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Departamento de Vigilância em Saúde – DVS/DVE

ALERTA ARBOVIROSES URBANAS Nº 001/2023


INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA DAS ARBOVIROSES URBANAS
(CHIKUNGUNYA, DENGUE E ZIKA)
A Secretaria Municipal de Saúde, ALERTA para a necessidade de preparação dos serviços de vigilância e
assistência ao paciente DIANTE DO PERÍODO DE MAIOR PLUVIOSIDADE, TEMPERATURA, QUE
FAVORECEM À PROLIFERAÇÃO DE Aedes aegypti, ELEVANDO O RISCO DE TRANSMISSÃO DAS
ARBOVIROSES, hospitalizações e óbitos, sobrecarregando os SERVIÇOS DE SAÚDE.
As arboviroses são doenças causadas por artrópodes. Dentre estes, o Aedes aegypti, mosquito
responsável pela transmissão dos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika, que constituem alguns dos
principais problemas de saúde pública no mundo.
Para combatê-las é necessário envolvimento de todos os segmentos da sociedade além do trabalho
conjunto com a área da saúde, tendo como principal aspecto a prevenção a eliminação de criadouros do
mosquito, ou seja, não permitir o acúmulo de água limpa e parada.
A dengue é a arbovirose urbana de maior relevância nas Américas, e possui como agente etiológico o
vírus dengue (DENV), que possui quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Em Porto Velho
nos últimos anos temos identificado circulação dos DENV-1 e DENV-2.
A Chikungunya é causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), um arbovírus artritogênico, amplamente
distribuído no Brasil, que pode causar importantes limitações laborais e para a vida diária.
O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus, cujos modos de transmissão, além do vetorial, incluem transfusão de
sangue e transplante de órgãos, além da transmissão sexual. Em relação ao Zika, a transmissão vertical
pode ocorrer em diferentes idades gestacionais e resultar em amplo espectro de malformações no feto,
incluindo aborto.
As arboviroses urbanas, por compartilharem diversos sinais clínicos semelhantes e a dificuldade da
suspeita inicial pelo profissional de saúde, podem dificultar a adoção de manejo clínico adequado e,
consequentemente, predispor à ocorrência de formas graves, podendo também evoluir para quadros
com manifestações neurológicas, e eventualmente evoluir a óbitos.
Segundo Brasil (2002), notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à
saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção
de medidas de intervenção pertinentes.
NOTIFICAÇÃO DAS ARBOVIROSES
Os casos de dengue, febre de Chikungunya e Zika vírus são notificados no Sinan, na suspeita da doença,
conforme a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública,
nos serviços de saúde públicos e privados (Portaria GM/MS Nº 3.418 de 31/08/2023)
Os casos com sinais de alarme, graves e óbitos devem ter amostras laboratoriais coletadas para
diagnóstico, sendo obrigatoriamente encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública
(LACEN/RO) para análise, sendo ainda os óbitos de notificação compulsória imediata, a ser realizada em
até 24 horas a partir do conhecimento e posteriormente, inseridos no Sinan.
• A notificação é feita, através da ficha de notificação/investigação da dengue e Chikungunya (ANEXO 1).
Os casos de Zika devem ser notificados na ficha de notificação/conclusão (ANEXO 2) e encaminhamento
a Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) SEMANAL.

Orientações para a organização dos serviços de saúde


Atenção Primária à Saúde
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem ser a principal porta de entrada que garanta ao paciente o
acesso em tempo oportuno ao diagnóstico, à classificação de risco e ao tratamento.
✓ Implementação de protocolos clínicos e atualização dos profissionais para melhoria do manejo
clínico;
✓ Aquisição e distribuição de insumos de forma adequada para os atendimentos;
✓ implantação de espaço para hidratação oral/venosa se necessário;
✓ Busca ativa de casos suspeitos em seu território;
✓ Notificar o caso corretamente e de forma oportuna, observando sinais e sintomas para devido
preenchimento de sinais de alarme e dengue grave, dentre outras providências.
✓ Coletar amostras referentes aos agravos suspeitos e encaminhar ao Lacen.

Atenção Especializada à Saúde


Os procedimentos recomendados para pacientes suspeitos, compreende de maneira geral o acolhimento
e triagem adequados, diagnóstico clinico e /ou laboratorial oportuno.
✓ Prover espaço adequado ao paciente que necessitem de hidratação venosa;
✓ Disponibilizar medicamentos, insumos, leitos e exames complementares conforme o nível de
complexidade;
✓ Manter atualizados os fluxos de referência e contra referência;
✓ Capacitar as equipes para identificação dos casos suspeitos;
✓ Notificar o caso corretamente e de forma oportuna, observando sinais e sintomas para devido
preenchimento de sinais de alarme e dengue grave, dentre outras providências.
✓ Coletar amostras referentes aos agravos suspeitos e encaminhar ao Lacen.
Vigilância Laboratorial: Orientações para coleta oportuna das amostras na investigação de pacientes
suspeitos:
Dengue:
NS1 - Detecta uma proteína do vírus, deve ser realizado na fase aguda, até o 5°dia de início dos sintomas;
IgM – Detecta Imunoglobulina, coleta na fase convalescente, a partir do 6° dia do início dos sintomas;
Biologia Molecular (PCR) - Detecta material genético do vírus, coleta durante viremia, até o 5° dia do
início dos sintomas.
Importante: Solicitar sempre para os casos classificados como C e D.
Zika Vírus e Chikungunya:
a. Pesquisa de anticorpos IgM: após o 6° dia de início de sintomas até o 45° dia.
b. Pesquisa de anticorpos IgG: a partir do 21º dia de início de sintomas.
c. Biologia Molecular- Preferencialmente até o 5º dia.
Situação Epidemiológica do Município de Porto velho, frente às Arboviroses, 2015 a 2022

CASOS NOTIFICADOS ARBOVIROSES


4000

3000

2000

1000

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA VÍRUS

ÓBITOS POR DENGUE


60
50
40
30
20
10
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

SE Óbitos

Fonte:Sinan Dengue /MS . Sujeito à alterações ano 2022.


Ranking de Casos de Dengue segundo bairro de ocorrência 2022, Porto Velho /RO.

Fonte: Sinan Dengue /MS. Sujeito à alterações ano 2022. Dados acessados em 18/01/2023

Alerta elaborado por


Deuzeli Pereira- Médica Veterinária – Coordenação Arboviroses
Marco Verçosa – Médico – Investigação de óbitos por Arboviroses

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