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O Período Joanino, também conhecido como a chegada da família real portuguesa ao Brasil, foi

um importante episódio na história do Brasil e de Portugal que ocorreu no início do século XIX.
Aqui está um resumo do Período Joanino:

❖ Contexto:
• No início do século XIX, a Europa estava mergulhada nas Guerras Napoleônicas, com
Napoleão Bonaparte liderando a França em uma expansão territorial.
❖ Invasão Napoleônica de Portugal:
• Em 1807, as tropas de Napoleão invadiram Portugal, forçando a família real portuguesa,
liderada pelo Príncipe Regente Dom João, a buscar refúgio em outro lugar.
❖ Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil:
• Em 1808, a família real portuguesa e um grande número de nobres e funcionários do
governo português embarcaram em uma frota de navios e chegaram ao Rio de Janeiro,
então capital do Vice-Reino do Brasil, que era uma colônia portuguesa.
❖ Abertura dos Portos:
• Dom João tomou várias medidas importantes no Brasil, incluindo a abertura dos portos às
nações amigas em 1808, que marcou o fim do monopólio comercial com Portugal e
impulsionou a economia brasileira.
❖ Instituições e Reformas:
• A presença da corte real no Brasil levou a várias reformas, como a criação de instituições
culturais e acadêmicas, a Imprensa Régia e a Biblioteca Real.
❖ Volta de Portugal:
• Após a derrota de Napoleão em 1815 e a restauração do trono português, Dom João
retornou a Portugal em 1821, deixando seu filho, Dom Pedro, como regente no Brasil.
❖ Independência do Brasil:
• Em 1822, Dom Pedro proclamou a independência do Brasil e se tornou o imperador Pedro I
do Brasil.
❖ Legado:
• O Período Joanino teve um impacto significativo no Brasil, contribuindo para a sua
autonomia política e econômica. Também marcou o início de uma relação mais estreita
entre o Brasil e Portugal.

O processo de independência do Brasil envolveu diversos grupos sociais que desempenharam


papéis importantes e contribuíram para a transformação política do país:

❖ Aristocracia Colonial: Muitos membros da elite colonial brasileira, conhecida como


"senhores de engenho" e "homens bons," desempenharam um papel fundamental no
processo de independência. Alguns líderes da aristocracia colonial passaram a apoiar a
independência como uma forma de preservar seus interesses econômicos e políticos frente
às mudanças propostas pela Coroa Portuguesa.
❖ Comerciantes e Burguesia: Os comerciantes brasileiros, particularmente aqueles ligados ao
comércio exterior, tinham interesses comerciais e econômicos que poderiam se beneficiar
com a independência do Brasil. Eles desempenharam um papel na promoção do comércio
internacional do Brasil e na busca de autonomia econômica.
❖ Intelectuais e Iluministas: Intelectuais brasileiros, muitos deles influenciados pelas ideias
iluministas, desempenharam um papel fundamental na disseminação de ideias pró-
independência. Figuras como José Bonifácio de Andrada e Silva foram importantes na
formulação de argumentos a favor da independência e na liderança intelectual do
movimento.
❖ Militares: Muitos militares brasileiros serviam nas forças armadas portuguesas e viram a
independência como uma oportunidade de ascender na hierarquia militar e assumir papéis
de liderança no exército brasileiro independente. Dom Pedro I, que proclamou a
independência do Brasil, era um militar importante nesse processo.
❖ Camadas Populares: As camadas populares, incluindo escravos, libertos e a população rural
e urbana em geral, tiveram uma variedade de reações à independência. Alguns viram a
independência como uma esperança de maior justiça social e liberdade, enquanto outros
permaneceram alheios ao processo.
❖ Escravos e Libertos: Embora a independência não tenha resultado na abolição imediata da
escravidão no Brasil, o processo abriu espaço para debates sobre a liberdade e a igualdade.
Alguns escravos e libertos participaram de movimentos e rebeliões que buscavam melhores
condições de vida e, eventualmente, a abolição da escravidão.
❖ Indígenas: As populações indígenas do Brasil tiveram experiências variadas durante o
processo de independência. Alguns grupos indígenas foram diretamente afetados pelas
mudanças políticas e econômicas resultantes da independência, enquanto outros
mantiveram suas formas de vida tradicionais em grande medida.

O processo de independência trouxe algumas mudanças na estrutura social do país:

❖ Abolição do Monopólio Colonial: A independência resultou na abolição do monopólio


colonial que Portugal mantinha sobre o comércio brasileiro. Com a abertura dos portos, o
Brasil pôde comerciar livremente com outras nações, o que impulsionou a economia e
permitiu o crescimento do setor comercial e industrial. Isso também beneficiou os
comerciantes e a burguesia brasileira.
❖ Ascensão da Elite Brasileira: Muitos membros da elite colonial brasileira, incluindo
proprietários de terras e comerciantes, viram na independência uma oportunidade de
consolidar e expandir seus poderes e influência. Eles ocuparam posições de liderança na
administração do país independente.
❖ Reconfiguração do Sistema Político: Com a independência, o Brasil estabeleceu uma
monarquia constitucional, com Dom Pedro I como imperador. Isso alterou
significativamente a estrutura política, introduzindo conceitos de constitucionalismo e
representação política, embora a monarquia brasileira tenha enfrentado desafios políticos e
conflitos internos ao longo de seu reinado.
❖ Mudanças na Administração Colonial: A independência levou à criação de instituições
governamentais brasileiras separadas das portuguesas. Isso resultou em uma administração
mais centralizada e autônoma no Brasil, com a formação de ministérios, tribunais e órgãos
legislativos locais.
❖ Questão da Escravidão: Embora a independência não tenha levado imediatamente à
abolição da escravidão, ela trouxe questões relacionadas à liberdade e aos direitos dos
escravos para o centro do debate político e social. Os movimentos abolicionistas ganharam
força ao longo do século XIX.
❖ Mobilidade Social: Com a independência, algumas pessoas tiveram a oportunidade de
ascender socialmente, especialmente aquelas que apoiaram ativamente o movimento pela
independência. Isso incluiu militares, intelectuais e líderes políticos que desempenharam
papéis importantes durante o processo de independência.
❖ Relações com Portugal: A independência também impactou as relações entre o Brasil e
Portugal. A partir do Tratado do Rio de Janeiro de 1825, Portugal reconheceu oficialmente a
independência do Brasil. Isso estabeleceu as bases para uma relação diplomática e comercial
entre os dois países independentes.
❖ Crescimento das Cidades: Com o crescimento econômico e a urbanização, muitas cidades
brasileiras cresceram e se desenvolveram. Isso resultou em mudanças na dinâmica social,
com uma população cada vez mais urbana e uma economia diversificada.

O Primeiro Reinado no Brasil ocorreu de 1822 a 1831, com a independência proclamada por Dom
Pedro I em 1822 e sua abdicação em 1831. Durante esse período, a Constituição de 1824
desempenhou um papel crucial na estruturação do novo Estado brasileiro. Aqui está um resumo
da Constituição de 1824 e seu contexto:

❖ Contexto:
• A Constituição de 1824 foi outorgada por Dom Pedro I em 25 de março de 1824, poucos
meses após a independência do Brasil de Portugal.
• Ela foi elaborada em meio a desafios políticos e sociais, incluindo conflitos entre facções
políticas, resistência de províncias à autoridade central e questões sobre a escravidão.
❖ Características Principais:
• A Constituição de 1824 estabeleceu o Brasil como um Estado monárquico, com Dom Pedro I
como imperador.
• Ela adotou princípios de monarquia constitucional, separação de poderes e limitações aos
direitos e liberdades individuais.
• O poder executivo estava nas mãos do imperador, que tinha amplos poderes, incluindo o de
nomear ministros e dissolver a Assembleia Geral (o legislativo).
• O poder legislativo era composto pela Assembleia Geral, dividida em duas casas: o Senado
(nomeado pelo imperador) e a Câmara dos Deputados (eleita indiretamente). A participação
política estava restrita a uma elite.
• A Constituição de 1824 estabeleceu o catolicismo como a religião oficial do Estado, embora
tenha garantido a liberdade de culto a outras religiões em privado.
• Ela manteve a escravidão e as restrições aos direitos políticos das pessoas de origem
africana e mestiça.
❖ Legado e Críticas:
• A Constituição de 1824 é frequentemente vista como uma constituição outorgada, ou seja,
imposta pelo imperador, e não resultado de um processo democrático de elaboração.
• Ela concedeu poderes significativos ao imperador, o que levou a um governo centralizado e
autoritário.
• A manutenção da escravidão e a restrição dos direitos políticos de grupos étnicos e sociais
contribuíram para conflitos e tensões sociais no Brasil.
• A Constituição de 1824 durou até 1889, quando foi substituída pela Constituição da
República após a Proclamação da República brasileira.

Revoltas Regenciais (1835-1840): Durante o Período Regencial, o Brasil enfrentou uma série de
revoltas em várias regiões do país, muitas das quais foram motivadas por insatisfações políticas,
econômicas e sociais. Algumas das revoltas mais notáveis incluem:
❖ Cabanagem (1835-1840): Ocorreu na província do Grão-Pará (atual Pará) e envolveu uma
coalizão de várias facções, incluindo índios, mestiços e escravos. A revolta foi marcada por
intensos conflitos, e a região ficou instável por vários anos.
❖ Balaiada (1838-1841): Essa revolta ocorreu na província do Maranhão e envolveu grupos de
vaqueiros, escravos e outros descontentes com as condições sociais e políticas. O conflito foi
violento e só foi suprimido com a intervenção militar.
❖ Sabinada (1837-1838): Ocorreu na Bahia e foi liderada por grupos liberais que exigiam maior
autonomia provincial e reformas políticas. A revolta foi reprimida após um ano de conflito.
❖ Revolução Farroupilha (1835-1845): Também conhecida como Guerra dos Farrapos, essa
revolta ocorreu na província do Rio Grande do Sul e envolveu fazendeiros e militares que
buscavam autonomia regional. Durou uma década e só terminou após concessões políticas.

Essas revoltas refletiram a instabilidade política e social do período, marcado pela luta por
autonomia provincial, pela questão da escravidão e por demandas por reformas políticas e sociais.

Ato Adicional de 1834: O Ato Adicional de 1834 foi uma emenda à Constituição de 1824 que visava
reformar o sistema político brasileiro durante o Período Regencial. Suas principais características
incluíam:

❖ Criação das Assembleias Provinciais: O Ato Adicional permitia a criação de assembleias


provinciais eleitas nas províncias, concedendo maior autonomia política e administrativa às
unidades regionais do Brasil.
❖ Redução dos Poderes do Imperador: O Ato Adicional diminuiu os poderes do imperador em
relação às assembleias provinciais, que passaram a ter influência significativa na tomada de
decisões locais.
❖ Maior Participação Política: Ao estabelecer a eleição das assembleias provinciais, o Ato
Adicional ampliou a participação política, permitindo que uma parcela maior da população
tivesse voz na política local.
❖ Sistema de Regências: O Ato Adicional também formalizou o sistema de regências, que
estabelecia regentes para governar o país durante a menoridade de Dom Pedro II.

O Golpe da Maioridade ocorreu no Brasil em 1840 e teve como objetivo antecipar a maioridade de
Dom Pedro II, que, de acordo com a Constituição de 1824, deveria assumir o trono imperial aos 18
anos, em 1843. O golpe foi motivado principalmente por razões políticas e econômicas e envolveu
diversos grupos sociais:

❖ Motivos:
• Estabilidade Política: Durante o Período Regencial (1831-1840), o Brasil enfrentou
instabilidade política, com revoltas, conflitos regionais e agitação social. A antecipação da
maioridade de Dom Pedro II era vista como uma maneira de trazer estabilidade política e
encerrar o período de regências, que estava marcado por divisões políticas.
• Consolidação do Poder Imperial: O governo imperial desejava consolidar seu poder e
estabilidade, uma vez que a regência era frequentemente marcada por disputas políticas e
conflitos entre facções. A antecipação da maioridade permitiria um governo mais
centralizado e forte nas mãos do jovem imperador.
• Interesses Econômicos: A estabilidade política era vista como essencial para promover o
desenvolvimento econômico e atrair investimentos estrangeiros. A antecipação da
maioridade poderia ajudar a atrair mais investimentos e facilitar o comércio exterior.
❖ Grupos Sociais Envolvidos:
• Políticos Liberais: Muitos políticos liberais, preocupados com a instabilidade política e em
busca de um governo mais centralizado, apoiaram a antecipação da maioridade de Dom
Pedro II. Figuras como Bernardo Pereira de Vasconcelos e Evaristo da Veiga eram influentes
nesse grupo.
• Oligarquias Regionais: Algumas oligarquias regionais também apoiaram o Golpe da
Maioridade, pois viam a oportunidade de consolidar seu poder e influência sob um governo
central forte.
• Setores Econômicos: Setores econômicos, como comerciantes e fazendeiros, viam a
estabilidade política como um fator importante para os negócios. A antecipação da
maioridade poderia melhorar as condições econômicas do país.
• Militares: Muitos oficiais militares apoiaram o golpe, pois viam a estabilidade política como
necessária para a manutenção da ordem e da disciplina nas forças armadas.
• Imprensa: A imprensa desempenhou um papel importante na promoção da antecipação da
maioridade, divulgando argumentos a favor da medida e influenciando a opinião pública.

O Golpe da Maioridade foi bem-sucedido, e Dom Pedro II assumiu o trono em 1840, com apenas
14 anos de idade. Seu reinado seria marcado por um período de estabilidade política, crescimento
econômico e modernização do Brasil ao longo do século XIX.

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