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AULA #3 SERVIR

De domingo a domingo a comunhão no Corpo e Sangue de


Cristo quer fazer também da nossa vida um sacrifício
agradável ao Pai, na comunhão fraterna que se transforma em
compartir, acolher, servir.

Desiderio Desideravi
PAPA FRANCISCO
O TRABALHO LITÚRGICO

É preciso que nós compreendamos a natureza da pastoral litúrgica A palavra ministério oriunda do grego, é a que mais se aproxima do
para que possamos formar uma que seja realmente funcional em trabalho que deve ser executado pelos servos da liturgia.
nossas paróquias. Além disso, como membros desta pastoral, Ministério quer dizer o serviço em favor de alguém. Como
precisamos compreendê-la melhor para que a nossa atuação exemplo claro e bíblico, temos o ato em que Nosso Senhor lava os
particular aperfeiçoe a pastoral como um todo. pés dos discípulos na última ceia.

O trabalho desempenhado na liturgia, portanto numa pastoral Não devemos de modo algum usar da liturgia para servir aos
litúrgica, não deve ser entendido como uma espécie de emprego — nossos próprios interesses, mas para servir a Deus e aos outros,
algo relativamente frio de onde simplesmente tiramos o nosso sem qualquer acepção de pessoas. Desde aquele católico um tanto
sustento mediante algum esforço físico ou intelectual — mas um relapso, que frequenta as missas umas poucas vezes no mês até
trabalho de verdadeiro exercício de caridade, que é, por definição aquele fervoroso que frequenta a Santa Missa diariamente.
o amor a Deus e o amor ao próximo por Deus. O amor a Deus
transcende a toda ideia rasa de trabalho e confere ao nosso Há pelo menos cinco passos, cinco ações práticas que nós
serviço um sentido totalmente novo. Pelo serviço litúrgico devemos realizar se quisermos formar uma pastoral litúrgica fiel à
servimos a Deus no culto público de adoração da Igreja, e servimos Igreja e, ao mesmo tempo, funcional em nossas paróquias.
aos irmãos para que, individualmente, se incorporem na ação
pública da Igreja e dêem, eles também, o seu culto a Deus. Veremos quais são estes passos nas próximas páginas.
1º PASSO – CONHECER

"O conhecimento que provém do estudo é apenas o primeiro passo "Era e é necessário encontrar os canais para uma formação
para poder entrar no mistério celebrado." (DD 36). que é o estudo da Liturgia. Desde o início do movimento
litúrgico muito se fez neste sentido, com preciosas
Há uma necessidade imperiosa de formação. Nós não amamos
contribuições de estudiosos e instituições acadêmicas. No
aquilo que não conhecemos.
entanto, é importante agora difundir este conhecimento
"Para um apóstolo moderno, uma hora de estudo é uma hora de para além do ambiente acadêmico, de forma acessível, para
oração." (Caminho, 335) que cada fiel cresça no conhecimento do sentido teológico
da Liturgia. Esta é a questão decisiva e fundamenta todo
Não podemos esquecer que nos é necessário conhecer as tipo de entendimento e toda prática litúrgica. Também
verdades da fé para que nós possamos celebrar as verdades da fé.
fundamenta a própria celebração, ajudando cada um a
A lex orandi é a mesma lex credendi e esta deve transbordar na lex
adquirir a capacidade de compreender os textos
vivendi. A lei da oração é a lei da fé que deve transbordar na nossa
vivência integral de católicos e servos da liturgia. Vejamos o que o eucológicos, a dinâmica ritual e seu significado
Papa Francisco nos pede na sua última carta apostólica: antropológico." (DD 35)
2º PASSO – PREPARAR

Nós precisamos compreender profundamente que a nossa vida e o "Sejamos claros aqui: todos os aspectos da
nosso exercício da religião devem ser a mesma coisa. Nós
precisamos ser integralmente católicos em cada aspecto da nossa celebração devem ser cuidadosamente cuidados
vida particular. Não podemos ser católicos somente enquanto (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos,
estamos na Igreja.
vestimentas, canto, música...) e todas as rubricas
Assim, reconhecendo as nossas limitações, devemos reconhecer devem ser observadas. Tal atenção bastaria para
também onde buscar forças para trilhar este caminho. É no altar evitar que se roube da assembléia o que lhe é
que se encontra o sustento para as nossas lutas.
devido; ou seja, o mistério pascal celebrado de
Mas nós só conseguiremos alcançar este fim se estivermos acordo com o ritual que a Igreja estabelece. Mas
acompanhados de duas coisas: estudo e oração. mesmo que se garantisse a qualidade e o bom
andamento da celebração, isso não seria suficiente
A oração é aquele momento onde nós vivemos e saboreamos as
verdades que conhecemos pelo estudo. para tornar plena nossa participação." (DD 23)
3º PASSO – OFERTAR

Nossa vida é uma luta nesta terra. No altar é onde encontramos o "Na oração eucarística — da qual também participam todos
alimento que nos nutre e preparar para esta batalha. O altar é a
os batizados, ouvindo com reverência e em silêncio e
fonte e o cume da vida cristã.
intervindo nas aclamações (IGMR 78-79) — quem preside
No altar, somos convidados pelo próprio Cristo a unirmos o nosso tem a força, em nome de todo o povo santo , para recordar
sacrifício ao seu próprio sacrifício, oferecido pelo sacerdote. A diante do Pai a oferta de seu Filho na Última Ceia, para que
Santa Missa, a celebração litúrgica, é a oração por excelência da aquele imenso dom se tornasse novamente presente no
Igreja, e sobretudo dos leigos servos da liturgia. altar. Nessa oferta ele participa com a oferta de si mesmo.
O sacerdote não pode contar a Última Ceia ao Pai sem se
Na celebração da missa não somos (os leigos) concelebrantes, mas
tornar participante dela. Ele não pode dizer: 'Tomai todos e
cooferentes — oferecemo-nos juntamente ao Cristo que é
oferecido pelo sacerdote. Por isso as palavras do missal dizem comei, pois este é o meu Corpo que será entregue por vocês',
"orai irmãos e irmãs para que o meu e o vosso sacrifício seja aceito e não viver o mesmo desejo de oferecer seu próprio corpo,
por Deus Pai Todo-Poderoso...". Neste momento, nós cumprimos sua própria vida, pelas pessoas confiadas para ele. É o que
aquilo que diz São Paulo, aos Romanos: oferecemo-nos acontece no exercício do seu ministério. De tudo isso e de
(oferecemos a nossa vida) "como hóstias vivas, santas e agradável a muitas outras coisas, o sacerdote é continuamente formado
Deus."
pela ação da celebração." (DD 60)
4º PASSO – RECEBER

É preciso que nos preparemos para receber as Graças que Deus "Pedro e João foram enviados para fazer os preparativos
quer nos conceder pela Sagrada Liturgia.
para comer aquela Páscoa, mas, na verdade, toda a
É preciso que levemos a Sagrada Comunhão à sério, preparando- criação, toda a história – que finalmente estava prestes a
nos desde a nossa casa para comungarmos bem; Cultivarmos uma se revelar como a história da salvação – foi uma enorme
vida de oração séria e constante; Viver uma vida transformada por preparação para isso. Jantar. Pedro e os outros estão
Deus que se torna também transformadora para os nossos. presentes naquela mesa, inconscientes e ainda assim
necessários. Necessário porque todo dom, para ser dom,
Para isso, é preciso que entendamos a liturgia como dom de Deus.
É preciso o nosso comprometimento para levarmos este deve ter alguém disposto a recebê-lo. Neste caso, a
conhecimento e este "estilo de vida" adiante. É urgente e desproporção entre a imensidão do dom e a pequenez de
necessário que entendamos que o verdadeiro culto a Deus quem o recebe é infinita, e não pode deixar de nos
acontece internamente, no nosso coração, na nossa alma, mas se
surpreender. No entanto, pela misericórdia do Senhor, o
materializa sempre e necessariamente externamente, como um
transbordar do amor de Deus em nós.
dom é confiado aos Apóstolos para que seja levado todos
os homens." (DD 3)
5º PASSO – AGRADECER

Meu irmão, minha irmã(!), Deus te quis católicos. Deus me quis E tudo isso acontece justamente na Sagrada Liturgia, onde Ele
católico! A todo o momento nós precisamos agradecê-lo por isso. mesmo nos chamou a serví-lo. Como retribuiremos a Ele?
Porque isso é Graça, totalmente imerecida.

Deus se deu a mim e a você na Eucaristia. De quê maneira Cada gesto e cada palavra contém uma ação
retribuiremos a Ele? Deus quis que fôssemos levados à pia precisa, sempre nova, porque encontra um
batismal, pelos nossos pais e padrinhos... Deus quis nos adotar
como filhos! Vejam a profundidade grandiosa desta realidade. O momento sempre novo em nossa própria vida. Vou
Padre Antônio Vieira costumava dizer que "o filho natural, se ama explicar o que quero dizer com um exemplo
porque é filho; mas o filho adotivo, é filho porque se ama". simples. Ajoelhamo-nos para pedir perdão, dobrar
Nos designios insondáveis da providência de Deus, Ele que é o ser o orgulho, entregar a Deus as nossas lágrimas,
supremo e todo-poderoso, moveu céus e terra, para nos adotar implorar a sua intervenção, agradecer-lhe o dom
como seus filhos, porque nos amou a todos e a cada um de nós. recebido. É sempre o mesmo gesto que, em
Não bastasse isso, veio ao mundo, deu-se em uma cruz, e deixou- essência, declara nosso próprio ser pequeno na
se como pão para alimentar a nossa alma. presença de Deus. (DD 53)
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