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A REPRESENTAÇÃO DOS
NEGROS NOS LIVROS DIDÁTICOS
DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS –
EJA (PNLD 2011)
Glaydson José da Silva1
Karoline Carula2
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6 “Embora
Embora a historiograia
historiograia brasileira, atualmente, tenha apontado para novos camin-
hos nos estudos sobre a escravidão e as imagens do negro dentro da história do
Brasil e o movimento negro tenha defendido sistematicamente a necessidade de
reconhecimento da identidade e história africana e afro-brasileira, os autores que
têm lidado com a temática no ensino de História têm observado nos livros didáticos
a permanência de idéias preconceituosas, discriminatórias e estereotipadas sobre
o negro. Aos negros, nas páginas brancas dos livros didáticos, continua cabendo
ainda a função de personagem secundário, marginalizado, assistindo a atuação dos
grandes sujeitos históricos em cena, na sua maioria brancos ou coadjuvantes de
brancos. Ainda são descritos como submissos, inferiores, exóticos – sujeitos distan-
tes do que se convenciona chamar de sujeito universal: europeu, branco, masculino
e cristão” (RIBEIRO, 2007, p. 46).
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Mais do que atitudes isoladas, ações como essas devem pautar a or-
ganização do currículo.
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11 Optamos por analisar somente o livro do aluno, por ser o material que estará em
contato direto com o educando. O PNLD EJA prescreve que o Manual do Educa-
dor não pode ser uma cópia do livro do aluno com os exercícios resolvidos. É neces-
sário que ofereça orientação teórico-metodológica e de articulação dos conteúdos do
livro entre si e com outras áreas do conhecimento; ofereça também, discussão sobre a
proposta de avaliação da aprendizagem, leituras e informações adicionais ao livro o
aluno, bibliograia, bem como sugestões de leituras que contribuam para a formação
continuada do educador. (Brasil, 2010, p.18). Contudo, a utilização prática dessas
orientações e sugestões não é garantida.
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nise Mendes e Roberto Giansanti como autores das áreas de história e ge-
ograia; e Tempo de Aprender, da IBEP,12 sendo Edmar Araujo Silva e José
Wagner de Melo os autores do conteúdo de história. Ambas são compostas
por quatro volumes abrangendo os seguintes componentes curriculares:
Língua Portuguesa, Matemáticas, História, Geograia, Artes, Ciências e
Língua Inglesa.
Desta maneira, atenderam ao estipulado pelo LDB:
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15 Tais estratégias são discutidas e analisadas por Eduardo Silva e João José Reis, que
mostram que, para além da passividade de um escravo “Pai João” e o extremismo
de um Zumbi, existiram muitos escravos que usavam da negociação como forma de
resistência (1989).
16 Outros quilombos, que atuaram de maneira diferente dos Palmares, são ignorados.
Como exemplo, podemos citar o caso dos quilombos abolicionistas do Leblon e do
Jabaquara: “no novo modelo de resistência, o quilombo abolicionista, as lideranças
são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes, com documentação civil em dia e,
principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os grandes guer-
reiros do modelo anterior, mas um tipo novo de liderança, uma espécie de instân-
cia de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade envolvente”
(SILVA, 2003, p. 11).
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O dia 20 de novembro, muitos anos depois tido por alguns como a data
da morte de Zumbi, foi escolhido como “Dia da Consciência Negra”. Cada
passo dado em direção à consciência de ser negro e contra as discrimina-
ções raciais é comemorado (SILVA et al., 2007, 8º ano, p. 185).
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19 Robert Slenes (1999), dentre outros, demonstrou a existência de uma forte união
entre os escravos, que pode ser percebida, por exemplo, na formação da família
escrava, da comunidade escrava, das relações de parentesco espiritual e nas próprias
rebeliões escravas.
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Outra questão que não pode ser deixada de lado é por que ao se falar
de herança cultural sempre os mesmos exemplos são enunciados: culiná-
ria, música, religião, capoeira, dentre outros. Uma pessoa negra que não
gosta de samba ou de hip hop, não vai ao candomblé ou não come acarajé
está fora dessa identidade preestabelecida.
Analisando as coleções indicadas pelo PNLD EJA 2011, observamos
que há uma tentativa de trabalhar e valorizar a história da cultura afro-
-brasileira. Busca-se passar a imagem do negro como aquele que resiste, e
sempre resistiu. Entretanto, infelizmente, as identidades plurais ainda são
esquecidas e os espaços de discussão e apresentação sobre o negro continu-
am restritos aos conhecidos tradicionalmente.
Para refletir
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Referências
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