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UMA ESCURIDÃO BONITA

ONDJAKI

“o escuro às vezes não é falta de luz


mas a presença de um sonho...”
(velho muito velho que inventa as palavras)

A luz faltou de repente.


Nessa escuridão de melodia doce ou silêncio quente, entre zumbidos de
mosquitos e o cheiro dos fósforos a acender a primeira vela dentro de casa, ganhei
coragem na voz e falei:
– Tu não achas que as pessoas são uma coisa tão bonita?
Ela não disse nada, nada mesmo, mas também eu não estava certo de uma
resposta possível.
Nessa ausência de luz, ela olhava para mim, numa travessia de escuridão e
cheiros. Tinha uns olhos bonitíssimos e continuava em silêncio.
Olhei numa outra direção, cheia de estrelas no céu azul-escuro. O Universo é
enorme, pensei, e as pessoas também.
Ela fez-me uma festinha rápida na mão. Gesto ou ternura de amansamento.
Afinal uma pessoa também pode dizer coisas sem ser com voz de falar. Foi a
primeira descoberta assim estranha que eu fiz nessa noite duma bendita, bonita, falta de
luz.
O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar.
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me
lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e
camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é
parecido com o universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do Universo,
o Universo só pode caber no coração das pessoas.
A mão dela estava perto da minha. Senti uma comichão de ausência na
proximidade daquele calor, sabia que os dedos dela estavam ali, e continuava a falar
para não saber, no coração, que todo o meu corpo pedia uma carícia calada.
– Achas que pode caber o quê, no coração das pessoas?
– Muitas coisas. Um poema, uma recordação, um cheiro de infância, um «desejo
de estrelas»…
– Como é um «desejo de estrelas»?
– É olhar para uma estrela e desejar uma coisa.
- Ainda deseja lá uma coisa pra eu ouvir.
- Desejo que meu pai não tivesse morrido na guerra.
- E eu desejo que os homens nunca inventem guerras novas.
- Como se o saco das guerras estivesse vazio?
- Como se tivessem perdido o saco das guerras.
O cheiro da cera em início de derretimento chegou até cá fora. Chegou a voz da
minha avó também. Eu queria que nada interrompesse aquela nossa escuridão.
Às vezes é bom estarmos numa escuridão sozinha, de gruta e conforto, como se
o nosso mundo, por alguns instantes, pudesse ser assim - sem tom de cor nem distração
de forma.
É bom dividir uma escuridão com outra pessoa, em concha e aconchego, como
se dois mundos, nessas gotas de negrume, fossem um só.
- Achas que o coração das pessoas é pequeno?
- Sim. Pequenino mesmo.
Os olhos habituam-se ao escuro. O silêncio fica muito nítido na ausência da luz.
Na contraluz de um luar minguante, podia ver os contornos grossos dos lábios
dela, o queixo a imitar falésias, e dois brilhos apagados no lugar dos brilhos que um dia
foram os olhos dela. Nesse silêncio, eu de olhos quase fechados escutava o respirar dela.
Pulmão vai, pulmão vem...
Era uma onda cega, numa praia distante, uma onda comprida de subir areias e
espantar caranguejos, de penetrar num chão de algas e colher conchas pequeninas.
Pulmar vai, pulmar v e m ...
Naquela respiração, eu sabia, havia um pensamento pendurado. Não fiz nenhum
ruído para não sacudir esse pensamento. Mas, de tudo isso - e ainda as pernas
baloiçando em desenho de abano -, eu tinha só carência da mão dela, perto, parada
numa qualquer sugestão mesmo de impossível.
Quase não falei o que a minha boca acabou por murmurar:
- Dá-me só um beijo... - pedi.
- Não posso... - os dentes dela riram na escuridão.
- Porquê?
- Porque não tenho vontade.
Um avião pequeno saiu do esconderijo dele, atrás do telhado, e num piscar de
luzes, imitou um pirilampo em voo de liberdade e cantoria. Eu tinha olhos só de olhar o
céu. Assim, limpo, ele não prometia resguardo. Eu precisava de nuvens cinzentas para
me esconder num labirinto de desilusão.
Houve um silêncio comprido.

Vendo o avião voar alto, eu acreditava ver um pirilampo a estrear os céus. Um


pirilampo desses que enchem os depósitos de luz das estrelas. É assim que todas as
noites o Universo inventa desenhos usando candeeiros que nunca se apagam.

Num susto quase pouco, ela fez-me uma festinha lenta na mão. Ternura e gesto
de amansamento.
– Vou-te contar um segredo – ela começou.
– Ainda conta – perdi o pirilampo de vista.
– Dizem que quando um silêncio chega e fica entre duas pessoas…
– Sim?
– É porque passou um anjo e lhes roubou a voz1.
– Tu acreditas em anjos?
– Tu não acreditas em silêncios?
Fosse de esquecimento ou não, a mão dela tinha ficado ancorada na minha,
concha e búzio nesse silêncio inventado pelos anjos.
No brilho aceso do Universo, um candeeiro-estrela alumiou mais forte que os
outros - em celebração de ofuscamento.
- Os "desejos de estrelas" podem ser falados?
- Sim. Sentes um?
- Mas não é um fácil. Desejavam um arco-íris mesmo agora.
- No céu escuro ninguém consegue desenhar um arco-íris.
- Eu acho que os anjos que roubam vozes conseguem... Eu queria um arco-íris,
de presença bem noturna, tipo uma ponte.
- Uma ponte?

1
Referência a Silvio Rodriguez "Angel para un final".
- Para o outro mundo. E vice-versa. Para chamarmos quem tivesse partido ainda
em hora de cá estar. Assim o teu pai podia voltar. E também as crianças de todas as
guerras.
A noite quente agradava aos mosquitos e, sem a luz que faltou, a nossa escuridão
fez brotar magias de simplicidade: desejei esse arco-íris iluminoso, uma canoa para
navegar no mar negro do Universo. Uma canoa feita com os fósforos já gastos em todas
as escuridões do planeta Mundo.
Os meus olhos fecharam-se. Acho que os olhos dela também. Numa adivinha
escura, parecia que um beijo tinha espaço para anoitecer.
A boca dela quase tocou na minha. Eu tinha os olhos fechados numa espera de
sabor quando a minha avó surgiu, de vela na mão, e interrompeu a travessia dos lábios
dela.
- Tudo bem aqui na varanda? - falou a minha avó, já de regresso, levando a vela
para dentro de casa.
Nós rimos numa atrapalhação de doçura.
Passei a língua devagar nos meus lábios: eles disseram-me que se sentiam sós.
Pensei tudo isto na minha cabeça e, quando abri os olhos, ela, por razão de
surpresa ou pensamento parecido, também passava a língua pelos lábios e arrumava
uma respiração atrapalhada. Riu um bocadinho e falou:
- Queria fazer uma pergunta. É sobre a tua avó. Se não queres, não precisas de
responder.
- Podes fazer.
- Ela chama-se mesmo Dezanove?
- Claro que não - eu ri também.
O rosto dela, na espera de uma qualquer resposta, parecia uma flor dessas que só
abrem de noite. Tinha uma cor nova na pele e um sorriso guardado dentro da boca. Eu
queria ficar calado só a olhar para ela, mas achei melhor explicar.
- A minha avó tem um nome desses bem normais.
- Mas vocês lhe chamam de Dezanove.
- É uma estória muito comprida.
- A luz ainda não voltou, temos tempo.
Era verdade, tínhamos tempo. A falta de luz também inventava mais tempo para
as pessoas estarem juntas, devagar.
Para mim a falta de luz era estar ali com ela, de mãos dadas - os meus lábios na
espera dos lábios dela.
- Conta - ela pediu.
- Quantos dedos tens?
- Dez.
- Conta bem!
- Tens razão, tenho vinte.
- Pois a minha avó só tem dezanove.
- Porquê?
- Eu era pequeno quando tudo isso aconteceu. O meu avô já tinha morrido há
muitos anos. Um dia apareceu em casa da minha avó um soviético que gostava muito
dela. Trazia flores e muitas garrafas de vinho. Passaram muito tempo assim. Um dia, o
soviético disse à minha avó que tinha que ir embora para a terra dele. E veio perguntar
se ela queria ir com ele.
- E ela queria?
- Primeiro queria, sim.
- E depois?
- Nós, os netos, ficamos todos tristes por ela ir embora com o soviético. Pedimos
para ela ficar, choramos muito só de pensar que ela ia para o tão-longe.
- O tão-longe?
- Era onde ficava a casa dele.
- E depois?
- A minha avó Dezanove mudou de ideias, disse ao soviético que não ia para o
"tão-longe" com ele. O soviético ficou muito chateado, veio à casa da minha avó, partiu
todas as garrafas que lhe tinham oferecido. Ele estava muito zangado. A última garrafa
escapou-lhe da mão e partiu-se no pé da minha avó, cortou-lhe um dedo.
- Um dedo?
- Sim, um dedo do pé esquerdo. Ela ficou só com dezanove dedos.
- E o soviético foi-se embora?
- Sim.
- Se o soviético gostava tanto da tua avó, ele podia ter ficado cá.
- Foi o que nós dissemos à avó Dezanove enquanto ela fazia o curativo.
Ela olhava para a parede branca que estava à nossa frente, a menos de dois
metros. Acariciava um dedo da minha mão, fazia-me festinhas muito devagarinho. Eu
senti um pouco de vergonha de toda aquela estória que eu tinha acabado de inventar.
Atrás de nós havia um jardim com flores, com uma goiabeira e muitos arbustos.
Lá longe, fora do quintal, havia uma curva onde passavam poucos carros. Ela não sabia,
mas quando um carro fizesse aquela curva, na parede branca íamos ter Cinema Bu.
- Tás a fazer festinhas no meu dedo ou no dedo da minha avó? - eu quis saber.
- Nos dois - ela respondeu com um sorriso quente.
Eu não sabia se devia explicar o que era o Cinema Bu, ou se devia deixar que ela
descobrisse. Se calhar o melhor era esperar o carro passar. Há coisas que entram pelos
nossos olhos e chegam aos nossos corações sem palavras de explicação.
Um dia perguntaram à minha avó Dezanove o que era a poesia. Primeiro ela
ficou muito tempo calada, então pensaram que ela não tinha resposta. Mas ela depois
falou: a poesia não é a chuva, é o barulho da chuva.
- Já tomaste banho de chuva?
- Muitas vezes.
- Gostas mais da água que cai, ou do barulho da água a cair?
- As mulheres até que são parecidas. Ela também demorou algum tempo a
responder.
- Se estou dentro de casa, adoro o barulho da chuva. Se tomo banho de chuva,
adoro ver o arco-íris chegar.
- Então gostas mais de qual?
- Dos dois.
- Há um que se gosta mais.
- Acho que se pode gostar mais de duas coisas ao mesmo tempo.
Ouvi, ainda ao longe, o barulho de um carro. Olhei a parede em frente, como se
já estivesse a começar o Cinema Bu. Ela olhou também, e estranhou que a parede
continuasse branca. Na verdade, ela estava cinzenta, pois só a luz da lua alumiava a
varanda.
Um vento fraquinho abanou as folhas dos arbustos, as plantas e as flores. Um
morcego passou bem rápido por cima de nós.
Eram os sinais: o Cinema Bu estava quase a acontecer.
- Estás a ver o quê na parede?
- Já vais ver...
Mas era um carro sem faróis acesos, e esses carros são inimigos do nosso cinema
pobre. Assim o Cinema Bu não funciona. O carro fez a cursa com uma velocidade boa,
mas com as luzes completamente apagadas, nem já os faróis mínimos para aquecer a
tela.
A porta da varanda abriu de novo. Uma luz pequenina apareceu primeiro.
Depois a mão bonita da minha avó. Depois os pés e o corpo. Eu falei rápido no ouvido
dela: "repara no pé esquerdo".
– Tudo bem aqui na varanda? – falou só a minha avó, e regressou com a vela
para dentro de casa.
Deixei ficar o meu nariz perto dos cabelos dela. O vento soprou, como se fosse
cena de cinema. Os cabelos dela voaram na minha direção. Por momentos, fizeram-me
cócegas nos olhos. Tudo cheirava a abacate: os cabelos dela, o vento, a noite.
Eu sorri porque continuava na vontade de um beijo. Ela sorriu porque reparou
nos quatro dedos do pé esquerdo da minha avó. Os meus olhos sorriram porque tinham
tocado os cabelos dela.
A lua estava pendurada em cima de nós. O céu já não estava tão azul-escuro. Os
morcegos brincavam de trocar de árvores, gritando – como crianças alegres – nessa
brincadeira voadora, e os grilos grilavam muito perto.
– Cheiras a abacate – eu disse.
Ela pegou no cabelo, cheirou.
- Estás triste? - perguntei.
- Um bocadinho.
- Porquê?
- Não te acontece, de repente, ficares triste? A mim acontece isso, mas deve ser
normal, pois também me acontece ficar alegre de repente.
A mão dela, enroscada na minha, não era mais concha de silêncio: era uma
canoa a fugir de estrela em estrela, com brilhos a perseguirem anjos gatunos.
Eu desejava que acontecesse a magia do Cinema Bu para viajarmos, soltos, entre
o que ainda é sonho mas já consegue ser acontecimento.
Um carro barulhento aproximou-se da curva, diminuiu a velocidade. Uma luz
forte e dupla invadiu a varanda da avó Dezanove, estreando na nossa noite escura uma
sessão de Cinema Bu.
Quase saltei de contente e olhei atento para a parede.
A coisa mais bonita do Cinema Bu é que cada um pode encontrar ali as
memórias, os sonhos, e os futuros que mais deseja.
O carro fez a curva devagar, as sombras das árvores, dos morcegos, as nossas
próprias sombras mais a sombra da mão dela a mexer no cabelo, tudo ganhou nova
dimensão projetada na parede.
Era difícil não abrir a boca de espanto, pois aquele cinema, veloz e pobre, tinha
que ser vivido num tempo mais curto que a chama dum fósforo noturno.
E valia ver tudo.
Uns gritavam de medo e brincadeira, outros brilhavam dos olhos como se vissem
desenhos animados, a maioria abria a boca devagarinho a começar um murmúrio que
acabava sempre em "buuuu...". Outro carro passou ainda. Mais contraluz no nosso
escuro repartido: a parede a encher-se de magias desenhadas por todos os silêncios.
Um morcego gritou. Uma cigarra aceitou o convite do grilo e iniciou a sua
cantoria. Sombras enormes invadiram a varanda: eram imagens que ganhavam
movimento da direita para a esquerda, em correria de fuga e promessa de esquecimento,
e quem não tivesse ainda imaginado coisa concreta não podia pedir "bis" no condutor do
carro já desaparecido.
No meio do nosso espanto e respiração cansada, a escuridão regressou. Em
sugestão de magia ou isso mesmo.
- Viste o quê?
- Vi a tua avó quando tinha vinte dedos!
Rimos. Eu numa timidez de querer repor a verdade, ela numa doçura de perdão
para comigo.
- A estória verdadeira do dedo - comecei - é que ela tinha uma infecção e o
médico teve que lhe cortar o dedo. Mas não contes a ninguém, aqui no bairro todos
pensam que foi mesmo o soviético.
- Não conto a ninguém. Eu também gosto mais da tua estória com o soviético.
Quis dar-lhe a mão, gesto de carícia ou agradecimento, mas faltou-me a
coragem. Essa minha mão já ida no caminho do encontro, tive que dar-lhe um rumo de
disfarce - fingi afastar um mosquito nenhum.
- É incrível como um dedo pode mesmo matar uma pessoa...
- Devias era pensar que esse dedo cortado salvou a tua avó. E ela ainda ganhou
esse nome raro assim falado numas matemáticas bonitas: Dezanove!
- Yá, tens razão.
- E quem lhe deu esse nome? - ela quis saber.
- Fui eu - menti de novo.
As nossas vozes espalhavam barulhos nessa varanda onde primeiro só havia
cheiros. Os barulhos esquecem-se rápido. Ainda bem que os cheiros ficam bem presos
na nossa memória das recordações. Eu acho que quando formos crescidos vamos gostar
de reencontrar estas coisas do nosso antigamente.
Num qualquer futuro, onde eu encontrar cheiro de abacate, ela vai estar um
bocadinho lá.
- Agora fiquei alegre.
- Eu também.
- Quando somos crianças, o mundo fica bonito de repente. E simples. Parece um
céu aberto com estrelas possíveis de serem apanhadas e guardadas numa gaiola sem
paredes de fechar ninguém.
- Consegues imaginar uma gaiola ao contrário?
- Acho que sim. Uma gaiola toda aberta.
Lá dentro, a avó Dezanove tossiu. Nesse sopro, a vela apagou-se.
No interior da casa uma outra escuridão imitava a escuridão que nós já tínhamos
estreado na varanda. Eram escuridões quase gêmeas.
Cá fora, entre o riso de um grilo e o soluço de um pirilampo, nessa escuridão
dividida, ela ganhou coragem na voz e falou bem perto de mim:
- Empresta-me só os teus lábios.

Era um beijo num baile solto de línguas, coqueiros que dançavam no vai-e-vir
das ondas com algas bonitas e o mar em nós também.
Um beijo todo salgado, sem nenhumas palavras de explicação.
Depois das mãos e dos lábios, os nossos corações acelerados eram um único
chuvisco de contenteza. Até acreditei que dentro de nós havia um cheiro de terra depois
de chover.
- Porquê inventas estórias? - ela perguntou.
- Para a nossa escuridão ficar mais bonita.
“a beleza às vezes é um lugar
onde o olhar já sabe aquilo que não quer esquecer...”
(velha muito velha que destrói as palavras)

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NOTAS

1) Este conto foi publicado no Brasil pela editora Pallas com ilustrações de
António Jorge Gonçalves. No volume, as páginas são pretas e as letras brancas.
Referência: ONDJAKI. Uma escuridão bonita. Ilustração de António Jorge Gonçalves.
Rio de Janeiro: Pallas, 2015.

2) Ondjaki é o nome artístico de Ndalu de Almeida, nascido em Luanda, capital


da Angola, em 05 de julho de 1977. O jovem escritor tem uma produção intensa, que
pode ser consultada em seu site: kazukuta.com

3) No referido site, o escritor divide sua obra da seguinte maneira:

POESIA
Actu sanguíneu (poesia, 2000)
Há prendisajens com o xão (poesia, 2002)
Materiais para a confecção de um espanador de tristezas (poesia, 2009)
Dentro de mim faz Sul seguido de acto sanguíneo (poesia, 2010)
Os modos do mármore (poesia, 2015)
Há gente em casa (poesia, 2018)

CONTOS
Momentos de aqui (contos, 2001)
E se amanhã o medo (contos, 2005)
O céu não sabe dançar sozinho (Lingua Geral, Brasil) / Sonhos azuis pelas
esquinas (contos, CAMINHO, PT, 2014) .
ANOS 80
Bom dia camaradas (romance, 2001)
Os da minha rua (estórias, 2007)
AvóDezanove e o segredo do soviético (romance, 2008)

INFANTIL/JUVENIL
Ynari: a menina das cinco tranças (infantil, 2004)
O leão e o coelho saltitão (infantil, 2008)
O voo do Golfinho (infantil, 2009)
Ombela, a origem das chuvas (Prémio Caxinde do Conto Infantil, 2011)
O carnaval da Kissonde (Portugal, 2015)

ROMANCES / NOVELA
O assobiador (novela, 2002)
Quantas Madrugadas Tem a Noite (romance, 2004)
Os transparentes (romance, 2012)

ESTÓRIAS SEM LUZ ELÉTRICA


A bicicleta que tinha bigodes (juvenil, 2011)
Uma escuridão bonita (juvenil, 2012)
O convidador de pirilampos (juvenil, 2017)

TEATRO
Os vivos, o morto e o peixe-frito (teatro, 2009 - Ed. especial, BRASIL);
(editorial Caminho, Portugal, 2014)

FREE-STYLE
Verbetes para um dicionário afectivo (Portugal, 2016) - [livro a 4 mãos; com
Ana Paula Tavares, Manuel Jorge Marmelo, Paulinho Assunção]

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