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FACULDADE DE TEOLOGIA DE SÃO PAULO

IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL

MÁRCIO MARLON SZAPOWAL DOS SANTOS

A FÉ JUSTIFICADORA MEDIANTE A GRAÇA

Rio de Janeiro
2021
MÁRCIO MARLON SZAPOWAL DOS SANTOS

A FÉ JUSTIFICADORA MEDIANTE A GRAÇA


Artigo apresentado em cumprimento às
exigências da disciplina “Teologia
Confessional” da Faculdade de Teologia de
São Paulo, ministrada pelo Professor Me. Silas
de Oliveira.

Rio de Janeiro
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................

1. SOCIEDADE PÓS MODERNA E SUAS REFLEXÕES ACERCA DA 1


SALVAÇÃO…………………………………………………………………………….
1.1. Justificação por outro meio que não seja a fé………………………………………. 1
1.2. A fé que não resulta em boas obras………………………………………………… 2

2. O COMÉRCIO DA SALVAÇÃO………...…………………………………………. 3

3. RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO……………………………………………. 3

CONCLUSÃO ………………………………………………………………………….. 4

BIBLIOGRAFIA ……………………………………………………………………….. 5
INTRODUÇÃO

Há, atualmente, uma grande problemática apresentada pela sociedade pós-moderna em


relação a justificação dos pecados. Na atualidade, existem pessoas que buscam a justificação
por obras e outros líderes que comercializam a salvação. Diante do exposto, há necessidade de
empenho por parte dos líderes e liderados verdadeiramente cristãos em propagar o real
evangelho da justificação mediante a fé.
1. SOCIEDADE PÓS MODERNA E SUAS REFLEXÕES ACERCA DA SALVAÇÃO

No meio secular, existem diversos ditos como “fazer o bem, sem olhar a quem!”,
“Gentileza gera gentileza” e uma famosa do autor espírita Allan Kardec “Fora da caridade não
há salvação”.

Essas afirmativas induzem a um pensamento contrário às Sagradas Escrituras, onde se


diz haver possibilidade de salvação mediante as boas obras as quais apresentamos a Deus.

Resultado destes pensamentos são boas obras como sopões comunitários, cabeleireiros
comunitários, campanhas do agasalho e outras atividades semelhantes. A reflexão que há
necessidade do cristão fazer está em relação ao que impulsiona essas boas obras, é a
justificação dos pecados mediante essas ações ou a fé que as impulsionam a fazer essas obras
como está escrito “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2.10.

Diante de diversas reflexões acerca das boas obras temos dois extremos; a justificação
por outro meio que não seja a fé e o justo mediante a fé que não resulta em boas obras.

1.1. Justificação por outro meio que não seja a fé

É possível concluir, de acordo com o exposto sobre a sociedade, que a atual afirmação
sobre a justificação dos pecados pode ser contrária às Sagradas Escrituras se esta estiver em
algo que difere da fé em Jesus Cristo.

A afirmação de que boas obras podem te trazer salvação é presente no vocabulário


secular, mas há necessidade de buscar refletir acerca deste pensamento. Deus usou diversas
pessoas para que se cumprisse a Sua vontade, mesmo que não fossem judeus ou cristãos. Mas
isso não significa que elas tenham ganhado a salvação por meio das obras que ele as induziu a
fazer. No Antigo Testamento, a fé salvífica foi a da vinda do Messias que se cumpriu em
Cristo, no novo ela está na fé em Jesus e na redenção que há nele, essa fé resulta em obras e
qualquer outra obra que busque a justificação fora dela não provém de Deus.

1.2. A fé que não resulta em boas obras

Por outro lado, está presente na sociedade uma fé que não resulta em obras. Não
somente as de caridade, mas também as de conversão e trabalho na Igreja, afinal, qual a maior
dádiva de uma boa obra maior do que a de oferecer a vida eterna a um amigo(a).

Calvino defende que a pobreza existe para que os mais afortunados tenham a
oportunidade de praticar o bem:

Uma das razões por que Deus permite que exista pobreza no mundo é
dar aos mais afortunados a oportunidade de praticarem o bem. Como
uma lei da vida, onde existe riqueza abundante também deveria haver
doações generosas dos ricos aos pobres. Um dos textos que Calvino
utiliza com mais freqüência nos seus escritos é o apelo de Isaías ao
homem rico de Israel – “… e não te escondas do teu semelhante” (Is
58.7) – que ele interpreta como uma referência ao pobre.”
(https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/movimento-reformado-
calvinismo/joao-calvino/calvino-o-diaconato-e-a-responsabilidade-
social/)

Acerca da fé que não resulta em obras, podemos afirmar que é uma fé morta. O atual
desafio do cristão não se resume em apresentar a justificação mediante a fé, mas também em
vivificar uma fé morta que possa existir na sua Igreja.
2. O COMÉRCIO DA SALVAÇÃO

Outro extremo falado em algumas igrejas neopentecostais é a comercialização da


salvação. Os líderes destas a afirmam que há possibilidade de “comprar um terreno no céu”
ou outras formas de se alcançar a salvação.

Estas afirmações também vão de encontro às Sagradas Escrituras. Não há base bíblica
para comercializar bençãos ou a garantia da salvação. Esta prática assemelha-se à da Igreja
Católica Apostólica Romana, ao vender indulgências.

Com isso, conclui-se que a prática que levou Lutero a iniciar o movimento da reforma
protestante está presente nos dias atuais, logo, existe a necessidade de continuar reformando
os pensamentos antibíblicos que existem no meio cristão.

3. RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO PROTESTANTE

No atual cenário cresce a necessidade do cristão apresentar e defender a teologia


bíblica acerca da salvação mediante a fé no meio secular e no meio evangélico. É primordial
conhecer e entender as Sagradas Escrituras para que seja disseminado o real sentido da fé
cristã e a justificação que há nela.

Nos meios seculares, o crente deve agir de forma a influenciar a sociedade no que diz
respeito a justificação de modo que não os impeça de praticar as boas obras, mas de modo que
sejam praticadas da forma correta.

Nos meios cristãos, o crente deve ser refletir as posições tomadas por seus líderes
acerca da salvação e disseminar a teologia bíblica correta sobre este assunto.
CONCLUSÃO

As reflexões propostas nos levam a concluir que o momento atual nos remete a alguns
momentos; o da reforma, onde se pregava a possibilidade de justificação mediante pagamento
e que houve grande movimento na Igreja Cristã no mundo, momentos históricos onde líderes
de outras religiões defendem que a salvação se conquista por meio de boas obras ou caridade
e momentos em que a fé da igreja esteve morta, necessitando de um reavivamento.

Diante disso, os pastores, presbíteros, diáconos e membros das Igrejas bíblicas devem
se levantar e pregar o real evangelho da justificação mediante a fé e que não resulta em
estagnação, mas em um crente ativo, uma Igreja ativa e um movimento ativo de evangelismo
e caridade.
BÍBLIOGRAFIA

DE CAMPOS, Heber Carlos. “A Justificação pela Fé nas Tradições Luterana e Reformada:


Um Ensaio em Teologia Comparativa.” In: FIDES REFORMATA. 1/2 1996.

Calvino, o diaconato e a responsabilidade social. Disponível em:


<https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/movimento-reformado-calvinismo/joao-
calvino/calvino-o-diaconato-e-a-responsabilidade-social/>. Acesso em: 07 dez. 2021

Igreja Universal oferece a fiéis escrituras em terrenos no céu. Disponível em:


<https://www.agoraja.net/igreja-universal-oferece-a-fieis-escrituras-de-terrenos-no-ceu/>
Acesso em: 07 dez. 2021

Fora da Caridade não há salvação. Disponível em: <https://www.luzespirita.org.br/index.php?


lisPage=enciclopedia&item=Fora%20da%20Caridade%20n%C3%A3o%20h
%C3%A1%20salva%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 07 dez. 2021

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