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Incrível o poder que uma história tem. Ela pode transmitir emoções, inspirar ou mudar o
modo como vemos alguma coisa. Nenhuma história é, sequer, real. Nunca. Quando você
conta algo a veracidade se perde, mesmo que minimamente. O que resta da verdade é a
essência que se transmite no conto. Até que outra pessoa conte a história e ela perca mais
um pouco da verdade. Como um grande telefone sem fio.
Por essa linha, biografias são histórias sobre a vida das pessoas. Mas quem conta essas
histórias? O que mudou? O que se perdeu? Assim, se criam lendas e mitos que
transformam pessoas em figuras humanas. Mentes brilhantes que antes de terem sua vida
exposta eram pessoas geniais e depois se tornaram gênios. Rei do rock, ícone do cinema,
exemplos de superação. O que estes filmes mostram é apenas isto e o caminho que levou a
isto. Mas não dá pra esquecer que essas figuras também foram pessoas, que sentavam em
bares para beber e rir com os amigos.
Atrás de cada filme deste existe ainda mais história, e muito dela nunca vai ser contada.
https://www.youtube.com/watch?v=JdRGC-w9syA
Quando penso em Spielberg dirigindo um filme, penso em ficção. Mas ele sabe atuar fora
da sua zona de conforto e ele consegue deixar o filme duramente real. A prova final disso é
a sequência de cenas da garota de vestido vermelho, onde o elenco também superou
expectativas.
https://www.youtube.com/watch?v=_G6EeZDjpwA
Sempre com personalidade forte, Gabriele Chanel cresce num orfanato e se torna cantora
de cabaré. Diferente de sua irmã, Coco (como acaba sendo apelidada) não crê no amor e
busca fortuna de todas as formas que consegue. Quase como uma versão feminina do
estereótipo do malandro. Enquanto sua irmã se envolve com um homem por amor, a jovem
Gabrielle se envolve por interesse. Mas sempre mantendo seu orgulho e deixando o amante
consciente da situação. A sua ascensão a moda acontece quase por acaso, já que muitos a
consideravam uma “selvagem” pelo seu estilo simples e prático.
Já vale a pena assistir o filme só pela atriz principal: Audrey Tautou (Fabuloso destino de
Amelie Poulain). Além de linda e carismática, a atuação é digna!
https://www.youtube.com/watch?v=ivp3I_8shRg
Interpretado por James Franco, Aaron Ralston é o alpinista que ficou preso pelo braço em
uma pedra e, sem nenhuma chance de resgate, amputou o próprio braço para sobreviver. E
você se achava o foda não é? O desenvolvimento do filme se dá a partir disso e te deixa
tenso. Não dá pra contar qualquer coisa além disso. O resto do filme é só sentir.
https://www.youtube.com/watch?v=oZa9eX2mr6M
Mesmo se você não gosta de Beatles, deve dar o braço a torcer e admitir a
influência e importância deles para o Rock e Pop Rock atual. No filme vemos a historia de
John Lennon baseada no livro “Imagine This: Growing With My Brother John Lennon”,
escrito pela meia irmã de Lennon. Pois é, eu também não sabia que ele tinha uma meia
irmã. Nos anos 50 John vivia em Liverpool e ainda não entendia nada de música. Em meio
ao tumulto de sua juventude, sua suposta mãe o apresenta ao rock. Ao longo disso o filme
mostra Paul se apresentando para John em uma cena cômica. E depois George.
A diretora Sam Taylor-Wood merece seus créditos. Sobe o seu comando as câmeras
captam muito bem a personalidade de Lennon e de sua música. Claro, o ator fez sua parte,
mas o show foi da montagem das cenas.
https://www.youtube.com/watch?v=bNLMi14ypXE
Um filme sobre Mark Chapman. Não sabe quem é? Talvez o seu nome não tenha
ficado tão famoso, mas o seu feito ficou. Ele é o fã que matou John Lennon. E ele tem um
filme contando a história. Tudo se desenrola nos três dias que antecedem o assassinato do
ex-Beatle e caminha até o momento em que a icônica foto de Lennon dando autógrafo para
Mark foi tirada. O nome faz referencia ao capitulo de O Apanhador no Campo de Centeio
que Chapman estava lendo na época.
Apesar de mal recebido pela critica, eu considero um bom filme. Não no quesito de
qualidade técnica, mas sim de historia. Se você é fã dos Beatles, pode ser legal
complementar o que você sabe.
Chaplin, 1992
https://www.youtube.com/watch?v=iFXi2CF2BGI
De garoto de rua a ícone do cinema. O velho Chaplin relembra sua vida e o filme
corre a partir de suas memorias em uma conversa com um personagem fictício. Ele conta
de quando era um garoto que vivia nas ruas Londres, seus envolvimentos românticos e
sobre sua expulsão dos EUA.
Chaplin fala pouco de suas obras no cinema e conta muito sobre sua vida fora das telas,
sua vida de galanteios e a fundação da United Artists com Douglas Fairbanks. Infelizmente
a proposta do estúdio acabou não dando muito certo.
Quem interpreta Charles é Robert Downey Jr, bem antes de ele se tornar Tony Stark e um
pouco antes de ele se envolver nas drogas. É um filme para quem realmente quer saber um
pouco sobre a vida de Chaplin e não tanto sobre seus filmes. Para quem só conhece o
Downey Jr. como Stark ou Holmes, é uma chance de vê-lo em uma atuação mais livre.
https://www.youtube.com/watch?v=UZaQpgB9ZHg
Incrível como estar na pior pode servir para quebrar tudo que uma pessoa pode acreditar.
Em meio a pior situação possível, Woodroof se agarra a vontade viver e esquece suas
diferenças com Rayon em uma amizade singular.
https://www.youtube.com/watch?v=wj0I8xVTV18
No ano em que eu nascia, nascia também este grande clássico. A história contada
aqui é do guerreiro Willian Wallace, que após perder seus pais e ser criado pelo tio viaja o
mundo até voltar para sua terra natal. Depois de se casar em segredo para se livrar do
o senhor feudal, sua esposa também é assassinada. A partir disto
direito de prima nocte d
inicia-se sua luta contra a Coroa Inglesa, motivada inicialmente por uma vingança pessoal,
e a luta se torna símbolo da independência escocesa.
O filme ganhou o Oscar em cinco categorias. Ele também ganhou um prêmio de melhor
figurino, porém o verdadeiro Willian Wallace nunca usou um kilt.
https://www.youtube.com/watch?v=gJzPSPkWTrM
Quem foi Bob Dylan? O cantor viveu uma constante transformação em sua vida e
todas elas são retratadas no filme em seis fases, cada uma com um ator. Sim, seis atores
para “um” personagem.
O modo como a historia é contada é nada convencional. Cada ator faz uma passagem na
vida de Dylan mostrando suas influencias e motivações como guitarrista, defensor dos
direitos civis, poeta e outros adjetivos.
Todd Haynes acertou em cheio com na escolha de um estilo nada convencional para o
filme. Parece até que não é o mesmo Bob Dylan criança que está fazendo seu discurso
inflamado por álcool sobre se parecer com o assassino de Kennedy. Talvez porque não
fosse realmente o mesmo Dylan.
https://www.youtube.com/watch?v=aS_d0Ayjw4o
Nash é arrogante, menospreza os trabalhos dos colegas e não possui o mínimo tato social.
Durante seu trajeto ele sofre ao ser obrigado a dar aulas e, assim como outro matemático
que já foi citado nesta lista, decifra códigos para o governo.
Jobs, 2013
https://www.youtube.com/watch?v=kP0RbDbeL-c
Steve Jobs é uma figura de admiração para muitos. Inegavelmente sua ascensão na
carreira é incrível. Porém, a que preço? Se hoje criticamos a figura do workaholic, porque
tanto se admira Steve? Ele parece encontrar no vicio em trabalho a saída da vida de hippie
sem foco, sem conseguir encontrar um meio termo entre o esforço e o relaxar. Não hesita
em passar por cima de relações pessoais em prol de seu desenvolvimento profissional.
O filme em si não é tão bom. A atuação de Ashton Kutcher está longe de parecer natural ao
imitar os trejeitos do fundador da Apple e o filme se perde em certos pontos da história.
Porém, a experiência é valida por fazer questão de não esconder o lado mais problemático
de uma pessoa tão admirada.
https://www.youtube.com/watch?v=eXqlIlkCmDY
O filme conta a historia do músico Johnny Cash. Pelo título você já deve ter
desconfiado, certo? De uma infância difícil com a morte do irmão ao exército e problemas
com drogas até se tornar um músico famoso e icônico. Infelizmente o filme insiste em focar
mais na relação de Johnny com a cantora June Carter.
Mas vale assistir a interpretação de canto de Johnny e June, que deixa sua atuação ainda
mais verídica.
https://www.youtube.com/watch?v=g7ArZ7VD-QQ
O filme e a história de Chris dividem opiniões. Se por um lado alguns admiram o rapaz que
foi em busca de seu sonho e foi corajoso em tentar viver com simplicidade, outros
enxergam seu completo despreparo para se aventurar no Alasca sem equipamentos e sem,
ao menos, um mapa.
Além de reflexivo, o filme é lindo. A câmera mostra muito bem e com um ar de simplicidade
as belezas naturais no caminho e a trilha sonora, composta por Eddie Vedder
especialmente para o filme, é fantástica. Além de tudo isso, o ator que interpreta Chris ficou
incrivelmente parecido com o verdadeiro.
https://www.youtube.com/watch?v=RjyTBYsJzMI
Filme nacional que conta a historia de Roberto Carlos (não o cantor) considerado um
dos “dez maiores contadores de história do mundo”.
Depois de passar pelo maior trauma de sua vida, o jovem Roberto, na época com treze
anos, queria morrer. A partir disso, o filme caminha do passado até o momento da tentativa
de suicídio dele, para então nos mostrar como um pouco de carinho e amor puderam salvar
o garoto considerado irrecuperável pela FEBEM.
Hoje, Roberto Carlos adota outras crianças chamadas de irrecuperáveis e as refaz com a
mesma receita que a sua mãe francesa utilizou.
https://www.youtube.com/watch?v=YIkKbMcJL_4
Alan Turing liderou uma equipe da inteligência britânica durante a segunda guerra. O
objetivo desse grupo? Decodificar as mensagens interceptadas da Alemanha Nazista. Tais
mensagens eram codificadas com a máquina Enigma, que se atualizava a cada 24 horas.
A história é narrada por Turing durante um interrogatório e alternada com cenas da
sua infância mostrando sua grande inteligência prodigiosa e como acabou por se interessar
pela criptografia.
A maneira como a narração mantém uma voz calma e direta ao ponto com as cores do filme
cumprem muito bem seu papel de transmitir tensão ao expectador. E, como sempre,
Cumberbatch exerce atuação brilhante.
O pianista, 2002
https://www.youtube.com/watch?v=6NXjPxA_z0Q
Outro filme sobre a segunda guerra na Alemanha Nazista. Mas fazer o quê se esse
período está cheio de histórias trágicas? Władysław Szpilman é um pianista judeu que
trabalha numa rádio da Varsóvia. Durante a segunda guerra ele foge para o Reino Unido na
esperança de que a guerra não se prolongue demais, porém se percebe cada vez mais
enganado.
Quem dirige o filme é Roman Polanski. Polanski viveu a segunda guerra, inclusive
escapando de um gueto na Cracóvia. Isso pode explicar sua excelente direção do longa.
https://www.youtube.com/watch?v=CJ74sc-NESA
O filme conta a historia de Chris Kyle, considerado o sniper mais letal dos Estados
Unidos. Pois é, o filme é foda.
Não dá pra negar que ele era bom no que fazia, mas você pode ver esse filme por duas
óticas: a primeira, que conta a história de um herói de guerra condecorado que,
possivelmente, definiu o rumo de diversas operações.
Se visto com um pouco mais de crítica, a segunda visão é bem menos gloriosa. Ela diz
respeito ao lado que vem depois da guerra, a dificuldade de voltar pra casa de corpo e
alma. Aos poucos, o atirador se torna obsessivo com seu dever, o que acaba sendo
prejudicial para Chris e quem estava ao seu redor, na família ou mesmo no pelotão.
Clint teve a manha da direção. Quando assistir, dê atenção extra para a edição de
som, que transmite muito bem as memórias do personagem quando ele está em casa.
Vale a pena reforçar o olhar crítico em cima dos estereótipos do filme também, pra
não achar que se trata de uma propaganda para o exército americano.
https://www.youtube.com/watch?v=OgVdYzUW0yk
O filme é recheado de licença poética, o que pode fazê-lo parecer uma comédia romântica
em certos pontos. Nada que desagrade, porém.
https://www.youtube.com/watch?v=Cu7_m6-enCM
Se você acha que tem o dedo podre pra escolher relacionamentos, conheça
Margaret D. H. Keane.
Ela se divorcia de seu primeiro marido e se muda para São Francisco onde conhece Walter.
Este se encanta pela pintora que retratava crianças com olhos exageradamente grandes e
rapidamente a pede em casamento. Aos poucos, com o talento de Margaret para pintura e o
marketing pessoal de Walter, os quadros das crianças se tornam um sucesso.
Mas todos parecem acreditar que é Walter o verdadeiro pintor. Ele constrói uma carreira em
cima dessa mentira e vai deixando Margaret cada vez mais perto de surtar.
O filme é dirigido por Tim Burton, que tem algumas sacadas interessantes durante o filme. A
cena que se repete é Margaret dando a mão para a filha que está atrás de si, como um
símbolo de proteção e união. Além da representação do sentimento de farsa quando
Margaret tem breves alucinações com seus quadros.
Menção Honrosa:
https://www.youtube.com/watch?v=J2t0-sDiajs