SEEU - Processo: 0006655-81.2018.8.16.

0148 - Assinado digitalmente por ERNANI SCALA MARCHINI - 16720

[444.1] CONCEDIDA A PRISÃO DOMICILIAR - Decisão em 12/12/2022

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO
TJPR - COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE LONDRINA - FORO CENTRAL DE LONDRINA
VARA DE EXECUÇÕES PENAIS E CORREGEDORIA DOS PRESÍDIOS - SEEU
Av. Duque de Caxias, 689 - Anexo II - Centro - Londrina/PR - CEP: 86.015-902 - Fone: 43 3572-3362 - E-mail: lon-22vj-e@tjpr.jus.br

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Autos nº. 0006655-81.2018.8.16.0148

Processo: 0006655-81.2018.8.16.0148
Classe Processual: Execução da Pena
Assunto Principal: Pena Privativa de Liberdade
Polo Ativo(s): ESTADO DO PARANÁ (CPF/CNPJ: 76.416.940/0001-28)
Polo Passivo(s): SHIRLEI RODRIGUES (RG: 45314219 SSP/PR e CPF/CNPJ: 688.539.129-87)
Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 464 - Vila Operária - ROLÂNDIA/PR -
Telefone: (43) 9 9661-3882

Vistos.

SHIRLEI RODRIGUES, atualmente cumprindo pena em regime fechado, requer o

benefício da prisão domiciliar, alegando possuir uma filha e esposa que precisam de cuidados em tempo
integral.

Foi realizada oitiva judicial do reeducando (seq. 430).

O Ministério Público se manifestou de forma favorável.

Decido.

A prisão domiciliar somente é autorizada a condenados que cumprem pena em regime

aberto e que atendam ao disposto art. 117 da LEP.

Todavia, o presente caso se trata de uma exceção, considerando que, de acordo com o
narrado em audiência e pelo comprovado nos autos, o apenado possui uma filha portadora de paralisia
cerebral, sendo que sua genitora, que era responsável por seus cuidados, sofreu acidente cerebral,
necessitando de auxílio em tempo integral.

Foi alegado que a filha e esposa do apenado estão sob os cuidados de seu genitor, que
conta com idade avançada e não possui capacidade física para prestar a tutela necessária.

Impende destacar que o delito contra a dignidade sexual que fora cometido pelo apenado
não tem relação com as pessoas com quem ele irá residir.

Considero, ante todo o exposto, que a medida mais razoável neste caso é a concessão de
prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, que tão somente permite que o sentenciado permaneça
em sua residência, onde dará continuidade ao cumprimento da pena e poderá ajudar nos cuidados
com sua esposa e filha.
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Assim sendo, julgo PROCEDENTE o pedido formulado para fins de conceder a
SHIRLEI RODRIGUES o direito de cumprir sua pena em PRISÃO DOMICILIAR submetida a
monitoração eletrônica, pelo prazo inicial de 90 (noventa) dias, devendo ser observadas pelo
sentenciado as seguintes obrigações:

a) Não se ausentar de sua residência em nenhuma hipótese, salvo para

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tratamento médico, SOB PENA DE REVOGAÇÃO IMEDIATA DO
BENEFÍCIO, devendo requerer previamente a este Juízo quando necessário.

b) Não retirar ou permitir que outra pessoa retire a tornozeleira eletrônica, exceto
por determinação expressa deste juízo;

c) Não queimar, quebrar, abrir, forçar, danificar ou inutilizar a tornozeleira

eletrônica ou qualquer um dos acessórios que a acompanham, ou deixar que
pessoa diversa o faça, sendo de sua integral responsabilidade a boa conservação
do equipamento;

d) Não mudar de endereço sem previamente comunicar o CRESLON e aguardar

deliberação do Juízo;

e) Dirigir-se a um local aberto, sem teto, sempre que o sistema informar alerta
luminoso de cor azul, até que seja recuperado a regularidade;

f) Manter, obrigatoriamente, a carga da bateria da unidade de monitoramento

eletrônico – tornozeleira – em condições de funcionamento, carregando
diariamente e de forma integral o equipamento (até que a bateria esteja cheia).

g) Obedecer imediatamente às orientações emanadas pela central de

monitoramento através de alertas sonoros, vibratórios, luminosos e contatos
telefônicos, sendo obrigação do sentenciado entrar em imediato contato telefônico
diretamente com a equipe em caso de dúvida sobre alerta que desconheça, sendo
que os alertas corresponderão:

I. Alerta vibratório, alerta de som (bip) e alerta luminoso roxo (rosa): ligar
imediatamente para a central de monitoramento 0800-643-2552;

II. Alerta luminoso vermelho duplo: carregar a bateria da tornozeleira, pois está
baixa;

III. Alerta luminoso azul: O sinal está baixo. Deve o sentenciado ir para local
aberto, sem teto, até regularizar o sinal;

IV. Luz verde: tudo está correto.

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i) Comparecer junto ao CRESLON a cada 30 (trinta) dias para manutenção da
tornozeleira;

j) Não possuir, portar ou trazer consigo armas ofensivas a integridade física;

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Fica o sentenciado advertido de que o não cumprimento de qualquer das condições acima
ou cometimento de novo delito implicará na revogação desta concessão.

Expeça-se Mandado de Monitoração Eletrônica, com validade de 90 (noventa) dias.

Ressalto que o prazo inicial fixado poderá ser prorrogado, ante a juntada prévia de
documentos que comprovem a necessidade de manutenção do benefício.

Saliento, novamente, que o recolhimento domiciliar não se confunde com o regime

aberto provisório, impondo-se que o sentenciado, em nenhuma hipótese, se ausente de sua
residência, eis que continua sendo sentenciado preso, nos moldes já determinados.

Intime-se a direção da unidade prisional para que instale o aparelho eletrônico e,

posteriormente, remova o apenado à sua residência, local onde deve permanecer recolhido.

O mandado de prisão deve permanecer em vigor.

Deixo consignado que caso o requerente se ausente de sua residência fora dos casos
estabelecidos, será considerado foragido e, portanto, imediatamente conduzido à prisão comum.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Demais diligências necessárias.

Londrina, 12 de dezembro de 2022.

ERNANI SCALA MARCHINI

JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO