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TEXTO CRÍTICO "INFILTRADO NA KLAN”

Apesar de se passar nos anos 70, o filme traz problemáticas que até hoje
existe no mundo inteiro, como as Fake news, Spike Lee consegue criar
muito bem uma ponte para o presente, ao mostrar que o preconceito
sempre contou com a desinformação para se espalhar. Por exemplo, em
uma cena de uma conversa de Flip (Adam Driver), um dos personagens
membros da KKK, fala que o Holocausto foi uma grande mentira e que
mídia está escondendo informação "verdadeira".
A riqueza do filme é tão grande, que apesar de ser acido com os racistas,
também dá uma leve criticada aos militantes anti-opressores, quando eles
se dividem por motivos banais, ego ou vaidade, o filme tem alguns
exemplos de personagens menosprezando pela forma que o outro luta
para combater o racismo, enquanto permite que a gente tendo a visão de
fora, perceba que não tem uma forma errada, ambas são plenamente
válidas e legítimas.
Lee consegue trabalhar muito bem o humor do filme, ele sabe até onde é
possível brincar, satirizar e divertir o público, mas ele nunca perde essa
duplicidade dessa realidade de vista, por exemplo, ele retrata os nazistas
como um completos idiotas (o que é bom), mas ele nunca te deixa
esquecer, que se você juntar suficientes idiotas, cria-se algo perigoso.
Eles são capazes de fazer o público rir enquanto os torna reflexivos e
desconfortáveis.
A atuação de Adam Driver surpreendeu muito, ele dá uma frieza atípica
para o personagem, que chega a ser sinistra de como ele mantém uma
postura em até situações tensas. Mas o que dá realmente um brilho na
atuação, é a revolta presa, que escapa através do olhar do personagem.
Flip é um homem branco que nunca se preocupou direito com o
preconceito, porque nunca sofreu com isso. No entanto, depois de se
infiltrar na Ku Klux Klan, ele começou a refletir sobre suas raízes
judaicas, o racismo e começou a ver o mundo sob uma nova perspectiva.
John David Washington, que vive o personagem Ron, teve um destaque
muito grande também na sua atuação. O ator surpreende a cada cena que
passa, com novas dimensões do personagem. Ele é o condutor do filme e
sofre com conflitos próprios, pois ao mesmo tempo em que está dedicado
a derrubar a Klan é considerado por seu principal interesse romântico, a
ativista vivida por Laura Harrier.
Infiltrado da Klan é uma produção necessária nos dias atuais e pode gerar
reflexões para o futuro.

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