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Relatos autobiográficos e antologias poéticas

escritas por pessoas trans e travestis

A ciência, a religião e as leis, durante a maior parte da história de nosso país, classificaram as existências
transexuais e transgêneras em categorias muito restritas, sempre com o intuito de sufocar para dominar.

Meu corpo, minha prisão:


Erro de pessoa: Joana ou João?, de
A queda para o alto, de Anderson Autobiografia de um transexual,
João W. Nery, edição de 1984
Herzer, edição de 1985 (Reprodução) de Loris Ádreon, edição de 1985
(Reprodução)
(Reprodução)

Não é de se estranhar que, inicialmente, os primeiros relatos partam dessas noções para enunciar a própria
trajetória de vida – mas, ainda assim, já com certo deslocamento, que inicia a demarcação de um novo
território filosófico de afirmação de si. Até a década de 90, essa será a tônica dos livros que conseguiram
chegar a ser publicados.
Princesa, de Fernanda Farias de Albuquerque e Maurizio
Janneli, edição publicada em 1996 (Reprodução)

Em Princesa – livro escrito em autoria compartilhada – Fernanda Farias de Albuquerque relata sua história através de
bilhetinhos passados para um preso político das brigadas vermelhas italianas, Maurizio Ianelli, responsável por verter
as histórias ao papel. Não há certeza sobre o quanto ele atribuiu à história a visão patologizante.

Nas obras mais recentes, o elemento performativo é assumido e abre espaço para a autobiografia se revelar em
sua face de autoficção e ritmo encantatório de poesia, como nas antologias que passaram a ser organizadas na
encruzilhada entre arte e política nos últimos anos.
Olhares de Claudia Wonder: crônicas
Liberdade ainda que profana, de e se eu fosse puta (2016), de Amara
e outras histórias, edição publicada
Ruddy, edição publicada em 1998 Moira (Reprodução)
em 2008

Antologia trans: 30 poetas trans,


Nós, Trans: Escrevivências de
travestis e não-binários (2017), Revidar, fanzine do Slam Marginália,
Resistência (2017), organizado por
organizado pelo Cursinho Popular lançado em 2020 (Reprodução)
Maria Léo Araruna (Reprodução)
Transformação (Reprodução)

As obras aqui apresentadas traduzem o que entendemos sobre poesia: um outro modo de verbalizar a própria vida.
São exemplos de expansão da possibilidade imaginativa em 1ª pessoa.

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