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Marcado por uma complexa transição de colónia a reino, o Brasil alcançou um momento
crucial com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, 1808. Sob a pressão das
invasões napoleônicas, a família real portuguesa refugiou-se no Brasil, transformando a então
colónia em sede do império português. Essa mudança teve um impacto profundo e positivo na
sociedade e na economia brasileira. A presença da família real no Rio de Janeiro trouxe consigo
uma série de transformações significativas. Houve um rápido desenvolvimento urbano e
cultural, com a construção de palácios, bibliotecas e instituições académicas. Além disso, a
abertura dos portos às Nações amigas, em 1808 impulsionou o comércio, estimula a atividade
económica promovendo o crescimento da cidade, assim como o do país.
A presença da corte também teve consequências sociais ao introduzir novas ideias e costumes
europeus na Sociedade brasileira. A introdução de artistas, cientistas e intelectuais europeus na
cultura brasileira enriqueceu o cenário cultural do Rio de Janeiro, contribuindo para o
surgimento de uma identidade nacional mais complexa e diversificada.
Este carácter e controlo rigoroso que Beresford tinha sobre o funcionalismo e a economia não
valia de muito, pois a situação económica e financeira do país era grave: as despesas
ultrapassavam as receitas, a agricultura enfraquecia e o comércio decrescia.
Portanto, enquanto o povo brasileiro vivia os melhores anos da sua vida, Portugal, pelo
contrário, tinha um sentimento de orfandade e descontentamento perante o abandono do rei e
a miséria e a pobreza em que viviam.