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ESTADO INTERMEDIÁRIO E GLORIFICAÇÃO

Tem sido crença entre alguns crentes a noção de um sono da alma, o qual é
geralmente descrito como um tipo de animação suspensa temporária da alma, entre o
momento da morte pessoal e o tempo quando nosso corpo será ressuscitado. Quando
nosso corpo ressuscitar dos mortos, a alma será despertada para iniciar uma
continuidade pessoal e consciente no céu. Embora séculos possam se passar entre a
morte e a ressurreição final, a alma “adormecida” não terá consciência da passagem
do tempo. Nossa transição da morte para o céu parecerá ser instantânea.
Porém esta crença representa um afastamento do cristianismo ortodoxo. E contra isso
está o claro ensino da Escritura de que o estado intermediário é conscientemente
experimentado por aqueles que morreram (ver 2Co 5.6-8; Fp 1.21-24; Ap 6.9-11). Se o
crente que morreu “partiu” para estar “com Cristo” (Fp 1.23) e, portanto, estará “com”
Cristo quando ele vier (1Ts 4.17), há alguma espécie de existência consciente entre a
morte da pessoa e a ressurreição geral, que é a razão que nos referimos a tal tempo
como estado intermediário.
ler (2Co 5.2-5)
Em 2Coríntios 5.2, que é repetido e expandido um pouco no versículo 3. Veja, Paulo
mistura suas metáforas falando em ser revestido de um edifício. Mas isso é mais que
simplesmente colocar uma vestimenta: é colocar uma vestimenta sobre a outra. O
corpo celeste, como uma roupa externa, um casaco ou sobretudo, está sendo
colocado sobre a roupa terrena, como se o apóstolo estivesse, dessa forma,
presentemente vestido.
Assim o corpo celeste e glorificado não somente cobre como também absorve e
transforma o corpo terrestre (ver Fp 3.20-21; 1Co 15.53). Se ele (ou nós) permanecer
vivo até a volta de Cristo, será encontrado pelo Senhor vestido com um corpo
(presente e terrestre), e não em estado desencarnado. Estar sem o corpo é estar “nu”
(2Co 5.3). Claramente, Paulo imaginava um estado sem corpo entre a morte física e a
ressurreição geral (cf. “despidos” no v. 4).
No dia do juízo final, de acordo com a Bíblia, todos ressuscitarão (Dn 12.2; Ver 1Co
15.52; 1Ts 4.16). Após a ressurreição os perdidos que estavam no inferno irão para o
lago de fogo (Ap 20.15), e os salvos que estavam no céu para o novo céu e a nova
terra (Ap 21.1). O motivo é simples: Deus não criou o ser humano para viver sem
corpo. Atualmente, tanto no céu como no inferno, as almas estão despidas de seus
corpos, o futuro lhes assegura que um dia se reunirão a seus corpos.
Mas, que segurança temos da parte de Deus que, de fato, ele nos suprirá com um
corpo glorificado e eterno, não mais sujeito à deterioração e doenças que hoje são
nossa experiência?
A resposta simples é: o Espírito Santo! A declaração de Paulo em 2Coríntios 5.5 nos
lembra de que o “penhor do Espírito” não é mero depósito estático, mas a operação
vivificadora e ativa do Espírito Santo dentro do crente, garantindo-lhe que o mesmo
princípio de poder que efetuou a ressurreição de Cristo Jesus da morte está também
presente e operando dentro do crente, preparando o seu corpo mortal para a
consumação de sua redenção, na glorificação de seu corpo.
Para o cristão, portanto, a morte não deve ser temida. Sabemos que apesar de toda
doença ou debilidade que hoje experimentamos, qualquer que seja o grau de
sofrimento ou dificuldade que tenhamos de enfrentar, foi prometido a nós, pelo
Espírito, uma habitação glorificada, semelhante à de Cristo, transformada, e
totalmente eterna, um corpo onde não existe doença, dor, privações ou deterioração.
O melhor cenário, parece que Paulo está dizendo, seria estar vivo quando Cristo
voltar. Desse jeito, os crentes transitariam instantaneamente deste “vestimento” (nosso
atual corpo físico) para aquela “vestidura” glorificada (que é e será para sempre nosso
corpo ressurreto). Paulo prefere não ser “despido”, mas sim revestido de eternidade
sobre a roupagem do tempo, de maneira que o primeiro redima e transforme esse
último.

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