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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA – FAV


CURSO DE AGRONOMIA

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE UVA


DE MESA

KENNIA PATRICIA CARRIJO DE CARVALHO

BRASÍLIA, DF
2018
KENNIA PATRICIA CARRIJO DE CARVALHO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE UVA DE MESA

Monografia apresentada à Faculdade de Agronomia e


Medicina Veterinária da Universidade de Brasília,
como pré-requisito para obtenção do título de
Engenheira Agrônoma.

Orientador:
Prof. Dr. MÁRCIO DE CARVALHO PIRES

Co-Orientador:
Prof. Dr. ARMANDO FORNAZIER
FICHA CATALOGRÁFICA

Cessão de Direitos
Nome da Autora: Kennia Patricia Carrijo de Carvalho
Título: Análise da viabilidade econômica da produção de uva de mesa.
Ano: 2018
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias dessa monografia e
para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. À autora
reserva-se outros direitos de publicação, e nenhuma parte dessa monografia pode ser
reproduzida sem a autorização por escrito da autora.
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV

Kennia Patricia Carrijo de Carvalho

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE UVA DE MESA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Agronomia e Medicina


Veterinária da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheira Agrônoma.

Aprovado em ___ de ____________ de ______.

COMISSÃO EXAMINADORA:

________________________________________________________________
Prof. Dr. Márcio de Carvalho Pires
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília
Orientador

________________________________________________________________
Prof. Dr. Armando Fornazier
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília
Co-orientador

_________________________________________________________________
Eng. Agrônomo Hyan Phelipe Ramirez Canales
Doutorando do Programa de Pós-Gradução em Agronomia da Universidade de Brasília
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Domingos e Lourdes, e a minha filha, Giovanna Carrijo,
que souberam, no decorrer do curso, compreender eventuais ausências do convívio familiar.

Dedico ao meu amado, Carlos Tayar, sem o qual hoje não saberia mais caminhar.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me permitido chegar até este momento.

Agradeço aos professores que acreditam no caminho da educação como instrumento de


evolução e desenvolvimento de uma Nação.
EPÍGRAFE

“Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.”
(Deuteronômio 8:8)

“E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou? Vá, e torne-se à sua casa,
para que porventura não morra na peleja e algum outro a desfrute.” (Deuteronômio 20:6)

“Depois foram até ao vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas,
o qual trouxeram dois homens, sobre uma vara; como também das romãs e dos figos.”
(Números 13:23)

“Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado
tem uma vinha num outeiro fértil. E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes
vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que
desse uvas boas, porém deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de
Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que
eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?
Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que
sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; E a tornarei em deserto; não será
podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que
não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os
homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui
opressão; justiça, e eis aqui clamor. Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo,
até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da Terra!” (Isaías 5:1-
8)

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto,
a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra
que vos tenha falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto,
se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós
as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”
(João 15:1-5)
Carrijo de Carvalho, Kennia Patricia, Análise da viabilidade econômica da produção de uva,
2018. Monografia (Bacharelado em Agronomia). Universidade de Brasília – UnB.

RESUMO

A uva, Vitis spp., pertence à família Vitaceae, e considerada uma planta de clima temperado, é
cultivada do sul ao nordeste do Brasil. O gênero Vitis é o de maior importância econômica,
social e histórica dentre os gêneros de Vitaceae. Em 2017 a safra brasileira da uva produziu
1.680.020 toneladas, ocupando uma área de 78028 hectares. A produção está distribuída nas
regiões sul, sudeste e nordeste, onde podemos destacar a participação do estado do Rio Grande
do Sul, com o maior percentual. A China, maior produtora internacional de uva, participa com
46% de toda produção mundial da fruta. O Brasil aparece na quinta posição. Este trabalho teve
por objetivo realizar a análise de viabilidade da produção de uva de mesa, por meio dos
indicadores VPL, TIR e Payback descontado, bem como visualizar mercados internos e
externos, além da produtividade nacional e mundial. Os dados utilizados foram extraídos do
Agrianual – Anuário da Agricultura Brasileira, 2018.

Palavras chave: Uva, Produtividade, Custo de Produção, Viabilidade Econômica


Carrijo de Carvalho, Kennia Patricia, Analysis of the economic viability of grape production,
2018. Monograph (Bachelor of Agronomy). University of Brasília – UnB.

ABSTRACT

The grape, Vitis spp., Belongs to the family Vitaceae, and is considered a temperate plant, is
cultivated from the south to the northeast of Brazil. The genus Vitis is the one of greater
economic, social and historical importance among the genera of Vitaceae. In 2017 the Brazilian
grape harvest produced 1,680,020 tons, occupying an area of 78028 hectares. The production
is distributed in the south, southeast and northeast regions, where we can highlight the
participation of the state of Rio Grande do Sul, with the highest percentage. China, the world's
largest grape producer, has 46 percent of the world's fruit production. Brazil appears in the fifth
position. The objective of this work was to analyze the viability of table grape production, using
the indicators VPL, TIR and Payback discounted, as well as to visualize internal and external
markets, as well as national and world productivity. The data used were extracted from
Agrianual - Brazilian Agriculture Yearbook, 2018.

Key words: Grapes, Productivity, Production Cost, Economic Feasibility


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................11
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................12
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................12
2.2 Objetivo específico ........................................................................................................12
3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................13
3.1 Origem e Histórico ..........................................................................................................13
3.2 Clima ...............................................................................................................................13
3.3 O Ciclo da Videira ..........................................................................................................14
3.4 Cultivares ........................................................................................................................14
3.5 Propagação da Videira ....................................................................................................15
3.6 Sistemas de Condução ....................................................................................................16
3.7 Reguladores.....................................................................................................................16
3.8 Produção Mundial ...........................................................................................................17
3.9 Produção e Distribuição no Brasil ..................................................................................20
3.10 Mercado ........................................................................................................................22
3.11 Aspectos Econômicos e Financeiros .............................................................................23
3.12 Custos de Produção .......................................................................................................25
4. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA ...........................................................28
5. CONCLUSÃO .....................................................................................................................31
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................32
ANEXOS .................................................................................................................................34
INTRODUÇÃO

Considerada uma planta de clima temperado, no Brasil a uva é cultivada do sul ao


nordeste (POMMER, 2003).

Classificação Botânica: Reino: Plantae; Classe: Dicotyledoneae; Sub-classe: Rosidae;


Ordem: Rhamnales; Família: Vitaceae; Gênero: Vitis.

“O gênero Vitis é de importância econômica, social e histórica incomparavelmente


maior em relação a qualquer outro gênero de Vitaceae, a ele pertencendo todas as
videiras da terra, quer selvagens, quer cultivadas.” (SOUSA, 1996, p. 158)

A diversidade genética é grande, com centenas de cultivares existentes: cultivares porta-


enxerto, cultivares de uvas rústicas para mesa, cultivares de uvas finas e cultivares de uvas sem
semente (SOUSA, 1996).

O Brasil ocupa a quinta posição no ranking da produção mundial, que totalizou


22.002.265 (vinte dois milhões, dois mil e duzentos e sessenta e cinco) toneladas, no ano de
2017. Liderado pela China, que, além de maior produtora, também é o país de maior consumo
de uva, o Brasil aparece na quinta colocação dentre os países consumidores (AGRIANUAL,
2018).

A produção nacional destina-se a dois mercados: o de uvas para consumo in natura e o


de uva para processamento (sucos e vinhos).

O Rio Grande do Sul é o estado que mais produz uva no Brasil, seguido de Pernambuco.
O desenvolvimento de sementes de uvas para temperaturas mais altas, e a água para irrigação,
retirada do Rio São Francisco, permitiu naquela região a colheita de duas safras no mesmo ano
e frutos com alto índice de açúcar (ANUÁRIO BRASILEIRO DE UVA 2018).

Objetivou-se neste trabalho avaliar a viabilidade econômica da produção de uva, por


meio dos indicadores Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback.
Adicionalmente, verificar o panorama interno e externo da produção de uva, bem como
evidenciar o custo de produção dessa fruta no Brasil.

11
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Realizar a análise da viabilidade financeira da produção de uva no Brasil.

2.2 Objetivos Específicos

 Mensurar a viabilidade financeira da produção de uva, por meio dos indicadores:


VPL, TIR e Payback descontado.
 Verificar o panorama de produção e consumo de uva no mundo.
 Verificar o panorama de produção de uva no Brasil.
 Evidenciar o custo de produção da uva no Brasil.

12
3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Origem e Histórico

Quando o Homem apareceu sobre a Terra, no período Quaternário, feito bicho mal
distinto da alimária então existente, já a videira, com bons milhões de anos de
antecedência, desde o começo do Terciário, prosperava pelos bosques grimpando pelas
altas árvores, enfeitando as florestas com seus graciosos arcos. (SOUSA, 1996)

Os fósseis mais antigos das atuais videiras cultivadas foram encontrados na Groelândia,
e daí partiram para duas direções distintas: américa-asiática e euroasiática (SOUSA, 1996).

Consequência da glaciação no período quaternário, sobrevieram três centros de refúgio:


um americano, um europeu e um asiático-ocidental. Do centro de refúgio americano originaram
as Vitis: labrusca, vulpina, rupestres, aestivalis, rotundifolia, tiliaefolia, smalliana, lincecumii,
cardifolia, berlandieri, dentre outras. Do europeu, Vitis vinífera silvestres. Do asiático-
ocidental, Vitis vinífera caucásica (SOUSA, 1996).

A viticultura, porém, nasceu na idade do bronze e, conforme Sousa (1996), “[...]


inelutável é que a viticultura nasceu no Oriente[...]”.

No Brasil a viticultura iniciou-se pela capitania de São Vicente, atual estado de São
Paulo, trazida por Martim Afonso de Sousa, no ano de 1535. Brás Cubas é considerado o
primeiro viticultor brasileiro (SOUSA, 1996).

Alguns anos depois, a cultura da vides expandiu-se para os Estados da Bahia e


Pernambuco. Durante o século XVII perdeu lugar para o ouro, retornando por volta de 1830-
1840 com o surgimento das variedades americanas, mais rústicas que as variedades de Vitis
vinífera, passando a ter significativa importância econômica no século XIX (SOUSA,1996).

3.2 Clima

“Água, calor e luz seriam o tripé vital da parreira”. (SOUSA, 1996. P. 193)

A videira é considerada uma cultura resistente à seca e no Brasil é cultivada em todas


as regiões, desde muito úmidas até muito secas, exigindo diferentes tipos de manejo. Nas
regiões com maior incidência de chuvas e, portanto, propensas a doenças, há maior necessidade
de pulverizações para controle. Regiões com chuvas fortes e/ou granizos, necessitam de uso de

13
cobertura. Em regiões onde há deficiência hídrica, necessita-se de irrigação suplementar
(POMMER, 2003).

A temperatura influencia de diferentes maneiras na videira. Na instalação da dormência


são exigidas temperaturas inferiores a 20ºC. Para quebra da dormência e brotação, a temperatura
deve ser entre 10ºC e 13ºC, mas nunca superior a 18ºC. Temperaturas muito alta antecipam a
maturação da uva e aumenta o teor de açúcar. No desenvolvimento da baga a temperatura deve
ser de aproximadamente 22ºC, e na maturação, 27ºC. Acima de 30ºC pode ocorrer escaldadura
nas bagas (POMMER, 2003).

A videira é exigente em radiação solar. Para a coloração das bagas e acúmulo de açúcar
é necessário de 1200 a 1400 horas de insolação no período vegetativo (POMMER, 2003).

3.3 O ciclo da videira

A videira é uma planta perene, apresentando ciclos vegetativo e reprodutivo anualmente


(POMMER, 2003).

O ciclo vegetativo da videira compreende os períodos de crescimento vegetativo, de


elaboração ou de armazenamento, e de repouso hibernal. O ciclo reprodutivo inclui a
diferenciação das gemas prontas, a floração, frutificação, e o crescimento das bagas
(POMMER, 2003).

Os ciclos vegetativo e reprodutivo se desenvolvem na mesma brotação do ano


(POMMER, 2003).

Choro é como se chama a seiva que escorre ao se podar a videira. Constituída de solução
diluída de sais minerais e substâncias orgânicas, sua circulação se torna mais ativa ao se
aproximar o tempo de brotação (POMMER, 2003).

3.4 Cultivares

Grande é a diversidade genética dentro do gênero Vitis, ampliada ainda pelos programas
de melhoramento, produzindo cultivares porta-enxerto, para mesa e para vinho (POMMER,
2003).

14
Cultivares porta-enxerto, selecionadas por apresentarem sistemas radiculares resistentes
à pragas e às situações adversas do solo: inicialmente utilizadas as espécies americanas, além
da realização de trabalhos para obtenção de cultivares para essa finalidade. Destacamos: 106-8
Mgt-‘Ripária do Traviú’, 420-A, Kober 5BB, IAC 571-6 ‘Jundiaí’, IAC 572 ‘Jales’, IAC 766
‘Campinas’, IAC 313 ‘Tropical’, Golia, Schwarzmann, SO4, Harmony, Freedom, Dogridge
(POMMER, 2003).

Cultivares de uvas rústicas para mesa: espécies americanas, como Vitis labrusca e
híbridos. Consumidas ao natural ou utilizadas para fabricação de vinhos comuns e sucos.
Exemplos: Niagara Branca, Niagara Rosada, Isabel, Concord, Göethe, Niabell (POMMER,
2003).

Cultivares de uvas finas para mesa: espécies Vitis vinífera e híbridos. Destacamos: Itália,
Rubi, Benitaka, Brasil, Redglobe, IAC 871-41 Patrícia, Redimeire, IAC 842-4 Piratininga, IAC
1398-21 ‘Traviú’, Ribiel, Cardinal, Kyolo, Benifuji, Dona Maria, Christimas, Rose (POMMER,
2003).

Cultivares de uvas sem sementes (apirenos), consequência de partenocarpia e


esternospermocaria, este último na quase totalidade. Exemplos: Centennial Seedless, IAC 514-
6 ‘Maria’, IAC 457-11 ‘Paulistinha’, Flame Seedless, Perlette, Ruby Seedles, Superior
Seedless, Thompson Seedless, Moscatuel, Catalunha, Fantasia (Fantasy Seedless), Ruiva
(Crimson Seedless), Vênus, A 1105, Suffolk Red, Hinrod, Lakemont, Interlaken Seedless,
Rússia 2, Princess (POMMER, 2003).

Cultivares de uva para vinho e/ou suco: Carbenet Franc, Merlot, Carbenet Sauvignon,
Barbera, Trebbiano, Riesling Itálico, Semillon, “Moscatel”, Isabel, Herbemont, IAC 138-22
‘Máximo’, Bordô, Concord, Niagara (POMMER, 2003).

3.5 Propagação da Videira

Consequência da filoxera, a produção de mudas das videiras, antes realizadas por


estacas, passou a ser produzida por enxertia sobre porta-enxertos resistentes. Em geral, espécies
americanas de Vitis ou híbridos.

O plantio dos porta-enxertos é feito por meio de estacas, plantadas em local definitivo
ou em recipientes, normalmente são usados sacos plásticos.

15
A filoxera é uma doença provocada pelo Dacktulosphaira vitifoliae, que se alimenta do
suco que extrai das raízes da videira. Originário da América do Norte, chegou à Europa na
década de 60, destruindo mais de 600.000 ha de vinha.

3.6 Sistemas de Condução

Com o objetivo de sustentar a videira, planta sarmentosa e trepadeira, e facilitar seu


manejo, os sistemas de condução mais utilizados são: espaldeira, latada e manjedoura
(POMMER, 2003).

O objetivo da produção, o hábito de frutificação da cultivar, as condições de solo, clima


e topografia do terreno, bem como o método de colheita e o custo são alguns dos fatores que
serão levados em conta no momento da escolha do sistema de condução (POMMER, 2003).

Na espaldeira, mais simples e barato sistema de condução, os mourões, que podem ser
de eucalipto tratado, madeira de lei ou concreto armado, são colocados seguindo as linhas das
plantas. Os das cabeceiras devem ser mais fortes. Neles são colocados os arames para
sustentação da planta. Executa-se a poda curta, ou seja, aquela em que os ramos podados
permanecem com uma a três gemas (POMMER, 2003).

O sistema de condução latada, conhecido também por pérgola, formado por postes e
fios, possui dossel vegetativo horizontal. Trata-se de um sistema de custo de implantação e
manutenção elevados. Deve suportar o peso da uva, dos braços, ramos e folhas. Os postes de
madeira são os mais usados. Executa-se a poda longa, aquela em que os ramos permanecem
com quatro ou mais gemas (POMMER, 2003).

A manjedoura é o sistema que consta de duas fileiras paralelas de mourões, e no meio


delas passa uma linha de plantas. Também apresenta custo de implantação elevado. Executa-se
a poda longa (POMMER, 2003).

3.7 Reguladores

As videiras apresentam um período de dormência e necessitam de certa quantidade de


frio para retomar seu desenvolvimento. Entretanto, não são extremamente exigentes. Em
regiões tropicais podem vegetar continuamente, desde que não entrem em dormência
(POMMER, 2003).
16
Em regiões onde não há acúmulo de horas de frio suficiente para quebrar totalmente a
dormência, são utilizados reguladores vegetais para estimular a brotação uniforme. A cianamida
hidrogenada (H2CN2), comercializada com o nome de Dormex, e a cianamida cálcica ou
calciocianamida (CaCN2) são os mais utilizados (POMMER, 2003).

Reguladores de crescimento são utilizados para fins de melhorar a fixação dos frutos,
diminuir a compactação dos cachos, aumentar o tamanho de bagas e cachos, entre outros. O
mais utilizado é a giberelina (POMMER, 2003).

3.8 Produção Mundial

A produção mundial de uva de mesa, safra 2016/2017, foi de 22.002.265 (vinte e dois
milhões, duas mil e duzentos e sessenta e cinco) toneladas (AGRIANUAL, 2018).

Desse total, 10.200.000 (dez milhões e duzentos mil) toneladas foram produzidas pela
China, o que corresponde a 46% (quarenta e seis por cento) da produção mundial. A Índia ocupa
a 2ª posição, com 2.823.000 (dois milhões e oitocentos e vinte e três mil) toneladas
(AGRIANUAL, 2018)

O Brasil aparece na quinta posição (AGRIANUAL, 2018).

PRODUÇÃO 2016/17**
10.200.000

2.823.000

2.350.000

1.694.930

1.006.975
970.000

914.700

822.660
605.000

335.000

280.000

Fonte: Agrianual, 2018 ** Estimativa Atualizado em agosto /2017


Figura 01 – Produção Mundial de Uva de Mesa – safra 2016/2017

17
A China é também a maior consumidora de uva, seguida pela Índia. O Brasil ocupa a 5ª
posição.

10.205.000
CONSUMO 2016/17**

2.648.000

2.250.230

2.181.000

1.279.100
1.252.574

964.800

314.800

301.000
302.460

290.200
Fonte: Agrianual, 2018 ** Estimativa Atualizado em agosto /2017
Figura 02 – Consumo Mundial de Uva

Esse cenário de produção e consumo mundial manteve-se estável nos últimos oito anos
(AGRIANUAL, 2018).

Quanto ao mercado internacional, a União Européia é a maior importadora e o Chile o


país que mais exporta (AGRIANUAL, 2018).

O Brasil não figura entre os dez países que mais importam e/ou exportam uva de mesa
(AGRIANUAL, 2018).

18
Importação
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0

2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17**

Fonte: Agrianual, 2018 ** Estimativa Atualizado em agosto /2017


Figura 03 – Importação Mundial de Uva

Exportação
1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0
Chile Estados Peru África China Hong Turquia México Índia Outros
Unidos do Sul Kong

2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17**

Fonte: Agrianual, 2018 ** Estimativa Atualizado em agosto /2017


Figura 04 – Exportação Mundial de Uva

19
3.9 Produção e Distribuição no Brasil

A produção brasileira do ano de 2017 foi de 1.515.287 (um milhão, quinhentos e quinze
mil e duzentos e oitenta e sete) toneladas de uva. A região sul é a maior produtora com
1.075.718 (um milhão, setenta e cinco mil e setecentos e dezoito) toneladas, com destaque para
o Rio Grande do Sul, com 956.998 (novecentos e cinquenta e seis mil e novecentos e noventa
e oito) toneladas (AGRIANUAL, 2018).

A segunda região maior produtora é a região nordeste, com 285.956 (duzentos e oitenta
e cinco mil e novecentos e cinquenta e seis) toneladas, com destaque para o estado de
Pernambuco, com 233.884 (duzentos e trinta e três mil e oitocentos e oitenta e quatro) toneladas
(AGRIANUAL, 2018).

Tabela 01 – Produção Brasileira de Uva, 2017


Uva - Produção Brasileira toneladas

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017*


NORTE 0 0 0 0 0 197 69
NORDESTE 273.832 287.817 282.199 314.796 317.904 309.343 285.956
SUDESTE 187.100 195.402 185.593 158.347 157.106 158.061 147.936
SUL 985.527 989.921 945.304 960.772 1.010.210 499.717 1.075.718
C.OESTE 0 4.570 4.581 3.330 6.918 5.725 5.608

Total 1.446.459 1.477.710 1.417.677 1.437.245 1.492.138 973.043 1.515.287


Fonte: Agrianual, 2018 *Previsão feita em julho/2017

A produção de uvas da região sul em 2016 foi atípica, apresentando uma redução maior
que 50% quando comparada ao ano anterior, 2015. Resultado de um conjunto de fatores
climáticos: inverno menos rigoroso, primavera antecipada, geada tardia, chuva excessiva no
período de brotação e granizo em algumas áreas (MELLO, 2017).

Consequentemente, a videira teve o ciclo vegetativo atípico, a brotação foi antecipada e


ficou desuniforme (MELLO, 2017).

20
Uva - Produção Brasileira (toneladas)
1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL C.OESTE

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: Agrianual, 2018 *Previsão feita em julho/2017


Figura 05 – Produção Brasileira de Uva

Nos últimos sete anos, o Brasil destinou, em média, 78.475 hectares para a colheita de
uva, com destaque para a região sul com 75% daquela área total. Em média a região sul destinou
59.350 hectares, destacando-se o estado do Rio Grande do Sul, que colheu 83% do total da área
(AGRIANUAL, 2018).

O segundo lugar é ocupado pelas regiões sudeste e nordeste, sendo que nos últimos
quatro anos o Nordeste ocupa a segunda posição. Os estados de São Paulo, na região sudeste, e
Pernambuco, na região nordeste, apresentam a maior área (AGRIANUAL, 2018).

Tabela 02 – Área de Uva colhida no Brasil


Uva - Área Colhida hectares

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017*


NORTE 0 0 0 0 0 27 10
NORDESTE 9.540 9.291 9.189 9.686 9.830 9.671 8.914
SUDESTE 10.267 10.281 10.115 8.939 9.690 8.799 8.366
SUL 60.393 60.718 59.904 60.405 58.731 58.020 57.283
C.OESTE 0 166 171 138 293 247 241

Total 80.200 80.456 79.379 79.168 78.544 76.764 74.814


Fonte: Agrianual, 2018 *Previsão feita em julho/2017

21
Uva - Área Colhida (hectares)
70.000

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

NORTE NORDESTE SUDESTE SUL C.OESTE

Fonte: Agrianual, 2018 *Previsão feita em julho/2017


Figura 05 – Área colhida no Brasil - Uva

3.10 Mercado

O Brasil exportou 44.493,44 toneladas de uvas frescas em 2017. Os principais destinos


foram Países Baixos (Holanda), com 52% desse total; Reino Unido, com 21%; Alemanha,
Argentina e EUA, que juntos somam 18,4% (MDIC, 2018).

Entretanto, no mesmo ano, importou 49.532,99 toneladas: da Argentina, 46%; do Chile,


37%; Peru, Turquia, Itália, Irã e África do Sul, que juntos somam 15,7% (MDIC, 2018).

Exportou 2.273,13 toneladas de suco de uva, 84% desse total para o Japão (MDIC,
2018).

Quanto ao vinho, o Brasil importou 161.648,30 toneladas: 40% do Chile, 15% da


Argentina, 12% de Portugal, 11% da Itália, outros 11% da França e 6,9% da Espanha (MDIC,
2018).

Exportou 3.321,46 toneladas de vinho: 52% com destino ao Paraguai, 19% para os
Estados Unidos, 3,9% para o Reino Unido, 3,4% para a China e 2,7% para o Japão (MDIC,
2018).

22
O aumento das importações de vinho e outros derivados da uva deve-se política de
isenção tributária nas relações comerciais com países do Mercosul e com o Chile (CONAB,
2018).

3.11 Aspectos Econômicos e Financeiros

Os principais indicadores de viabilidade de projetos são: VPL, TIR e Payback


descontado.

 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Ao se analisar uma proposta de investimento deve ser considerado o fato de se estar


perdendo a oportunidade de auferir retornos pela aplicação do mesmo capital em outros
projetos (FILHO, 2007).

A TMA é a menor taxa que a proposta de investimento deve render para ser atrativa.

Segundo Filho (2007, p. 109) “[...]em investimentos de longo prazo, a TMA passa a ser
uma meta estratégica”.

 Valor Presente Líquido (VPL)

Por este critério, devemos executar o projeto se VPL > 0. O que significa que o seu
valor hoje é maior do que o valor do investimento inicial (NORONHA, 1987).

O Valor Presente Líquido é calculado pela fórmula:

n
FCt
VPL = - I + ∑
(1 + j)t
t=I

Onde,

I = Valor do investimento;
n = Total de períodos do projeto;
FC = Fluxo de caixa líquido;
t = Número de períodos;
j = Taxa mínima de atratividade (TMA).

23
 Taxa Interna de Retorno (TIR)
Pode corresponder à medida de risco da decisão. À medida que a TIR se aproxima da
TMA, o risco de o projeto apresentar retorno menor que a aplicação financeira à TMA
aumenta (C. L. KREUZ et al).

n
(Bi – Ci)
TIR = j, tal que + ∑ =0
t
(1 + j)
i=0

Onde,

j = Taxa de desconto;
n = Total de períodos do projeto;
i = Número de períodos;
Bi = Fluxo de benefícios;
Ci = Fluxo de custos.

 Pay-Back

Representa o tempo necessário, em anos, para que a empresa recupere o capital inicial
investido no projeto. Pode corresponder à medida de risco do projeto.

Projetos com payback menor representa nível de risco baixo. Projetos com payback que
se aproxima do final da sua vida econômica, apresentam alto grau de risco (C. L. KREUZ et al)

n k-1
Fi Fi
PBE = k, tal que + ∑ >= 0 e ∑ <0
(1 + j)t (1 + j)t
i=0 i=0

Onde,

k = Total de períodos do projeto;


Fi = Fluxo de caixa no ano i;
j = Taxa de juros considerados;
i = Número de períodos;
.

24
3.12 Custos de Produção

O custo de produção da uva inclui os gastos com a formação do parreiral e sua


manutenção durante toda a fase de produção.

Segundo o Anuário Estatístico da Agricultura Brasileira (AGRIANUAL) – 2018,


considerando uma densidade de 2000 pés por hectare, o custo de formação foi de R$ 113.334,00
(cento e treze mil e trezentos e trinta e quatro reais) por hectare na região de Jales – SP. As
despesas com insumos representam 79% desse total, seguidas pelas despesas com operações
manuais, 13%, despesas de administração, 6,1% e operações mecanizadas, 1,9%.

O Agrianual não apresenta o investimento inicial, ano zero, incluindo todos os custos
de implantação do projeto no primeiro ano.

No segundo ano, com produção crescente e produtividade esperada de 18t/ha/ano, o


custo foi de R$ 38.626,00 (trinta e oito mil e seiscentos e vinte e seis reais).

A partir do terceiro ano, com o parreiral em produção estável e produtividade de 23t/ha,


o custo total foi de R$ 33.219,00 (trinta e três mil e duzentos e dezenove reais).

25
Tabela 03 - Custo de Formação / Produção Uva Niagara, Jales - SP. Ano: 2017.
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Produção Produção
Formação Crescente Estável
A - Operações Mecanizadas 2.168 6.740 6.891
a1. Preparo do solo 415,71
a2. Implantação 1.318,60
a3. Tratos Culturais 433,85 6.512,46 6.512,46
a4. Colheita 277,4 379,01

B - Operações Manuais 14.774 13.146 9.696


b1. Preparo do solo 197,94 38,26 38,26
b2. Implantação 13.670,47 5.395,32 650,46
b3. Tratos Culturais 906,05 6.411,28 6.940,85
b4. Colheita 1.300,93 2.066,18

C - Insumos 89.475 14.931 13.469


c1. Fertilizantes 2.323,41 6.420,83 4.971,41
c2. Fitossanitários 285,24 3.051,62 3.130,72
c3. Mudas 6.200,00
c4. Outros (materias para
construção do Parreiral / 80.665,91 5.458,60 5.366,60
Irrigação)

D - Administração 6.917 3.210 3.163

Custo Total 113.334 38.027 33.219


Fonte: Agrianual, 2018

Na região de Petrolina – PE, o custo foi de R$ 75.125,00 (setenta e cinco mil e cento e
vinte e cinco reais). As despesas com insumos representaram 58,3% desse total, seguidas das
operações manuais, 22,5%, operações mecanizadas, 10,2% e despesas com administração,
9,0% (AGRIANUAL, 2018).

No segundo ano o custo de produção é de R$ 115.856,00 (cento e quinze mil e oitocentos


e cinquenta e seis reais). Diferentemente do primeiro ano, as operações manuais configuraram
o maior percentual desse total, cerca de 54,4%, seguidas dos insumos, 19,6%, operações
mecanizadas, 18,9% e despesas com administração, 7,1% (AGRIANUAL, 2018).

26
A partir do terceiro ano, o custo de produção passou a ser de R$ 143.179,00 (cento e
quarenta e três mil e cento e setenta e nove reais). As operações manuais continuaram
representando o maior percentual, 48,5%. Com duas safras ao ano a produtividade esperada é
de 30t/ha/ano (AGRIANUAL, 2018).

Tabela 04 - Custo de Formação/Produção Uva Irrigada, Petrolina - PE. Ano: 2017.


Ano 1 Ano 2 Ano 3
Produção Produção
Formação Crescente Estável
A - Operações Mecanizadas 7.665 21.873 23.513
a1. Preparo do solo 918,98 126,08
a2. Implantação 2.819,82
a3. Tratos Culturais 3.926,02 14.820,80 14.820,80
a4. Irrigação 2.512,39 2.512,39
a5. Colheita 4.539,96 6.053,28

B - Operações Manuais 16.862 63.033 69.499


b1. Preparo do solo 93,97 7,47
b2. Implantação 9.981,51
b3. Tratos Culturais 6.606,90 60.553,22 66.298,32
b4. Irrigação 179,53 359,64 359,64
b5. Colheita 2.119,94 2.833,48

C - Insumos 43.834 22.761 39.983


c1. Fertilizantes 4.517,82 10.203,52 18.165,31
c2. Fitossanitários 165,03 10.940,62 20.358,37
c3. Mudas 5.142,86
c4. Outros (materias para
34.008,50 1.616,91 1.459,80
construção do Parreiral)

D - Administração 6.764 8.189 10.184

Custo Total 75.125 115.856 143.179


Fonte: Agrianual, 2018

27
4. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA

Para quantificar a viabilidade econômica foram utilizados os indicadores VPL (Valor


Presente Líquido), TIR (Taxa Interna de Retorno) e Payback descontado.

A primeira etapa foi a construção dos fluxos de caixa, o que possibilitou o cálculo dos
indicadores.

Na realização do trabalho, o horizonte temporal foi definido em 10 anos e os dados


extraídos do Agrianual 2018, conforme Anexos A, B, C e D.

Tabela 05 – Fluxo de Caixa, VPL, TIR e Payback


Uva Niagara (Jales) - Fluxo de Caixa (R$)- 2017
Fluxo
Ano Custos Receita Fluxo de caixa Saldo Saldo
descontado
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 113.334,00 0,00 - 113.334,00 - 113.334,00 - 113.334,00 - 113.334,00
2 38.026,00 78.876,00 40.250,00 - 73.084,00 R$ 27.951,39 - 85.382,61
3 33.219,00 100.786,00 67.267,00 - 5.817,00 R$ 38.927,66 - 46.454,95
4 33.219,00 100.786,00 67.267,00 61.450,00 R$ 32.439,72 - 14.015,23
5 33.219,00 100.786,00 67.267,00 128.717,00 R$ 27.033,10 13.017,87
6 33.219,00 100.786,00 67.267,00 195.984,00 R$ 22.527,58 35.545,45
7 33.219,00 100.786,00 67.267,00 263.251,00 R$ 18.772,99 54.318,44
8 33.219,00 100.786,00 67.267,00 330.518,00 R$ 15.644,15 69.962,59
9 33.219,00 100.786,00 67.267,00 397.785,00 R$ 13.036,80 82.999,38
10 33.219,00 100.786,00 67.267,00 465.052,00 R$ 10.864,00 93.863,38

TMA 20,00%
VPL R$ 135.302,86
TIR 49,86%
Payback simples 3,09
Payback descontado 4,52

Fonte: Dados da Autora a partir do Agrianual 2018.

O VPL indica que, ao optar por investir na produção de uva, a expectativa é que o
produtor supere os investimentos efetuados e o que teria auferido se esse capital tivesse aplicado
no mercado financeiro à taxa de 20,00% ao ano, restando-lhe ainda R$ 135.302,86 (cento e
trinta e cinco mil, trezentos e dois reais e oitenta e seis centavos).

A TIR foi de 49,86%, maior que a taxa mínima de atratividade, de 20% a.a.
28
O Payback sinaliza que a expectativa de recuperação do investimento acontecerá em 4,5
anos.

Também no mesmo horizonte temporal de 10 anos, SMARSI, em avaliação da produção


de uvas Redimeire em Jales (SP), tendo como indicadores o VPL, TIR e Payback, encontrou os
seguintes valores respectivamente, R$ 258.789,47 (duzentos e cinquenta e oito mil, setecentos
e oitenta e nove reais e quarenta e sete centavos), 69, 44% e 03 anos.

Tabela 06 – Fluxo de Caixa, VPL, TIR e Payback


Uva Irrigada (Petrolina - PE) - Fluxo de Caixa (R$)- 2017
Fluxo
Ano Custo Receita Fluxo de caixa Saldo Saldo
descontado
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 75.125,00 0,00 -75.125,00 -75.125,00 -75.125,00 -75.125,00
2 115.856,00 118.750,00 2.894,00 -72.231,00 2.009,72 -73.115,28
3 143.179,00 285.000,00 141.821,00 69.590,00 82.072,34 8.957,06
4 143.179,00 285.000,00 141.821,00 211.411,00 68.393,61 77.350,68
5 143.179,00 285.000,00 141.821,00 353.232,00 56.994,68 134.345,35
6 143.179,00 285.000,00 141.821,00 495.053,00 47.495,57 181.840,92
7 143.179,00 285.000,00 141.821,00 636.874,00 39.579,64 221.420,56
8 143.179,00 285.000,00 141.821,00 778.695,00 32.983,03 254.403,59
9 143.179,00 285.000,00 141.821,00 920.516,00 27.485,86 281.889,45
10 143.179,00 285.000,00 141.821,00 1.062.337,00 22.904,88 304.794,33

TMA 20,00%
VPL R$ 380.778,20
TIR 97,21%
Payback simples 2,51
Payback descontado 2,89

Fonte: Dados da Autora a partir do Agrianual 2018.

O VPL indica que, ao optar por investir na produção de uva, a expectativa é que o
produtor supere os investimentos efetuados e o que teria auferido se esse capital tivesse aplicado
no mercado financeiro à taxa de 20,00% ao ano, restando-lhe ainda R$ 380.778,20 (trezentos e
oitenta mil, setecentos e setenta e oito reais e vinte centavos).

A TIR foi de 97,21%, bem maior que a taxa mínima de atratividade, de 20% a.a.

O Payback sinaliza que a expectativa de recuperação do investimento acontecerá em 2,8


anos.

29
As características climáticas da região e o manejo de irrigação permitem a obtenção de
duas colheitas no mesmo ano (POMMER, 2003).

Em avaliação econômica de alternativas de investimento no agronegócio da uva no meio


do oeste catarinense, KREUZ, SOUZA, SCHUCK e PETRI concluíram “o risco financeiro do
agronegócio uva é baixo, isto é, a chance de se ganhar mais dinheiro no mercado que na
atividade de empreender fica descartada pela distância entre a TIR e a TMA”.

30
CONCLUSÃO

A safra recorde em 2017 de 1.680.020 (um milhão, seiscentos e oitenta mil e vinte)
toneladas numa área de 78.028 (setenta e oito mil e vinte e oito) hectares (IBGE), 0,66%
inferior à área da safra do ano anterior, demonstra o nível de produtividade alcançada.

Para o processamento de vinhos, sucos e derivados foram destinadas 861.240


(oitocentos e sessenta e um mil e duzentos e quarenta) toneladas, 51,26% do total. Para o
consumo in natura, 48,74%.

As cifras elevadas de importação, tanto de uvas frescas como de processados, como o


vinho, indicam um mercado interno em potencial. Identifica-se um crescimento elevado do
consumo de suco (ANUÁRIO DA FRUTICULTURA, 2018), assim como um mercado externo
ainda não alcançado.

Por todo o exposto, considerando os resultados do estudo, na forma como foi proposta,
pode-se afirmar que a produção da uva é uma atividade rentável. Possui um custo elevado de
implantação, entretanto, apresenta resultados bastante significativos.

Entretanto, trata-se de produção sujeita a clima: geadas, vendavais e granizo, veranicos


e secas extemporâneos, chuvas durante o amadurecimento e colheita, além de pragas e doenças.

Os resultados também poderão ser alterados em consequência da variação de preços de


mercado.

31
REFERÊNCIAS

AGRIANUAL: Anuário da agricultura brasileira. 23. ed. São Paulo: FNP Consultoria &
Agroinformatios, 2018, 440 p.

ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2018. ed. Gazeta, 2018.

CASAROTO FILHO, N; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: matemática financeira,


engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 10 ed. São Paulo: Atlas,
2007. 468 p.

CONAB – Análise Mensal – Uva Industrial, Janeiro, 2018.


<file:///C:/Users/ACER/Downloads/UvaZ-ZAnaliseZMensalZ-Zjaneiro-2018%20(1).pdf>,
acessado em 20/112018, 0h45.

KREUS, C. L; SOUZA, A; SCHUCK, E; PETRI, J.L. Avaliação Econômica de Alternativas


de Investimento no Agronegócio da Uva no Meio Oeste Catarinense. Revista Brasileira de
Fruticultura, 2005.

LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA – ESTATÍSTICA DA


PRODUÇÃO AGRÍCOLA. IBGE – INDICADORES IBGE. Março, 2018 <
<https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-
levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html?=&t=o-que-e>, acessado em
20/11/2018, 2h.

MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Estatística de Comércio


Exterior. <www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior>, acessado
em 20/11/2018, 0h30.

MELLO, L. M. R. Informe Técnico: Panorama da Produção de Uvas e Vinhos no Brasil, 2017.


<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159111/1/Mello-CampoNegocio-V22-
N142-P54-56-2017.pdf> acessado em 20/11/2018, 1h.

NORONHA, J. F.Projetos Agropecuários: administração financeira, orçamentária e viabilidade


econômica. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 269 p.

POMMER, C. V. Uva: Tecnologia de Produção, Pós-Colheita, Mercado. ed. Cinco Continentes,


2003. 778 p.

32
SMARSI, R. C. Avaliação da Produção de Uvas Finas para Mesa na Região Noroeste do Estado
de São Paulo: Questões Técnicas, Ambientais e Econômicas. São Paulo, 2012. 95 p. Dissertação
(mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2012.

SOUZA, J. S. I. de. Uvas para o Brasil. ed. FEALQ, 1996. 791 p.

33
ANEXOS
Anexo A: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo B: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo C: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo D: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.

34
Anexo A: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Niagara (Jales) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
Espaçamento: 2,5 x 2,0 m Produtividade Esperada: Ano 2 = 18t/há
Densidade (pés/há): 2000 Ano 3 ao 12 = 23t/há
Módulo: 1 hectare

FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO


FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO V.U.
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 12
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
A - OPERAÇÕES MECANIZADAS
a1. Preparo do Solo
Gradagem Pesada HM T p 105cv. 4x4 + gr. ar. 16x28" 107,60 0,85 91,46
Aração HM T p 75cv. 4x2 + arado 5x28" 56,45 1,86 105,00
Gradagem Niveladora HM T p 75cv. 4x2 + gr. niv. 28x20" 50,78 0,83 42,15
Calagem HM T p 65cv. 4x2 + distri. calc. 2,3m3 51,89 1,20 62,27
Construção de T erraço HM T p 105cv. 4x2 + terra. arr. 14x26" 92,60 1,24 114,83
a2. Implantação
Sulc. da Linha de Plantio HM T p 75cv. 4x2 + sulcador 1 linha 45,11 1,75 78,94
Rega das Mudas HM T p 65cv. 4x2 + carr. tanque 2300 l 43,82 14,00 613,43
Construção da Parreira HM T p 65cv. 4x2 + carreta 2t 42,89 12,00 514,71
T utoramento HM T p 65cv. 4x2 + carreta 2t 42,89 2,60 111,52
a3. T ratos Culturais
Pulverização (1,41,41x) HM T p 14cv. 4x2 + pulverizador 500l 43,57 3,30 143,78 135,00 5.881,98 135,00 5.881,98
Roçagem (2,3,3x) HM T p 14cv. 4x2 + roçadeira 25,51 6,60 168,39 9,90 252,58 9,90 252,58
Adubação HM T p 14cv. 4x2 + carreta 2t 23,36 3,12 72,87 12,00 280,28 12,00 280,28
Gradagem Entrelinhas (1,2,2x) HM T p 14cv. 4x2 + gr.hidr. 12x20" 24,40 2,00 48,81 4,00 97,62 4,00 97,62
a4. Colheita
Colheita HM T p 14cv. 4x2 + carreta 2t 25,27 9,00 227,40 15,00 379,01
Subtotal A 2.168 6.740 6.891
B - OPERAÇÕES MANUAIS
b1. Preparo do Solo
Calagem Homem-dia 76,53 0,80 61,22 0,50 38,26 0,50 38,26
Loc. niv. terr. carr. Dia técnico 273,43 0,50 136,72
b2. Implantação
Alinhamento/Sulc. Plantio Homem-dia 76,53 2,00 153,05
Abertura de Cova Homem-dia 76,53 1,80 137,75
Adubação de Plantio Homem-dia 76,53 1,20 91,83
Plantio Homem-dia 76,53 12,00 918,30
Construção da Parreira Homem-dia 65,89 92,90 6.121,01
Instalação da T ela Homem-dia 76,53 62,00 4.744,86
Estaqueamento Homem-dia 76,53 10,00 765,25
Enxertia Homem-dia 304,21 14,00 4.258,88
T utoramento Homem-dia 76,53 4,00 306,10
Capina Manual (4,5,3x) Homem-dia 76,53 12,00 918,30 8,50 650,46 8,50 650,46
b3. T ratos Culturais
Pulverização Homem-dia 76,53 3,30 252,53
Podas Homem-dia 76,53 8,25 631,33 8,25 631,33
Aplicação Cianamida (2x) Homem-dia 76,53 10,00 765,25 14,50 1.109,62
Aplicação de Regulador Vegetal Homem-dia 76,53 8,00 612,20 10,00 765,25
Seleção de ramos Homem-dia 76,53 16,62 1.271,85 18,75 1.434,85
Desneta/Alceamento Homem-dia 76,53 21,00 1.607,03 21,00 1.607,03
Adubação cobert. mineral (1,12,10x) Homem-dia 76,53 0,52 39,79 6,24 477,52 5,20 397,93
Adubação orgânica Homem-dia 76,53 3,12 238,76 3,12 238,76 3,00 229,58
Combate à Formiga Homem-dia 76,53 2,80 214,27 1,15 88,00 0,60 45,92
Irrigação Homem-dia 76,53 2,10 160,70 9,40 719,34 9,40 719,34
b4. Colheita
Colheita/Carreg. (12,14x) Homem-dia 76,53 17,00 1.300,93 27,00 2.066,18
Subtotal B 14.774 13.146 9.696
VALOR A T RANSPORT AR 16.943 19.885 16.587
HM = Hora Máquina VU = Valor Unitário

35
Anexo B: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Niagara (Jales) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO VU
FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 12
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
C - INSUMOS (CIF)
c1. Fertilizantes (*)
Calcário Dolomítico R$/tonelada 152,30 3,00 456,90 1,00 152,30 1,00 152,30
Superfosfato Simples R$/tonelada 948,00 1,60 1.516,80 1,07 1.014,36 0,53 502,44
Cloreto de Potássio R$/tonelada 1.336,00 0,20 267,20 0,13 173,68
Nitrato de Amônia R$/tonelada 1.065,00 0,20 213,00
Fórmula 19-10-19 R$/tonelada 1.414,00 0,80 1.131,20 0,80 1.131,20
Esterco Bovino R$/tonelada 289,74 10,60 3.071,24 6,70 1.941,26
Esterco de Galinha R$/tonelada 220,00 2,70 594,00 4,00 880,00
Micronutrientes (FT E-BR-12) R$/tonelada 1.953,00 0,07 136,71 0,04 78,12 0,04 78,12
Adubo Foliar R$/litro 31,40 3,58 112,41 3,58 112,41
c2. Fitossanitários
Ethephon 729g/l R$/litro 225,75 3,00 677,25 3,00 677,25
Cianamida hidrogenada R$/litro 109,83 8,00 878,64 8,00 878,54
Regulador Vegetal 1 R$/grama 9,60 12,00 115,20 14,00 134,40
Regulador Vegetal 2 R$/grama 60,00 6,00 360,00 7,00 420,00
Fungicida 1 R$/kg 22,76 0,92 20,94 25,76 586,30 25,76 586,30
Fungicida 2 R$/litro 148,00 0,21 31,08 0,21 31,08
Controle Alternária R$/litro 313,95 0,92 288,83 0,92 288,83
Inseticida R$/litro 57,00 0,46 26,22 0,46 26,22
Formicida R$/frasco 88,10 3,00 264,30 1,00 88,10 1,00 88,10
c3. Mudas
Estacas porta-enxertos R$/unidade 2,00 2.000,00 4.000,00
Borbulhas R$/unidade 0,55 4.000,00 2.200,00
c4. Outros
Materiais para construção de parreiral 60.710,91 282,10 190,10
Irrigação R$/kwh 0,87 600,00 522,00 5.950,00 5.176,50 5.950,00 5.176,50
Aquisição Conj. Irrigação R$/unidade 19.433,00 1,00 19.433,00
Subtotal C 89.475 14.931 13.469
D - ADMINIST RAÇÃO
Assistência T écnica % subtotal (A+B+C) 1,0% 1,00 1.064,17 1,00 348,16 1,00 300,56
Contabilidade/MDO Adm % subtotal (A+B+C) 1,0% 1,00 1.064,17 1,00 348,16 1,00 300,56
Cons. Deprec. Benf. % subtotal (A+B+C) 1,5% 1,00 1.596,26 1,00 522,25 1,00 450,84
Viagens % subtotal (A+B+C) 3,0% 1,00 3.192,52 1,00 1.044,49 1,00 901,68
Impostos/T axas % Receita 1,2% 946,51 1.209,43
Subtotal D 6.917 3.210 3.163
Custo T otal (R$/há/ano) 113.334 38.026 33.219
Custo por ton produzida na vida útil R$ 1.950/tonelada FOB
Receita (R$/há/ano) 78.876 100.786
Resultado Acumulado (R$/há) -113.334 -72,484 603.184
Preço médio 2016/17 R$ 4.382/tonelada FOB
Região Referencial Jales - SP

Obs.: Os custos não incluem encargos financeiros sobre o custeio e nem sobre os investimentos.
(*) Insumos: Valores Médios. É necessário fazer análise de solo.
Atualizado em julho/2017 em Valores Nominais. Na ocasião, o dólar médio norte-americano estava cotado em R$ 3,201.
Fontes: IEG/FNP/FRACARO Consultoria e Assistência

36
Anexo C: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Irrigada (Petrolina - PE) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
Espaçamento: 3,5 x 2,5 m Produtividade Esperada: Ano 2 = 25t/ha
Densidade (pés/há): 1143 Ano 3 ao 12 = 30 t/ha
Solo Referencial: Latossolo
Módulo Ideal: 4 hectare * 2 safras por ano

FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO


FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO V.U.
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 15
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
A - OPERAÇÕES MECANIZADAS
a1. Preparo do Solo
Gradagem Pesada (2x) HM T P 4x4 100cv + Grade aradora 12x26 116,59 3,10 361,43
Gradagem Niveladora (2x) HM T P 4x4 100cv + Grade niveladora 28x20 113,96 1,40 159,55
Calagem HM T P 4x4 100cv + Distribuidor Calcário 2,3m 3 126,08 1,55 195,43 1,00 126,08
Construção de Niveladas HM T P 4x4 100cv + T erraceador de Arrasto 14 discos 142,28 0,70 99,60
Construção de Carreadores Motoniveladora 125cv 257,42 0,40 102,97
a2. Implantação
Sulc. da Linha de Plantio HM T P 4x4 65cv + Sulcador 1 linha 83,19 2,80 232,94
Distr. Fert. Sulcos HM T P 4x4 65cv + Carreta madeira (4000kg) 80,84 6,00 485,04
T utoramento HM T P 4x4 65cv + Carreta madeira (4000kg) 80,84 1,00 80,84
Construção da Parreira HM T P 4x4 65cv + Carreta madeira (4000kg) 80,84 25,00 2021,00
a3. T ratos Culturais
Pulverização (30, 60, 60x) HM T P 4x4 65cv + Pulverizador T urboatomizador 400l 95,45 30,00 2863,50 120,00 11.453,80 120,00 11.453,80
Roçagem (5x) HM T P 4x4 65cv + Roçadeira central 86,71 10,00 867,12 25,00 2.167,80 25,00 2.167,80
Adubação (2x) HM T P 4x4 65cv + Carreta madeira (4000kg) 80,84 10,00 808,40 10,00 808,40
Gradagem nas Entrelinhas HM T P 4x4 65cv + Grade Niveladora 20x20 85,58 2,00 171,15 4,00 342,30 4,00 342,30
Manutenção de Carreador HM T P 4x4 65cv + Plaina T raseira 2,3m 80,83 0,30 24,25 0,60 48,50 0,60 48,50
a4. Irrigação (*)
Irrigação R$/há/ano 1.256,20 2,00 2.512,39 2,00 2.512,39
a5. Colheita
Colheita (9, 18x) HM T P 4x4 65cv + Carreta madeira (4000kg) 80,84 56,16 4.539,96 74,88 6.053,28
Subtotal A 7.665 21.873 23.513
B - OPERAÇÕES MANUAIS
b1. Preparo do Solo
Calagem Homem-dia 57,45 0,25 14,36 0,13 7,47
Loc. niv. terr. carr. Dia técnico 398,05 0,20 79,61
b2. Implantação
Alinhamento Homem-dia 57,45 4,00 229,80
Estaqueamento Homem-dia 57,45 3,00 172,35
Sulc. da Linha de Plantio Homem-dia 57,45 0,24 13,79
Abertura de Cova Homem-dia 57,45 2,50 143,63
Distr. Fert. Cova Homem-dia 57,45 2,00 114,90
Mist. Fert, Fech. Cova Homem-dia 57,45 8,00 459,61
Plantio Homem-dia 57,45 12,00 689,41
Enxertia Homem-dia 57,45 12,00 689,41
T utoramento Homem-dia 57,45 10,00 574.51
Construção da Parreira Homem-dia 57,45 120,00 6.894,10
b3. T ratos Culturais
Amarrio ao T utor (7x) Homem-dia 57,45 7,00 402,16
Capina Manual (5x) Homem-dia 57,45 30,00 1.723,53 60,00 3.447,05 60,00 3.447,05
Adubação (2x) Homem-dia 57,45 25,20 1.447,76 39,20 2.252,07
Alc.Desnet Desbrota (3, 8, 8x) Homem-dia 57,45 72,00 4.136,50 60,00 3.447,05 80,00 4.596,07
Poda (2x) Homem-dia 57,45 61,60 3.538,97 87,20 5.009,72
Alc. Ramos Podados (2x) Homem-dia 57,45 56,00 3.217,25 64,00 3.676,86
Aplicação hormônio vegetal (2x) Homem-dia 57,45 56,00 3.217,25 64,00 3.676,86
Alc. Ramos Verdes (16x) Homem-dia 57,45 88,00 5.055,68 96,00 5.515,28
Pinicado (desbaste manual) (2x) Homem-dia 57,45 180,00 10.341,16 180,00 10.341,16
Raleio com T esoura (2x) Homem-dia 57,45 320,00 18.384,28 320,00 18.384,28
Desemb. dos Cachos (2x) Homem-dia 57,45 40,00 2.298,04 46,00 2.642,74
Aplic.Ácido Giberélico (2x) Homem-dia 57,45 24,40 1.401,80 28,80 1.654,59
Limpeza dos Cachos (2x) Homem-dia 57,45 78,00 4.481,17 86,40 4.963,76
Combate à Formiga (12x) Homem-dia 57,45 6,00 344,71 4,80 275,76 2,40 137,88
b4. Irrigação
Irrigação Homem-dia 57,45 3,13 179,53 6,26 359,64 6,26 359,64
b5. Colheita (***)
Colheita (9,18x) Homem-dia 57,45 29,88 1.716,63 39,96 2.295,74
T ransporte interno (9, 18x) Homem-dia 57,45 7,02 403,31 9,36 537,74
Subtotal B 16.862 63.033 69.499
VALOR A T RANSPORT AR 24.527 84.906 93.011
HM = Hora Máquina VU = Valor Unitário T p = T rator de pneus T e = T rator de esteiras

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Anexo D: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Irrigada (Petrolina - PE) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO
FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO V.U.
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 15
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
C - INSUMOS (CIF)
c1. Fertilizantes (**)
Calcário Dolomítico R$/tonelada 250,00 3,00 750,00 1,25 312,50
Superfosfato Simples R$/tonelada 1.200 0,33 396,00 2,78 3.336,00 5,56 6.672,00
Cloreto de Potássio R$/tonelada 1.300 0,60 780,00 1,50 1.950,00 3,00 3.900,00
Uréia R$/tonelada 1.290 0,14 180,60 0,00 0,00
T orta de Mamona R$/tonelada 500 4,17 2.085,00 8,34 4.170,00 8,34 4.170,00
Micronutrientes R$/tonelada 1.631 0,20 326,22 0,40 652,44 0,40 652,44
T ermofosfato R$/tonelada 1.639 1,24 2.032,41
Sulfato de Cobre R$/kg 3,01 25,00 75,35 112,00 337,58
Cal virgem R$/kg 0,79 25,00 19,73 112,00 88,38
c2. Fitossanitários
Hormônio Vegetal R$/litro 240,00 25,00 6.000,00 25,00 6.000,00
Ácido giberélico R$/grama 8,72 3,50 30,50 3,50 30,50
Inseticida R$/kg 112,00 0,05 5,60 0,05 5,60 0,05 5,60
Fungicida R$/kg 2,77 135,43 99,96 4.868,52 286,54 14.298,27
Formicida R$/kg 12,00 2,00 24,00 3,00 36,00 2,00 24,00
c3. Mudas
Muda enxertada R$/unidade 4,50 1.143 5.142,86
c4. Outros
Mourões T rat. (2,5m x 20cm diam.) R$/unidade 205,00 4,00 820,00
Mourões T rat. (2,5m x 15cm diam.) R$/unidade 10,00 168,00 1.680,00
Estacas (2,2m x 7cm diam.) R$/unidade 20,00 873,00 17.460,00
Arame nº 06 R$/kg 11,50 139,00 1.598,50
Arame nº 12 R$/kg 12,00 18,00 216,00
Arame nº 14 R$/kg 14,00 861,00 12.054,00
Arame nº 18 R$/kg 18,00 10,00 180,00
Grampeador R$/unidade 54,19 6,00 325,11
T esoura de Poda R$/unidade 27,00 4,00 108,00
T esoura de Desbaste R$/unidade 33,00 8,00 264,00
Fita para Alceador R$/pacote 8,58 90,00 772,20 130,00 1.115,40
Grampo para Alceador R$/caixa 4,10 36,00 147,60 84,00 344,40
Subtotal C 43.834 22.761 39.983
D - ADMINIST RAÇÃO
M. O. Administrativa R%/há 2.998,40 1,00 2.998,40 1,00 2.998,40 1,00 2.998,40
Assistência T écnica R%/há 1.124,40 1,00 1.124,40 1,00 1.124,40 1,00 1.124,40
Contabilidade/Escritório R%/há 749,60 1,00 749,60 1,00 749,60 1,00 749,60
Luz/T elefone R%/há 1.499,20 1,00 1.499,20 1,00 1.499,20 1,00 1.499,20
Viagens R%/há 392,62 1,00 392,62 1,00 392,62 1,00 392,62
Impostos/T axas % Receita 1,2% 0,00 1,00 1.425,00 1,00 3.420,00
Subtotal D 6.764 8.189 10.184
Custo T otal (R$/há/ano) 75.125 115.856 143.179
Custo por ton produzida na vida útil R$ 2.473/tonelada FOB
Receita (R$/há/ano) 118.750 285.000
Resultado Acumulado (R$/há) -75.125 -72.231 1.771.439
Preço médio 2016/17 R$ 4.750/tonelada FOB
Região Referencial Petrolina - PE (***)

Obs.: Os custos não incluem encargos financeiros sobre o custeio e nem sobre os investimentos.
(*) Irrigação: Nos anos 2, 3 ao 20, os custos incluem as despesas com depreciação, manutenção e energia elétrica.
(**) Insumos: Valores Médios. É necessário fazer análise de solo.
(***) Ocorrem duas safras durante o ano no Vale do São Francisco - 1ª safra entre fev e jul, representa 35% da produção e 2ª safra de ago a jan, representa 65% da produção
total.
Atualizado em julho/2017 em Valores Nominais. Na ocasião, o dólar médio norte-americano estava cotado em R$ 3,201.
Fontes: IEG/FNP

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