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GRI 207: Tributos 2019

DATA DE VIGÊNCIA: 01 DE JANEIRO DE 2021

NORMA TEMÁTICA 207


GRI 207: Tributos 2019
Norma Temática
Data de vigência
Esta Norma entrará em vigor para relatórios ou outros materiais publicados a partir de

Responsabilidade
Esta Norma é uma publicação do Global Sustainability Standards Board (GSSB). Comentários sobre as Normas GRI
poderão ser enviados para gssbsecretariat@globalreporting.org para apreciação pelo GSSB.

Devido Processo
Este documento é de interesse público e foi desenvolvido em conformidade com os requisitos do Protocolo de
Devido Processo do GSSB. Foi desenvolvido fazendo uso da competência multi-stakeholder e considerando
instrumentos intergovernamentais reconhecidos internacionalmente, bem como as amplas expectativas das
organizações no que se refere a responsabilidades sociais, ambientais e econômicas.

Responsabilidade legal
O presente documento tem por objetivo promover o relato de sustentabilidade e foi desenvolvido pelo Global
Sustainability Standards Board (GSSB) por meio de um processo consultivo singular que envolveu diversos
stakeholders, entre os quais representantes de organizações e usuários de informações de relatórios de todo o
mundo. Embora o Conselho Diretor da GRI e o GSSB incentivem o uso das Normas GRI para Relato de
Sustentabilidade (Normas GRI) e suas Interpretações por todas as organizações, a elaboração e publicação de
relatórios total ou parcialmente baseados nas Normas GRI e suas Interpretações são de total responsabilidade de
quem os produz. Nem o Conselho Diretor da GRI, nem o GSSB, nem a Fundação Global Reporting Initiative (GRI)
podem assumir a responsabilidade por quaisquer consequências ou danos que resultem, direta ou indiretamente,
do uso das Normas GRI e suas Interpretações na elaboração de relatórios ou do uso de relatórios baseados nas
Normas GRI e suas Interpretações.

Aviso de direitos autorais e marca registrada


Os direitos autorais deste documento pertencem à Fundação Global Reporting Initiative (GRI). Sua reprodução e
distribuição para fins informativos e/ou utilização na elaboração de um relatório de sustentabilidade são permitidas
sem prévia autorização por parte da GRI. Entretanto, nem este documento, nem qualquer parte dele poderão ser
reproduzidos, arquivados, traduzidos ou transferidos, em qualquer forma ou mídia (eletrônica, mecânica,
fotocopiada, gravada, etc.), para qualquer outro fim sem autorização prévia da GRI.

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(Normas GRI) e seu logotipo são marcas registradas da Fundação Global Reporting Initiative.

© 2022 GRI. All rights reserved.


3 GRI 207: Tributos 2019

Sumário

Introdução 4
1. Conteúdos para gestão de temas 8
Conteúdo 207-1 Abordagem tributária 9
Conteúdo 207-2 Governança, controle e gestão de risco fiscal 11
Conteúdo 207-3 Engajamento de stakeholders e gestão de suas preocupações
13
quanto a tributos
2. Conteúdos temáticos 14
Conteúdo 207-4 Relato país-a-país 14
Glossário 19
Bibliografia 23
4 GRI 207: Tributos 2019

Introdução
A Norma GRI 207: Tributos 2019 possui conteúdos para que as organizações relatem informações sobre seus
impactos relacionados a tributos, e sobre como elas gerenciam esses impactos. Os conteúdos permitem que a
organização forneça informações sobre como gerencia os tributos e informações sobre suas receitas, seus tributos
e suas atividades de negócios país-a-país.

A Norma está estruturada da seguinte forma:


• A Seção 1 possui três conteúdos que fornecem informações sobre como a organização gerencia seus impactos
relacionados a tributos.
• A Seção 2 possui um conteúdo que fornece informações sobre os impactos da organização relacionados a
tributos.
• O Glossário contém termos definidos com um significado específico quando usados nas Normas GRI. Os
termos estão sublinhados no texto das Normas GRI, com links para suas definições.
• A Bibliografia contém instrumentos intergovernamentais reconhecidos internacionalmente e referências
adicionais que foram usados no desenvolvimento desta Norma.

O restante da Introdução apresenta informações gerais sobre o tema, uma visão geral do sistema das Normas GRI
e outras informações sobre como usar esta Norma.

Informações gerais sobre o tema


Esta Norma aborda o tema tributos.

Os tributos são importantes fontes de receita governamental e são cruciais para a política fiscal e a estabilidade
macroeconômica dos países.

Eles são reconhecidos pelas Nações Unidas por desempenhar um papel vital no alcance dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.1 Eles são também um mecanismo essencial pelo qual as organizações contribuem
para as economias dos países onde operam.

Os tributos pagos por uma organização mostram que a lucratividade depende de muitos fatores externos à
organização, inclusive o acesso a trabalhadores, mercados, infraestrutura e serviços públicos, recursos naturais e
uma administração pública.

As organizações têm a obrigação de cumprir com a legislação tributária e a responsabilidade para com seus
stakeholders de atender expectativas de boas práticas tributárias. Se as organizações buscam minimizar suas
obrigações fiscais em uma jurisdição, elas podem privar o governo de receitas. Isso pode levar a uma redução de
investimentos em infraestrutura e serviços públicos, a um aumento nas dívidas governamentais ou à transferência
da obrigação fiscal para outros contribuintes.

Percepções de elisão fiscal por parte de uma organização poderiam também abalar o cumprimento das obrigações
tributárias de uma forma mais ampla, levando outras organizações a adotar um planejamento tributário agressivo
com base na visão que elas poderiam estar em desvantagem competitiva caso não o fizessem. Isso pode levar ao
aumento nos custos associados a regras tributárias e sua aplicação.

O relato público sobre tributos aumenta a transparência e promove confiança e credibilidade nas práticas tributárias
das organizações e nos sistemas tributários. Ele permite aos stakeholders formar opiniões embasadas sobre as
posições tributárias de uma organização. A transparência fiscal também dá subsídios ao debate público e apoia o
desenvolvimento de uma política fiscal socialmente desejável.

Relato país-a-país
O relato país-a-país envolve o relato de informações financeiras, econômicas e fiscais para cada jurisdição onde
uma organização opera. Isso indica a escala de atividade da organização e a contribuição que ela faz por meio dos
tributos nessas jurisdições.

Em combinação com os conteúdos para gestão de temas, o relato país-a-país dá uma visão acerca das práticas
tributárias da organização em diferentes jurisdições. Ele também pode sinalizar aos stakeholders os possíveis
riscos reputacionais e financeiros nas práticas tributárias da organização.

1 Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, 2015.
(Considere especialmente a Meta 17.1: "Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio do apoio internacional aos países em
desenvolvimento, para melhorar a capacidade nacional para arrecadação de impostos e outras receitas"; do Objetivo 17: "Fortalecer os meios de
implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável".)
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Sistema das Normas GRI


Esta Norma é parte das Normas GRI para Relato de Sustentabilidade (Normas GRI). As Normas GRI permitem que
uma organização relate informações sobre os seus impactos mais significativos na economia, no meio ambiente e
nas pessoas, inclusive impactos nos direitos humanos, e sobre como a organização gerencia esses impactos.

As Normas GRI são estruturadas como um sistema de normas inter-relacionadas, organizadas em três séries:
Normas Universais da GRI, Normas Setoriais da GRI e Normas Temáticas da GRI (consulte a Figura 1 desta
Norma).

Normas Universais: GRI 1, GRI 2 e GRI 3


A Norma GRI 1: Fundamentos 2021 especifica os requisitos que a organização deve cumprir para relatar em
conformidade com as Normas GRI. A organização inicia o uso das Normas GRI consultando a Norma GRI 1.

A Norma GRI 2: Conteúdos Gerais 2021 possui conteúdos que a organização usa para fornecer informações sobre
suas práticas de relato e outros detalhes da organização, tais como suas atividades, sua governança e suas
políticas.

A Norma GRI 3: Temas Materiais 2021 fornece orientações sobre como definir temas materiais. Ela também possui
conteúdos que a organização usa para relatar informações sobre seu processo de definição de temas materiais,
sua lista de temas materiais e como ela gerencia cada tema.

Normas Setoriais
As Normas Setoriais fornecem informações para as organizações sobre seus prováveis temas materiais. A
organização usa as Normas Setoriais que se aplicam a seus setores ao definir seus temas materiais e ao definir o
que relatar para cada tema material.

Normas Temáticas
As Normas Temáticas possuem conteúdos que a organização usa para relatar informações sobre seus impactos
em relação a temas em particular. A organização usa as Normas Temáticas de acordo com a lista de temas
materiais que definiu usando a Norma GRI 3.
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Figura 1. Normas GRI: Normas Universais, Setoriais e Temáticas

Uso desta Norma


Qualquer organização poderá usar esta Norma - independentemente de porte, tipo, setor, localização geográfica ou
experiência com relato - para relatar informações sobre seus impactos relacionados a tributos.

É necessário que a organização que estiver relatando em conformidade com as Normas GRI relate os conteúdos
abaixo se ela tiver definido que tributos são um tema material:
• Conteúdo 3-3 da Norma GRI 3: Temas Materiais 2021 (consulte o item 1.1 desta Norma);
• Quaisquer conteúdos desta Norma Temática que sejam relevantes para os impactos da organização
relacionados a tributos (do Conteúdo 207-1 ao Conteúdo 207-4).

Consulte os Requisitos 4 e 5 da Norma GRI 1: Fundamentos 2021.

Motivos para omissão são permitidos para esses conteúdos.

Se a organização não puder cumprir com um conteúdo ou um requisito em um conteúdo (ex.: porque a informação
necessária é confidencial ou sujeita a proibições legais), então é necessário que a organização especifique o
conteúdo ou o requisito que não pode cumprir e apresente um motivo para omissão com uma explicação no
sumário de conteúdo da GRI. Consulte o Requisito 6 da Norma GRI 1: Fundamentos 2021 para mais informações
sobre motivos para omissão.

Se a organização não puder relatar as informações necessárias sobre um item especificado em um conteúdo
porque o item (ex.: comitê, política, prática ou processo) não existe, ela poderá cumprir o requisito relatando que este
é o caso. A organização poderá explicar os motivos de não possuir esse item ou descrever possíveis planos para
criá-lo. O conteúdo não exige que a organização implemente o item (ex.: criar uma política), mas é necessário relatar
que o item não existe.

Se a organização pretende publicar um relatório de sustentabilidade avulso, ela não precisa repetir as informações
que já relatou publicamente em outro lugar, como páginas da Internet ou em seu relatório anual. Nesse caso, a
organização poderá relatar um conteúdo necessário fornecendo uma referência no sumário de conteúdo da GRI de
onde esta informação poderá ser encontrada (ex.: inserindo um link para a página da Internet ou citando a página no
relatório anual onde a informação tenha sido publicada).
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Requisitos, orientações e termos definidos


O seguinte se aplica ao longo desta Norma:

Requisitos são apresentados em negrito e indicados pela palavra "deverá". A organização deve cumprir requisitos
para relatar em conformidade com as Normas GRI.

Os requisitos podem estar acompanhados por orientações.

Orientações incluem informações gerais, explicações e exemplos para ajudar as organizações a entender melhor
os requisitos. Não é exigido que a organização cumpra as orientações.

As Normas poderão também incluir recomendações. Esses são casos em que uma ação específica é incentivada,
mas não exigida.

As expressões “recomenda-se que” ou “é recomendada(o) a” indicam uma recomendação e as palavras "pode(m)"


ou “poderá(ão)” indicam uma possibilidade ou opção.

Os termos definidos estão sublinhados no texto das Normas GRI, com links para suas definições no Glossário. É
necessário que a organização aplique as definições do Glossário.
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1. Conteúdos para gestão de temas


É necessário que a organização que estiver relatando em conformidade com as Normas GRI relate como gerencia
seus temas materiais.

É necessário que a organização que tenha definido que tributos são um tema material relate como gerencia o tema
usando o Conteúdo 3-3 da Norma GRI 3: Tópicos Materiais 2021 (consulte o item 1.1 desta seção). É necessário
que a organização relate também quaisquer conteúdos desta seção (do Conteúdo 207-1 ao Conteúdo 207-3) que
sejam relevantes aos seus impactos relacionados a tributos.

Esta seção visa, portanto, complementar – e não substituir – o Conteúdo 3-3 da Norma GRI 3.

REQUISITOS 1.1 A organização relatora deverá relatar como gerencia tributos usando

o Conteúdo 3-3 da Norma GRI 3: Temas Materiais 2021.

2 Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, pp. 60-63, 2011.
9 GRI 207: Tributos 2019

Conteúdo 207-1 Abordagem tributária

REQUISITOS
A organização relatora deverá relatar as seguintes informações:

a. Uma descrição da abordagem tributária, incluindo:

i. se a organização possui uma estratégia fiscal e, caso possua, um link para essa
estratégia quando estiver disponível ao público;
ii. o órgão de governança ou o cargo de nível executivo dentro da organização que
formalmente analisa e aprova a estratégia fiscal, além da frequência dessa
análise;
iii. a abordagem para conformidade regulatória;
iv. como a abordagem tributária está vinculada às estratégias de negócios e de
desenvolvimento sustentável da organização.

ORIENTAÇÕES
Informações gerais
A abordagem tributária de uma organização define como a organização equilibra cumprimento
das obrigações tributárias com atividades de negócios e expectativas éticas, sociais e
relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Ela pode incluir os princípios fiscais da
organização, sua orientação quanto ao planejamento tributário, o grau de risco que a
organização está disposta a aceitar e a abordagem da organização para relacionamento com
as autoridades fiscais.

A abordagem tributária de uma organização é geralmente descrita em uma estratégia fiscal,


mas pode também estar descrita em documentos equivalentes, como políticas, normas,
princípios ou códigos de conduta.

Orientações para o Conteúdo 207-1-a


A organização relatora poderá ilustrar sua abordagem tributária fornecendo exemplos extraídos
de suas práticas tributárias. Por exemplo, a organização poderá fornecer uma visão geral do
seu uso de paraísos fiscais, os tipos de incentivos fiscais que usa ou sua abordagem para
preço de transferência. Esses exemplos ajudam a demonstrar o apetite de risco da
organização e as práticas tributárias consideradas aceitáveis e inaceitáveis pela organização e
seu mais alto órgão de governança.

Orientações para o Conteúdo 207-1-a-i


Se a organização possuir uma estratégia fiscal, mas a estratégia não estiver disponível ao
público, a organização poderá fornecer um resumo ou sumário da estratégia.

Se a organização possuir uma estratégia fiscal que se aplica a um número menor de


entidades ou jurisdições fiscais do que o relatado no Conteúdo 207-4, a organização poderá
relatar essa estratégia e listar as entidades ou jurisdições fiscais às quais a estratégia se
aplica.

Além da estratégia geral, se a organização possuir estratégias fiscais que se apliquem a


entidades ou jurisdições fiscais individuais, a organização poderá explicar quaisquer
diferenças relevantes entre essas estratégias.

Orientações para o Conteúdo 207-1-a-iii


Ao descrever sua abordagem para conformidade regulatória, a organização poderá descrever
quaisquer declarações constantes em sua estratégia fiscal ou documentos equivalentes sobre
sua intenção quanto às leis tributárias nas jurisdições onde opera. Por exemplo, a organização
poderá descrever se busca cumprir com a letra e o espírito da lei, ou seja, se a organização
toma medidas razoáveis para captar e seguir a intenção da legislação.2

Orientações para o Conteúdo 207-1-a-iv


Ao descrever como sua abordagem tributária está vinculada à sua estratégia de negócios, a
organização poderá explicar como seu planejamento tributário está alinhado às suas
atividades comerciais. A descrição poderá incluir quaisquer declarações constantes em sua
estratégia fiscal ou documentos equivalentes.

Ao descrever como sua abordagem tributária está vinculada à sua estratégia de


desenvolvimento sustentável, a organização poderá explicar o seguinte:
10 GRI 207: Tributos 2019

• Se ela considerou os impactos socioeconômicos de sua abordagem tributária ao formular


sua estratégia fiscal;
• Quaisquer compromissos organizacionais para com o desenvolvimento sustentável nas
jurisdições onde opera e se sua abordagem tributária está alinhada com esses
compromissos.
11 GRI 207: Tributos 2019

Conteúdo 207-2 Governança, controle e gestão de


risco fiscal

REQUISITOS
A organização relatora deverá relatar as seguintes informações:

a. Uma descrição da estrutura de governança e controle fiscal, incluindo:

i. o órgão de governança ou o cargo de nível executivo dentro da organização


responsável pela conformidade com a estratégia fiscal;
ii. como a abordagem tributária está integrada na organização;
iii. a abordagem para riscos fiscais, inclusive como os riscos são identificados,
geridos e monitorados;
iv. como a conformidade com a estrutura de governança e controle fiscal é avaliada.

b. Uma descrição dos mecanismos para apresentação de preocupações relativas à


conduta empresarial da organização e à integridade da organização em relação a
tributos.

c. Uma descrição do processo de verificação de relatos de conteúdos fiscais incluindo,


se aplicável, um link ou uma referência ao(s) relatório(s), declaração(ões) ou
parecer(es) da verificação.

ORIENTAÇÕES
Informações gerais
Possuir sistemas sólidos de governança, controle e gestão de risco fiscal em vigor pode ser
um indicador que a abordagem tributária e a estratégia fiscal relatadas estão bem integradas
em uma organização e que a organização está monitorando com eficácia suas obrigações de
conformidade. O relato dessas informações garante aos stakeholders que as práticas da
organização refletem as declarações que fez sobre sua abordagem tributária em sua
estratégia fiscal ou em documentos equivalentes.

Orientações para o Conteúdo 207-2-a


Ao descrever sua estrutura de governança e controle fiscal, a organização relatora poderá
fornecer exemplos de uma implementação efetiva de seus sistemas de governança, controle e
gestão de risco fiscal.

Orientações para o Conteúdo 207-2-a-i


Se o mais alto órgão de governança em uma organização for responsável pela conformidade
com a estratégia fiscal, a organização poderá especificar até que ponto o mais alto órgão de
governança tem a supervisão da conformidade. A organização poderá também especificar
qualquer responsabilidade pela conformidade delegada a cargos de nível executivo dentro da
organização.

Orientações para o Conteúdo 207-2-a-ii


Ao relatar como a abordagem tributária está integrada na organização, a organização poderá
descrever processos, projetos, programas e iniciativas que respaldem a adesão à abordagem
tributária e à estratégia fiscal.

Alguns possíveis exemplos dessas iniciativas:


• treinamento e orientações a empregados-chave sobre o vínculo entre estratégia fiscal,
estratégia de negócios e desenvolvimento sustentável;
• sistemas de remuneração ou incentivo para a(s) pessoa(s) responsável(is) pela
implementação da estratégia fiscal;
• plano de sucessão organizacional para cargos responsáveis por tributos;
• participação em iniciativas de transparência fiscal ou associações de representação que
busquem o desenvolvimento de melhores práticas para relatos de conteúdos fiscais ou a
educação de stakeholders em assuntos tributários.

Orientações para o Conteúdo 207-2-a-iii


Riscos fiscais são riscos associados às práticas tributárias da organização que possam
produzir um efeito negativo nos objetivos da organização ou causar danos financeiros ou
reputacionais. Incluem riscos de conformidade ou riscos relacionados a posições tributárias
incertas, mudanças na legislação ou uma percepção de práticas tributárias agressivas.
12 GRI 207: Tributos 2019

Ao relatar a abordagem para riscos fiscais, a organização poderá descrever seu apetite de
risco e sua tolerância ao risco, além de fornecer exemplos de práticas tributárias que evita por
estarem desalinhadas com sua abordagem tributária e sua estratégia fiscal. Apetite de risco e
tolerância ao risco indicam o grau de risco que a organização está disposta a aceitar ao
determinar suas posições tributárias.

Ao relatar como os riscos fiscais são identificados, geridos e monitorados, a organização


poderá:
• descrever o papel do mais alto órgão de governança no processo de gestão de riscos
fiscais;
• descrever como o processo de gestão de riscos fiscais é comunicado e integrado em toda
a organização;
• fazer referência a estruturas de controle interno ou princípios de gestão de risco geralmente
aceitos que são aplicados aos tributos.

Orientações para o Conteúdo 207-2-a-iv


Ao relatar como a conformidade com a estrutura de governança e controle fiscal é avaliada, a
organização poderá descrever o processo por meio do qual a estrutura de governança e
controle fiscal é monitorada, testada e mantida. Um exemplo disso é dar a um auditor interno a
responsabilidade de realizar análises anuais da conformidade do departamento fiscal com a
estrutura de governança e controle fiscal.

A organização poderá também especificar até que ponto o mais alto órgão de governança tem
a supervisão da concepção, implementação e eficácia da estrutura de governança e controle
fiscal.

Orientações para o Conteúdo 207-2-b


Um exemplo de mecanismo para que indivíduos apresentem preocupações relativas à
conduta empresarial da organização ou a atividades que comprometam a integridade da
organização em relação a tributos, é o mecanismo de denúncia.

O Conteúdo 207-2-b relaciona-se com o Conteúdo 2-26 da Norma GRI 2: Conteúdos Gerais
2021. Se as informações relatadas pela organização no Conteúdo 2-26 abrangerem
mecanismos usados para a apresentação de preocupações relativas à conduta empresarial
da organização em relação a tributos, a organização poderá fazer referência a essas
informações.

Orientações para o Conteúdo 207-2-c


O Conteúdo 207-2-c relaciona-se com o Conteúdo 2-5 da Norma GRI 2: Conteúdos Gerais
2021. Se o processo de verificação de relatos de conteúdos fiscais tiver sido concluído como
parte de outro processo de verificação, a organização poderá fazer referência a essas
informações relatadas no Conteúdo 2-5 ou em outro local.
13 GRI 207: Tributos 2019

Conteúdo 207-3 Engajamento de stakeholders e


gestão de suas preocupações quanto a tributos

REQUISITOS
A organização relatora deverá relatar as seguintes informações:

a. Uma descrição da abordagem para engajamento de stakeholders e gestão de suas


preocupações quanto a tributos, incluindo:

i. a abordagem para relacionamento com autoridades fiscais;


ii. a abordagem para ações de advocacy (incidência política) em políticas públicas
referentes a tributos;
iii. os processos para coletar e avaliar as opiniões e preocupações dos
stakeholders, inclusive stakeholders externos.

ORIENTAÇÕES
Informações gerais
As práticas tributárias adotadas pelas organizações são do interesse de vários stakeholders. A
abordagem que uma organização adota para se engajar com stakeholders pode influenciar
sua reputação e confiabilidade. Isto inclui como a organização se relaciona com autoridades
fiscais no desenvolvimento de sistemas, legislação e administração de tributos.

O engajamento de stakeholders possibilita que a organização compreenda as expectativas


que surjam quanto a tributos. Ele pode proporcionar à organização uma visão de possíveis
mudanças regulatórias no futuro e ajudar a organização a melhor gerenciar seus riscos e
impactos.

Orientações para o Conteúdo 207-3-a-i


A abordagem para o relacionamento com autoridades fiscais poderá incluir a participação em
acordos cooperativos de conformidade, a busca por auditoria eficaz em tempo real, a busca por
autorização de todas as transações importantes, o pleno conhecimento dos riscos fiscais e a
busca por acordos prévios de preço de transferência.

Orientações para o Conteúdo 207-3-a-ii


Ao relatar a abordagem para ações de advocacy em políticas públicas referentes a tributos, a
organização relatora poderá descrever:
• suas atividades de lobby referentes a tributos;
• o posicionamento em questões importantes quanto a tributos que ela adota em suas
ações de advocacy em políticas públicas, bem como quaisquer diferenças entre suas
posturas de advocacy e suas declarações sobre políticas e objetivos ou outras posturas
públicas;
• se é membro ou contribui para quaisquer associações ou comitês de representação que
participam de ações de advocacy em políticas públicas referentes a tributos, incluindo:
- a natureza dessa contribuição;
- quaisquer diferenças entre as declarações da organização sobre políticas e objetivos ou
outras posturas públicas sobre questões importantes referentes a tributos, e as
posturas das associações ou dos comitês de representação.

O Conteúdo 207-3-a-ii relaciona-se aos requisitos de relato da Norma GRI 415: Políticas
Públicas 2016. Se a organização tiver definido que políticas públicas são um tema material e
tiver relatado informações na Norma GRI 415 que cubram suas ações de advocacy em
políticas públicas referentes a tributos, a organização poderá fornecer uma referência para
essas informações

Orientações para o Conteúdo 207-3-a-iii


Ao relatar os processos para coletar e avaliar as opiniões e preocupações dos stakeholders, a
organização poderá descrever como os processos possibilitam que os stakeholders
participem deste engajamento. A organização poderá também fornecer exemplos de como o
feedback dos stakeholders influenciou a abordagem tributária, a estratégia fiscal ou as práticas
tributárias adotadas pela organização.
14 GRI 207: Tributos 2019

2. Conteúdos temáticos
Conteúdo 207-4 Relato país-a-país

REQUISITOS
A organização relatora deverá relatar as seguintes informações:

a. Todas as jurisdições fiscais em que as entidades incluídas nas demonstrações


financeiras consolidadas auditadas da organização, ou nas informações financeiras
registradas em registro público, são consideradas residentes para fins tributários.

b. Para cada jurisdição fiscal relatada no Conteúdo 207-4-a:

i. Nomes das entidades residentes;


ii. Atividades primárias da organização;
iii. Número de empregados e a base de cálculo para esse número;
iv. Receitas provenientes de vendas por terceiros;
v. Receitas provenientes de transações intra-grupo com outras jurisdições fiscais;
vi. Lucros/perdas antes do pagamento de impostos;
vii. Bens tangíveis que não sejam caixa e equivalentes de caixa;
viii. Imposto de renda pessoa jurídica pago em regime de caixa;
ix. Imposto de renda pessoa jurídica incidente sobre lucros/perdas;
x. Motivos para a diferença entre imposto de renda pessoa jurídica incidente sobre
lucros/perdas e o imposto devido se a alíquota fixada em lei for aplicada para
lucros/perdas antes do pagamento de impostos.

c. O período de tempo coberto pelas informações relatadas no Conteúdo 207-4.

Requisitos para compilação

2.1 Ao compilar as informações especificadas no Conteúdo 207-4, a organização


relatora deverá relatar as informações para o período coberto pelas demonstrações
financeiras consolidadas auditadas ou as informações financeiras registradas em
registro público mais recentes. Caso as informações não estejam disponíveis para
esse período, a organização poderá relatar informações referentes ao período
coberto pelas demonstrações financeiras consolidadas auditadas ou pelas
informações financeiras registradas em registro público imediatamente precedentes
às atuais.

2.2 Ao compilar as informações especificadas no Conteúdo 207-4-b, a organização


relatora deverá:

2.2.1 conciliar os dados relatados para os Conteúdos 207-4-b-iv, vi, vii e viii com os
dados declarados em suas demonstrações financeiras consolidadas
auditadas ou em suas informações financeiras registradas em registro
público para o período relatado no Conteúdo 207-4-c. Quando os dados
relatados não conciliarem com as demonstrações financeiras consolidadas
auditadas ou com as informações financeiras registradas em registro público,
a organização deverá fornecer uma explicação para essa diferença;
2.2.2 para o Conteúdo 207-4-b-ix, incluir o imposto de renda pessoa jurídica
incidente para o período relatado no Conteúdo 207-4-c e excluir o imposto de
renda pessoa jurídica diferido e as provisões para posições tributárias
incertas (uncertain tax positions);
2.2.3 nos casos em que uma entidade seja considerada não residente em qualquer
jurisdição fiscal, fornecer as informações em separado para essa entidade
sem jurisdição.

RECOMENDAÇÕES
2.3 Recomenda-se que a organização relatora relate as seguintes informações adicionais
para cada jurisdição fiscal relatada no Conteúdo 207-4-a:

2.3.1 Total de remuneração dos empregados;


2.3.2 Impostos retidos na fonte e pagos em nome dos empregados;
2.3.3 Tributos arrecadados de clientes em nome de uma autoridade fiscal;
15 GRI 207: Tributos 2019

2.3.4 Tributos setoriais e outros tributos ou pagamentos a governos;


2.3.5 Posições tributárias incertas (uncertain tax positions) significativas;
2.3.6 Saldo da dívida intra-empresa retida por entidades dentro da jurisdição fiscal e a
base de cálculo da taxa de juros paga sobre a dívida.

ORIENTAÇÕES
Informações gerais
O relato país-a-país é o relato de informações financeiras, econômicas e fiscais para cada
jurisdição onde a organização opera.

Orientações para o Conteúdo 207-4-a


No contexto desta Norma, jurisdições fiscais são identificadas de acordo com o local onde as
entidades incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas auditadas ou nas
informações financeiras registradas em registro público da organização são consideradas
residentes para fins tributários. Essas entidades incluem estabelecimentos permanentes e
entidades inativas.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b


Salvo indicação em contrário, as informações país-a-país devem ser relatadas no nível de
jurisdições fiscais e não no nível de entidades individuais.

Número de empregados, receitas, lucros/perdas antes do pagamento de impostos e bens


tangíveis que não sejam caixa e equivalentes de caixa são indicadores da magnitude das
atividades da organização dentro de uma jurisdição fiscal. Quando considerados em conjunto
com outros requisitos e recomendações de relato, eles podem embasar avaliações dos níveis
de tributos sendo pagos em cada jurisdição.

Além dessas informações, as organizações poderão relatar outras informações relevantes


para a compreensão da magnitude de suas atividades dentro de uma jurisdição.

Se a organização não puder relatar todas as informações necessárias para todas as


jurisdições fiscais relatadas no Conteúdo 207-4-a, ela poderá usar os motivos para omissão
conforme estabelecidos na Norma GRI 1: Fundamentos 2021. É necessário que a organização
especifique o requisito que não pode cumprir e forneça os motivos para omissão conforme
estabelecidos na Norma GRI 1. Consulte o Requisito 6 da Norma GRI 1 para mais
informações sobre motivos para omissão.

Se o relato completo referente a uma jurisdição fiscal não for possível porque a organização
detém participação minoritária ou é a parceira não-operacional de uma joint venture de uma
entidade, a organização poderá declarar como motivo para omissão que estas informações
não estão disponíveis ou estão incompletas e especificar o acionista majoritário ou parceiro
operacional.

A organização poderá também relatar quaisquer informações contextuais necessárias para a


compreensão de como os dados foram compilados, tais como normas, metodologias e
premissas adotadas.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-i


O Conteúdo 207-4-b-i exige que a organização relate uma lista das entidades por jurisdição
fiscal.

Se as demonstrações financeiras consolidadas auditadas da organização disponíveis ao


público ou as informações financeiras registradas em registro público incluírem uma lista de
todas as entidades por jurisdição fiscal, a organização poderá fornecer uma referência para
essas informações.

Ao relatar os nomes das entidades residentes de uma jurisdição fiscal, a organização poderá
especificar se alguma das entidades é inativa.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-ii


Ao relatar suas atividades primárias em uma jurisdição fiscal, a organização poderá fornecer
uma descrição geral de modo que um usuário do relatório possa claramente identificar as
principais atividades da organização na jurisdição como, por exemplo, vendas,
comercialização, fabricação ou distribuição. Não é exigido que a organização liste as atividades
de cada entidade na jurisdição.
16 GRI 207: Tributos 2019

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-iii


O número de empregados poderá ser relatado usando-se um cálculo apropriado, como o total
de empregados ao final do período relatado no Conteúdo 207-4-c ou um cálculo de
equivalentes em tempo integral. Para possibilitar a comparabilidade, é importante que a
organização aplique a abordagem de forma consistente em todas as jurisdições fiscais e entre
os períodos de tempo.

Se a organização não puder relatar dados numéricos exatos, ela poderá arredondar o número
de empregados para a dezena mais próxima ou, se o número de empregados for superior a
1000, para a centena mais próxima.

O número de empregados é um indicador da magnitude das atividades da organização dentro


de uma jurisdição fiscal. Além do número de empregados, a organização poderá relatar o
número de trabalhadores (exceto os empregados) que desempenham as atividades da
organização, se isso ajudar a explicar a magnitude das atividades da organização dentro da
jurisdição. É importante que a organização relate o número de empregados e/ou o número de
trabalhadores de forma consistente em todas as jurisdições fiscais e entre os períodos de
tempo.

Orientações para os Conteúdos 207-4-b-iv e 207-4-b-v


Estes conteúdos exigem que a organização relate receitas provenientes de vendas por
terceiros para cada jurisdição fiscal e provenientes de transações intra-grupo entre aquela
jurisdição e outras jurisdições fiscais. Transações intra-grupo dentro da mesma jurisdição
fiscal não são necessárias, mas a organização poderá relatar essas informações
separadamente.

Transações intra-grupo entre jurisdições podem influenciar as bases de cálculo do imposto


para a organização nas jurisdições envolvidas nessas transações. Transações intra-grupo
dentro da mesma jurisdição fiscal não afetam a base de cálculo do imposto da organização
dentro daquela jurisdição.

Por este motivo, receitas provenientes de vendas por terceiros e provenientes de transações
intra-grupo com outras jurisdições são um indicador mais adequado da magnitude das
atividades da organização dentro de uma jurisdição fiscal do que receitas agregadas. Receitas
agregadas poderiam resultar em dupla contabilização de receitas locais, podendo criar um
impressão enganosa sobre a magnitude das atividades da organização em uma jurisdição.

A organização poderá também relatar outras fontes de receitas como, por exemplo, dividendos,
juros e royalties, quando isso for uma prática-padrão no setor da organização.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-vi


Ao relatar lucros/perdas antes do pagamento de impostos para uma jurisdição fiscal, a
organização poderá calcular os lucros/perdas consolidados antes do pagamento de impostos
para todas as suas entidades residentes na jurisdição.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-vii


Ao relatar bens tangíveis para uma jurisdição fiscal, a organização poderá calcular o total
consolidado do valor contábil líquido dos bens tangíveis para todas as entidades residentes na
jurisdição.

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-viii


Ao relatar imposto de renda pessoa jurídica pago em regime de caixa para uma jurisdição
fiscal, a organização poderá calcular o total real do imposto de renda pessoa jurídica pago
durante o período relatado no Conteúdo 207-4-c por todas as suas entidades residentes na
jurisdição. Isso inclui valores de impostos pagos com caixa pelas entidades à jurisdição de
residência e a todas as outras jurisdições (ex.: impostos retidos na fonte em outras jurisdições
fiscais).

Se o imposto pago incluir um valor significativo de imposto retido na fonte, a organização


poderá fornecer uma explicação. Se os impostos tiverem sido cobrados em outras jurisdições
fiscais, a organização poderá relatar o valor do imposto pago a outras jurisdições fiscais em
separado e identificar as jurisdições onde o imposto foi pago.
17 GRI 207: Tributos 2019

Orientações para o Conteúdo 207-4-b-x


Ao relatar os motivos para a diferença entre imposto de renda pessoa jurídica incidente sobre
lucros/perdas e o imposto devido se a alíquota fixada em lei for aplicada para lucros/perdas
antes do pagamento de impostos, a organização poderá descrever itens que expliquem a
diferença, tais como benefícios, abatimentos e incentivos fiscais ou quaisquer provisões
fiscais especiais em que a entidade tenha vantagens por tratamento fiscal preferencial.

A organização poderá agrupar itens explanatórios em uma categoria genérica como "outros";
se esses itens somados não excederem 10% da diferença.

A organização poderá também relatar a data de validade, requisitos para investimentos e a


provável continuidade no longo prazo de benefícios ou incentivos fiscais para uma jurisdição.

Além de fornecer uma explicação qualitativa conforme o requisito de relato deste conteúdo, a
organização poderá também relatar uma conciliação quantitativa de imposto de renda.

Orientações para o Conteúdo 207-4-c e item 2.1


É necessário que a organização relate informações regularmente e disponibilize-as a tempo
para que os usuários de informações tomem decisões (consulte o princípio da
Tempestividade na Norma GRI 1: Fundamentos 2021 para mais informações). É também
recomendado que a organização relate as informações para o mesmo período de relato e
publique as informações simultaneamente ao seu relato financeiro, sempre que possível
(consulte a seção 5.1 na Norma GRI 1 para mais informações). Entretanto, as informações
exigidas no Conteúdo 207-4 podem não estar disponíveis para relato até um momento
posterior.

Caso as informações exigidas no Conteúdo 207-4 não estejam disponíveis para o período
coberto pelas demonstrações financeiras consolidadas auditadas ou pelas informações
financeiras registradas em registro público mais recentes, a organização poderá relatar as
informações referentes ao período coberto pelas demonstrações financeiras consolidadas
auditadas ou pelas informações financeiras registradas em registro público imediatamente
precedentes às atuais.

Onde este período for diferente do período de relato, a organização poderá especificar o motivo.

Orientações para o item 2.2.1


Para cada um dos conteúdos especificados no item 2.2.1, os dados serão considerados
conciliados quando a soma desses dados para todas as jurisdições fiscais for igual ao valor
relatado nas demonstrações financeiras consolidadas auditadas ou nas informações
financeiras registradas em registro público da organização.

Orientações para o item 2.2.3


Ao fornecer informações relativas a entidades sem jurisdição, a organização poderá também
incluir suas jurisdições de constituição.

Orientações para o item 2.3.1


O total de remuneraçãodos empregados em uma jurisdição fiscal poderá refletir o valor do
negócio fornecido pelas entidades daquela jurisdição à organização como um todo.

O total de remuneração dos empregados também representa a base de cálculo para impostos
retidos na fonte e pagos em nome dos empregados, conforme descrito no item 2.3.2.

Orientações para o item 2.3.2


Impostos retidos na fonte e pagos em nome dos empregados referem-se a impostos retidos
na fonte pela organização provenientes da remuneração dos empregados a serem pagos para
as autoridades fiscais. Esses podem incluir impostos de renda, impostos sobre a folha de
pagamentos e contribuições para a previdência social.

Orientações para o item 2.3.3


Tributos arrecadados de clientes referem-se a impostos e encargos cobrados e arrecadados
sobre as vendas de determinados produtos e serviços. Esses são pagos pela organização às
autoridades fiscais em nome dos clientes.

Orientações para o item 2.3.4


18 GRI 207: Tributos 2019

São exemplos de tributos setoriais e outros tributos ou pagamentos a governos:


• tributos incidentes sobre as indústrias (ex.: tarifa de energia, taxa de embarque aéreo);
• imposto sobre a propriedade (ex.: imposto territorial rural);
• imposto sobre produtos (ex.: impostos de importação e exportação, impostos sobre álcool
e tabaco);
• incidência de impostos e alíquotas sobre o fornecimento, uso ou consumo de bens e
serviços considerados nocivos ao meio ambiente (ex.: imposto sobre consumo de veículos
automotores).

Orientações para o item 2.3.5


Ao relatar posições tributárias incertas (uncertain tax positions) significativas para uma
jurisdição fiscal, a organização poderá relatar o valor das posições tributárias alinhado com
suas demonstrações financeiras consolidadas auditadas ou suas informações financeiras
registradas em registro público.

A organização poderá fornecer uma descrição das posições tributárias que não foram
acordadas com as autoridades fiscais pertinentes ao final do período relatado no Conteúdo
207-4-c. A descrição poderá incluir a natureza do desacordo e os motivos de quaisquer
mudanças nas posições tributárias que ocorreram durante o período, quando relevantes.
19 GRI 207: Tributos 2019

Glossário
Este glossário inclui definições de termos usados nesta Norma. É necessário que a organização aplique essas
definições ao usar as Normas GRI.

As definições inclusas neste glossário podem conter termos que estejam, por sua vez, definidos no Glossário das
Normas GRI. Todos os termos definidos estão sublinhados. Quando um termo não estiver definido neste glossário
ou no Glossário das Normas GRI, definições normalmente usadas e entendidas serão aplicáveis.

cadeia de fornecedores
gama de atividades realizadas por entidades upstream da organização, que fornecem produtos
ou serviços usados no desenvolvimento dos produtos ou serviços da própria organização

cadeia de valor
gama de atividades realizadas pela organização e por entidades upstream e downstream da
organização para trazer os produtos e serviços da organização de sua concepção até seu uso
final

Obs 1: Entidades upstream (acima) da organização (ex.: fornecedores) fornecem produtos


ou serviços que são usados no desenvolvimento dos produtos ou serviços da
própria organização. Entidades downstream (abaixo) da organização (ex.:
distribuidores, clientes) recebem produtos ou serviços da organização.

Obs 2: A cadeia de valor inclui a cadeia de fornecedores.

comunidade local
indivíduos ou grupos de indivíduos vivendo ou trabalhando em áreas afetadas ou que
poderiam ser afetadas pelas atividades da organização

Obs.: A comunidade local inclui tanto pessoas que vivem próximas às operações da
organização como as que vivem afastadas.

criança
pessoa com menos de 15 anos de idade ou abaixo da idade de conclusão da escolaridade
obrigatória, o que for maior

Obs. 1: Exceções podem ocorrer em determinados países nos quais a economia e o


sistema educacional são insuficientemente desenvolvidos e se aplica a idade
mínima de 14 anos. Esses países considerados exceções são especificadas pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) em resposta a solicitação especial de
um país interessado e consulta junto a organizações representantes de
empregadores e trabalhadores.

Obs. 2: A Convenção nº 138 da OIT “Idade Mínima”, de 1973, se refere tanto ao trabalho
infantil como a trabalhadores jovens.

desenvolvimento sustentável / sustentabilidade


desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades

Fonte: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Nosso Futuro


Comum, 1987

Obs.: Os termos “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável” são usados


alternadamente nas Normas GRI.

direitos humanos
direitos inerentes a todos os seres humanos, os quais incluem, no mínimo, os direitos
previstos na Carta Internacional dos Direitos Humanos das Nações Unidas e os princípios
referentes aos direitos fundamentais estabelecidos na Declaração da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) relativa aos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho
20 GRI 207: Tributos 2019

Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU), Princípios Orientadores sobre Empresas e
Direitos Humanos: Implementando o Quadro das Nações Unidas “Proteger,
Respeitar e Remediar”, 2011; modificado

Obs.: Consulte Orientações para o item 2-23-b-i da Norma GRI 2: Conteúdos Gerais
2021 para mais informações sobre "direitos humanos".

empregado
indivíduo que possui uma relação de emprego com a organização, de acordo com a legislação
ou prática nacionais

fornecedor
entidade upstream da organização (ou seja, na cadeia de fornecedores da organização) que
fornece um produto ou serviço que é usado no desenvolvimento dos produtos ou serviços da
própria organização

Exemplos intermediários, consultores, partes contratadas, distribuidores, franqueados,


trabalhadores em domicílio, terceiros independentes, licenciados, fabricantes,
produtores primários, subcontratados, atacadistas

Obs.: Um fornecedor pode ter uma relação de negócios direta com a organização
(geralmente chamado de fornecedor direto) ou uma relação de negócios indireta.

grupos vulneráveis
grupo de indivíduos com uma condição ou característica específica (ex.: econômica, física,
política, social) que poderia experimentar impactos negativos como resultado das atividades
da organização com maior severidade do que a população em geral

Exemplos: crianças e jovens; idosos; ex-combatentes; famílias afetadas pelo HIV/AIDS;


defensores dos direitos humanos; povos indígenas; deslocados internos;
trabalhadores migrantes e suas famílias; minorias nacionais ou étnicas,
religiosas ou linguísticas; pessoas que poderiam ser discriminadas com base em
sua orientação sexual, identidade de gênero, expressão de gênero ou
características sexuais (ex.: lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, intersexo);
pessoas com deficiência; refugiados ou refugiados que regressam aos seus
países de origem; mulheres

Obs.: As vulnerabilidades e impactos podem variar conforme o gênero.

impacto
efeito que uma organização causa ou poderia causar na economia, no meio ambiente e nas
pessoas, inclusive impactos em seus direitos humanos, que, por sua vez, pode indicar sua
contribuição (positiva ou negativa) para o desenvolvimento sustentável

Obs. 1: Os impactos poderão ser reais ou potenciais, negativos ou positivos, de curto ou


longo prazo, intencionais ou não, e reversíveis ou irreversíveis.

Obs. 2: Consulte a seção 2.1 da Norma GRI 1: Fundamentos 2021 para mais informações
sobre "impacto".

jurisdição fiscal
país ou território com poderes tributários autônomos semelhantes aos de um país

Obs. 1: Territórios com autonomia tributária semelhante à de um país são aqueles com
um grau de autonomia suficiente para participarem da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Convenção sobre
Assistência Administrativa Mútua em Matéria Tributária do Conselho Europeu. São
exemplos desses territórios: Bermudas, Hong Kong e Jersey.

Obs. 2: A definição de jurisdição fiscal inclui os países ou territórios que optam por não
exercer sua autonomia tributária para cobrar tributos.

mais alto órgão de governança


órgão de governança com autoridade máxima da organização
21 GRI 207: Tributos 2019

Obs.: Em algumas jurisdições, os sistemas de governança possuem duas camadas,


em que a supervisão e a gestão são separadas ou em que a legislação local
prevê a formação de um conselho de supervisão, formado por membros não
executivos (representantes dos acionistas e empregados), para supervisionar um
conselho gestor executivo. Nesses casos, ambas as camadas devem ser
incluídas na definição de mais alto órgão de governança.

órgão de governança
grupo formalizado de indivíduos responsável pela orientação estratégica da organização, o
efetivo monitoramento da gestão e a prestação de contas da gestão à organização como um
todo e a seus stakeholders

parceiro de negócios
entidade com quem a organização possui alguma forma de engajamento direto e formal para
fins de realização dos seus objetivos de negócio

Fonte: Shift and Mazars LLP, UN Guiding Principles Reporting Framework, 2015;
modificado

Exemplos: afiliadas, clientes B2B (comércio entre empresas), clientes, fornecedores diretos,
franqueados, parceiros de joint venture, empresas receptoras de investimento
onde a organização possui ações

Obs.: Parceiros de negócios não incluem as subsidiárias e as afiliadas controladas pela


organização.

período de relato
período de tempo específico coberto pelas informações relatadas

Exemplos: ano fiscal, ano-calendário

povos indígenas
povos indígenas são geralmente identificados como:
• povos tribais em países independentes cujas condições sociais, culturais e econômicas os
distinguem de outros setores da comunidade nacional, e cuja situação é regulamentada
total ou parcialmente por seus próprios costumes e tradições ou por leis e regulamentos
especiais;
• povos em países independentes que são considerados indígenas por descenderem de
populações que habitaram o país, ou uma região geográfica ao qual o país pertence, no
momento da conquista ou colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras do país
e que, a despeito de sua situação legal, mantêm a totalidade ou parte de suas instituições
sociais, econômicas, culturais e políticas próprias.

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (OIT), Convenção nº 169, “Povos Indígenas


e Tribais”, 1989.

relações de negócios
relações que a organização possui com parceiros de negócios, com entidades em sua cadeia
de valor, inclusive as que vão além dos seus fornecedores diretos, bem como quaisquer
outras entidades diretamente relacionadas a suas operações, seus produtos ou serviços.

Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU), Princípios Orientadores sobre Empresas e
Direitos Humanos: Implementando o Quadro das Nações Unidas “Proteger,
Respeitar e Remediar”, 2011; modificado

Obs.: São exemplos de outras entidades diretamente relacionadas a operações,


produtos ou serviços da organização, uma organização não governamental com
quem a organização fornece suporte a uma comunidade local ou forças de
segurança do Estado que protegem as instalações da organização.

remuneração
salário-base mais adicionais pagos ao trabalhador
22 GRI 207: Tributos 2019

Obs.: São exemplos de adicionais pagos ao trabalhador aqueles baseados em tempo


de serviço, bonificações em dinheiro e/ou em ações, pagamento de benefícios,
horas extras, horas devidas e quaisquer auxílios adicionais, como vale-transporte,
auxílio-moradia e auxílio creche.

salário-base
valor fixo e mínimo pago a um empregado pelo desempenho de suas funções

Obs.: O salário-base exclui qualquer remuneração adicional, como pagamento de horas


extras ou bonificações.

severidade (de um impacto)


A severidade de um impacto negativo real ou potencial é definida por seu tamanho (ou seja, o
tamanho da gravidade do impacto), escopo (ou seja, o quanto o impacto está disseminado) e
natureza irremediável (o quanto é difícil desfazer ou reparar o dano resultante).

Fonte: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Guia da


OCDE sobre Devida Diligência para uma Conduta Empresarial, 2018; modificado
Organização das Nações Unidas (ONU), A Responsabilidade Empresarial de
Respeitar os Direitos Humanos: Um Guia Interpretativo, 2012, modificado

Obs.: Consulte a seção 1 da Norma GRI 3: Temas Materiais 2021 para mais
informações sobre "severidade".

stakeholders
indivíduos ou grupos que possuem interesses que são afetados ou poderiam ser afetados
pelas atividades da organização

Fonte: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Guia da


OCDE sobre Devida Diligência para uma Conduta Empresarial, 2018, modificado

Exemplos: parceiros de negócios, organizações da sociedade civil, consumidores, clientes,


empregados e outros trabalhadores, governos, comunidades locais, organizações
não governamentais, acionistas e outros investidores, fornecedores, sindicatos,
grupos vulneráveis

Obs.: Consulte a seção 2.4 da Norma GRI 1: Fundamentos 2021 para mais informações
sobre "stakeholders".

temas materiais
temas que representam os impactos mais significativos da organização na economia, no meio
ambiente e nas pessoas, inclusive impactos em seus direitos humanos

Obs.: Consulte a seção 2.2 da Norma GRI 1: Fundamentos 2021 e a seção 1 da Norma
GRI 3: Temas Material 2021 para mais informações sobre "temas materiais".

trabalhador
pessoa que realiza um trabalho para a organização

Exemplos: empregados, trabalhadores contratados por agência de trabalho temporário,


aprendizes, terceirizados, trabalhadores em domicílio, estagiários, autônomos,
subcontratados, voluntários e pessoas que trabalham para outras organizações
que não a organização relatora como, por exemplo, fornecedores

Obs.: Nas Normas GRI, em alguns casos é especificado se é necessário usar um


determinado subconjunto de trabalhadores.

Bibliografia
23 GRI 207: Tributos 2019

Bibliografia
Esta seção contém instrumentos intergovernamentais reconhecidos internacionalmente e referências adicionais
que foram usados no desenvolvimento desta Norma.

Instrumentos reconhecidos:
1. Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Co-operative Tax Compliance:
Building Better Tax Control Frameworks, 2016.
2. Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Diretrizes da OCDE para Empresas
Multinacionais, 2011.
3. Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Transfer Pricing Documentation and
Country-by-Country Reporting, Action 13 - 2015 Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting
Project (Projeto BEPS - Erosão da Base Tributável e Transferência de Lucros), 2015.
4. Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Conselho Europeu, Convenção
sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Tributária: Alterada pelo Protocolo de 2010, 2011.
5. Resolução das Nações Unidas (ONU), Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, 2015.

Referências adicionais:
6. Fundação das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (International Financial Reporting Standards-
IFRS), IAS 12 Income Taxes (Imposto Sobre a Renda), 2016.
7. Fundação das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (International Financial Reporting Standards-
IFRS), IFRS 12 Disclosure of Interests in Other Entities (Divulgação de Participações em Outras Entidades),
2019.
Agradecimentos
Beto Bezerril & Martha Villac (Harvest T. I. Ltda-ME) realizaram a tradução deste documento para o português, que foi
revisada pelos seguintes especialistas:
• Daniela Manole, Fundadora e CEO da Bridge3 Governança & Sustentabilidade (Parceiro de Treinamento GRI),
Brasil – Presidente do Comitê de Especialistas
• Alex Vervuurt, Sócio-Diretor da 3R Serviços, Brasil
• Christina Brentano, Sócia-Diretora da Editora Contadino, Brasil
• Mariana Nunes da Silva de Carvalho Páscoa, Engenheira do Ambiente da Transtejo-Soflusa, Portugal

Esta tradução foi patrocinada por:

A GRI gostaria de agradecer o Governo da Suécia por seu apoio financeiro para esta tradução para o português da
atualização 2021 das Normas GRI.

Isenção de Responsabilidade

Esta tradução para o português da atualização 2021 das Normas GRI foi financiada pelo Governo da Suécia. Seu
criador assume plena e total responsabilidade pelo conteúdo. O Governo da Suécia não necessariamente
compartilha das visões e interpretações aqui apresentadas.

As Normas GRI para Relato de Sustentabilidade foram desenvolvidas e preparadas em inglês. A despeito do
esforço realizado para assegurar a exatidão desta tradução, o texto em inglês prevalecerá em caso de dúvidas ou
discrepâncias decorrentes da tradução. A versão mais recente das Normas GRI em inglês e suas atualizações
estão publicadas no site da GRI (www.globalreporting.org).
GRI
PO Box 10039,
1001 EA Amsterdã,
Países Baixos www.globalreporting.org

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