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BRASÍLIA, DF
2018
KENNIA PATRICIA CARRIJO DE CARVALHO
Orientador:
Prof. Dr. MÁRCIO DE CARVALHO PIRES
Co-Orientador:
Prof. Dr. ARMANDO FORNAZIER
FICHA CATALOGRÁFICA
Cessão de Direitos
Nome da Autora: Kennia Patricia Carrijo de Carvalho
Título: Análise da viabilidade econômica da produção de uva de mesa.
Ano: 2018
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias dessa monografia e
para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. À autora
reserva-se outros direitos de publicação, e nenhuma parte dessa monografia pode ser
reproduzida sem a autorização por escrito da autora.
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV
COMISSÃO EXAMINADORA:
________________________________________________________________
Prof. Dr. Márcio de Carvalho Pires
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília
Orientador
________________________________________________________________
Prof. Dr. Armando Fornazier
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília
Co-orientador
_________________________________________________________________
Eng. Agrônomo Hyan Phelipe Ramirez Canales
Doutorando do Programa de Pós-Gradução em Agronomia da Universidade de Brasília
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Domingos e Lourdes, e a minha filha, Giovanna Carrijo,
que souberam, no decorrer do curso, compreender eventuais ausências do convívio familiar.
Dedico ao meu amado, Carlos Tayar, sem o qual hoje não saberia mais caminhar.
AGRADECIMENTOS
“Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.”
(Deuteronômio 8:8)
“E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou? Vá, e torne-se à sua casa,
para que porventura não morra na peleja e algum outro a desfrute.” (Deuteronômio 20:6)
“Depois foram até ao vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas,
o qual trouxeram dois homens, sobre uma vara; como também das romãs e dos figos.”
(Números 13:23)
“Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado
tem uma vinha num outeiro fértil. E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes
vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que
desse uvas boas, porém deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de
Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que
eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?
Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que
sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; E a tornarei em deserto; não será
podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que
não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os
homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui
opressão; justiça, e eis aqui clamor. Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo,
até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da Terra!” (Isaías 5:1-
8)
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto,
a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra
que vos tenha falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto,
se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós
as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”
(João 15:1-5)
Carrijo de Carvalho, Kennia Patricia, Análise da viabilidade econômica da produção de uva,
2018. Monografia (Bacharelado em Agronomia). Universidade de Brasília – UnB.
RESUMO
A uva, Vitis spp., pertence à família Vitaceae, e considerada uma planta de clima temperado, é
cultivada do sul ao nordeste do Brasil. O gênero Vitis é o de maior importância econômica,
social e histórica dentre os gêneros de Vitaceae. Em 2017 a safra brasileira da uva produziu
1.680.020 toneladas, ocupando uma área de 78028 hectares. A produção está distribuída nas
regiões sul, sudeste e nordeste, onde podemos destacar a participação do estado do Rio Grande
do Sul, com o maior percentual. A China, maior produtora internacional de uva, participa com
46% de toda produção mundial da fruta. O Brasil aparece na quinta posição. Este trabalho teve
por objetivo realizar a análise de viabilidade da produção de uva de mesa, por meio dos
indicadores VPL, TIR e Payback descontado, bem como visualizar mercados internos e
externos, além da produtividade nacional e mundial. Os dados utilizados foram extraídos do
Agrianual – Anuário da Agricultura Brasileira, 2018.
ABSTRACT
The grape, Vitis spp., Belongs to the family Vitaceae, and is considered a temperate plant, is
cultivated from the south to the northeast of Brazil. The genus Vitis is the one of greater
economic, social and historical importance among the genera of Vitaceae. In 2017 the Brazilian
grape harvest produced 1,680,020 tons, occupying an area of 78028 hectares. The production
is distributed in the south, southeast and northeast regions, where we can highlight the
participation of the state of Rio Grande do Sul, with the highest percentage. China, the world's
largest grape producer, has 46 percent of the world's fruit production. Brazil appears in the fifth
position. The objective of this work was to analyze the viability of table grape production, using
the indicators VPL, TIR and Payback discounted, as well as to visualize internal and external
markets, as well as national and world productivity. The data used were extracted from
Agrianual - Brazilian Agriculture Yearbook, 2018.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................11
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................12
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................12
2.2 Objetivo específico ........................................................................................................12
3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................13
3.1 Origem e Histórico ..........................................................................................................13
3.2 Clima ...............................................................................................................................13
3.3 O Ciclo da Videira ..........................................................................................................14
3.4 Cultivares ........................................................................................................................14
3.5 Propagação da Videira ....................................................................................................15
3.6 Sistemas de Condução ....................................................................................................16
3.7 Reguladores.....................................................................................................................16
3.8 Produção Mundial ...........................................................................................................17
3.9 Produção e Distribuição no Brasil ..................................................................................20
3.10 Mercado ........................................................................................................................22
3.11 Aspectos Econômicos e Financeiros .............................................................................23
3.12 Custos de Produção .......................................................................................................25
4. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA ...........................................................28
5. CONCLUSÃO .....................................................................................................................31
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................32
ANEXOS .................................................................................................................................34
INTRODUÇÃO
O Rio Grande do Sul é o estado que mais produz uva no Brasil, seguido de Pernambuco.
O desenvolvimento de sementes de uvas para temperaturas mais altas, e a água para irrigação,
retirada do Rio São Francisco, permitiu naquela região a colheita de duas safras no mesmo ano
e frutos com alto índice de açúcar (ANUÁRIO BRASILEIRO DE UVA 2018).
11
2. OBJETIVOS
12
3. REVISÃO DE LITERATURA
Quando o Homem apareceu sobre a Terra, no período Quaternário, feito bicho mal
distinto da alimária então existente, já a videira, com bons milhões de anos de
antecedência, desde o começo do Terciário, prosperava pelos bosques grimpando pelas
altas árvores, enfeitando as florestas com seus graciosos arcos. (SOUSA, 1996)
Os fósseis mais antigos das atuais videiras cultivadas foram encontrados na Groelândia,
e daí partiram para duas direções distintas: américa-asiática e euroasiática (SOUSA, 1996).
No Brasil a viticultura iniciou-se pela capitania de São Vicente, atual estado de São
Paulo, trazida por Martim Afonso de Sousa, no ano de 1535. Brás Cubas é considerado o
primeiro viticultor brasileiro (SOUSA, 1996).
3.2 Clima
“Água, calor e luz seriam o tripé vital da parreira”. (SOUSA, 1996. P. 193)
13
cobertura. Em regiões onde há deficiência hídrica, necessita-se de irrigação suplementar
(POMMER, 2003).
A videira é exigente em radiação solar. Para a coloração das bagas e acúmulo de açúcar
é necessário de 1200 a 1400 horas de insolação no período vegetativo (POMMER, 2003).
Choro é como se chama a seiva que escorre ao se podar a videira. Constituída de solução
diluída de sais minerais e substâncias orgânicas, sua circulação se torna mais ativa ao se
aproximar o tempo de brotação (POMMER, 2003).
3.4 Cultivares
Grande é a diversidade genética dentro do gênero Vitis, ampliada ainda pelos programas
de melhoramento, produzindo cultivares porta-enxerto, para mesa e para vinho (POMMER,
2003).
14
Cultivares porta-enxerto, selecionadas por apresentarem sistemas radiculares resistentes
à pragas e às situações adversas do solo: inicialmente utilizadas as espécies americanas, além
da realização de trabalhos para obtenção de cultivares para essa finalidade. Destacamos: 106-8
Mgt-‘Ripária do Traviú’, 420-A, Kober 5BB, IAC 571-6 ‘Jundiaí’, IAC 572 ‘Jales’, IAC 766
‘Campinas’, IAC 313 ‘Tropical’, Golia, Schwarzmann, SO4, Harmony, Freedom, Dogridge
(POMMER, 2003).
Cultivares de uvas rústicas para mesa: espécies americanas, como Vitis labrusca e
híbridos. Consumidas ao natural ou utilizadas para fabricação de vinhos comuns e sucos.
Exemplos: Niagara Branca, Niagara Rosada, Isabel, Concord, Göethe, Niabell (POMMER,
2003).
Cultivares de uvas finas para mesa: espécies Vitis vinífera e híbridos. Destacamos: Itália,
Rubi, Benitaka, Brasil, Redglobe, IAC 871-41 Patrícia, Redimeire, IAC 842-4 Piratininga, IAC
1398-21 ‘Traviú’, Ribiel, Cardinal, Kyolo, Benifuji, Dona Maria, Christimas, Rose (POMMER,
2003).
Cultivares de uva para vinho e/ou suco: Carbenet Franc, Merlot, Carbenet Sauvignon,
Barbera, Trebbiano, Riesling Itálico, Semillon, “Moscatel”, Isabel, Herbemont, IAC 138-22
‘Máximo’, Bordô, Concord, Niagara (POMMER, 2003).
O plantio dos porta-enxertos é feito por meio de estacas, plantadas em local definitivo
ou em recipientes, normalmente são usados sacos plásticos.
15
A filoxera é uma doença provocada pelo Dacktulosphaira vitifoliae, que se alimenta do
suco que extrai das raízes da videira. Originário da América do Norte, chegou à Europa na
década de 60, destruindo mais de 600.000 ha de vinha.
Na espaldeira, mais simples e barato sistema de condução, os mourões, que podem ser
de eucalipto tratado, madeira de lei ou concreto armado, são colocados seguindo as linhas das
plantas. Os das cabeceiras devem ser mais fortes. Neles são colocados os arames para
sustentação da planta. Executa-se a poda curta, ou seja, aquela em que os ramos podados
permanecem com uma a três gemas (POMMER, 2003).
O sistema de condução latada, conhecido também por pérgola, formado por postes e
fios, possui dossel vegetativo horizontal. Trata-se de um sistema de custo de implantação e
manutenção elevados. Deve suportar o peso da uva, dos braços, ramos e folhas. Os postes de
madeira são os mais usados. Executa-se a poda longa, aquela em que os ramos permanecem
com quatro ou mais gemas (POMMER, 2003).
3.7 Reguladores
Reguladores de crescimento são utilizados para fins de melhorar a fixação dos frutos,
diminuir a compactação dos cachos, aumentar o tamanho de bagas e cachos, entre outros. O
mais utilizado é a giberelina (POMMER, 2003).
A produção mundial de uva de mesa, safra 2016/2017, foi de 22.002.265 (vinte e dois
milhões, duas mil e duzentos e sessenta e cinco) toneladas (AGRIANUAL, 2018).
Desse total, 10.200.000 (dez milhões e duzentos mil) toneladas foram produzidas pela
China, o que corresponde a 46% (quarenta e seis por cento) da produção mundial. A Índia ocupa
a 2ª posição, com 2.823.000 (dois milhões e oitocentos e vinte e três mil) toneladas
(AGRIANUAL, 2018)
PRODUÇÃO 2016/17**
10.200.000
2.823.000
2.350.000
1.694.930
1.006.975
970.000
914.700
822.660
605.000
335.000
280.000
17
A China é também a maior consumidora de uva, seguida pela Índia. O Brasil ocupa a 5ª
posição.
10.205.000
CONSUMO 2016/17**
2.648.000
2.250.230
2.181.000
1.279.100
1.252.574
964.800
314.800
301.000
302.460
290.200
Fonte: Agrianual, 2018 ** Estimativa Atualizado em agosto /2017
Figura 02 – Consumo Mundial de Uva
Esse cenário de produção e consumo mundial manteve-se estável nos últimos oito anos
(AGRIANUAL, 2018).
O Brasil não figura entre os dez países que mais importam e/ou exportam uva de mesa
(AGRIANUAL, 2018).
18
Importação
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
Exportação
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
Chile Estados Peru África China Hong Turquia México Índia Outros
Unidos do Sul Kong
19
3.9 Produção e Distribuição no Brasil
A produção brasileira do ano de 2017 foi de 1.515.287 (um milhão, quinhentos e quinze
mil e duzentos e oitenta e sete) toneladas de uva. A região sul é a maior produtora com
1.075.718 (um milhão, setenta e cinco mil e setecentos e dezoito) toneladas, com destaque para
o Rio Grande do Sul, com 956.998 (novecentos e cinquenta e seis mil e novecentos e noventa
e oito) toneladas (AGRIANUAL, 2018).
A segunda região maior produtora é a região nordeste, com 285.956 (duzentos e oitenta
e cinco mil e novecentos e cinquenta e seis) toneladas, com destaque para o estado de
Pernambuco, com 233.884 (duzentos e trinta e três mil e oitocentos e oitenta e quatro) toneladas
(AGRIANUAL, 2018).
A produção de uvas da região sul em 2016 foi atípica, apresentando uma redução maior
que 50% quando comparada ao ano anterior, 2015. Resultado de um conjunto de fatores
climáticos: inverno menos rigoroso, primavera antecipada, geada tardia, chuva excessiva no
período de brotação e granizo em algumas áreas (MELLO, 2017).
20
Uva - Produção Brasileira (toneladas)
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL C.OESTE
Nos últimos sete anos, o Brasil destinou, em média, 78.475 hectares para a colheita de
uva, com destaque para a região sul com 75% daquela área total. Em média a região sul destinou
59.350 hectares, destacando-se o estado do Rio Grande do Sul, que colheu 83% do total da área
(AGRIANUAL, 2018).
O segundo lugar é ocupado pelas regiões sudeste e nordeste, sendo que nos últimos
quatro anos o Nordeste ocupa a segunda posição. Os estados de São Paulo, na região sudeste, e
Pernambuco, na região nordeste, apresentam a maior área (AGRIANUAL, 2018).
21
Uva - Área Colhida (hectares)
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
3.10 Mercado
Exportou 2.273,13 toneladas de suco de uva, 84% desse total para o Japão (MDIC,
2018).
Exportou 3.321,46 toneladas de vinho: 52% com destino ao Paraguai, 19% para os
Estados Unidos, 3,9% para o Reino Unido, 3,4% para a China e 2,7% para o Japão (MDIC,
2018).
22
O aumento das importações de vinho e outros derivados da uva deve-se política de
isenção tributária nas relações comerciais com países do Mercosul e com o Chile (CONAB,
2018).
A TMA é a menor taxa que a proposta de investimento deve render para ser atrativa.
Segundo Filho (2007, p. 109) “[...]em investimentos de longo prazo, a TMA passa a ser
uma meta estratégica”.
Por este critério, devemos executar o projeto se VPL > 0. O que significa que o seu
valor hoje é maior do que o valor do investimento inicial (NORONHA, 1987).
n
FCt
VPL = - I + ∑
(1 + j)t
t=I
Onde,
I = Valor do investimento;
n = Total de períodos do projeto;
FC = Fluxo de caixa líquido;
t = Número de períodos;
j = Taxa mínima de atratividade (TMA).
23
Taxa Interna de Retorno (TIR)
Pode corresponder à medida de risco da decisão. À medida que a TIR se aproxima da
TMA, o risco de o projeto apresentar retorno menor que a aplicação financeira à TMA
aumenta (C. L. KREUZ et al).
n
(Bi – Ci)
TIR = j, tal que + ∑ =0
t
(1 + j)
i=0
Onde,
j = Taxa de desconto;
n = Total de períodos do projeto;
i = Número de períodos;
Bi = Fluxo de benefícios;
Ci = Fluxo de custos.
Pay-Back
Representa o tempo necessário, em anos, para que a empresa recupere o capital inicial
investido no projeto. Pode corresponder à medida de risco do projeto.
Projetos com payback menor representa nível de risco baixo. Projetos com payback que
se aproxima do final da sua vida econômica, apresentam alto grau de risco (C. L. KREUZ et al)
n k-1
Fi Fi
PBE = k, tal que + ∑ >= 0 e ∑ <0
(1 + j)t (1 + j)t
i=0 i=0
Onde,
24
3.12 Custos de Produção
O Agrianual não apresenta o investimento inicial, ano zero, incluindo todos os custos
de implantação do projeto no primeiro ano.
25
Tabela 03 - Custo de Formação / Produção Uva Niagara, Jales - SP. Ano: 2017.
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Produção Produção
Formação Crescente Estável
A - Operações Mecanizadas 2.168 6.740 6.891
a1. Preparo do solo 415,71
a2. Implantação 1.318,60
a3. Tratos Culturais 433,85 6.512,46 6.512,46
a4. Colheita 277,4 379,01
Na região de Petrolina – PE, o custo foi de R$ 75.125,00 (setenta e cinco mil e cento e
vinte e cinco reais). As despesas com insumos representaram 58,3% desse total, seguidas das
operações manuais, 22,5%, operações mecanizadas, 10,2% e despesas com administração,
9,0% (AGRIANUAL, 2018).
26
A partir do terceiro ano, o custo de produção passou a ser de R$ 143.179,00 (cento e
quarenta e três mil e cento e setenta e nove reais). As operações manuais continuaram
representando o maior percentual, 48,5%. Com duas safras ao ano a produtividade esperada é
de 30t/ha/ano (AGRIANUAL, 2018).
27
4. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA
A primeira etapa foi a construção dos fluxos de caixa, o que possibilitou o cálculo dos
indicadores.
TMA 20,00%
VPL R$ 135.302,86
TIR 49,86%
Payback simples 3,09
Payback descontado 4,52
O VPL indica que, ao optar por investir na produção de uva, a expectativa é que o
produtor supere os investimentos efetuados e o que teria auferido se esse capital tivesse aplicado
no mercado financeiro à taxa de 20,00% ao ano, restando-lhe ainda R$ 135.302,86 (cento e
trinta e cinco mil, trezentos e dois reais e oitenta e seis centavos).
A TIR foi de 49,86%, maior que a taxa mínima de atratividade, de 20% a.a.
28
O Payback sinaliza que a expectativa de recuperação do investimento acontecerá em 4,5
anos.
TMA 20,00%
VPL R$ 380.778,20
TIR 97,21%
Payback simples 2,51
Payback descontado 2,89
O VPL indica que, ao optar por investir na produção de uva, a expectativa é que o
produtor supere os investimentos efetuados e o que teria auferido se esse capital tivesse aplicado
no mercado financeiro à taxa de 20,00% ao ano, restando-lhe ainda R$ 380.778,20 (trezentos e
oitenta mil, setecentos e setenta e oito reais e vinte centavos).
A TIR foi de 97,21%, bem maior que a taxa mínima de atratividade, de 20% a.a.
29
As características climáticas da região e o manejo de irrigação permitem a obtenção de
duas colheitas no mesmo ano (POMMER, 2003).
30
CONCLUSÃO
A safra recorde em 2017 de 1.680.020 (um milhão, seiscentos e oitenta mil e vinte)
toneladas numa área de 78.028 (setenta e oito mil e vinte e oito) hectares (IBGE), 0,66%
inferior à área da safra do ano anterior, demonstra o nível de produtividade alcançada.
Por todo o exposto, considerando os resultados do estudo, na forma como foi proposta,
pode-se afirmar que a produção da uva é uma atividade rentável. Possui um custo elevado de
implantação, entretanto, apresenta resultados bastante significativos.
31
REFERÊNCIAS
AGRIANUAL: Anuário da agricultura brasileira. 23. ed. São Paulo: FNP Consultoria &
Agroinformatios, 2018, 440 p.
32
SMARSI, R. C. Avaliação da Produção de Uvas Finas para Mesa na Região Noroeste do Estado
de São Paulo: Questões Técnicas, Ambientais e Econômicas. São Paulo, 2012. 95 p. Dissertação
(mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2012.
33
ANEXOS
Anexo A: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo B: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo C: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Anexo D: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
34
Anexo A: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Niagara (Jales) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
Espaçamento: 2,5 x 2,0 m Produtividade Esperada: Ano 2 = 18t/há
Densidade (pés/há): 2000 Ano 3 ao 12 = 23t/há
Módulo: 1 hectare
35
Anexo B: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Niagara. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Niagara (Jales) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO VU
FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 12
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
C - INSUMOS (CIF)
c1. Fertilizantes (*)
Calcário Dolomítico R$/tonelada 152,30 3,00 456,90 1,00 152,30 1,00 152,30
Superfosfato Simples R$/tonelada 948,00 1,60 1.516,80 1,07 1.014,36 0,53 502,44
Cloreto de Potássio R$/tonelada 1.336,00 0,20 267,20 0,13 173,68
Nitrato de Amônia R$/tonelada 1.065,00 0,20 213,00
Fórmula 19-10-19 R$/tonelada 1.414,00 0,80 1.131,20 0,80 1.131,20
Esterco Bovino R$/tonelada 289,74 10,60 3.071,24 6,70 1.941,26
Esterco de Galinha R$/tonelada 220,00 2,70 594,00 4,00 880,00
Micronutrientes (FT E-BR-12) R$/tonelada 1.953,00 0,07 136,71 0,04 78,12 0,04 78,12
Adubo Foliar R$/litro 31,40 3,58 112,41 3,58 112,41
c2. Fitossanitários
Ethephon 729g/l R$/litro 225,75 3,00 677,25 3,00 677,25
Cianamida hidrogenada R$/litro 109,83 8,00 878,64 8,00 878,54
Regulador Vegetal 1 R$/grama 9,60 12,00 115,20 14,00 134,40
Regulador Vegetal 2 R$/grama 60,00 6,00 360,00 7,00 420,00
Fungicida 1 R$/kg 22,76 0,92 20,94 25,76 586,30 25,76 586,30
Fungicida 2 R$/litro 148,00 0,21 31,08 0,21 31,08
Controle Alternária R$/litro 313,95 0,92 288,83 0,92 288,83
Inseticida R$/litro 57,00 0,46 26,22 0,46 26,22
Formicida R$/frasco 88,10 3,00 264,30 1,00 88,10 1,00 88,10
c3. Mudas
Estacas porta-enxertos R$/unidade 2,00 2.000,00 4.000,00
Borbulhas R$/unidade 0,55 4.000,00 2.200,00
c4. Outros
Materiais para construção de parreiral 60.710,91 282,10 190,10
Irrigação R$/kwh 0,87 600,00 522,00 5.950,00 5.176,50 5.950,00 5.176,50
Aquisição Conj. Irrigação R$/unidade 19.433,00 1,00 19.433,00
Subtotal C 89.475 14.931 13.469
D - ADMINIST RAÇÃO
Assistência T écnica % subtotal (A+B+C) 1,0% 1,00 1.064,17 1,00 348,16 1,00 300,56
Contabilidade/MDO Adm % subtotal (A+B+C) 1,0% 1,00 1.064,17 1,00 348,16 1,00 300,56
Cons. Deprec. Benf. % subtotal (A+B+C) 1,5% 1,00 1.596,26 1,00 522,25 1,00 450,84
Viagens % subtotal (A+B+C) 3,0% 1,00 3.192,52 1,00 1.044,49 1,00 901,68
Impostos/T axas % Receita 1,2% 946,51 1.209,43
Subtotal D 6.917 3.210 3.163
Custo T otal (R$/há/ano) 113.334 38.026 33.219
Custo por ton produzida na vida útil R$ 1.950/tonelada FOB
Receita (R$/há/ano) 78.876 100.786
Resultado Acumulado (R$/há) -113.334 -72,484 603.184
Preço médio 2016/17 R$ 4.382/tonelada FOB
Região Referencial Jales - SP
Obs.: Os custos não incluem encargos financeiros sobre o custeio e nem sobre os investimentos.
(*) Insumos: Valores Médios. É necessário fazer análise de solo.
Atualizado em julho/2017 em Valores Nominais. Na ocasião, o dólar médio norte-americano estava cotado em R$ 3,201.
Fontes: IEG/FNP/FRACARO Consultoria e Assistência
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Anexo C: custo das operações mecanizadas e manuais – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Irrigada (Petrolina - PE) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
Espaçamento: 3,5 x 2,5 m Produtividade Esperada: Ano 2 = 25t/ha
Densidade (pés/há): 1143 Ano 3 ao 12 = 30 t/ha
Solo Referencial: Latossolo
Módulo Ideal: 4 hectare * 2 safras por ano
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Anexo D: custo dos gastos com insumos e administração – Uva Irrigada. Fonte: Agrianual 2018.
Uva Irrigada (Petrolina - PE) - Custo de Produção (R$/há)- 2017
FASE IMPROD. PRODUÇÃO PRODUÇÃO
FORMAÇÃO CRESCENT E EST ÁVEL
DESCRIÇÃO ESPECIFICAÇÃO V.U.
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ao 15
Qtde. T otal Qtde. T otal Qtde. T otal
C - INSUMOS (CIF)
c1. Fertilizantes (**)
Calcário Dolomítico R$/tonelada 250,00 3,00 750,00 1,25 312,50
Superfosfato Simples R$/tonelada 1.200 0,33 396,00 2,78 3.336,00 5,56 6.672,00
Cloreto de Potássio R$/tonelada 1.300 0,60 780,00 1,50 1.950,00 3,00 3.900,00
Uréia R$/tonelada 1.290 0,14 180,60 0,00 0,00
T orta de Mamona R$/tonelada 500 4,17 2.085,00 8,34 4.170,00 8,34 4.170,00
Micronutrientes R$/tonelada 1.631 0,20 326,22 0,40 652,44 0,40 652,44
T ermofosfato R$/tonelada 1.639 1,24 2.032,41
Sulfato de Cobre R$/kg 3,01 25,00 75,35 112,00 337,58
Cal virgem R$/kg 0,79 25,00 19,73 112,00 88,38
c2. Fitossanitários
Hormônio Vegetal R$/litro 240,00 25,00 6.000,00 25,00 6.000,00
Ácido giberélico R$/grama 8,72 3,50 30,50 3,50 30,50
Inseticida R$/kg 112,00 0,05 5,60 0,05 5,60 0,05 5,60
Fungicida R$/kg 2,77 135,43 99,96 4.868,52 286,54 14.298,27
Formicida R$/kg 12,00 2,00 24,00 3,00 36,00 2,00 24,00
c3. Mudas
Muda enxertada R$/unidade 4,50 1.143 5.142,86
c4. Outros
Mourões T rat. (2,5m x 20cm diam.) R$/unidade 205,00 4,00 820,00
Mourões T rat. (2,5m x 15cm diam.) R$/unidade 10,00 168,00 1.680,00
Estacas (2,2m x 7cm diam.) R$/unidade 20,00 873,00 17.460,00
Arame nº 06 R$/kg 11,50 139,00 1.598,50
Arame nº 12 R$/kg 12,00 18,00 216,00
Arame nº 14 R$/kg 14,00 861,00 12.054,00
Arame nº 18 R$/kg 18,00 10,00 180,00
Grampeador R$/unidade 54,19 6,00 325,11
T esoura de Poda R$/unidade 27,00 4,00 108,00
T esoura de Desbaste R$/unidade 33,00 8,00 264,00
Fita para Alceador R$/pacote 8,58 90,00 772,20 130,00 1.115,40
Grampo para Alceador R$/caixa 4,10 36,00 147,60 84,00 344,40
Subtotal C 43.834 22.761 39.983
D - ADMINIST RAÇÃO
M. O. Administrativa R%/há 2.998,40 1,00 2.998,40 1,00 2.998,40 1,00 2.998,40
Assistência T écnica R%/há 1.124,40 1,00 1.124,40 1,00 1.124,40 1,00 1.124,40
Contabilidade/Escritório R%/há 749,60 1,00 749,60 1,00 749,60 1,00 749,60
Luz/T elefone R%/há 1.499,20 1,00 1.499,20 1,00 1.499,20 1,00 1.499,20
Viagens R%/há 392,62 1,00 392,62 1,00 392,62 1,00 392,62
Impostos/T axas % Receita 1,2% 0,00 1,00 1.425,00 1,00 3.420,00
Subtotal D 6.764 8.189 10.184
Custo T otal (R$/há/ano) 75.125 115.856 143.179
Custo por ton produzida na vida útil R$ 2.473/tonelada FOB
Receita (R$/há/ano) 118.750 285.000
Resultado Acumulado (R$/há) -75.125 -72.231 1.771.439
Preço médio 2016/17 R$ 4.750/tonelada FOB
Região Referencial Petrolina - PE (***)
Obs.: Os custos não incluem encargos financeiros sobre o custeio e nem sobre os investimentos.
(*) Irrigação: Nos anos 2, 3 ao 20, os custos incluem as despesas com depreciação, manutenção e energia elétrica.
(**) Insumos: Valores Médios. É necessário fazer análise de solo.
(***) Ocorrem duas safras durante o ano no Vale do São Francisco - 1ª safra entre fev e jul, representa 35% da produção e 2ª safra de ago a jan, representa 65% da produção
total.
Atualizado em julho/2017 em Valores Nominais. Na ocasião, o dólar médio norte-americano estava cotado em R$ 3,201.
Fontes: IEG/FNP
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