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Quando fui apresentado ao trailer deste filme e soube que se tratava de uma história
real* imediatamente coloquei 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave – 2013) no topo
da minha lista de filmes mais esperados. Com estreia marcada para o dia 18 de
outubro de 2013 nos EUA, eu acreditava com convicção que a distribuidora brasileira
aproveitaria o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) para lançar o filme no
Brasil, mas como a produção tem um grande potencial para arrecadar indicações ao
Oscar eles resolveram esperar pela semana anterior ao evento.
Decepções e pequenos mimimis a parte, vamos aos fatos. Para entender o sentido do
filme é preciso saber mais ou menos como funcionavam os EUA em 1841. Naquele
tempo haviam estados onde a abolição da escravatura era uma realidade e outros
que mantinham vivo o comércio de escravos. Se quiser ver como isso foi um
problema político para o país recomendo o excelente filme Lincoln**.
Nós começamos a saga conhecendo Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro livre
que vivia feliz com sua família no estado de Nova Iorque, onde não existia escravidão
desde que a pessoa possuísse papéis provando sua liberdade. Certo dia ele é
apresentado a duas pessoas que pretendem contratá-lo como violinista para algumas
apresentações em outros estados onde também não havia escravidão.
Durante um jantar ele é drogado e traficado para o sul, onde foi vendido como
escravo. Naquela parte do país um negro não tinha direitos, voz ou qualquer
simpatizante. Ele não podia provar ser quem era, não podia escrever para ninguém
ou sequer chamar a polícia, que o acusaria de ser um fugitivo mentiroso.
Até agora não vi um filme em 2014 que se assemelhasse a 12 Anos de Escravidão. Ele é
psicologicamente devastador e tecnicamente impecável. Sei que este fim de semana
marca a estreia do Robocop do Padilha (outro na minha lista de mais esperados) mas
seria extremamente injusto recomendar outro filme.