RESSUREIÇÃO DOS MORTOS

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Um elemento muitas vezes negligenciado na esperança escatológica do crente é a
ressurreição do corpo. A imagem popular do cristão informe flutuando em alguma
espécie de neblina espiritual etérea, indo de uma nuvem para a outra nos céus, é mais
devida ao dualismo filosófico grego do que a um texto bíblico.
A escritura afirma claramente que a ressurreição dos mortos ocorrerá na volta de
Cristo, e consistirá num de seus propósitos principais (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-16).
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Em 2Co 5.2-5 Paulo fala de seu desejo de estar vivo quando Cristo voltar, pois então
não teria de morrer fisicamente e experimentar a separação de corpo e espírito,
condição esta que ele refere como estar “despido” (v. 3) ou “nu” (v. 4). Ele prefere
muito, compreensivelmente, ser imediatamente unido ao Senhor no seu corpo
ressurreto e glorificado no arrebatamento.
Se ele (ou nós) permanece vivo até a volta de Cristo, será encontrado pelo Senhor
vestido com um corpo (presente e terrestre), e não em estado desencarnado. Estar
sem o corpo é estar “nu” (2Co 5.3). Nesta passagem, Paulo claramente imaginava um
estado sem corpo entre a morte física e a ressurreição geral (“despidos” no v. 4) e não
apenas um “sono da alma”, o qual é geralmente descrito como um tipo de animação
suspensa temporária da alma. Esta representação configura um afastamento do
cristianismo ortodoxo.

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Atualmente, tanto no céu como no inferno, as almas dos que se foram estão
conscientes e despidas de seus corpos, o futuro lhes assegura que um dia se reunirão
novamente a seus corpos. O motivo dessa reunião? Deus não criou o ser humano
para viver sem corpo.
No dia do juízo final, todos ressuscitarão “uns para a vida eterna, e outros para
vergonha e horror eterno” (Dn 12.2). Os perdidos que estavam no inferno irão para o
lago de fogo (Ap 20.15), e os salvos que estavam no céu para o novo céu e a nova
terra (Ap 21.1). Para o cristão, portanto, a morte não deve ser temida. Sabemos que
apesar de toda doença ou debilidade que hoje experimentamos, qualquer que seja o
grau de sofrimento ou dificuldade que tenhamos de enfrentar, foi prometido a nós, pelo
penhor do Espírito (2 Co 5.5), uma habitação glorificada, semelhante à de Cristo,
transformada, e totalmente eterna, um corpo onde não existe doença, dor, privações,
pecado ou deterioração.
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Por fim, mas não menos importante, a Bíblia estabelece uma ligação muito estreita
entre a ressurreição dos mortos e a ressurreição de Jesus Cristo. Nesse sentido, o
texto bíblico diz que o mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos também
ressuscitará os crentes (1 Co 6.12-20).
Essa ligação é realmente tão grande, que o apóstolo Paulo diz que se alguém ensina
que não haverá a ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou, o
Evangelho é falso, nossa fé é vã, e somos os mais miseráveis de todos os homens
(1Co 15.12-18). Por isso a doutrina da ressurreição dos mortos está entre os pilares
da Fé Cristã. Definitivamente uma pessoa que nega a doutrina da ressurreição dos
mortos não pode ser considerada cristã.