão chorou Abel.
Adão nunca mais seria o mesmo, ele precisará de uns quinhentos
anos para passar a tristeza.
Talvez ele só tenha atenuado sua tristeza ao ver nascer
entre seus netos, um em especial, um segundo filho, Beta como
Abel, ou uma menininha quinta filha, Beta também, loirinha e com
os mesmos olhos brilhantes de Abel, que falassem com os pássaros
e se daria bem com todos. Adão mataria as saudades de Abel. Com
o conteúdo que Abel trouxe ao mundo.
Caim matou Abel. Foi o primeiro fraticínio, como fraticínio é
todo assassinato.
Seth matou Osíris, no mundo egípcio.
Na Suméria, Sudari matou Mamrari.
Sempre o mesmo crime, o agricultor mata o pastor. Esse é o
contínuo conflito entre o agricultor e o pastor. O agricultor planta a
comida, o pastor coloca suas ovelhas para pastar soltas e elas vão
comer nas plantações. O agricultor manda tirar essas ovelhas. O
pastor tira, mas tem pena das ovelhas que estavam apenas
buscando algo mais verdinho para comer. Ele bobeia, elas voltam a
invadir a plantação. O agricultor está com a enxada na mão, sob o
sol escaldante, antes do meio dia, ele levanta a enxada e dá uma só
enxadada no pastor, que morre como suas ovelhas, sem berrar.
Caim não tem consciência. Não recebe a pena de morte,
mas recebe o sinal de Caim, por onde será identificado; recebe o
sinal Alfa. Depois de um tempo, Adão e Eva têm outro filho, Seth.
Sábio faz a primeira cidade, a constrói, fica rico. Mas seu primeiro
habitante é Caim. Pois lá seu sinal fica confundido. E ninguém mais
poderá o distinguir e saber qual é o sinal. Para lá vão os seus
descendentes, que também cometem crimes iguais ou até maiores
54
que os de Caim. Abel, o pastor, é o primeiro a mergulhar no fluxo
continuado do conteúdo e a se dissolver. A marca de Abel é outra.
Como é o primeiro a morrer, sua conexão do passado emergirá no
futuro, dessas mesmas águas, não mais como Beta que foi, mas
como Ômega pelo qual espera toda humanidade.
Mas isso é tema que veremos mais adiante.
Abrindo a visão
55
Pêndulo
56
criança ele se expande ainda mais e fecha o primeiro ciclo do Alfa –
Beta - Gama. Quando chega a quarta criança ela abre outro ciclo,
outro compasso ternário, e vem ocupar o espaço desdobrado da
primeira criança, tornando-se como um primeiro filho de novo,
Alfa, porém no seu oposto. Por exemplo, o primeiro filho menino,
Alfa -, é sempre mais recatado enquanto o quarto irmão ou irmã,
Alfa+ é mais extrovertido. O mesmo acontece com o quinto irmão
ou irmã, que desdobra em oposição ao segundo. O sexto em
oposição ao terceiro e assim por diante. O “campo” da primeira
criança chamamos de Alfa. O “campo” da segunda criança
chamamos de Beta. O “campo” da terceira criança chamamos de
Gama. Então teremos a sequencia: ( E = emocional, M = mental )
58
Beta
59
Tem dificuldade em dizer não.
Gostam de deixar os deveres para a última hora.
Aprendem ensinando. Jogam-se nas coisas.
São fascinados pelo que é novo. Apaixonam-se com
facilidade, sofrem com a mesma facilidade.
Colecionam velharias, não gostam de jogar nada fora.
Os Betas sorriem com facilidade, mesmo nas dificuldades.
Não pegam a onda de frente, sabem se colocar de modo a
evitar o sofrimento.
São diplomatas evitam o conflito.
Mas a principal característica dos Beta é que eles se sentem
amados, estão abertos ao amor dos pais. Ao sentirem-se amados
são formatados abertos para as outras relações, o que os fazem ser
mais livres e descolados no mundo.
É fácil para um Beta ser amado, ele sabe conquistar o amor
do outro, sabe elogiar, o mais difícil é ele mesmo reconhecer o
próprio valor, sentir o amor próprio, a autoestima.
Gama
60
São ligados a temas como saúde e leis.
Sua impaciência pode lavá-los ao stress facilmente.
São equilibrados, confiáveis, perspicazes e analíticos.
Passam a impressão de ser inteligentes.
São intuitivos. Intelectuais, não lhes atraem as atividades de
esforço físico. Demonstram ter a vida sob controle. Podem passar a
ideia de serem solitários. Não aceitam brincadeiras inoportunas.
Adoram segredos, e sabem muito bem guardá-los. Falam pouco,
evitam comentários óbvios. São preparados para lidar com a
realidade nua e crua. São perseverantes para alcançar seus
objetivos. Não gostam de pedir nada aos outros.
Os Gama já vem prontos. Não precisam de ninguém para
aprender.Aprendem sozinhos, aprendem respirando, sabem onde
buscar as informações sobre o que buscam, nunca se apertam.
Os Gama nunca ficam sem dinheiro. Sempre tem uma
reservinha guardada. Não gostam de emprestar, se preciso eles
mentem dizendo que não tem.
Os Gama entendem profundamente as regras e as leis. Por
isso são ótimos advogados em áreas onde o conhecimento técnico
prepondera. Sua praia é o campo técnico. Gostam de matemática e
a engenharia. A representação não tem muito valor, o que vale é a
realidade. Mesmo que seja dura ou adversa.
São excelentes gestores de dinheiro.
Os Gama se tornam ricos se não forem desviados.
Ao enriquecerem enriquecem toda a família.
Fazem no sistema o upgrade elevando o nível interno desse fluxo.
Quando Gama casa com Gama montam um banco.
Gama é luz, multiplicação, significado, senso de justiça,
foco. Ele tem facilidade para tudo. Sua inteligência o lança para o
mundo. Sua posição em relação aos irmãos é independente.
Os Gamas são focados. Um Gama na equipe é a certeza que
o trabalho chegará ao fim. Nas empresas o Gama deveria ganhar
mais. Quando ele está bem consigo mesmo, puxa o sistema para
cima apenas com sua presença.
61
A subida da montanha
62
O sequenciamento e o desdobro
O campo no corpo
pp mp pm mm
<2> (1) <1> (2)
<p> (m)
Onde :
64
<1> (2) são os avós pais da mãe
<2> (1) são os avós pais do pai
<3> (4) são os bisavós pais da avó materna
<4> (3) são os bisavós pais do avô paterno
<5> (6) são os bisavós pais do avô materno
<6> (5) são os bisavós pais da avó paterna
bia
Os pais
bia
Os ancestrais no corpo
67
Yang ( +) (-) Yin
Costas pai (p) (+) mãe (m) (-) Frente
Lado direito pai (p) (+) mãe (m) (-) Lado esquerdo
Lado superior pai (p) (+) mãe (m) (-) Lado inferior
Perna direita m do pai (- +) m da mãe (- -) Perna esquerda
Braço direito p do pai (+ +) p da mãe (+ -) Braço esquerdo
Coxa direita pmp (+ - +) pmm (+ - -) Coxa esquerda
Ombro direito mpp (- + +) mpm (- + -) Ombro esquerdo
Mão direita ppp (+ + +) ppm ( + + -) Mão esquerda
Pé direito mmp (- - + ) mmm (- - -) Pé esquerdo
68
Campo dos pais
69
Essa forçaa se equilibra em movimento dinâmico, girando ,
subindo e descendo no ritmo de nossa respiração.
70
Entendendo o corpo de nova maneira
- Seis casais de
meridianos
- Seis
lateralidades
- Seis linhas de
força
- Seis campos
energéticos
- Seis casais
ancestrais
71
seguir nosso caminho. Aqui os seis pares de meridianos colaterais.
Os avós no nosso corpo
72
(6)
(5)
(4)
(3)
(2)
(1)
Alex Grey
73
Cada um dos seis avós e avôs em sua sequencia
corresponde ao campo sequenciado do nascimento dos filhos.
<6> <5> <4> <3> <2> <1> (1) (2) (3) (4) (5) (6)
74
Toda primeira filha (1) é ligada à avó mãe do pai (1).
E todo primeiro filho<1> é ligado ao avô pai da mãe<1>.
Dos segundos filhos em diante eles seguem na sequencia
iniciada pelo irmão ou irmã que nasceu antes; é a conexão física.
Avô Avó
Alfa- primeiro filho <1> (1) primeira filha Alfa+
Beta + o seguinte <2> (2) o seguinte Beta-
Gama- o seguinte <3> (3) o seguinte Gama+
Alfa + o seguinte <4> (4) o seguinte Alfa-
Beta - o seguinte <5> (5) o seguinte Beta +
Gama+ o seguinte <6> (6) o seguinte Gama-
75
Somos o produto da montagem de duas dimensões básicas,
Yang e Yin, pelos seis casais ancestrais.. A sequencia Yang pelos
nossos “avôs’. A sequencia Yin pelas nossas “avós”, pelos sistemas e
órgãos funcionais.
76
Seqüência de filhos com conexão com casal ancestral físico
Após menina Alfa Beta Gama
(1) (Alfa+) <2>(1) avós pais do pai
(2) (Beta-) <1>(2) avós pais da mãe
(3) (Gama+) <4>(3) bisavós pais do pai do pai
(4) (Alfa-) <3>(4) bisavós pais da mãe da mãe
(5) (Beta+) <6>(5) bisavós pais da mãe do pai
(6) (Gama-) <5>(6) bisavós pais do pai da mãe
Então temos :
77
Seqüência de filhos com conexão com ancestral físico
Após menino Alfa Beta Gama
<1> (Alfa-) <1>pm avô pai da mãe
<2> (Beta+) <2>pp avô pai do pai
<3> (Gama-) <3>pmm bisavô pai da mãe da mãe
<4> (Alfa+) <4>ppp bisavô pai do pai do pai
<5> (Beta-) <5>ppm bisavô pai do pai da mãe
<6> (Gama+) <6>pmp bisavô pai da mãe do pai
78
por marcas e vestígios. O que tem passado despercebido, agora
pode ser visto, pelo desdobramento dessa Imensa Vida.
A formação de um ser é um processo complexo, que agora
começa a ser mapeado, juntando física quântica e ferramentas
sistêmicas.
Terceiro filho depois de menina, um filho (3) Gama+,
seguirá no fluxo continuado de sua avó (3). O (4) Alfa-, da avó (4). E
assim por diante.
A formatação Mental
79
Considerando o conceito atual de das inteligências
múltiplas, podemos identificar seis tipos de inteligências, que
acompanham três tipos de vibração.
São elas :
vibração
A inteligência lingüística Alfa
A inteligência musical Beta
A inteligência lógico-matemática Gama
A inteligência a espacial Alfa
A inteligência corporal-cinestésica Beta
A inteligência Intrapessoal e interpessoal Gama
80
Seqüência de filhos com conexão com casal ancestral mental
Após menino Alfa Beta Gama
<1> (Alfa-) <4>(3) bisavós pais do pai do pai
<2> (Beta+) <3>(4) bisavós pais da mãe da mãe
<3> (Gama-) <6>(5) bisavós pais da mãe do pai
<4> (Alfa+) <5>(6) bisavós pais do pai da mãe
<5> (Beta-) <2>(1) avós pais do pai
<6> (Gama+) <1>(2) avós pais da mãe
81
A formatação emocional
82
Seqüência dos filhos e conexão com casal ancestral emocional
Após menino Alfa Beta Gama
<1> (Alfa -) <5>(6) bisavós pais do pai da mãe
<2> (Beta+) <6>(5) bisavós pais da mãe do pai
<3> (Gama-) <1>(2) avós pais da mãe
<4> (Alfa +) <2>(1) avós pais do pai
<5> (Beta-) <3>(4) bisavós pais da mãe da mãe
<6> (Gama+) <4>(3) bisavós pais do pai do pai
<6> <5> <4> <3> <2> <1> (1) (2) (3) (4) (5) (6)
84
Cruza e avança ( sobre o eixo imaginário do gênero )
<6> <5> <4> <3> <2> <1> (1) (2) (3) (4) (5) (6)
A C A C A C C A C A C A
C C A A A C C A A A C C
C A A C C A A C
Onde
C = cruza e A = avança
85
Então podemos ver a complementação que ocorre entre os irmãos :
86
Uma estrutura que pode ser observada a partir do íntimo de quem
observa, com o observador incluído, como apregoa a física
quântica.
A matriz Alfa, Beta e Gama, é como um compasso de valsa
que a seu ritmo faz dançar tudo ao nosso redor. São os blocos com
os quais é constituída a vida. Filhos únicos são Alfas, mas com a não
chegada dos irmãos, ele carrega potencialmente os que poderiam
chegar. O Beta seu potencial decorrente fica um pouco neles. O
Gama que decorreria do Beta, um pouquinho ainda menos.
Entendendo as conexões
“Campo” Alfa
Mãe do pai Mãe da mãe da mãe Complementaridade
Avó (1) Avó (4) Campo integrado
Gônadas Coração Meridianos 4 e 1
Sexo Amor Sexo integrado ao amor
Entrar na vida Entrar no emocional Entrar no cosmos
87
Da mesma maneira vimos o “campo“ Beta regido pela nossa
avó (2), mãe da mãe. Desse campo emana identidade, criatividade,
aperfeiçoamento. Vimos que é também “campo” Beta, o domínio
de nossa avó (5) mãe da mãe do pai, o campo da tireóides. De onde
emana defesa imunológica, sensibilidade. Então aqui, há
novamente uma complementaridade.
“ Campo” Beta
Mãe da mãe Mãe da mãe do pai Complementaridade
Avó (2) Avó (5) Campo integrado
Suprarrenal Tireóides Meridianos 5 – 2
Criatividade Sensibilidade Liberdade criadora
Identidade do ser Identidade do sistema Identidade cósmica
Na física quântica
88
Da mesma forma, todo evento é equivalente à luz.
Antes de cada coisa acontecer, vem uma onda e “sente” o
quanto de observação e consciência está disponível ali, e “puxa” o
evento de forma a combinar a melhor forma com o que existe.
Cada criança que chega ao mundo é a realização da melhor
combinação disponível para aquele sistema. As ondas que
antecedem os eventos vêm sendo emitidas pelos pais, avós e
bisavós. Eles geram o campo, por onde se incorpora o evento.
Essas ondas emanam dos “campos”.
Uma primeira criança faz uma varredura da onda Alfa, e
vem ao mundo. A segunda, da onda Beta; a terceira da onda Gama,
em movimento circular cíclico, que não retorna ao ponto de
partida, mas num ponto acima, sempre avançando, como em um
movimento helicoidal, semelhante ao hélix do DNA.
O que define o sexo das crianças é a leitura do campo Yang
e Yin do sistema. Vem a onda, lê o conteúdo, e abre o melhor
arranjo para aquela realidade.
Do mesmo modo o que define os talentos e qualidades
pessoais também, vem a onda, mede a observação e a consciência
do sistema e abre a melhor possibilidade para o sistema.
Antes da nossa concepção veio a onda, scaneou o sistema,
e movida pelas forças de extremo bem, conjugou o melhor arranjo,
através da música que compôs em nosso DNA. Doze timbres
musicais. Doze avós.
Yang e Yin se
compõem, numa
resultante.
89
Como as seis avós,
Estão presentes
e integradas
em nosso corpo.
Imagem do livro
Sacred Mirrors
The Visionary Art of
Alex Grey
Evolução
90
Mas podemos desobrigar o nosso sistema familiar e ampliar
a visão do nosso papel no mundo. Para isso usaremos as letras com
que se escreve o código da evolução, Alfa, Beta e Gama.
O Alfa vai pelo cheio, pela matéria, o Beta vai pelo vazio,
pelo invisível, pela energia, o Gama vai pelo nada na direção do
abundante, isto é pelo significado. Matéria, energia e significado,
são formas para se expressar e ler os elementos da realidade.
David Bohm certa vez, perguntado sobre com quais letras
escreveria a palavra deus, disse com três letras ou palavras :
Matéria, Energia e
Significado. São como os
três canais, Alfa, Beta e
Gama, por onde passa o
fluxo continuado do
conteúdo de tudo a começar
pelas famílias. Ou como na
equação mais famosa de
Albert Einstein
E=mc2 Prof.David Bohm em sua casa
Arya Vihara, Ojai, Califórnia
Onde E é energia, M é matéria e c 2, a constante da velocidade da
luz ao quadrado, é luz multiplicada por si mesma, luz iluminando a
si mesma, isto estamos associando e traduzindo livremente por
significado.
O princípio formativo da matéria é o significado.
O princípio formativo da energia é a matéria.
O princípio formativo do significado é a energia.
Na física o quarto elemento é o plasma. Mais que outro é a síntese
dos três primeiros. Então por milhões de anos percorremos esses
princípios formativos.
A matéria está no centro, não muda, inscreve.
A energia, que o tangencia, o adapta, circunscreve.
O significado que torna um em tudo, transcreve.
A matéria só pode ser compreendida quando expressa no idioma
da energia. A energia no idioma do significado, e o significado no
idioma da matéria.
91
Matéria Alfa
Energia Beta
Significado Gama
C2
Filhos únicos
92
ao nascer, por exemplo, tende assumir parte de seu caráter como
(3)menina, mesmo sendo menino, para incluí-la. Ao sair de seu
posicionamento vai dificultar sua tarefa de achar o seu conteúdo
sistêmico dentro do fluxo familiar. Será como um filho adotivo de
de seus pais naturais.
Quando os pais desejam a criança de um determinado sexo e nasce
do outro, sistemicamente foi gerada uma carga que também vai ser
um complicador sistêmico para essa criança achar seu lugar.
Mecânica da família
93
4 - O trabalho consigo
Primeiro esvaziar,
Depois permanecer no vazio
Só do vazio emerge o significado
A Era do Significado
Músicas
https://soundcloud.com/tarsofirace
94
Carta a meus pais e avós, e a todos os pais e avós e assim
por diante, meus e de meus amigos e amigas.
95
minha sonoridade irá compor com a de vocês a grande música do
universo.
Se eu puder amar com toda força a vida que faço, poderei
de algum modo, liberar o amor que não pode ser amado na vida de
vocês. Se puder ser útil nessa vida, e produzir algo bom, novo e
sincero, poderei fazer isso por todos nós.
Sinto que cada célula do meu corpo canta em
agradecimento à vida. Porém, se não puder colocar a mim e aos
meus filhos na correnteza da evolução, ficaremos todos à deriva
nos redemoinhos dos ressentimentos, e do pequeno amor.
Para isso preciso da benção de vocês. Para nos colocar
nesse fluxo inteiro indivisível. Preciso da essência de vocês para que
meus filhos conheçam a própria essência, e juntos possamos
acessar nosso destino.
Somente por vocês tenho acesso ao primeiro homem. E só
quando este passar por todos é que poderemos acessar o último.
Que maravilhosa simetria !
O homem se vendo na imensa vida, e a imensa vida se
refletindo no homem.
Saibam queridos avós, que vocês têm um cantinho aqui
comigo. Fico por aqui mais um tempo, até me reunir com vocês
mais tarde. Quando todos juntos seremos o rosto vivo da vida.
Obrigado, um beijão.
Tarso.
bia
96
Escrevendo para nossos antepassados
97
Temas para se escrever para a nossa avó (1)
Manutenção da vida Prazer prazer de viver
Água Sexualidade Realização pessoal
Mente Saciedade Paladar
Amídalas cordas vocais Faringe
98
Temas sugeridos para a carta para avó (3) e avô <4>
Identidade Percepção Senso de presença
Sentimentos básicos Entendimento Individualidade
Olhos Queixo Músculos abdominais
Tornozelo Impulsos da vida Umbigo
Diafragma Peito Pessoalidade
Temas sugeridos para carta da avó (4), e seu esposo o avô <3>.
Socialização Amorização Estímulos emocionais
Harmonia das relações Intimidade Pele
Tato Sensibilização Expressão de afetos
Peito Coração Toque
Aceitação Pulmão Dar e receber
99
Temas sugeridos para carta para a avó (5) e seu esposo o avô <6>
Fala e gestos Liberdade de criação Audição
Linguagem Criatividade Ouvido
Virilhas Axilas Garganta
Sistema Imune Braços Prazer da expressão
O que é profundo Sensibilidade Abundancia
100
GPS ( Genetic Positioning System )
101
Dar nome é um elemento importante no contar da história.
Não ressignificar é se entregar à continuidade da falta de
sensibilidade, do emborrachamento, da falta de amororosidade,
endurecimento e falta consciência de si mesmo.
Podemos com sensibilidade e consciência apontar as boas
intenções, as reais motivações, e ir dissolvendo o emaranhado do
passado que insiste em se estender rumo ao futuro.
Podemos dizer: “ Querida vovó, o sofrimento em sua vida,
não foi em vão. Eu sinto em mim como foi difícil para você. Mas foi
graças a você vovó, que tantas coisas boas puderam acontecer.
Tanta vida. Permita-me trazer à tona o conteúdo mais profundo da
nossa história, o amor.”
É realizador perceber que pelas nossas narinas, podemos
levar oxigênio para nosso sistema, podemos oxidar mágoas
dissolvendo eventos e fatos, ou oxigenar, dando novas forças e
significado à nossa história, lendo e pontuando as verdadeiras
intenções, reescrevendo a evolução emocional mais profunda em
nossa família. Precisamos da verdade. Sem medo de ferir e ser
ferido. Precisamos não da verdade de alguém, mas da verdade
nossa, que brota do silêncio, do vazio e da reflexão, que se pode
fazer quando se é tocado pelo senso do dever e importância de se
reescrever amorosamente sua própria história.
Abrindo o emocional
102
original desta pessoa. Esse movimento primário, genuíno tem
imenso valor terapêutico, pois aponta os veios por onde caminha o
conteúdo da família. Por exemplo, uma bailarina, que é movimento
genuíno típico Beta, promove o reequilíbrio dos elementos
emocionais na família, onde esses elementos estético e artístico
foram menos reconhecidos e valorizados. Então ao se apresentar na
leveza de si mesma, sentindo a música e atenta aos seus mínimos
gestos, ela traz leveza e solução para seu sistema, atenua a escassez
emocional da família, ajuda na “lição de casa”, mesmo sem
perceber. Porém outra menina, cuja mãe tenha forçado a dançar
não fará a “lição de casa” ao dançar, podendo mesmo até aumentar
o entulho familiar à medida que também se afasta de seus
predicados próprios. Somente os movimentos primários
possibilitam leveza e ressignificado ao seu fluxo familiar.
Cada filho, Alfa, Beta ou Gama tem sua forma de ser e atuar nesse
fluxo da própria família. Precisamos aprender a saber como.
Filhos Alfa
Fazem coisas no campo material
Fazem o que ninguém espera
Fazem coisas grandes, grandes e arrojados projetos
grandes realizações
Fazem sem dar bola para as dificuldades.
Fazem coisas para serem observadas.
Filhos Beta
Fazem pela energia
Fazem pela criatividade
Fazem coisas consideradas impossíveis
Fazem coisas artísticas
Fazem espontaneamente coisas para serem sentidas
Filhos Gama
Fazem coisas cheias de significado
Fazem coisas minuciosas e técnicas
Fazem com perfeccionismo
Fazem coisas consideradas difíceis
Fazem coisas de muito valor
103
Separando os movimentos secundários do primário
104
um profícuo vazio, por onde o primário lentamente pode se
manifestar. Uma pessoa de um sistema familiar onde houve falta de
amor, mesmo depois de varias gerações, poderá ainda buscar
movimentos secundários compensatórios inconscientes. Se houve
fome, pode levar seus descendentes a comerem desmedidamente,
tornando-os obesos ou algo assim.
Uma pessoa de um sistema onde se provocou um crime, a
culpa pode chegar a seus descendentes, principalmente aqueles
com quem este criminoso estiver conectado, a uma obsessão como
querer lavar as mão compulsivamente.
Um alcoólatra pode de alguma forma, mesmo depois de
morto, levar ao uso de álcool seus descendentes, é como se ele
ainda continuasse bebendo através deles.
A presença de movimentos compensatórios detecta
pressão no movimento primário genuíno, que são simples como :
buscar o bem, a saúde, alimentar-se bem, ser equilibrado, ser
gentil e amoroso, ser bem humorado, como já vimos.
Com um pouco de treino, os movimentos secundários até
ajudam a encontrar os primários, pela forma com que os escondem.
Vistos amorosamente eles podem cessar esse paliativo, e se
ressignificados aliviam suas cargas e atenuam o peso do sistema.
Com entendimento esses movimentos secundários murcham.
Os crimes cometidos por nossos antepassados podem estar
insepultos ainda em covas abertas e podem muito bem interferir,
afetar a nossa existência. Todo criminoso assume as feições de suas
vítimas. Quantos crimes estão espelhados em nosso rosto ?
Se olharmos nosso rosto no espelho físico, teremos um alívio, “eles
não estão lá”, poderíamos dizer. Mas não é isso que ocorre se nos
olharmos num espelho sistêmico.
O que nossos ancestrais fizeram se reflete em nós. Nossos
filhos, netos e bisnetos são nossos espelhos emocionais. O que
fizermos aqui se refletirá neles.
Crimes insepultos são crimes contra a humanidade,
pertencem à grande dívida que a humanidade precisa e espera
resolver.
Podemos enterrar os cadáveres das vítimas que herdamos.
105
Podemos quitar a nossa parte nessa dívida.
Podemos localizar esses crimes nas nossas famílias.
Identificar suas causas, colocando-nos frente a frente com a vítima
dizer assim:
“Eu sinto muito, não era para ser assim“.
“Eu sinto o que pode ter sido a sua dor em mim”.
“Vamos ficar de mãos dadas e atenuar essa dor e solidão”.
“Quero poder ser um contrapeso em seu sofrimento e
assim você se lembrar de mim, como seu descendente que traz
uma coisa boa, que se aproxima com carinho, e que se empenha
em resolver esse episódio doloroso de nossa família”.
“Quero poder ser útil e fazer da nossa dor nascer uma flor,
que a cultivaremos no canteiro da humanidade”.
”Você pode ficar em paz e ser essa pessoa maravilhosa que
você realmente é”.
”Seu rosto pode habitar o meu rosto e do rosto dos meus
descendentes, não pela dor, mas pelo amor, no cantinho dos olhos,
no cantinho do sorriso, como um gesto de paz.”
106
Inclusão
107
primário em mim, pode encontrar o movimento primário no outro,
caso contrário é apenas papagaiada.
Hoje estamos nas hostes de outro tempo. Podemos tirar o
olhar duro de nossos olhos. Podemos liberar os sofrimentos dos
outros tempos, podemos validar o que mudamos, e não precisamos
mais, de forma nenhuma, carregar aquele peso para sempre.
Bons ventos nos trouxeram até aqui, e podemos ver a
resultante positiva de tudo que já foi feito, podemos olhar com
bons olhos a nossa história, e ao fazer isso aliviar o nosso sistema.
Fechar os olhos dos que se foram, e abrir os dos que virão.
Abrindo o mental
108
prestados à humanidade nesse último um milhão de anos. Ele
trouxe a humanidade até aqui, com esse tipo de governo que
temos, de economia que temos, de filosofias e crenças que temos.
Foi ”muito bom” até aqui, mas agora chega, muito obrigado. Como
suas vítimas podemos devolver as suas feições que incorporamos, e
ativar as nossas para sermos nós mesmos.
Vamos pensar nossa mente como tendo um corpo igual ao
nosso corpo físico, só que um pouco maior. Em vez de carne e osso,
imagine que ele é feito de uma fumacinha, densa e definida, que
pode ultrapassar paredes sem bater, pode fazer um monte de
coisas. Pode se relacionar com outras pessoas de outros países,
outras línguas sem problema de comunicação, ou mesmo de outro
tempo. Para a mente funcionar assim ela precisa de algumas
condições. Ela precisa primeiro desgrudar do corpo físico, e
geralmente isso só acontece quando estamos dormindo, e quando
há uma permissão para que ela saia, para fazer as coisas que
precisamos, aliviando as tensões e medos que sentimos e volte, na
manhã seguinte, como se não fosse ela quem trabalhou duro, para
assim não desestabilizar a estrutura e hierarquia que hospedamos
em nós mesmo.
Imagine que dentro de nós há uma cadeira, uma poltrona
daquelas bem confortáveis, com descanso de pernas, braços e
cabeça, uma cadeira confortabilíssima. Quem está sentado nela?
Podemos ter um monte de gente sentado nela. Nossa mãe,
dando seus palpites. Nosso pai, lembrando os perigos e
aconselhando ir com calma e prudência. Aquele professor ou
professora que nos convenceu de coisas tão legais que mudou a
nossa vida. A esposa ou o esposo, esperando por algo. Ou pode ser
a namorada ou o namorado, cobrando ou sugerindo alguma coisa.
Quantos mais estão sentados em nossa cadeira? Um pastor, uma
psicóloga, um chefe meio mal humorado, o sindico do prédio, um
político, quem mais? Tantos, imaginemos quantos hospedeiros,
moram com nosso consentimento dentro de nós. Isso fora os
hospedeiros de carteirinha que são nossos antepassados que não
conseguiram partir. E junto a toda essa multidão, num cantinho
109
menor, perto da motivação primária, estamos nós mesmos, ao vivo,
em pessoa.
Então precisamos ir pedindo licença com jeito e colocando
ordem no nosso condomínio, avisando que houve uma nova
convenção, com novas cláusulas, e o movimento primário ganhou
um novo espaço, e que o horário de visita diminuiu. Que foi
aprovada uma reintegração de posse, uma reincorporação pelo
morador principal. Os drivers sempre nos fazem “morar de aluguel”
na nossa própria casa.
E com todo jeito vamos tirando todas aquelas outras
motivações de nossa família, com reconhecimento e agradecimento
vão indo, as hospedeiras que dependem de nossas dependências e
vícios sistêmicos, vendo que estamos em paz, podem ir se retirando
para outros comedores, bebedores compulsivos, podem ir para
pessoas que gostam de perigo, pessoas que mentem, pessoas que
se arriscam, que jogam, que precisam ser vistas, que precisam ser
elogiadas, que precisam de prazer fácil, e que dependem do juízo
dos outros para viver. E assim os hospedeiros vão se indo até nosso
espaço se tornar vazio de novo, como foi no dia em que foi criado, e
resplandecia a beleza das mãos que o criou.
Então sem medo de assumirmos o que é nosso, podemos
dar uma ajeitada na casa, passar um paninho na poltrona, tirar os
últimos resquícios dos outros ocupantes, e então com muita
elegância tomar o nosso lugar dentro de nós mesmo.
Com a mente quieta, e na possibilidade do upgrade para ela
poder ir mais e mais longe durante a noite, à medida que menos
visitada de dia.
Podemos olhar para os nossos ancestrais habituais, nossos
antepassados que não conseguem partir e falar a todos eles:
“Vocês podem ficar em paz, podem finalizar a busca de
vocês mesmos através dos descendentes. Agora vocês vão procurar
o estado de amorosidade de que precisam fazendo também um
upgrade para níveis mais evoluídos, e mais próximos de quem os
criou.”
Todos em nossa família estão buscando fazer o que parece
ser o mais apropriado, evoluir. Uma atitude de humildade é
110
sempre acompanhada com o sentimento de tomar posse do que é
nosso. Poderíamos dizer para concluir: “obrigado por estarem
tanto tempo dentro de mim, cuidando de mim, pensando por mim,
mas daqui para frente quero tentar viver eu mesmo. Não tomem
isso como arrogância. Abençoem-me para eu conseguir coisas
melhores para mim e para os meus. Muito obrigado por terem me
trazido até aqui, mas daqui para frente eu quero seguir por mim
mesmo“. Então, sentado ali, na nossa poltrona interior, não
sentiremos mais medo. Trocaremos os pensamentos automáticos
secundários, pela ponderação, pelo ir com calma, em outro ritmo
mais lento, descobrindo e decidindo o que fazer, aquilo que tem a
nossa cara, a cada hora.
É assim como se já estivéssemos lá há muito tempo.
Tomamos posse de nosso espaço, e podemos desengatilhar
mecanismos automáticos de compensações, e baixar o ritmo do
cérebro e das reações mentais, atrasando as respostas, dando
tempo para a mente começar a acessar o seu material
genuinamente seu, o seu conteúdo original, que sempre aponta
para a harmonia com a Imensa Vida.
Alinhamento
111
Acelerar é abrir mão da prerrogativa de conduzirmos nosso
processo com as nossas próprias mãos. Nossa percepção pode ser
em muito intensificada se diminuirmos o nosso ritmo.
A mente fica mais clara, menos superficial, menos
emborrachada. Estar acelerados para provocar atenção é um
truque para manter a situação sob controle, enquanto a atenção
mais profunda, para perceber coisas novas, depende apenas de
estarmos vazios, flutuando no inteiro indivisível, como ensinou o
Professor David Bohm, apenas pastoreando o próprio ser.
Então esses pequenos ou grandes vícios e programas que
aceitamos e que se instalaram e operam em nós, podem ir embora.
E assim teremos de volta nós mesmos sentados em nossa poltrona.
Se para alguns o transito das grandes cidades é um
elemento enervante, podemos ver com como isso pode estar
atrelado a esses pequenos vícios.
Imagine você tirando o carro da garagem, numa manhã
colorida com temperatura agradável. Você chega na rua, está
satisfeito com você mesmo, não está atrasado para seu
compromisso, tudo parece estar bem até que de repente você vê
que um caminhão blindado de transporte de valores, parou em fila
dupla, provocando o maior congestionamento. Você diminui, para,
fica esperando, vê que a coisa está lenta, para de novo, começa a
olhar o relógio, vê que se continuar assim você pode chegar
atrasado, então você dá uma buzinada leve. O motorista do carro
ao lado reclama também e deflagra um buzinaço. O motorista do
blindado resolve parar de vez, se está sendo reconhecidamente
chato, resolve chatear de vez. Você buzina mais um pouco, abre o
vidro gesticula. Onde foi parar aquela linda manhã? O fato é que
não basta a sensação de uma linda manhã. É preciso algo mais
concreto para o mental se apegar. Ao entrar no engarrafamento, a
mente precisa receber um estimulo lembrando-a que o principal
elemento em jogo é o emocional. Então ao ficar parada ela põe
uma música, fecha a janela, liga o ar condicionado e se conecta com
o emocional do motorista do blindado, vê que ali naquela pessoa há
uma joia tão valiosa quanto a que você sente dentro de você, que
tem o mesmo milhão de anos, e que pode ser que nem tenha sido
112
ainda percebida por seu principal ocupante. Você considera isso,
tem mais paciência, se preciso você pode ligar e avisar que
inadvertidamente vai atrasar uns minutinhos, mas uma coisa é
certa, você não abre mão do seu bom estado de espírito por coisa
nenhuma. Se possuirmos muitos dispositivos reativos automáticos é
como se tivéssemos dento de nós um tanto de caronas que
precisam sentir, raiva, tensão, nervosismo, bronca, sentimento de
autopiedade, sentimento de vítima, sentimento de superioridade,
sentimento de revanche, todos como caronas. No trânsito você iria
correr para dar aquela sensação para alguns, tirar fininha, para
atender a outros, pois a sua fratura emocional, de não estar de bem
com a sua própria vida, atrai todos esses mecanismos. Quando você
está de bem com a vida, e internamente está sentado em sua
poltrona, você não sente a necessidade de ficar produzindo
adrenalina ou endorfina ao buscar sensações de perigo e excitação,
você fica na sua, não alimentando esses mecanismos, então você se
torna um cara desinteressante para esses “caronas”, de tal forma
que quando você é ultrapassado por um carro dirigido de forma
perigosa, todos os seus caronas pulam para o outro carro, deixando
você e sua consciência mais leves.
Todos esses vícios nos separam da gentileza e da
amorosidade de se viver em harmonia e com alegria. Realmente, é
muito mais fácil serem vistos os grandes vícios como álcool ou
drogas. Difícil mesmo é se desintoxicar desses pequeninos vícios e
cacoetes psíquicos, que o mental cria no emocional. Para isso
temos que fazer esse trabalho: conhecer, sentir, acolher para
desengatilhar todos esses sentimentos mecanizados, drivers, pois
são como armas apontadas para nós mesmos, para nossa
realização e para o nosso destino.
Para sermos capazes de lidar com essas cargas e superá-las,
precisamos entrar na dimensão da Imensa Vida. Não basta resolver
bronca com bronca, dor com dor. Isso só intensifica mais bronca e
mais dor. Precisamos atuar com uma qualidade de vida e gentileza
criando um “campo” de amorosidade, um estado de não violência
para que aos poucos se dissolvam os nossos complexos, cheios de
bronca e intolerância, e possa tomar força quem realmente somos.
113
5 - O trabalho no mundo
O trabalho sistêmico para os outros pode ser no máximo 49%,
mantendo o mínimo de 51% para si próprio.
Stephan Hausner
114
Podemos dar um bom lugar para as dores e sofrimentos das
gerações passadas, podemos estancar as lágrimas de nossas
avozinhas a incompreensão de nossos avozinhos e assim diminuir
as pressões na geração presente.
Muitas coisas podem congestionar o fluxo de conteúdo,
mas pelos movimentos sistêmicos podemos desobstruí-lo.
O movimento de incluir, dar aos fatos e às pessoas, mesmo
aquelas que viveram um período bem curto, dar a elas um lugar na
história.
O movimento de reconhecer que esses fatos e pessoas não
foram ou viveram em vão.
O movimento de agradecer os esforços dos outros cria uma
ponte emocional com fatos e pessoas.
O movimento de validar, reconhecer como verdade.
O movimento de honrar, plantar no canteiro do nosso
íntimo, uma flor que os ressignifique.
Existe um mandamento sobre honrar pai e mãe, que pode
ser estendido a todos os pais e mães do nosso sistema. Ao honrar
nosso sistema despertamos as nossas capacidades regenerativas,
trazendo saúde e inteligência emocional.
Nosso trabalho no mundo deve ser decorrente de termos
chegado ao nosso próprio lugar, de termos acessado nosso
conteúdo familiar, de termos descoberto nosso posicionamento.
Esse conjunto produz a nossa identidade emocional e libera forças
sistêmicas que possibilitam os nossos atributos pessoais.
Um sistema bagunçado gera uma personalidade bagunçada.
Toda falta de amorosidade e generosidade, mascara o
sistema, o deturpa. Então
o primeiro a ser feito é
devolver amor ao nosso
sistema, pois só na paz é
que o fluxo volta ao seu
próprio veio, seu caminho.
As águas do rio da vida
saem dos redemoinhos da
dor, e voltam às suas
115
próprias corredeiras. E essas corredeiras levam essas águas ao
mundo, para irrigar, para lavar e fazer florescer a vida. E depois de
tudo isso elas se entregam totalmente ao se desaguar no mar.
Mas aí esbarramos nas dificuldades exteriores. Existem
muitas injustiças, o mundo faz o jogo de cartas marcadas dos
poderosos, existe fome e um grande desconforto. Porém isso é o
que torna ainda mais necessário o bom conteúdo dos sistemas,
como uma água fresca e pura de um rio que corta um deserto.
116
mais longe. Trazem um conteúdo sistêmico mais profundo, mais
evolutivo, menos identificado e relativizado aos pais.
Todos os filhos vieram para voar, o alto voo da vida, o voo
da evolução, mas alguns voam mais alto, e sendo assim são
inspiração para todos os demais.
Os dois primeiros filhos são como o elo de ligação entre as
gerações. Famílias com até dois filhos são como de velejadores que
não se afastam muito da costa, ou mergulhadores de águas mais
rasas, que não se lançam no fundo no mar.
Com até dois filhos a conexão forte é com os avós.
Para muitos deles a chegada dos netinhos muda suas vidas,
e isso os ajuda a compreender que a Imensa Vida é uma construção
por etapas.
Grandes montanhas são escaladas por etapas.
A cada altura é feito um acampamento que consolida a
subida até ali, e prepara a próxima etapa onde se vai construir um
novo acampamento mais acima na montanha. A geração seguinte
recebe como herança esse acampamento, o habita. E quando se
sente pronta, prepara a construção do próximo nível e parte para
alcançar e construir o que deixará para seus filhos.
A subida da montanha é a subida evolutiva da Imensa Vida.
As gerações vão subindo os níveis emocionais.
Essa é a evolução. Vão trabalhando o seu conteúdo e assim
o elevam para oferecer às futuras gerações.
Chegar ao topo da montanha é o projeto da Imensa Vida.
bia
117
Chegar onde o conteúdo emocional não está mais preso a
dores, a amarguras ou privações. Não está mais preso a nada. Seu
conteúdo agora passa a ser o conteúdo da Imensa Vida. Por seu
vazio flui irrefreado, o significado em seus desdobramentos.
Então sim, a vida não mais será expressa em Alfa, Beta ou
Gama, mas por Ômega.
Para isso caminhamos. Para isso fazemos o upgrade
emocional em nossas vidas. Para isso construímos o acampamento
mais acima na montanha. E quem sabe não seremos nós a geração
que chegará ao topo? Por que não?
Aprendemos que para dar é preciso primeiro receber, mas
aqui é ao contrario, para receber, é preciso primeiro dar.
Dar o primeiro passo.
Dar o passo apropriado nessa caminhada. Tomar o nosso
conteúdo, o receber.
Dar o salto quântico, ultrapassando a barreira do
sofrimento e da solidão.
Tomamos o conteúdo mais antigo a partir da avó (3) mmp,
o conteúdo se abre para o passado distante. Entramos assim no
domínio dos elementos que não alcançamos pela memória, não
ficam presos a fatos isolados que tenham sido ou não contados de
pais para filhos. Entramos num “campo” onde somente se pode
conhecer por vibrações.
A partir das terceiras crianças, e das terceiras avós há uma
viagem no túnel do tempo. Por eles se acessa o conteúdo de
quando se começou o destino de subir a montanha.
O que houve lá em baixo que se precisou subir?
O que ficou perdido e precisa ser buscado no topo
emocional?
Quais perigos rondavam os vales e os pés da montanha?
Por que houve a morte e o risco de não ser?
A subida começa com a descoberta do fogo.
O fogo é o elemento emocional. O fogo uniu a primeira
família, a primeira comunidade, pelo calor, pelos sentimentos.
A verdadeira história da evolução é a historia das emoções.
118
Decifrando profissões
119
isso não os impedem de ir. Isso não quer dizer que Betas e Gamas
não podem ou devem abrir empresas. A diferença é pela forma de
ser de um Beta, empreender implica em fazer coisas novas, com
pouco risco, fazer coisas que sejam boas para muitos, e o fator
dinheiro, o retorno financeiro, fica num plano mais secundário. Já
para um Gama empreender significa superar a si mesmo, com
inovações, avanço técnico, fazer algo que ninguém fez. Mas sobre
tudo o Gama sabe fazer o que nenhum dos outros sabe, isto é, ficar
rico.
Alfas são líderes natos. Mas isso não quer dizer que Betas
não sejam os bons líderes, principalmente líderes carismáticos,
sabem como poucos atrair pessoas pelo seu magnetismo pessoal,
pela beleza de suas ideias, por sua energia. Gamas são ótimos
líderes para situações de crise, complicadas, pois para eles o que é,
é. O que não é não é e pronto. Tomam decisões corajosas, sem
sentir pena, como fazem os Beta, e sem se preocupar tanto com a
popularidade, como os Alfa, mais vaidosos.
Os Gama são cientistas. Com facilidade de transitar pelo
campo do significado, podem ver mais facilmente os processos. Por
esse motivo, são ótimos advogados, acertam o melhor caminho
dentro do emaranhado das leis. Isso também não vale dizer que
Alfas não possam ser grandes advogados, pois quando eles falam
com segurança, parece até que podem mudar as montanhas de
lugar. Betas não são bons advogados, ao não ser que tomem
causas sociais, filantrópicas ou benemerentes que promovam uma
boa causa.
Para mexer com dinheiro não há ninguém melhor que um
Gama. O dinheiro se multiplica nas mãos deles. Ao serem
organizados, eles não esbanjam como Alfas e Betas.
Alfas usam dinheiro como alavancas para levantar seus
projetos e seu lado pessoal. A falta de dinheiro pode funcionar
como estímulo para seguirem mais a frente. Já Betas precisam pelo
menos de um pouco de dinheiro, para não desanimarem, Não
sabem lidar com muito dinheiro, precisam sempre da consultoria de
um Gama.
120
Uma empresa sistêmica bem montada seria:
121
A mãe cuida e pede que o filho cuide de si e de suas tarefas.
A relação com a empresa é reflexo da mãe, e a relação com
o patrão é reflexo do pai. O campo da família está replicado na
empresa, na forma essa se justifica, isto é, como fica justa com sua
justiça. Dar e receber. Tomar, doar. Extrair transformar. Lidar com
fornecedores, clientes, meio ambiente, acionistas, e os próprios
colaboradores.
O conteúdo que está distorcido numa família, tende a
permanecer distorcido numa empresa. Simetricamente, tanto na
família como na empresa, o trabalho de desintoxicação sistêmica
em uma, ajuda na outra parte. A empresa é um espelho, e
apresenta variadas maneiras e chances de acessar o conteúdo
emocional a ser trabalhado.
Para se ficar rico é preciso ser dada uma permissão, e isso
só pode ocorrer dentro do conteúdo da família.
Sem essa permissão a empresa pode-se até ter dinheiro,
mas nunca fica rica e nem enriquece os seus, pois pode manter o
vínculo com a falta de riqueza do seu sistema de origem. Ou pode
não ter dinheiro e alcançar a grande riqueza moral para os seus,
quando acessa o nível de riquezas pessoais, de caráter, de valores
morais, como numa empresas sistêmica ou ONG por exemplo.
De qualquer forma, o trabalho é sempre um
desdobramento do que existe dentro do sistema da pessoa.
O Alfa desdobra o conteúdo Alfa, e assim os demais Beta e
Gam. Desdobram o que lhe é implícito. Desdobra aquilo com que
está abraçado interiormente. E ao trabalharem juntos, no
entrosamento entre si, desdobram o todo e se descobrem
fraternos. E somente como irmãos é que podemos enriquecer.
Não existe enriquecimento isolado. Só se enriquece com a
fórmula matemática:
E = V.T . μ
122
Decifrando relacionamentos
123
Casamento Alfa com Alfa:
124
Casamento de Beta com Beta
125
Casamento de Gama com Gama
Alfa, com os pés no chão, se apaixona por Gama, num patamar mais
alto que o seu, por ter um modo de vida tão curioso. Gama não se
chateia facilmente, é uma pessoa focada e se envaidece com esse
amor, e vê que Alfa traz possibilidades concretas de vida e sente
que pode ser feliz ao seu lado. Gama recebe muita atenção de Alfa,
que é sempre carente, desde a infância, e espera receber de volta
em carinho e afeto tudo que faz por Gama. Gama não vai se desviar
de seus objetivos, vê que com Alfa pode ir mais longe. Alfa é quem
provê, mas é Gama que enriquece o casal. Alfa quer liderar, é o
puxador sistêmico, se souber puxar o casal, sem ser preponderante,
o casal enriquece, caso venha ser muito autoritário, empobrecem
juntos.
bia
126
Educação
Educando um Alfa.
127
Educando um Beta
Educando um Gama
128
Abrindo possibilidades
Campos de atuação
129
Trabalho de todos como Alfa, por instinto, por reparação.
Honrar pai e mãe
Amar os avôs <1> e <4) e as avós (1) e (4)
Tomar a iniciativa para por ordem no fluxo de significado
Não parar
Construir o que precisa ser feito
bia
130
Então podemos fazer um GPS, para nosso destino
131
Então:
132
Filhos adotivos
133
Adicionando o vazio
A solidão é essencial à fraternidade.
Gabriel Marcel
134
Luiza Achcar
Gerações de Firaces.
135
6 - A partida
Morrerei se suspirares
Pois és meu grande bem
Cecília Meireles
136
Podemos viver uma vida sem limites, se nossos sentimentos
forem sem limites, se nossa bondade for sem limites. Se a nossa
mente for sem fronteiras.
Podemos então, quem sabe, não morrer, mas partir.
Algo aqui mudou. E estamos frente a frente com nós
mesmos, mas de uma forma diferente. Estamos desarmados e
desinteressados. Podemos olhar para nossa vida pelo seu lado
inteiro. E pela primeira vez sentimos que o que ficará na nossa
partida é menor parte, como a casca da lagarta, sendo que o que
vai, é a borboleta.
Sentimos uma onda amorosa que nos conecta a tudo. E
queremos seguir com ela.
Sentimos que todos os seres vivos estão ligados pelo
coração. Fazendo a rede da Imensa Vida.
Nela há algo de puro que parece que nunca foi tocado.
Nela parece que não temos idade.
Que somos jovens e belos.
Nela queremos o bem para todos.
Podemos mudar de uma base mental complicada,
secundária e indireta para uma base emocional, primária, simples e
direta.
Em tudo que tocarmos e olharmos, com essa objetividade e
simplicidade reverberará a Imensa Vida.
É como a benção que transforma a água podre em grão de
neve. Nosso corpo é setenta e cinco por cento água, com cem por
cento de água abençoada, cem por cento de benção.
E por um momento podemos sentir em nossas vidas que
não temos problemas. Temos soluções. Mesmo quando vêm as
broncas para cima de nós. É só não nos deixarmos sequestrar por
elas. Podemos olhar para elas de frente, cheios do emocional,
cheios de bem, de forma que não haverá espaço nenhum para
outro elemento em contrário.
Daremos a outra face, se preciso.
Sem nos desfocar dessa onda amorosa que nos conecta a
tudo, saberemos ver mesmo nas adversidades, o que está lá dentro,
e também faz parte da Imensa Vida.
137
Permissão
138
O meu lugar
You never see what you want to see
Forever playing to the gallery
You take the long way home
Take the long way home
Roger Hodgson
bia
139
O eu
O eu é a casca do ser.
O ser é o alinhamento do corpo, da mente e do emocional.
O eu é uma casca necessária, uma identidade externa para
ajudar a dar unidade e integrar esses três, pois sem o eu, o
conteúdo se derramaria e se fundiria na substância insípida e
inodora de numa existência sem graça e sem fundamentos.
A evolução é a vontade do ser em se desdobrar a partir da
Imensa Vida. O movimento não vem do eu, mas dela.
Do ser vem a vontade de conhecer e de se conhecer.
Quando o ser desdobra a Imensa Vida, ressignifica os seus
sentimentos, sua história e até mesmo a forma de se ver.
Quando o ser entra em um estado profundo de gentileza e
amorosidade ele se regenera.
E quando menos esperarmos, estaremos tocando o topo da
montanha.
Não precisaremos mais morrer, apenas partiremos.
Aquilo que vem se desdobrando desde a origem da vida,
desdobra em nós e nos faz vias de acesso por onde pode prosseguir
a Imensa Vida. Por vibração. Por simetria. Nossa vida acessa a
origem da vida, então quando chega lá, pode seguir para seu
destino.
O ser acompanha o movimento irrepetido e único do
significado, em Alfa, Beta e Gama.
A Imensa Vida se expressa ela mesma.
Na nossa existência aprendemos, evoluímos, amamos,
encontramos outros seres a quem amamos e somos amados e a
certa altura da vida, quando somos mais adultos, reconhecemos em
nossos movimentos, a assinatura da Imensa Vida.
Dela vem a intenção, nela agora se expressa o conteúdo,
em harmonioso movimento.
140
Morte e Partida
141
exercitamos nossa capacidade de amar, trazemos leveza ao nosso
sistema. Nenhuma criança vem solta do seu sistema, nenhum
adulto volta avulso ou sozinho. Só o adulto pode partir.
Gostamos de nos pensar indivíduos, pessoas isoladas,
singulares, independentes, autônomos que podem fazer o que bem
quiser com suas vidas, mas não somos.
Temos umbigo e por ele estamos ligados a tudo que veio
antes de nós e por ele estamos ligados também a tudo que virá
depois.
Mais do que a nossa imagem física, refletimos também a
imagem de nosso sistema.
Nossas conexões ancestrais apontam o conteúdo para o
qual foi preciso que viéssemos ao mundo .
Nossa tarefa, nosso movimento original, é entender a “lição
de casa” que viemos fazer, e ao mesmo tempo entender que é
possível dar o salto quântico a cada momento que nos abrimos para
a Imensa Vida.
Se soubermos fazer isso agora, saberemos também como
fazer na hora de nossa partida.
bia
142
Aceitar o destino
Sede vossas próprias luzes, vosso próprio apoio.
Permanecei fieis à verdade que existe dentro de vós
como sendo a única luz. Budha.
143
Ao dissolver a saga nessa infinita história, por esse salto, ele
percebe ser ele mesmo o bem capaz de injetar vida nessa
correnteza, ser o amor irresistível às forças evolutivas.
Assim podemos todos, deixar o veículo Alfa, Beta e Gama
que usamos até aqui com esse corpo, com essa mente, com esse
coração, e mergulhar fundo na inteireza indivisível, da qual boiamos
e nos destacamos ao nascer.
Será um mergulho longo ou curto.
Levará o tempo de uma geração ou o de uma respiração.
E mergulharemos nesse mar de vida, onde respiraremos por nossas
guelras sistêmicas, até o momento em que cheios de amor,
aceitaremos o convite como foi aquele que recebemos para nascer,
mas desta vez não mais para trazer à tona, mas para fazer de si
próprio, o conteúdo mais antigo em corpo novo.
E aceitaremos este convite como extensão do convite
primeiro. E veremos a Imensa Vida nas feições de nossos familiares,
aqueles que amamos tanto. E com os olhos fechados e ardendo de
amor, seremos atraídos pela vibração de nossos iguais, até
entrarmos naquela célula tão pequenina, e daremos rosto ao fluxo
de vida. Para isso precisaremos de coragem.
Precisaremos da mesma coragem para partir como
precisamos para nascer. A mesma energia. E quando estivermos
prontos, o corpo nos levará a beira do rio. E maravilhados pela
beleza dele, nos entregaremos à correnteza.
Quem chega à
nascente do rio. É sua
água. Da nascente parte
a história do rio, que ao
longo do percurso se
suja e aprende a se
limpar, reescreve sua
história, até o momento
de desaguar no mar, no
oceano da Imensa Vida.
E ao abrir os olhos, a água se descobre mar, validando o percurso
que fez desde a montanha.
144
Pertencer à vida
Bia
145
Olhando com outros olhos
146
A equivalência é a ponte que nos permite a inserção na
Imensa Vida.
A lateralidade formatada na nossa gravidez (lado direito –
Yin e esquerdo - Yang) se transpôs, se inverteu na hora do
nascimento (ficando lado direito – Yang e esquerdo - Yin) se
transpõe e inverte novamente na hora de nossa partida. Fecha o
ciclo. A mesma transposição do nascimento ocorre na partida. Por
exemplo, uma criança Yin, teve uma gravidez Yang, volta a ser Yang
na partida, como num primeiro filho ou segunda ou quarta criança
depois de menina. Ou, analogamente, uma criança Yang, como uma
primeira filha Alfa+, teve uma gestação consolidadora Yin, uma vida
expansora Yang, e partirá Yin como chegou, consolidando seu
sistema.
A seqüência dos irmãos é Yang e Yin, alternadamente.
Expansão e consolidação, Yang e Yin, nascimento e partida,
são como a pulsação da Imensa Vida.
Partimos como viemos.
Alfa, Beta e Gama são apenas estratégias evolutivas da vida
para cada um de nós. Foi a maneira como pudemos receber e
processar, assimilar, assumir, realizar, resolver, ressignificar o
conteúdo da Imensa Vida, que nos chega pela nossa família.
Não precisaremos mais ser Alfa, Beta ou Gama ao partir.
O que não pudermos fazer, volta para o sistema e ficará
esperando por uma próxima chance.
Ao partirmos, tudo que aprendemos e nos desenvolvemos
emocionalmente não será mais entendido como Alfa, Beta ou
Gama, mas como Ômega, o que não morre, a medida do quanto
pudemos evoluir, enriquecer e trazer o bem, para a Imensa Vida.
Grão de neve
147
7 - Epílogo
O Atirador Sistêmico.
148
Continuamos nosso passeio.
Entramos numa escola, cheia de crianças com uniforme,
salas de aula e professores.
Para quem são feitas as escolas? - Para os alunos.
Esta é a resposta automática. Mas vamos investigar isso
com calma. As crianças estão ali para aprender, e aprender é um
fenômeno complexo, onde só se aprende quando se rompe uma
barreira interna emocional, quando se abre o mental, quando vibra
a pulsão original naquele aluno, ou seja, quando o aluno ou aluna
entra no “campo” de atuação da Imensa Vida na escola.
Quem está criando esse “campo”? - Os professores.
Quando estes se atêm a compreender a realidade da
matéria, a realidade dos alunos e deles próprios, eles criam esse
“campo” escola. Então é para eles que a escola deve ser feita, pois
eles ao gerar o “campo”, geram as condições para que os alunos, ao
redor deles, realmente possam aprender. Aprendendo quem são e
a que vieram, esses alunos não precisarão conhecer as cadeias.
O tiro “errou na mosca” vai no professor. Ele é a origem. E
ele pode gerar o “campo”.
O atirador sistêmico recarrega sua arma e continua seu
passeio.
Entra num hospital.
“Já sei”, pode dizer alguém. “Se o negócio é mirar numa
coisa para acertar na outra, então no hospital deve ser... atirar no
médico para acertar o paciente?” – Não ! Passou longe.
Segure o atirador um pouquinho.
Num hospital o doente vem tratar a doença que contraiu ao
longo da vida que leva tão igual a tantos milhares ou milhões que
vivem a mesma situação, o mesmo drama. O doente é um
representante, um dignitário. Sua dor é a dor do mundo. Sua
doença, a doença do mundo.
Será que ele veio ali só para tirar os sintomas, tomas umas
aspirinas, anestesiar as dores e ser mandado de volta para a fonte
da doença que o trouxe ali? Ele e todos os outros colegas de
enfermaria? - Não.
149
Não parece verdadeiro que seja este o propósito do
hospital: fazer uma meia sola no paciente e mandá-lo de volta ao
mundo impaciente.
No hospital o nosso atirador sistêmico mira no doente para
acertar a sociedade. Só assim ele pode “errar na mosca”.
Cada doente é um pedido de socorro de milhões que
sofrem do mal de como organizamos o mundo. Do mal do jogo
trapaceado do poder, político, econômico e masculino. Do mal que
existe em cada um de nós nessa vida em condomínio das cidades,
das sociedades, onde somos o que representamos.
Podemos demorar até trinta anos numa lenta intoxicação
desses valores pífios, para apresentar nossa doença, para vir à tona
e poder ser tratada e compreendida, e quando felizmente
adoecemos precisamos do “campo” da Imensa Vida para sermos
ouvidos em nosso significado, somos remediados, lobotomizados
quimicamente, e devolvidos para a cronicidade de nossas doenças,
numa vida sem solução e sem remédio.
Para acertar na sociedade, o atirador sistêmico atira no
doente, para acertar na saúde, atira no compromisso médico, de
colocar todas suas forças a serviço da vida.
Saindo dali, vamos para a família.
(Prepara munição aí, gente!)
Para acertar no destino, precisamos mirar na origem.
Para acertar na evolução dos filhos, precisamos mirar no
amor dos pais.
Para acertar no bom desenvolvimento dos filhos,
precisamos mirar na “lição de casa” com os avós.
Para acertar na comunicação, temos que mirar na
observação.
Para acertar o diálogo, precisamos mirar no silêncio.
Para os filhos acertarem suas profissões, precisamos mirar
nas suas conexões ancestrais, e se houver obstáculos, superá-los.
Para os filhos encontrarem bons companheiros e
companheiras na vida, precisamos mirar no conteúdo emocional
não resolvido na vida dos pais, que distorcem o sistema da família.
150
Para acertar na felicidade dos filhos, precisamos mirar na
honra dos pais.
Para acertar na saúde física, temos que mirar na saúde
emocional.
Para acertar na saúde da mente, temos mirar no equilíbrio.
Para acertar numa vida cheia de significado, precisamos
mirar no vazio.
Para acertarmos a pulsão original, temos que mirar nos
drivers secundários.
Para acertar a nossa individualidade, precisamos mirar em
todos que compõe a nossa árvore de conexões.
Para acertar na realização, precisamos mirar na harmonia.
Para acertar na riqueza, precisamos mirar na fraternidade.
Para acertar na paz, precisamos mirar na inclusão.
Para acertar na evolução temos que mirar no amor.
Para acertar no amor, precisamos acertar no
posicionamento.
E por fim, para não morrer, precisamos mirar na Imensa
Vida.
Nós somos esse atirador sistêmico.
Nós podemos dar o salto, podemos entrar pelo fluxo do
significado.
Nossos olhos podem ver além da matéria. Podem ver
através dos sistemas
Nós entendemos que morremos só no que não sabemos
viver, no que não sabemos ressignificar, no que não fazemos nascer
de novo.
Nós somos a correnteza e o rio da vida.
Nós somos o presídio em que se curam as vítimas.
Nós somos a escola em que se aprende a realidade.
Nós somos o hospital que cura fazendo se conhecer o
significado da vida.
Nós somos o espelho em que toda humanidade pode se
ver.
Nós somos as perguntas que não aceitam respostas fáceis.
Nós somos a ponta do iceberg de nossa imensa família.
151
Nós somos os que podem dissolver o sofrimento coagulado
nas células.
Nós somos os que deixaram de se ver pelos olhos dos
outros.
Nós somos o desdobramento de nossos avós, e o que
realizarmos em nossa vida será desdobrado em nossos netos.
Nós podemos deixar que o conteúdo que está dentro possa
vir para fora e comece a aprender por si mesmo.
Nós sabemos desconfiar das evidências fáceis.
Nós sabemos fazer a pontaria que “erra na mosca”.
Nós sabemos apontar para na Imensa Vida.
Nós sabemos acertá-la.
Podemos contemplá-la, acompanhá-la, essa doce e
inconsolada vida.
Afinal, para quem essa inefável vida pode se revelar?
Oh, bondosa vida. Paciente vida.
Vida que se deixou travestir de anjos e divindades.
Conspurcada vida que recebeu todo tipo de projeções,
cooptações, imaginações e fantasias.
Podemos ser este homem, esta mulher.
Resolvermos desvendar o que sempre ficou encoberto.
Resolvermos tratar desse tema.
Resolvermos aliviar a dor da vida.
Ao nascer, em nossa família, escolhemos tudo isso.
Ser este homem, esta mulher.
Ser a dor de meus avôs e avós.
Ser o passado cheio de explicações vazias.
Ser o que sou.
Da mesma forma, ser essa oportunidade.
Ser luz para o mundo.
Então entendemos o que significa “eu sou”.
“Eu sou” a obra prima que a vida faz em meu sistema.
“Eu sou” o que a vida consegue se manifestar.
“Eu sou” o fluxo evolutivo da vida.
“Eu sou” seu endereço.
“Eu sou” a parte visível do conjunto da minha família.
152
Então, reconheço em meus filhos e netos, por um
milionésimos de segundo, como por um raio de luz, o reflexo da
face de Deus.
153
Final
A mecânica da família é um tema inesgotável.
O que apresentamos aqui é apenas uma sinalização do
estudo que todos, independentemente da fase da vida, crença e
cultura precisam conhecer, assim como os povos primitivos
precisavam de um espelho.
Saber quem somos é a base do conhecimento. Mesmo
antes do que cremos e do que pensamos. Só a partir do que
realmente somos é que podemos nos considerar fazendo parte da
história humana.
Desenvolver é uma ampliação de ser quem somos.
Não saber para onde vamos, se vamos ou se não há nada
após a morte, tem jogado a humanidade no campo das incertezas,
da individualidade desconectada do todo da vida, das possibilidades
mais diversas.
Esquecemos que estas respostas estão em nós mesmos.
Estão no entender de quem somos, de onde viemos, a que viemos,
e isso só é possível entender a partir da história de nossa família.
Somos o melhor arranjo de nossos pais, avós e bisavós, para
evoluir o “campo” emocional de nossa família.
Nascemos corpo e mente, mas o nosso emocional vem
desde a origem da vida. Não nasceu conosco, não morrerá conosco.
Só o que já existia antes continuará existindo depois.
Nascemos para aprender, para amar e para nos ajudar uns
aos outros. Nascemos para desbloquear os entraves físicos e
mentais que nos acompanham. Nascemos para nos disponibilizar
para o amor. Nascemos para criar o universo. Nascemos para um
dia não mais precisar morrer.
Se colocarmos o objetivo de nossa vida apenas no nosso
bem, ficaremos emocionalmente do mesmo tamanho que
nascemos.
Então podemos expandir o significado da vida, entendendo
nossa vida no contexto da Imensa Vida. Podemos vê-la chegando
desde sua origem pelos nossos pais, podemos vê-la seguindo na
direção de seu destino pelos nossos filhos.
154
Comentário final da quinta edição
Bom estudo.
Tarso Firace
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Bibliografia
156
tarso.firace@gmail.com
Músicas
www.soundcloud.com/tarsofirace
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