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strect: This paper deals with the theoretícal são denunciadas como tais e nem as sistemáticas de
~1Vrk of ethnici!y in subjects re/ated to educatíon. inferiorização da cultura e da população
us is on the African origins of Brazilians and on afrodescendente avaliadas como importantes. Não fa-
OIy of Afrodescendents. It contemplates the zem parte dos universos de análise os processos his-
cf...·-rdoDment of the concepts of African and tóricos, os resultados das estatísticas Q!.Ieindicam a
'endency and tbe relation oftheses concepts with
existência de problemas de ordem especifica étnica
c:i:r::3Jion in the perspective of citizenshíp and democracy.
LSIL ou então não Questionam os imensos silêncios rea-
: Mrodescendency, Mriconess, Block fducotion lizados no campo da educação sobre os diversos te-
mas relativos à população afrodescendente.
Desconhecem mesmo a existência e a importância
desses temas. Em suma o conjunto nunca admitiu a
o educador negro Pretextato dos Passos Silva existência das diversidades culturais e da incidência
~tou ao Ministério Público uma petição para a de desigualdades no tratamento dado a estas, desta
~ de uma escola polêmica, destinada a rneni- sobre os resultados educacionais e sociais colhidos
[.retos e pardos. No seu reouerirnento o profes- pelas diversas etnias. Nem mesmo a procura da ra-
extato argumenta Que, em sendo ele negro e zão da assimetria dos resultados étnico preocupou
os diversos pesouísadorcs ou formuladores de políti-
em Tecnologia pelo Instituto Politécnico de Lorrain e ;>ro- cas educacionais. Os conformismos e os descasos
~~d-,r da UFC.
processam a idéia vil de Que se trata apenas de um
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EDUCAÇÃO EM DEBATE • FORTALEZA •• ANO 23 ~ V. 2 ~ NQ 42 @; 2001 • 7
na sociedade brasileira. No entanto existe lá a ras universitárias. Certamente os intelectuais lo-
denúncia dos racismos. Não se pensa aoui na li- cais sentem outras restrições relacionadas com o
berdade de expressão das diversas culturas brasi- ex-colonlalisrno e o imperialismo. diferente das mi-
leiras. estas são raramente organizadas pelo nhas inquietações.
pensamento universitário. geralmente seouer apre- As universidades brasileiras não têm eoüldls-
sentadas ou minimamente reconhecidas. As diver- tância sistemática do pensamento europeu. Da for-
sas culturas são reprimidas. não representadas nos ma Que se dá o pensamento europeu recozido.
espaços públicos promotores de transmissão cul- recompilado não fertiliza, reduz, enfaixa. cristaliza e
tural. O Que está em discussão neste texto são as provoca a necrose pensada. No Caribe me vi livre
percepções sombrias Que os intelectuais brasilei- destes fantasmas. Do europeu compulsório em to-
ros conseguem ter destas culturas. Penso Que os dos os espaços e dimensões da cultura acadêmica.
intelectuais nacionais são míopes para estas cultu- Lá não há medo de Que o ritmo africano embale o
ras. Inexíste preocupação em organizá-Ias nos cen- pensamento. A reflexão pode ser dançada e cantada
tros de representação da cultura nacional. A título na voz da minha avó. As avós e avôs africanos exis-
de depoimento. devo dizer Que as duas primeiras tem no cotidiano do pensamento e são reconheci-
vezes Que não me senti sufocado. Que saí deste dos no cotidiano da vida. Lembramos Que no
estado de Quase asfixia, pela br anculdade pensamento africano mesmo o racionalismo mate-
conceitual sistemática e ideológica da cultura na- mático é representado nas formas simbólicas da dança
cional. foi Quando cursava mestrado em História e da arte. Entretanto os racismos. mesmo na Guiana,
em Nancy (França) e depois no Caribe. Sobretudo trabalham nos processos de dominação. Interessante
na Guiana, na Universidade da peouena cidade de e importante é o modelo Guianense de racismo. para
Georgetown, capital da Guiana. Outras experiên- refletirmos sobre a sociedade brasileira. Os racismos
cias posteriores, também significativas. de poder opõem hindus aos negros. Hindus, negros de cabe-
respirar. ocorreram nos Estados Unidos e na Áfri- los lisos. a Afro-negros de cabelos crespos. Tornam-
ca. Os brasileiros não conhecem. nem imaginam a se translúcidas as bases culturais dos racismos
sensação libertária de poder intelectualmente res- apagando as ilusões do espectro das cores brasilei-
pirar. O Europeu é compulsório no Brasil. Quase ro. Os racismos se expõem na sua real função. a de
somente ele (Europeu) pensa culturalmente. Quan- sistema de dominação, produzindo a necessidade da
do não diretamente. fica como fantasmas assom- produção da alienação cultural para facilitar sua
brando os pensamentos. Todos devem pensar naturalização.
através dele. ouer pelo menos pela obrigatoriedade Racismo Que no plano internacional opõem Eu-
bibliográfica. Não são lidos os intelectuais africa- ropeus a Guianeses. O Caribe negro. ex-colônla, a
nos nas universidades brasileiras. Nem mesmo re- Europa branca ex-colonízadora. As idéias de etnia
conhecem a existência destes. Nas Universidades são muito fortes na Guiana e no Caribe de um modo
do Caribe posso dizer Que sou negro. penso ne- amplo. Mostram Que racismos não tem nada a ver
gro. sem vetos de censura. sem precisar provar o com as idéias de raça. são processos de dominação,
terrorismo da afirmação, sem as desconfianças de construções temporais históricas.
estar traindo o espírito nacional. Sem Quererem O QUeestá em discussão nesta parte? ão são
me colocar no banco dos réus de um possível ra- as culturas brasileiras. mas as percepções Que os in-
cismo invertido. Melhor ainda, lá não preciso di- telectuais brasileiros conseguem ter desta. Percep-
zer Que sou negro, todos sabem e respeitam. As ções QUe instauram a produção da cultura nacional
vozes negras podem ter elooüêncía na organiza- aoui no singular. signifca n
o a síntese oficial.
ção do conhecimento e nas expressões das cultu- genitoras dos progra e ino e das práticas
=r- é produzida a partir da ignorância de parte dos clusões da produção intelectual como um ato de
cional rossos intelectuais sobre as culturas africanas. violência racista.
Iicial, Somos tidos como ignorantes pela ignorân- Serve como estorvo sistemático a idéia de raça
átícas deles. ignorância produzida. dada a ausência de ainda não suficientemente desconstruída na socieda-
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EDUCAÇÃO EM DEBATE •
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