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Introdução à vida em
comunidade.
Capa:
Sob design de Alexandre Senicato
Lançamento:
Comunidade Missão Peregrinos do Amor
Rua dos Mandis, 390 - Jupiá - Piracicaba/SP
Site: www.missaoperegrinos.com.br
Contato: contato@missaoperegrinos.com.br
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SUMÁRIO
Biografia do autor....................................................................... 99
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Vocação universal à santidade
1 - A santidade.
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Para nós, a santidade está restrita para religiosos e consagrados, que
buscam uma vida fora do mundo.
Porém, João Paulo II nos coloca a importância de sermos
santos estando no mundo, ―santos que usam tênis e calça jeans‖ dizia
ele. Isso porque Deus não nos criou para o pecado. São Paulo nos
alerta: “Com efeito, se por um homem veio a morte, por um
homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão
todos morrem, assim em Cristo todos reviverão (Coríntios 15, 21-
22).
É certo que a morte (pecado) deu lugar para a vida (virtude)
que Cristo nos devolveu com sua doação plena pela humanidade.
Portanto, se Cristo salvou a humanidade da morte e nos convida a uma
vida de virtudes, todos aqueles que renascem para Cristo precisam
viver o convite que Ele nos fez na Cruz, e esse convite, é ser santo.
Porém, como alcançar essa vocação? Como podemos ser
santos nos dias de hoje? Não existe e nunca existiu outra forma:
somente buscando a graça do Espírito Santo. Só Ele que nos santifica
e nos converte para as coisas de Deus. “Mas o homem natural não
aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras.
Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem
ponderar. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas
e não é julgado por ninguém” (I Coríntios 2,14-15).
Quando São Paulo nos fala do Espírito, ele mostra que toda a
sabedoria e toda a busca espiritual precisa ser guiada por Ele, caso
contrário, não é verdadeira e não dura.
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Santidade é aspirar pelas coisas do alto, conforme fala São
Paulo aos Colossenses (capítulo 3). Isso não significa que não teremos
pecado, mas a busca pelo amor e misericórdia nos impulsiona a
sermos melhores.
Isso é importante para qualquer cristão, buscar ser melhor a
cada dia. Se todo o trabalho apostólico não está nos levando a mudar
nossas atitudes e pensamentos e nos tornando mais santos dia após
dia, precisamos parar e pensar em nossas vidas.
Portanto, o chamado à santidade faz parte da vocação
universal de todo cristão batizado, ou seja, somos chamados a ser
santos, irmãos e apóstolos.
1.1 – Conversão
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A santidade bem vivida requer conversão permanente em
nossa vida, ou seja, todos os dias é preciso voltar nossos olhos e
corações para a vontade de Deus. Sair da condição de pecado e ir para
a graça da virtude.
Sabemos que não é fácil viver a conversão permanente. Ao
longo da nossa caminhada, muitas noites escuras aparecerão para nós,
conforme diz São João da Cruz, e é nesse momento que precisamos
ser firmes no Senhor.
Santa Madre Teresa de Calcutá dizia em vida que se um dia
ela fosse santa, que seria a santa da escuridão, pois viveu um
longíssimo período de escuridão na alma. Porém, ainda assim, não
deixou de buscar ao Senhor e fazê-lo centro de sua vida.
Conversão verdadeira é isso: fazer Jesus ser o centro e o
Senhor da vida e deixar que Ele guie todas as coisas para nós.
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que, ao ouvir o chamado do Senhor, aqueles homens simples deixaram
suas redes para seguir Jesus.
O verdadeiro discípulo é aquele que, no momento que escuta a
voz do mestre, deixa tudo para sentar aos seus pés, ouvir suas
mensagens e aprender mais do Reino, para somente depois exercer o
serviço apostólico.
Ser discípulo é estar constantemente com Jesus e mudar sua
forma de viver para viver como Ele. Ser parecido com o Senhor de
todas as formas, na maneira de agir, de falar, de pensar e de viver.
Quando isso acontece verdadeiramente, a vida do discípulo se
modifica por inteiro, em todas as áreas da vida, onde o Senhor chama
para a mudança. Se olharmos para o trecho de Lucas 10, 38-42,
veremos:
“Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma
mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma
irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para
ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus
e disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a
servir? Dize-lhe que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta,
Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no
entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte,
que lhe não será tirada”.
Nesse trecho, Maria sentou-se aos pés de Jesus para ouvi-lo e
Marta reclamou com o Senhor a respeito disso, mas Jesus advertiu
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Marta quanto a escolha correta que Maria havia feito naquele
momento.
Muitas vezes, caímos em um desenfreado fazer e servir, como
Marta estava fazendo, e nos esquecemos de parar e ouvir, e assim,
deixamos de lado a melhor parte. João Paulo II alertou toda a Igreja
quanto a isso, quando disse: ―Nós caímos em um desenfreado fazer
(apostolado) e agora se faz necessário parar para ser (discípulo)‖, e
completando, ele disse ainda: ―Uma hora diante do Senhor vale mais
do que um intenso serviço apostólico‖.
Quando Jesus advertiu Marta, ele não estava tirando o mérito
dela em fazer todas as coisas com dedicação. Não! Estava sim
deixando clara a importância de antes do serviço precisa existir a
escuta... Estar aos pés Dele para aprender mais do Reino.
Em nossa missão, isso é muito comum acontecer. Damos
muito mais importância em realizar as coisas, e deixamos de lado
nossa espiritualidade. Por essa razão, é necessário nesse momento de
formação, entender a ordem das coisas: primeiro o discipulado e
depois a missão (apostolado).
Para confirmar tudo isso, vemos o Documento de Aparecida
reafirma em muitos momentos a expressão ―discípulos e
missionários‖; assim diz: “A Igreja deve cumprir sua missão
seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes. Ele sendo o
Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz; sendo
rico, escolheu ser pobre por nós, ensinando-nos o caminho de
nossa vocação de discípulos e missionários”. (Doc. Aparecida § 31).
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1.3 – Ser apóstolo
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Por essa razão, se faz necessário que os discípulos anunciem e
testemunhem o amor de Deus, nas paróquias e nas comunidades, a fim
de levantar e renovar o pensamento cristão das pessoas.
A Igreja é sinal e instrumento para o mundo, e precisamos
cumprir essa vocação que recebemos no batismo, ser Igreja para o
mundo.
Assim diz: “Neste encontro com Cristo, queremos
expressar a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos
sido enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão não é uma
carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu
Filho, Salvador do mundo” (Doc. Aparecida § 28).
Enfim, a tarefa da Igreja é formar a todos nós a sermos Santos,
irmãos e apóstolos, conforme nos ensina o Padre Alfonso Navarro em
seu livro ―Pastoral de seguimento‖:
Santos – transformação em Jesus pelas virtudes teologais
como comunhão direta com Deus, e morais como resultado da união
íntima com Deus.
Irmãos – fraternidade integrada com nova capacidade de uma
relação sadia no Espírito Santo, e comunidades com novos modelos de
vida.
Apóstolos em duas áreas: como fiel e como cidadão:
Na Igreja: para construir a comunidade eclesial
colaborando na missão e na pastoral da Paróquia;
No mundo: para restaurar e renovar de maneira cristã
a ordem temporal. (Luz do mundo, sal da terra e fermento na massa).*
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*(Navarro, Alfonso. Pastoral de Seguimento: permanecer e perseverar
como discípulo e apóstolo. Sine: São Paulo, 1998. p.9)
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Os meios de crescimento
2 - Vivendo em Cristo
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Nesse trecho, percebemos que a lógica do Reino é
completamente diferente da nossa lógica frágil e passageira. Quem
quer verdadeiramente seguir Jesus precisa enxergar a cruz de forma
diferente.
Ao contrário de enxergarmos simplesmente dor, precisamos
olhar para a doação e o amor que foi depositado nela, e compreender o
que Jesus quis dizer com isso. O verdadeiro discípulo missionário
precisa estar sempre olhando para a Cruz de Jesus, e percebendo que o
serviço requer doação, e só pode se doar quem primeiramente ama.
Madre Teresa de Calcutá dizia que o amor só é verdadeiro
quando dói, caso contrário, ainda não se tornou amor. E ainda
completa disse: ―Não ame pela beleza, ela um dia acaba. Não ame
pela admiração, pois um dia você se decepciona. Ame por amar, pois
o tempo jamais pode acabar com um amor sem explicação‖.
É exatamente isso que Cristo fez naquela pesada cruz. Amou
sem explicação! Sem lógica! Isso confunde os sábios e irrita os
poderosos!
Como São Paulo nos diz: “A linguagem da cruz é loucura
para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é
uma força divina. Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e
anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14). Onde está o sábio?
Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não
declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo?” (Coríntios
1,19-21).
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Sem dúvida, o primeiro passo para um missionário é
reconhecer a cruz. Para existir esse reconhecimento precisa antes
haver a renúncia. ―Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si
mesmo, tome sua cruz e siga-me‖.
Para seguir o mestre, é preciso primeiro deixar redes e barcos
para seguir em um novo rumo. Gosto muito daquela música que diz:
―Senhor, tu me olhastes nos olhos, a sorrir pronunciaste meu nome. Lá
na praia, eu larguei o meu barco e junto a Ti buscarei outro mar‖.
Esse é o retrato verdadeiro do chamado de Deus e, depois, da
resposta que damos a Ele. A renúncia para o missionário começa no
momento do encontro com o Senhor e não termina nunca mais.
Sempre seremos chamados a deixar de lado o homem velho
para viver a vida verdadeira do homem novo. Agora, já não nos cabe
mais uma vida fora de Cristo. Já não nos cabe mais conquistar o
mundo, mas perder a própria vida, e sim, ganhar o Reino de Deus.
Olhar para a Cruz é ver o contrário das coisas, onde Cristo age
no inverso de nossos pensamentos. Assim diz Padre Fábio de Melo:
―Só quem já provou da dor, quem sofreu se amargurou, viu a cruz e a
vida em tons reais, só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar por
que encontrou na derrota um bom motivo pra lutar‖.
Abraçar a sua cruz é olhar para os seus erros, seus desejos e
seus projetos e depositá-los todo aos pés do Senhor, como um
verdadeiro discípulo. Não pode existir discipulado e muito menos
apostolado se verdadeiramente não existir entrega de corpo e alma
para a mensagem da cruz.
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―O primeiro sentido da cruz diária é transformar a dor e o
sofrimento que existem no mundo e que se apresentam em nossa vida,
sem rebeldias nem abatimento, e dar-lhe um valor de salvação e
redenção para o mundo e de purificação para nós, unindo-a a Jesus e
oferecendo-a ao Pai‖ (NAVARRO, p. 15).
Ao assumir a cruz, precisamos aprender que as formas de
continuarmos na caminhada, crescendo como discípulo do Senhor, são
três: oração, palavra e Eucaristia.
2.1 – Oração
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“Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus:
Dá-me de beber. (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar
mantimentos.) Aquela samaritana lhe disse: Sendo tu judeu, como
pedes de beber a mim, que sou samaritana!... (Pois os judeus não
se comunicavam com os samaritanos.) Respondeu-lhe Jesus: Se
conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber,
certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva. A
mulher lhe replicou: Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é
fundo... donde tens, pois, essa água viva? És, porventura, maior
do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo
bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos? Respondeu-lhe
Jesus: Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, mas o
que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água
que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida
eterna” (João 4, 8-14).
“A maravilha da oração se revela justamente aí, à beira
dos poços aonde vamos procurar nossa água; e aí que Cristo vem
ao encontro de todo ser humano, é o primeiro a nos procurar, e é
Ele que pede de beber. Jesus tem sede, seu pedido vem das
profundezas do Deus que nos deseja. A oração, quer saibamos ou
não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de
que nós tenhamos sede dele” (Catecismo § 2560).
Muitas vezes ouvimos de nossos irmãos da igreja a frase ―não
sei fazer oração‖. Isso não deixa de ser verdade, pois ela é um dom
recebido do Espírito Santo, como São Paulo diz: “o Espírito vem em
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auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos
pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede
por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8,26).
Mas é importante entender que esse dom da oração não é dado
para alguns, e sim para todos aqueles que se entregam para o Espírito
Santo. Como verdadeiros discípulos e missionários do Senhor, não
podemos nos acomodar em nossas limitações. Precisamos pedir para o
Espírito Santo esse dom todos os dias, para que possamos nos
aproximar mais de Deus e beber mais de sua graça em nossas vidas.
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Se precisássemos definir a igreja em uma palavra, essa palavra
precisaria ser ―comunhão‖. No momento em que somos batizados, nos
tornamos um mesmo ser com Cristo, onde Ele é a cabeça e nós o
corpo, como afirma São Paulo: “Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja.
Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o
primeiro lugar em todas as coisas” (Colossenses 1, 18).
Ora, se Cristo é a cabeça e eu estou unido em aliança com Ele
através da oração, estou em comunhão com a vontade do Pai, pois
todas as coisas do Pai foram reveladas para o Filho e glorificadas
Nele.
Comunhão é andar no mesmo caminho, viver em união com
Cristo, e, conseqüentemente, ser guiado pelo próprio Jesus. A cabeça
que manda e controla todo o corpo, ou caso contrário, o corpo não terá
harmonia e não funcionará da maneira correta.
Da mesma forma, a oração nos coloca contato direto com o
amor de Jesus, para podermos viver em harmonia com Ele. “A oração
é cristã enquanto comunhão com Cristo e cresce na Igreja que é
seu corpo” (Catecismo § 2565).
Enfim, para todo aquele que se encontrou com Cristo e deseja
fazer dele Mestre e Senhor da vida, precisa se colocar em oração todos
os dias.
São João da Cruz disse: ―Para possuir Deus plenamente é preciso nada
ter; porque se o coração pertence a Ele, não pode voltar-se para
outro‖, ou seja, a humildade de nada ter para se entregar para o tudo
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que Deus nos proporciona é o primeiro passo para alcançarmos a
verdadeira oração e intimidade com Deus.
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homens mais velhos. Sendo assim, de onde poderia vir a sabedoria?
Somente pela permanência na palavra e a união com o Espírito Santo.
Hoje em dia não pode ser diferente. Se quero evangelizar as
pessoas com o meu dom, preciso orar e ler a palavra de Deus. A
oração me dá a aliança e comunhão com o Espírito e, somente assim, a
palavra que eu conheço terá sentido quando anunciar para os outros.
Pois é o próprio Espírito que fala em nós a partir do momento em que
damos abertura para isso.
Cristo nos ensina como entender a palavra: “Saiu o semeador
a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à
beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra
caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade.
Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e
sufocaram-na. Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido,
produziu fruto cem por um. Dito isto, Jesus acrescentou alteando
a voz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Lucas 8, 5-8).
A palavra é uma semente que precisa ser cultivada e, bem
cultivada, gera muitos frutos. Não podemos deixar de cultivar em
momento nenhum. Isso acontece com muitos de nossos irmãos, que
pensam ser conhecedor de tudo.
Santo Agostinho fala em Confissões: ―imutável que tudo
muda, nunca novo e nunca antigo, tudo inovando, conduzindo à
decrepitude os soberbos, sem que disto se apercebam, sempre em ação
e sempre em repouso, recolhendo e de nada necessitando, carregando,
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preenchendo e protegendo, criando, nutrindo e concluindo, buscando,
ainda que nada te falte‖ (Confissões, Livro I, capítulo 4).
A profundeza de Santo Agostinho nos faz refletir o quanto
somos pequenos diante da tamanha grandeza de Deus e de sua palavra
em nossas vidas.
Por fim, Deus está presente em nossa vida através de sua
palavra e todo aquele que não percebe isso, cedo ou tarde cairá na
mesmice humana e na sabedoria falha dos homens.
O discípulo precisa ser um seguidor fiel da palavra
diariamente, para que possa ser orientado em todos os momentos,
somente assim poderá ser um outro Cristo para os outros e ser sinal e
instrumento para todos.
2.3 – Eucaristia
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mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”
(João 6, 32-35).
Essas palavras que saem da boca do próprio Deus precisam
estar gravadas no coração do verdadeiro discípulo do Senhor. É na
Eucaristia que todas as coisas devem acabar.
Cristo se fez Eucaristia (ação de graças a Deus) para nos dar a
salvação e a vida eterna. Ele mesmo afirma: ―Eu sou o pão vivo que
desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão,
que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo‖ (João 6,
51).
Essas são as palavras fortes que por muitos não puderam ser
compreendidas. Cristo torna-se alimento para o seu povo escolhido e
se faz pão para alimentar a fome desse povo.
Como católicos, nada pode ser maior do que o momento em
que celebramos o memorial de Cristo e experimentamos os sabores do
céu, o verdadeiro maná. Como discípulos e missionários, precisamos
testemunhar, zelar e anunciar o amor de Deus que, por mãos humanas
e pela ação do Espírito Santo, temos a graça de viver todas as ceias em
que participamos.
A missa precisa ser parte integrante e fundamental de nossas
vidas e, principalmente, precisa ser bem vivida. Mesmo na correria de
nosso dia, precisamos buscar o maior número de vezes possíveis, para
estar na presença real do Senhor.
Sem dúvida, o maior segredo dos santos foi e sempre será o
amor incondicional a Eucaristia. Santa Teresinha disse: ―Por Ti devo
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morrer, beleza eterna e viva que sorte de ouro! Desfolhando-me dou
prova definitiva que és o meu tesouro!‖.
Não podendo, segundo o costume comungar todos os dias, em
seu ato de oferecimento ela pede a ―tomada de posse Àquele que
transforma o pão em seu Corpo com o fim de transformar o
comungante n‘Ele mesmo‖.
―Não posso receber a Santa comunhão com a freqüência que
desejo, mas, Senhor, não sois Todo-poderoso?... permanecei em mim,
como no Tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa pequena
hóstia‖.
João Paulo II disse: "E Eucaristia é grande apelo para a
conversão. Sabemos que ela é convite para o Banquete; que,
alimentando-nos com a Eucaristia, recebemos o Corpo e o Sangue de
Cristo, sob as aparências do pão e do vinho. E precisamente porque é
convite, a Eucaristia é e continua a ser apelo para a conversão".
Enfim, a riqueza da Eucaristia não pode ser dita em poucas
palavras. Precisamos vivenciar e aprender a cada dia. Porém, o que
precisa ficar claro para todos nós que a Eucaristia é o que gera a
comunhão de toda a igreja, onde todos se voltam para ela.
Quando lemos “Perseveravam eles na doutrina dos
apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações”
(Atos 2,42), precisamos perceber que a Eucaristia nos gera a união e a
comunhão.
Estar por Cristo, com Cristo e em Cristo é estar por inteiro
com o Senhor. Somente assim, conseguiremos ser verdadeiramente
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discípulos e apóstolos de Jesus, e, acima de tudo, filhos amados e
escolhidos de Deus, cumprindo nossa vocação universal.
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A vida espiritual
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os aspectos da vida, se sentido solidariamente responsável uns pelos
outros, com preocupação, interesse e cuidado mútuo‖ (Navarro, 1998).
São Paulo nos ensina: “Mas, pela prática sincera da
caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça,
Cristo. É por ele que todo o corpo - coordenado e unido por
conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme
a atividade que lhe é própria - efetua esse crescimento, visando a
sua plena edificação na caridade. Portanto, eis o que digo e
conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que
andam à mercê de suas idéias frívolas. Têm o entendimento
obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração
mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se
à dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza.
Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de
Cristo, se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém à
verdade em Jesus” (Efésios 4,15-21).
Nessa passagem, percebemos a importância da edificação e do
crescimento do corpo de Cristo, que somos como Igreja, enquanto Ele
é a Cabeça.
Na edificação espiritual, é o momento oportuno para a revisão
de vida em todas as suas dimensões, analisando de forma verdadeira,
sincera e humilde como anda nossa caminhada espiritual e pessoal, e
como estou respondendo no meu dia-a-dia ao chamado e ao
compromisso assumido perante Deus e os irmãos.
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Assim, com esse intuito, a comunidade deve proporcionar
momentos específicos para se viver essa edificação no amor e na
caridade. É um momento muito rico e, se bem vivido por todos, deve
gerar um crescimento verdadeiro em Deus e para Deus.
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Com certeza, tudo isso proporcionará para todos os que vivem
na comunidade, um crescimento e uma aceitação maior a vontade do
Senhor em nossas vidas, levando sim ao crescimento espiritual e
pessoal no discipulado do Senhor.
Para que isso aconteça, é preciso existir comunhão entre os
missionários e membros da comunidade, para que exista a intimidade
e a confiança para partilhar a vida e os sentimentos. Portanto, é
necessária uma reunião específica e periódica entre os irmãos da
comunidade e não devendo haver faltas de ninguém (salvo casos
específicos), para não tirar a comunhão e a união da comunidade.
Enfim, para terminar, é importante ressaltar a seriedade desse
momento e seu caráter sigiloso, ou seja, tudo aquilo que é partilhado
não deve ser exposto para fora do espaço da comunidade, nem mesmo
um membro que faltou, pois este membro não estava na comunhão e
não viveu o momento de edificação junto com todos, e com toda
certeza, poderá não entender certas coisas por não ter vivido aquilo
que todos viveram.
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Introdução à vida em comunidade
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em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se
apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também
muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em
todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em
comum" (Atos 2, 42-44).
Esse é o modelo verdadeiro de uma comunidade cristã orante
e comprometida com a verdade ensinada por Cristo. É esse modelo
que devemos seguir e desejar alcançar todos os dias. Nessa vivência
fraterna de graça e amor em Cristo que sai o verdadeiro apóstolo de
Cristo. Todo o trabalho apostólico, precisa antes de tudo ter a vida de
discípulo, em comunidade.
É aquele que ouve as palavras do Mestre, e as coloca em
prática, no testemunho vivencial e pleno da graça do Espírito Santo.
Dessa forma, a comunidade forma pessoas ungidas, cheias do Espírito
Santo, para testemunhar e testificar a todos e em todos os lugares.
Esse sempre deve ser o nosso maior e primeiro objetivo,
promover a transformação pessoal de cada membro, para que este
possa ser luz e sinal de Deus na vida das pessoas, na comunidade
em que vive, na sociedade e no mundo.
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“primeiro anúncio do evangelho ou pregação missionária
para suscitar a fé” – o anúncio querigmático;
“busca das razões de crer” – formação permanente na
catequese e doutrina da Igreja;
“experiência de vida cristã” – por meio da regra de vida e de
sua espiritualidade diária e comunitária;
“celebração dos sacramentos” – levando a experiência de
vivenciar no cotidiano os sacramentos da Igreja que são os
sinais da presença de Cristo em nossa vida e na comunidade;
“integração na comunidade eclesial” – trazendo o
sentimento de pertença da comunidade particular e na grande
comunidade eclesial: a Igreja;
“testemunho apostólico e missionário” – formando
naturalmente pessoas capazes de testemunhar o evangelho do
Senhor com sua vida, seus conhecimentos, suas palavras e
atitudes.
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Se recorrermos novamente ao texto de Atos dos Apóstolos,
veremos a estrutura fundamental da comunidade é a ―perseverança
na doutrina dos apóstolos, reuniões em comum, fração do pão e
nas orações” (Atos 2,42). Portanto, para quem deseja viver
plenamente a vida em comunidade, não pode deixar de viver esses
pilares da vida comunitária, pois, sem eles, não pode existir vivencia
comunitária integralmente.
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O apostolado e o discipulado
5 – O compromisso apostólico.
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Como São Paulo orienta Timóteo "torna-te modelo para os
fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.
Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao
ensino. Não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado
por profecia, quando a assembléia dos anciãos te impôs as mãos"
(I Timóteo 4,12-14).
O compromisso apostólico bem vivido começa com uma vida
em comunidade verdadeira. Somente assim conseguiremos colocar os
planos de Deus em prática e levar o evangelho a todos, ganhando
almas para Cristo.
6 - Discipulado Pessoal.
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meditar junto com seu discípulo a vida e a caminhada nas seguintes
áreas:
Vida espiritual e crescimento espiritual – realizando um
acompanhamento da vida espiritual do discípulo, ajudando-o
com seus propósitos cotidianos de crescimento e
comprometimento com sua vocação;
Integração construtiva na comunidade – verificando
cuidadosamente sua participação e integração na comunidade
e na vivência do Carisma, Espiritualidade e Missão da mesma.
Cumprimento do compromisso apostólico – acompanhando,
orientando e verificando o efetivo cumprimento de sua missão
e vocação dentro da comunidade, realizando partilhas das
dificuldades, frustrações, alegrias e vitórias dentro do trabalho
executado dentro da Comunidade;
Testemunho de vida na família, no trabalho e na sociedade
- verificando permanentemente o estado de vida cotidiana do
discípulo, se está conseguindo comunicar verdadeiramente a
vida cristã e o Carisma da comunidade em todas as dimensões
da vida.
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É um exercício de obediência e humildade para aquele que
verdadeiramente leva a sério o discipulado pessoal, e gera um
crescimento pleno e verdadeiro na vida em todos os seus aspectos.
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Carisma, Baluartes, Regra de Vida e
Estruturação da Comunidade.
7. Carisma.
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para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, em
particular, para a edificação da Igreja" (n. 160).
Os Carismas se enraízam dos sete dons de santificação (Is
11.2): Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência,
Piedade e Temor de Deus.
No Novo testamento são enumerados nove dons do Espírito
Santo: palavra de Sabedoria, palavra de Conhecimento (ciência), Fé,
dons de Curar, operações de Milagres, Profecia, Discernimento de
espíritos, variedade de Línguas, Interpretação de línguas.
Estes geram formas diversas de atuação no mundo como
instrumentos do próprio Deus. Como exemplos, têm-se a vida
religiosa contemplativa, apostólica, missionária e a vocação
Sacerdotal (pastoral).
Todos os Carismas nasceram no momento da descida do
Espirito Santo em Pentecostes, porém, sua manifestação vai
acontecendo ao longo do tempo, baseado nas necessidades da
Igreja e do mundo.
Em outras palavras, Deus manifesta no coração dos
fundadores, em um tempo específico, como uma resposta para a
Igreja e para o mundo de algo necessário para que a vontade de
Deus aconteça.
Como exemplo, analisemos o Carisma Franciscano. São
Francisco de Assis recebe um chamado de fundar uma nova forma de
vida evangélica e, especificamente, restaurar a Igreja através da
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vivência dos conselhos evangélicos na sua plenitude (pobreza,
castidade e obediência).
Se olharmos para o contexto histórico de São Francisco de
Assis, perceberemos que era necessário para a Igreja e para o mundo
que nascesse esta forma de vida consagrada.
Portanto, o Carisma é a resposta para uma ou várias
gerações da humanidade, um ato de amor e carinho de Deus que,
pela moção do Seu Espírito Santo, consegue inspirar no coração
humano dos fundadores; estes que tem a missão de transmitir
para todos aqueles que já têm gravado dentro do coração a
vocação de seguir e viver o Carisma.
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Na Comunidade Peregrinos do Amor temos três grandes
fontes de inspiração na Palavra de Deus:
Evangelho de João 13, 33-35 que inspira nossa
vivência do Carisma e, consequentemente, é a nossa
Palavra de Ordem;
Primeira Carta de João 4, 7-21 que inspira nossa
Regra de Vida e Espiritualidade;
Primeiro Coríntios 13, 1-13, o Hino ao Amor, que nos
ensina o que é o verdadeiro Amor.
44
7.4 – A inspiração da Regra de Vida e da Espiritualidade
Regra 1:
Regra 10:
45
corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de
nada valeria!”.
8. Os Baluartes
46
para descrever os elementos essenciais que servem de fundamento e
que sustentam alguém ou alguma coisa.
Para a comunidade, Baluartes são os santos que comungam do
nosso carisma e nos dão sustentação e força. São Modelos para serem
seguidos e nos trazem algum fundamento essencial para a vivência do
nosso Carisma.
47
Carisma, a Regra de Vida e o Roteiro de Consagração
estão baseados em seus escritos.
São Francisco de Assis – Francisco nos traz o nosso lema
missionário: ―Onde houver ódio, que eu leve o amor‖. Um
homem que amou a Cristo e aceitou sua vocação de
restaurar a igreja com a vivência plena nos conselhos
evangélicos (pobreza, castidade e obediência). Com seu
testemunho, ele nos ensina como viver nossos votos na
Comunidade e nos mostra como amar plenamente a
Cristo, a Igreja e a vocação que nos foi dada. Nossa
fundação do Carisma aconteceu dentro de uma paróquia
dedicada a ele.
São João Paulo II – antes mesmo de ser canonizado já
era um de nossos baluartes. Seu testemunho incansável de
amor a Cristo, a Igreja, as famílias e, especialmente, aos
jovens, inspiraram e mudaram as vidas dos fundadores de
nossa Comunidade Peregrino do Amor. A ele foi dado
este título. O papa que deu mais de três voltas ao mundo...
Que visitou todos os povos... Suas palavras e seus escritos
são pilares de nossa vida comunitária. De maneira
especial, em sua visita ao Brasil, em uma mensagem aos
jovens brasileiros, São João Paulo II inaugura o Carisma
Peregrinos do Amor nesta terra de Santa Cruz com as
seguintes palavras:
48
―Queridos jovens, Cristo os chama, Cristo os convoca,
Cristo quer andar com vocês, para animar com Seu
Espírito os passos do Brasil rumo ao terceiro milênio.
O papa tem a certeza de que, no fundo da alma, vocês
darão uma resposta generosa e vibrante com esta
convocação: „eis me aqui, porque me chamaste!‟ (cf
1Rs, 3-5). Com este apelo, cheio de esperança termino
estas palavras. Dirijo-me à Virgem Santíssima, Mãe de
Jesus, Mãe dos que, por serem irmãos do seu Filho,
devem ser portadores da Boa Nova! Peço-lhe que os
conduza com seu auxilio materno, até o encontro de
que lhes falei e os acompanhe ao longo de toda a vida.
Amém!”
(ver breve história dos baluartes no Anexo III)
9. A Regra de Vida.
49
Cada comunidade tem a sua forma de ditar e viver estas
regras. Em nossa Comunidade a Regra é escrita da seguinte forma:
Procedimento inicial para ingressar na comunidade – neste
item encontra-se o roteiro para o retiro vocacional e os
procedimentos iniciais para admissão de um novo membro.
A Regra Máxima – Traz todas as características espirituais e
fundamentos comportamentais essenciais para o Carisma e a
Espiritualidade da Comunidade.
Regimento interno – Traz as informações legais e práticas da
vida comunitária e suas aplicações. Neste capítulo encontra-se
o Estatuto Social da Comunidade e suas regras internas.
50
Introdução aos Conselhos
Evangélicos
51
11. Castidade
52
12. Pobreza
53
não apenas dedicar para a comunidade o que me sobra, mas colocar
tudo a disposição da obra de Deus.
13. Obediência
54
que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado,
superabundou a graça” (Romanos 5, 18-20).
A desobediência foi o primeiro pecado da humanidade. Por
isso, a obediência é, acima de tudo, uma virtude para os missionários e
consagrados da comunidade, pois é também fonte de salvação.
Tal obediência se estende também para a Igreja particular
(Diocese e paróquia) e, por último, na pessoa do fundador e
formadores da comunidade e do Conselho, para que a comunhão
fraternal possa acontecer plenamente e não prejudicar a vida da
comunidade.
55
56
Anexo I
Introdução
57
Seria pretensão de nossa parte achar que estaremos resolvendo
todos os problemas que pairam nessa dimensão. Somos apenas um
pequeno número de jovens que lutam por um ideal e que buscam uma
condição social e ambiental mais justa e digna para se viver.
58
Porém sabeis que nos momentos difíceis, que não faltam na vida de
cada um, não estais sós: como a João ao pé da Cruz, Jesus vos entrega
também a Mãe dele, para que vos conforte com ternura." (XVII
Jornada Mundial da Juventude).
Nessa fala de João Paulo II fica visível a preocupação da
Igreja com a juventude. A adaptação da juventude no mundo moderno
está se tornando cada vez mais difícil, devido as imensas crises
familiares, sociais, econômicas e políticas que são obrigadas a passar
tão precocemente.
A grande preocupação de tudo isso, sem dúvida, está na
intensidade que o jovem vive as diversas situações cotidianas. Com
certeza, é um traço característico dessa fase, onde tudo se torna mais
intenso e repleto de sentido.
―O orgulho do jovem é a força‖, conforme diz o livro de
Provérbios, e é com essa mesma força e intensidade que ele vive todas
as coisas, sejam elas boas ou ruins.
Um verdadeiro bombardeio de informações e de opções
alternativas de vida. O mercado oferece o consumo e o modelo ideal
de beleza, enquanto o estado nada oferece para que esse jovem
alcance uma vida digna.
A força do ter a qualquer custo toma conta do pensamento
juvenil, e esses não medem esforços para buscarem seus objetivos,
mesmo que para isso, seja preciso derrubar os outros.
59
Não dá para falar de mudanças comportamentais e ambientais
como algo mecânico e sem sentido. É preciso colocar o amor acima de
todas as coisas. É preciso dizer ―sim‖ para o amor e para a vida.
Não dá pra falar de mudança de coração sem falar do
espiritual. Não é suficiente a mudança na dimensão humana e
educacional se não existir a espiritualidade. Não podemos nos enganar
achando que simplesmente a filosofia humana consegue mudar essa
realidade.
Por isso, volto novamente a parafrasear as palavras de João
Paulo II quando disse: "Queridos jovens, só Jesus conhece vosso
coração, vossos desejos mais profundos. Só Ele, quem os amou até a
morte, é capaz de saciar vossas aspirações. Suas palavras de vida
eterna, palavras que dão sentido à vida. Ninguém fora de Cristo
poderá dar-vos a verdadeira felicidade.".
Não podemos simplesmente aceitar que o mundo é assim e
que não podemos mudar. Simplesmente nos tornamos pequenas
máquinas programadas para trabalhar e produzir riquezas para um
mundo que pode não aproveitar dessas riquezas...
Precisamos ser agentes de mudanças... "A Igreja os vê com
confiança e espera que sejam o povo das bem-aventuranças!" (João
Paulo II). Temos que acreditar em nossos sonhos e lutar para que eles
se realizem de alguma forma.
Trabalhar a vida inteira e enriquecer materialmente é muito
pouco para uma vida humana. Antes disso, somos seres humanos e
precisamos do amor para nossas vidas. O respeito e a capacidade de
60
poder realizar algo que verdadeiramente perdure na vida e na
sociedade.
Nós não sonhamos mais... Deixamos de optar pela vocação
que somos chamados para escolher o que dá mais retorno financeiro.
Estamos vendo a vida passar e optamos pela ―morte‖.
Estamos criando jovens depressivos, infelizes, incapazes de
sonhar, sem criatividade e, principalmente, sem compreender o maior
motivo da vida. São apenas jovens mecânicos que se perdem no
caminhar da vida, com drogas, marginalidade e violência.
Jovens que não querem mais viver... Jovens que acabam com
suas próprias vidas por não saberem como sair dos problemas e como
resolver suas inquietações e dúvidas. Nesse contexto, a família entra
como um papel fundamental para resgatar essa juventude que se
perdeu.
Não podemos nos iludir que a anarquia e a revolução podem
mudar essa situação. Pelo contrário, é preciso voltar para as raízes! A
família precisa ser cuidada e valorizada... Precisamos voltar a entender
o sentido do casamento e da família.
É urgente a necessidade de voltar para o amor e aprender as
palavras verdadeiras de Cristo, assumindo o apelo incansável da Igreja
em favor da vida.
É com esse objetivo que nosso projeto existe e precisamos
muito do seu apoio e força. Não podemos mais fechar os olhos para
aquilo que está tão próximo de nós. A cultura de morte oferecida pela
61
sociedade consumista está batendo à porta de sua casa e abraçando os
seus filhos e filhas.
Termino parafraseando João Paulo II, nosso pai espiritual:
"Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E
que pode tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com
vós mesmos. Mas ‗o que é impossível para os homens, é possível para
Deus‘ (Lc 18,27; 1,37)".
62
Anexo II
Estrutura da Comunidade
O objetivo da Comunidade
63
vida; promover programas anti-drogas e de assistência aos usuários,
adictos e seus familiares; promover a caridade e auxilio para os mais
necessitados” (Art. 3°).
É muito importante que o missionário que deseja ingressar na
Comunidade tenha claramente em seu coração esses objetivos e um
desejo profundo de realizá-lo em tudo o que fizer em sua missão.
64
formações na condição de ingressante, conforme as normas internas
da mesma.
Sem mais.
Atenciosamente
Piracicaba, data completa.
65
começar a etapa de convivência apenas, aguardando a abertura de
nova turma no próximo ano.
A administração da Comunidade
67
Conselho
68
Elaborar seu próprio regimento e aprovar os elaborados
pelos coordenadores de serviços da Comunidade;
Elaborar e aprovar normas e procedimentos gerais dos
serviços e dos núcleos da Comunidade em suas atividades
internas e externas, estabelecendo objetivos e metas a serem
cumpridas;
Eleger o Presidente (Moderador Geral);
Examinar os balancetes e prestações de contas;
Eleger os discipuladores e formadores dentro da
Comunidade, que tomarão conta dos ingressantes e
missionários da mesma.
Deliberar sobre:
o Admissão, demissão e exclusão de membros da
Comunidade;
o Aceitação de doação e legado;
o Aquisição, alienação e oneração de bens móveis e
imóveis, confissão de dívida com garantia real;
o Fazer uso de medidas de correção fraterna, caso
algum de seus membros tenha incidido em erro;
o Punir adequadamente, de acordo com os estatutos, o
membro que faltar com a discrição e sigilo
necessário, no tocante aos assuntos abordados no
Conselho.
69
Assembléia Geral
Diretor Espiritual
70
O Diretor deve também trazer, mensalmente, uma ―palavra de
ordem‖, fundamentada na Bíblia e na Doutrina da Igreja, que
direcionará os membros da Comunidade naquele mês em questão.
71
72
Anexo II
23 de junho
73
Em 1160 foi levado para a catedral da Assunção de Vladmir.
Permaneceu, por muito tempo, na cidade de Vladimir; por este motivo
leva o nome de "A Virgem de Vladimir", ou "A Virgem da Ternura de
Vladimir".
A contemplação desse ícone nos conduz a uma experiência
espiritual profunda. Leva-nos a seguir um movimento que parte dos
olhos da Virgem em direção às suas mãos. Passa das mãos de Maria
para a criança e da criança novamente para os olhos de Maria.
Os olhos da Virgem
Seus olhos olham para dentro e para fora ao mesmo tempo.
Olham para dentro, para o coração de Deus e para fora, para o coração
do mundo, revelando, assim, a unidade inescrutável entre o Criador e
a criação. Seus olhos contemplam os espaços infinitos do coração,
onde alegria e tristeza não são mais emoções contrastantes, mas
transcendidas na unidade espiritual.
O olhar de Maria é acentuado pelas estrelas que brilham em
sua testa e em seus ombros. Elas falam da presença divina que
permeia seu ser. Maria está completamente aberta ao Espírito, que
torna seu ser mais interiorizado e completamente atento ao poder
criador de Deus. Orando à Virgem de Vladimir, constamos que ela nos
vê com os mesmos olhos com que vê Jesus.
74
As mãos da Virgem
É impossível rezar durante muito tempo contemplando o ícone
sem sentir-nos atraídos por suas mãos. Uma das mãos sustenta a
criança, enquanto a outra permanece livre, num gesto aberto de
convite.
Maria é a mãe de Jesus. Todo o seu ser é Jesus. Sua mão não
ensina, nem explica e nem pede. Simplesmente oferece o seu filho
como o Salvador do mundo a todos os que estão abertos a ver Jesus
com os olhos da fé.
A mão de Maria ocupa o coração do ícone. É
indescritivelmente bela. Sua centralidade resume o ícone inteiro.
Transforma a imagem expressão do cântico de Maria: "Minha alma
exalta o Senhor e meu espírito exulta de júbilo em Deus, meu
Salvador" (Lc 1, 46).
Enquanto nossa atenção vai dos olhos para as mãos de Maria,
lentamente, percebemos sua profunda paciência. Ela é a mãe paciente
que espera a hora do nosso "sim". Sua mão está sempre ali, no âmago
do mistério da Encarnação, convidando-nos a ir a Jesus.
O filho da Virgem
Ao olha longamente o ícone percebe-se o significado de tudo
o que o rodeia. É fácil notar que o filho não é um bebê. É um sábio
vestido com roupas de adulto. O rosto iluminado e a túnica dourada
indicam que o sábio é verdadeiramente o Verbo de Deus, cheio de
majestade e esplendor. É o verbo feito carne, Senhor de todos os
75
tempos, fonte de toda a sabedoria, princípio e fim da criação.Tudo fica
claro dentro e ao redor do filho. No filho não há escuridão.
Contemplando o rosto da criança percebemos uma luz
esplêndida que cai no lado direito do ícone, tocando delicadamente o
nariz da Virgem e iluminando o rosto do filho. Mas a luz vem também
de dentro. É um brilho interior que se projeta para fora e aprofunda a
intimidade entre mãe e filho, revelada no abraço carregado de ternura.
A criança está se dando completamente à Virgem. O braço
envolve afetuosamente mãe e filho. Os olhos da criança estão fixos
nos olhos dela. A atenção é plena. Sua boca está próxima à da mãe,
oferecendo-lhe seu sopro divino. Jesus oferece sua sabedoria divina à
Mãe da humanidade.
(Fonte: Paulinas on-line)
76
SÃO JOÃO, O APÓSTOLO BEM AMADO
27 de dezembro
77
Escreveu ainda três epístolas aos cristãos e o livro Apocalipse,
ou Revelação. Um homem de elevação espiritual, destinado muito
mais a contemplação do que a ação. Ordenou Bispos em Éfesos e
outras províncias da Ásia Menor.
Assim ele escreveu: “Este é o discípulo que dá testemunho
de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé o
seu testemunho. Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem
escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia
conter os livros que se deveriam escrever” (João 21, 24-25).
(Fonte: Igreja: coluna e sustentáculo da verdade)
78
logo o discípulo amado, e isso de um modo tão notório, que ele
sempre se identificará em seu Evangelho como ―o discípulo que Jesus
amava‖. Apesar de os Apóstolos não estarem ainda confirmados em
graça, isso não provocava neles inveja nem emulação. Quando
queriam obter algo de Nosso Senhor, faziam-no por meio de São João,
pois seu bom gênio e bondade de espírito tornavam-no querido de
todos.
―Mas esta serenidade, esta doçura, este caráter recolhido e
amoroso [de João Evangelista] são algo diferente da inércia e da
passividade. Os pintores nos acostumaram a ver nele um não sei quê
de feminino e sentimental, que está em contraste com a energia
varonil e o zelo fulgurante que se descobre em algumas passagens
evangélicas‖.
Se Nosso Senhor amava particularmente São João, também
era por ele amado de maneira especialíssima. Com seu irmão Tiago,
recebeu de Cristo o cognome de ―Boanerges‖, ou ―filhos do trovão‖,
por seu zelo. Indignaram-se contra os samaritanos, que não quiseram
receber o Mestre, e pediram-Lhe para fazer descer sobre aqueles
indóceis o fogo do céu.
Foi por esse amor, e não por ambição, que ele e o irmão
secundaram a mãe, Salomé, solicitando que um e outro ficassem à
direita e à esquerda do Redentor, em seu Reino (um tanto
equivocadamente, pois imaginavam ainda um reino terreno). Quando
Nosso Senhor perguntou-lhes se estavam dispostos a beber com Ele o
mesmo cálice do sofrimento e da amargura, com determinação
79
responderam afirmativamente.
80
que era virgem, ao crer em Cristo permaneceu sempre virgem. Por
isso foi o discípulo amado e reclinou sua cabeça sobre o coração de
Jesus. Em breves palavras, para mostrar qual é o privilégio de João, ou
melhor, o privilégio da virgindade nele, basta dizer que o Senhor
virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do discípulo virgem‖ 2.
Ensinam os Padres da Igreja que esse grande Apóstolo representava
naquele momento todos os fiéis. E que, por meio de São João, Maria
nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o
primeiro em tal adoção.
Foi ele também o único dos Apóstolos a presenciar e a sofrer
o drama do Gólgota, servindo de apoio à Mãe das Dores, que com seu
Filho compartilhava a terrível Paixão.
Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena veio
dizer aos Apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a
correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de
Tiberíades, aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a
reconhecê-Lo.
81
e batizado muitos na Samaria, era necessário que para lá fosse um dos
Apóstolos a fim de os crismar. Foram escolhidos Pedro e João para a
missão.
São Paulo, em sua terceira ida a Jerusalém, narra em sua
Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou ―Tiago, Cleofas e João,
que são considerados as colunas‖, e que eles, ―reconhecendo a graça
que me foi dada [para pregar o Evangelho], deram as mãos a mim e a
Barnabé em sinal de pleno acordo‖.
Depois disso os Evangelhos se calam a respeito de São João.
Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria
Santíssima durante o que restou de sua vida mortal, dedicando-se
também à pregação. Depois da intimidade com o Filho, o Apóstolo
virgem é chamado a uma estreita intimidade de alma com a Mãe que,
sendo a Medianeira de todas as graças, deve tê-lo cumulado delas em
altíssimo grau. Que grande virtude deveria ter alguém para ser o
custódio da Rainha do Céu e da Terra!
Assim, teria ele permanecido com Ela em Jerusalém e depois
em Éfeso. ―Dois motivos principais deveriam ter ocasionado essa
mudança de residência: de um lado, a vitalidade do cristianismo nessa
nobre cidade; de outro, as perniciosas heresias que começavam a
germinar. João queria assim empenhar sua autoridade apostólica, quer
para preservar quer para coroar o glorioso edifício construído por São
Paulo; e sua poderosa influência não contribuiu pouco para dar às
igrejas da Ásia a surpreendente vitalidade que elas conservaram
durante o século II‖.
82
Após a dormição de Nossa Senhora — que é como a Igreja chama o
fim de sua vida terrena — e a Assunção d‘Ela aos Céus, fundou ele
muitas comunidades cristãs na Ásia menor.
83
veneração pela Igreja, que figura no ordinário da Missa promulgada
por São Pio V, pela fundamental doutrina que contém.
Segundo São João Crisóstomo, os próprios Anjos aí
aprenderam coisas que não sabiam.
São João escreveu também três Epístolas, sempre visando
estabelecer a verdadeira doutrina contra erros incipientes que se
infiltravam na Igreja.
Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava teria
morrido em Éfeso, provavelmente em 27 de dezembro do ano 101 ou
102.
Mas alguns exegetas levantam a hipótese de ele não ter
falecido, com base na seguinte passagem do Evangelho: logo após a
pesca milagrosa no lago de Tiberíades — depois da Ressurreição de
Jesus — Nosso Senhor confiou mais uma vez a Igreja a São Pedro.
Este, voltando-se a Nosso Senhor, perguntou-lhe, referindo-se a São
João: ―E este? Que será dele?‖ Respondeu-lhe Jesus: ―Que te importa
se eu quero que ele fique até que eu venha?‖ O próprio São João
comenta: ―Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele
discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse `não morrerá‘, mas
`que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?‘‖ (Jo
21, 15 a 23).
(Fonte: http://reporterdecristo.com )
84
SÃO FRANCISCO DE ASSIS
04 de outubro
85
Assim, São Francisco começou o que seria uma das maiores
vocações da Igreja. Doando muito dinheiro para os pobres, seu pai
apelou para o Bispo que o fizesse parar com essas coisas. Francisco
então se despiu em praça pública, em frente ao Bispo, e renunciou
toda a herança que lhe era de direito para servir a ―dama pobreza‖.
Em busca da perfeita santidade, saiu em direção a vida
consagrada e foi o fundador do que se chamaria Ordem dos Frades
Menores. Conta a História que, quando se completou 12 seguidores na
Ordem, estes foram homens de tão grande santidade que, desde os
Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e
santos.
Depois, para obter a aprovação de sua Ordem e estar na
obediência da Santa Igreja, São Francisco dirigiu-se até o Papa em
Roma. Porém, um pouco antes disso, o Sumo Pontífice havia tido um
sonho com a Basílica de Latrão prestes a ruir, mas um pobrezinho
homem a sustentava nos ombros, impedindo que caísse.
Assim, ao chegar na Basílica o Papa o reconheceu e correu
abraçá-lo dizendo: “Irmãos, ide com Deus e pregai a penitência,
segundo vos será inspirada. Quando tiverdes crescido em número
e o Senhor aumentado suas graças a vosso favor, tornai a nós, que
vos concederemos o que desejardes e ainda mais” (Legenda de São
Francisco).
E assim aconteceu. Sua vocação inspirou e inspira muitos
outros homens e mulheres a seguir Cristo na loucura da Cruz e da
86
Pobreza. Viveu toda a vida na obediência, castidade e pobreza e, com
dois anos antes de sua morte, recebeu os estigmas de Cristo na Cruz.
Com sua última doença, cantou louvores a Irmã morte e
morreu no dia 4 de outubro de 1226, aos 45 anos, cantando um salmo.
Foi canonizado apenas dois anos depois.
87
88
SÃO JOÃO PAULO II, “O GRANDE”.
89
o interesse por teatro e artes literárias, fazendo apresentações
clandestinas devido à ocupação nazista na Polônia.
Pensou em continuar seus estudos em filologia e lingüística
polonesa, porém, conversando com o Cardeal Sapieha, sentiu a
possibilidade de seguir a vocação do sacerdócio. Porém, com a
Guerra, os alemães fecharam todas as faculdades da Polônia tentando
invadir também a cultura polonesa.
Assim, em uma faculdade clandestina, estudou filosofia,
idiomas e literatura, antes de seguir para o seminário. Ainda antes de
seguir sua vocação, teve que trabalhar como operário em uma pedreira
alemã para não ser deportado.
Esta experiência o ajudou a entender o cansaço físico, a
simplicidade, sensatez e ardor religioso dos trabalhadores e os pobres.
Em 1942 ingressou no Departamento teológico da
Universidade Jaguelloniana. Durante estes anos teve que viver
escondido, junto com outros seminaristas, que foram acolhidos pelo
Cardeal de Cracóvia.
Consagrado sacerdote, seu carisma e amor pelos jovens e sua
sabedoria na pregação conquistaram a Igreja que logo o denominaria
Bispo, ainda muito novo. Durante estes anos, o então Bispo Wojtyla
combinava a produção teológica com um intenso trabalho apostólico,
especialmente com os jovens, com quem compartilhava tanto
momentos de reflexão e oração com espaços de distração e aventura
ao ar livre.
90
Realizou muitos trabalhos importantes como Bispo de
Cracóvia e foi fundamental para o fim do socialismo na Polônia.
Ordenou, em 1974, como Cardeal, 43 novos sacerdotes em um ano na
Polônia.
Quatro anos depois, em 1974, foi escolhido como o novo Papa
da Igreja Católica, devido a morte precoce de João Paulo I. Assim,
Karol Wojtyla se tornou o Papa João Paulo II, ―o grande‖.
Sua caminhada como Pai espiritual da Igreja, seria então
marcada por muito serviço em favor da paz, do amor e da união de
todos.
Sua vida foi um sacrifício vivo para Deus, em favor de sua
Igreja para nos reconciliar com os erros passados. Dono de palavras
sábias, força interior e um carisma único conseguiu levar a Boa nova
para os lugares mais distantes do mundo e libertar milhares pessoas do
sofrimento.
Suas longas e abençoadas viagens equivaleram a três voltas no
mundo. O mundo ficou pequeno para o nosso ―João de Deus‖. Sua
tamanha sabedoria e dedicação conduziram nossa geração de jovens,
dando força e coragem para enfrentarmos o mundo contemporâneo.
Suas palavras engrandeceram nossa alma, e todas as vezes que
não conseguiu falar, ainda assim conseguiu nos ensinar com sua vida e
dedicação. Seu desespero para tentar conduzir a Igreja que Cristo lhe
confiou fez com que desejássemos ardentemente ouvir as palavras que
não conseguiu dizer.
91
Sua fé parou o mundo por uma semana, e sensibilizou até o
mais duro coração. Sem distinção de raça, cor ou religião, João Paulo
colheu o que plantou, pois o mundo se uniu para proclamar luto de
uma perda irreparável.
Este amado diretor espiritual da Igreja Moderna deixou
saudade em nossos corações, mas a certeza da vitória do bem sobre o
mal. Sem medo, falou a verdade para todos os jovens do mundo e
conseguiu reunir mais de sete milhões deles nos seus encontros anuais
da Jornada da Juventude.
Aprendeu a falar 16 idiomas e viajou por 133 países, escreveu
14 encíclicas, 13 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas,
42 cartas apostólicas e 28 em modo próprio. Proclamou 1.314 beatos
em 138 cerimônias de beatificação e proclamou 469 santos, em 48
celebrações litúrgicas. Convocou 8 consistórios na geração dos
cardeais e nomeou um total de 201 cardeais.
Participou de mais de 1.083 audiências gerais semanais e
recebeu aproximadamente 17 milhões de fiéis do mundo inteiro. Sobre
isto devemos acrescentar os encontros e audiências com diversos
grupos e figuras políticas, entre eles chefes de Estado e primeiros
ministros, que somam o total 1.500.
Foi o primeiro Papa a visitar uma sinagoga (Roma, abril de
1986); uma mesquita (Grande Mesquita Omeya de Damasco, maio
2001). Deu conferências de Imprensa em aviões e no Departamento de
Imprensa da Santa Sé (24 janeiro 1994) e publicou livros de prosa e
poesia.
92
Residiu em um hotel em lugar de numa nunciatura apostólica
durante suas viagens (Hotel Irshad em Baku, Azerbaijão, maio 2002) e
acrescentou cinco novos mistérios ao Rosário (outubro 2002).
Celebrou Missa em um hangar de aviões (Aeroporto de
Fiumicino, Roma, em dezembro 1992); convocou uma Jornada de
Perdão (Ano Jubilar 2000). Foi o primeiro Papa que entrou na cela de
uma prisão ao encontrar-se em dezembro de 1983 com Ali Agca, o
turco que atentou contra sua vida em maio de 1981 para confessa-lo e
dar o seu perdão.
Celebrou missa em uma comunidade católica mais ao norte do
mundo, a 350 quilômetros do Limite Polar Artico (Tromso, Noruega,
1989) e utilizou a letra "M" de Maria em seu brasão papal, quando
normalmente as regras da aráuticas não autorizam a empregar palavras
dentro do brasão e somente ao redor.
João Paulo II no deixou no dia 02 de abril de 2005. Mesmo
muito enfermo, conseguiu celebrar a Páscoa com sua Igreja e
demonstrar para o mundo o verdadeiro sentido da Paixão de Cristo.
Morreu um dia antes de celebrar o Domingo da Misericórdia, sendo
que já havia escrito um texto para ler em sua homilia que dizia: “O
mundo precisa entender o verdadeiro sentido da misericórdia de
Jesus”.
Deixou saudades em muitos corações e de forma
impressionante, teve que ser velado durante uma semana para que
todos os fiéis peregrinos pudessem se despedir do grande santo. Seu
93
corpo ficou exposto durante esse tempo e muitos milhares de pessoas
foram até o Vaticano para prestar homenagem ao Papa.
O mundo parou durante sete dias e todos os maiores líderes
mundiais, políticos e religiosos, estiveram presente na última missa de
corpo presente de João Paulo II. O mensageiro da paz e da esperança
foi, sem dúvida, um grande santo de nossos dias.
94
convencido o mendigo, o levou a seu lugar de hospedagem, ofereceu-
lhe roupa e a oportunidade de assear-se.
O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os
deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O
homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao
que o Papa respondeu: " uma vez sacerdote, sacerdote para sempre".
"Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero", insistiu o
mendigo. "Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso", disse
o Papa.
O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que
por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou
amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia
tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da
mesma, e encarregado da atenção aos mendigos.
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Fontes de pesquisa utilizada:
Paulinas on-line
http://reporterdecristo.com
http://www.comshalom.org
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BIOGRAFIA
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Para saber mais sobre o projeto, acesse:
www.missaoperegrinos.com.br
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