Você está na página 1de 2

PECADO ORIGINAL

1 IMG
A doutrina do pecado original foi desenvolvida por Santo Agostinho, numa controvérsia
com o monge Pelágio da Bretanha no 5º Século d.C. Agostinho ensinava que, Deus
criou o ser humano e o dotou de toda sorte de plenitude, mas o maior dom era a
liberdade. Sendo o estado inical de Adão livre e mutável, quando Satanás tentou Eva,
e então através de Eva, o tentou, ele tinha duas opções: confiar na definição de Deus
sobre o bem e mal e obedecê-lo ou buscar autonomia e definir bem e mal por conta
própria. Adão deliberadamente escolheu desobedecer a Deus, comeu o fruto proibido
e assim caiu do estado de inocência.
Sendo o representante federal de toda a humanidade, provocou a Queda de sua
natureza, que, agora corrompida pelo pecado não possui arbítrio livre e é totalmente
incapaz de produzir o padrão de justiça requerido por Deus. (Rm 5.12; Rm 8.7)
2 IMG
Desde a queda do homem, toda pessoa nascida no mundo por procriação natural tem
herdado a natureza pecadora. Essa depravação racional, moral e espiritual inclui, ou
se manifesta por um ódio e afastamento de todo o bem espiritual – ou de Deus – e
uma inclinação para todo o mal, tornando a alma espiritualmente morta, de forma que
a pessoa natural ou não-regenerada é inteiramente incapaz de salvar a si mesmo e de
por si só fazer algum bem aos olhos de Deus. (Gn 6.5; Gn 8.21; Sl 51.5; Rm 3.10-12)
Ao dizer que uma pessoa natural ou não-regenerada é incapaz de fazer algum bem
aos olhos de Deus, isso não significa que ela seja incapaz de fazer atos bons e
recomendáveis. Esses atos podem ganhar a aprovação e aclamação do mundo.
Contudo, aos olhos de Deus, eles são totalmente sem valor. Uma pessoa que é
alienada de Deus pelo pecado, não pode se recomendar a Deus por obras de sua
própria justiça. Sem fé é impossível agradar a Deus! (Is 64.6; Hb 11.6)

3 IMG
Agostinho de Hipona enumerou quatro estados, que são derivados das Escrituras, e
correspondem aos quatro estados do homem em relação ao pecado.
O primeiro estado corresponde ao estado do homem na inocência, antes da Queda; o
segundo estado do homem natural após a Queda; o terceiro estado do homem
regenerado; e o quarto do homem glorificado. Deve ser notado que em todos os
quatro estados, o homem é livre para escolher o que fazer ou não de acordo com sua
vontade. Sua vontade é livre porque ela não é forçada ou compelida por algo exterior.
Todavia, sua vontade é determinada por suas próprias inclinações morais.

4 IMG
Por fim Agostinho resume bem a total dependência do homem da fé em Jesus Cristo,
e da graça regeneradora do Espírito Santo que salva e capacita a viver uma vida reta:
Quando, afundado nas escuras profundezas da ignorância, o homem vive de acordo
com a carne despreocupado de qualquer luta da razão ou consciência [...] através da
lei veio o conhecimento do pecado, e o Espírito de Deus ainda não interpôs Seu
auxílio, o homem, aspirando viver de acordo com a lei, é frustrado em seus esforços e
cai em pecado consciente, e assim, sendo sujeitado pelo pecado, torna-se seu
escravo [...] Mas se Deus tem cuidado para com ele, e lhe inspira com fé na ajuda de
Deus, e o Espírito de Deus começa a operar nele, então o eficaz poder do amor
esforça-se contra o poder da carne; e embora ainda haja na própria natureza do
homem um poder que luta contra ele (porque sua enfermidade não é completamente
curada), todavia ele vive a vida do justo pela fé, e vive na justiça no que diz respeito à
não se render à perversa luxúria, mas conquista-a pelo amor da santidade. [...] Porque
ninguém, até mesmo os justos homens do passado, poderia encontrar salvação aparte
da fé de Cristo.
ENCHIRIDION – CAPÍTULO 118

Você também pode gostar