Nome do curso: História para Licenciados | Disciplina: Formação Social,
Econômica e Política do Brasil | Tutor: Karoline Kellen Sena | Nome do aluno:
Citia Regina de Oliveira
A independência do Brasil tem sua formalização no conhecido e histórico
dia 7 de setembro de 1822, mas a consolidação dessa emancipação se dá por um longo processo social, político e econômico que tem como marco de seu início a vinda da família real para o Brasil. Assim, ainda colônia de Portugal, o Brasil passa por transformações que viabilizam a estadia da família real neste território e parcela da população portuguesa que vem com a realeza. Nesse sentido, ocorrem pactos econômicos que expandem as relações comerciais do Brasil com outros países além da inauguração do Banco do Brasil, inaugurações de instituições de ensino e avanços de locais culturais e movimentos artísticos, bem como o acirramento político e social nos cenários interno e externo que levaram à independência.
Diante disso, a vinda da família real para o Brasil em 1808 inaugura o
Período que dura de 1808 a 1821 conhecido como Joanino por conta da figura de D. João VI. Nesse período temos importantes acontecimentos que estruturaram e fizeram parte do que seria o início do processo de emancipação política e econômica do Brasil. Entre esses ocorridos, podemos mencionar a criação de universidades, bibliotecas e teatros impulsionada pela vinda da realeza para o Brasil e de toda a população portuguesa que também veio viver no Brasil nesta época.
Em 1808 é declarada a abertura dos portos brasileiros às nações
amigas, o que dá fim ao monopólio do Pacto Colonial entre Brasil e Portugal, e possibilita ao Brasil comercializar com outras nações. Ainda no âmbito das relações comerciais e econômicas, em 1810 é assinado o Tratado de Cooperação e Amizade com a Grã-Bretanha, o que consolida ainda mais essa relação com a Inglaterra, e a criação do Banco do Brasil. Além disso, ocorre também a anexação da Cisplatina ao território brasileiro e a Revolução Pernambucana de 1817, que tem caráter liberal e separatista, impulsiona os anseios de independência. Ocorre também neste período o movimento artístico da Formação da Academia Brasileira de Belas Artes com a vinda de artistas franceses para o Brasil.
Em seguimento dos processos já mencionados e por influência das
consequências das batalhas napoleônicas que ocorriam na Europa naquele momento, D. João VI eleva o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815, o que acirra as tensões políticas entre a elite brasileira e a elite portuguesa e, posteriormente, culmina no retorno da família real a Portugal, ficando no Brasil D. Pedro I como príncipe regente entre 1821 e 1822. Nesse processo de pressão política pela independência do Brasil, com a elite brasileira fortalecida, ocorre ainda o estabelecimento de uma Assembleia Constituinte, em junho de 1822, em desobediência à Portugal, mostrando um avanço no campo político constitucional que levaria à independência. Assim, com apoio das forças políticas favoráveis à independência, D. Pedro I proclama a independência em setembro de 1822, processo que terá dificuldades para a consolidação de uma unidade territorial, marcado por conflitos e se sem a participação popular.
Como consequências dessa independência e destacando também as
implicações que este evento teve na história do Brasil e que percebemos até hoje é possível marcar o reconhecimento de outros países, principalmente EUA e Inglaterra. Por outro lado, é fundamental ressaltar que, apesar da independência, o Brasil mantém suas características coloniais como a manutenção do rei, a elite agrária formadora de uma aristocracia rural e sua base escravista, incompatível político e economicamente com o mundo que se consolidava no início das relações de mãos de obra assalariada. Também podemos observar a forte influência religiosa cristã nas tomadas de decisões políticas do Império e, posteriormente, do Estado, herança das características coloniais que se perpetuaram como consequência desse processo. Apesar disso, avanços importantes para a construção de uma identidade brasileira e da formação de um Estado-nação podem ser citados diante da autonomia de Portugal, unificação territorial, formação da primeira Constituição em 1824 e consolidação do Brasil Império e seus impactos políticos no continente. REFERÊNCIAS
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.
PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil. Editora Brasiliense, 1945.
SODRÉ, Nelson. Werneck. As razões da independência. Editora Civilização
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