RESENHA DO FILME '12 ANOS DE ESCRAVIDÃO', DE STEVE MCQUEEN
“Doze anos de escravidão” é um filme dramático, emocionante e doloroso que retrata a
história real de Solomon Northup, um homem afro-americano livre que é sequestrado e vendido como escravo no sul dos Estados Unidos no século XIX. O filme é dirigido por Steve McQueen e lançado em 2013, venceu diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme em 2014. Conta com atuações incríveis de Chiwetel Ejiofor oferece uma atuação admirável como Solomon, retratando a dor, a angústia e a determinação do personagem principal de maneira convincente, O filme também apresenta performances impressionantes de Michael Fassbender e Lupita Nyong'o em papéis importantes. O filme retrata a dura realidade da escravidão nos Estados Unidos, mostrando a crueldade dos donos de escravos e a brutalidade da vida dos mesmo e as condições desumanas em que eles eram obrigados a viver. A história é contada de maneira crua e realista, mostrando as terríveis condições que os escravos eram submetidos, incluindo a violência física e sexual. O filme também apresenta a perspectiva de outros personagens, incluindo o cruel dono de escravos interpretado por Michael Fassbender como Edwin Epps, o proprietário de escravos impiedoso e racista, e a escrava Patsey, que sofre nas mãos de seu mestre cruel interpretada por Nyong'o, que sofre abusos e humilhações constantes. O filme aborda a história verídica de Solomon Northup, um negro livre nascido nos Estados Unidos da época escravagista. De acordo com a narrativa, Northup era músico e trabalhava como violinista no distrito de Saratosa, em Nova York, e vivia com a esposa e dois filhos. Certo dia, dois homens visitam Northup para lhe oferecer um emprego provisório de 2 semanas em Washington, o qual ele aceita. Assim que os três chegam lá, os recrutadores embriagam e drogam Northup antes de o jogarem numa senzala de propriedades de James Burch, um rico vendedor de escravos. A história de Solomon Northup prossegue até ele ser posto para trabalhar em plantações no estado de Louisiana por 12 anos antes de sua libertação. Além disso, o filme aborda questões importantes sobre a luta pela liberdade e a resistência dos escravos, bem como o papel da sociedade na perpetuação da escravidão. A fotografia e a trilha sonora ajudam a criar uma atmosfera intensa e angustiante, transportando o espectador para dentro da história. "Doze anos de escravidão" é um filme extremamente importante e necessário, que nos lembra do passado violento e desumano da humanidade e nos faz refletir sobre as desigualdades e injustiças que ainda existem em nossos dias. É uma obra-prima cinematográfica que deve ser assistida por todos aqueles que buscam compreender a história e a complexidade das relações raciais nos Estados Unidos. O filme pode ter sido utilizado como fonte de inspiração ou como material de apoio em casos jurídicos relacionados a questões de discriminação racial ou direitos humanos. Além disso, o filme pode ser utilizado como um meio de conscientização sobre os horrores da escravidão e a importância da luta pelos direitos civis e pela igualdade racial. Segundo, Peter Debruge, crítico de cinema da revista Variety. "A história de '12 Anos de Escravidão' é tão angustiante quanto fascinante, e a direção de Steve McQueen é tão intensa quanto sensível, nos levando a uma jornada emocional inesquecível pelos horrores da escravidão nos Estados Unidos." Embora o filme "12 Anos de Escravidão" seja ambientado no século XIX, ele aborda questões relevantes e atuais em relação aos direitos humanos e à luta contra a discriminação racial, que são temas importantes para a promoção dos ODS, incluindo o ODS 10 - Redução das Desigualdades. NOS BASTIDORES Em entrevista ao portal IndieWire, Steve McQueen falou sobre sua motivação para fazer o filme: "Eu realmente queria contar uma história sobre a época e o local do comércio de escravos americano, mas os personagens que eu queria não eram evidentes no tráfico de escravos; pessoas que tivessem talento artístico e pudessem se encontrar em diferentes localizações geográficas. Em última análise, eu queria criar algo que tivesse alcance e escala emocional." Quando questionado sobre qual foi a maior dificuldade do filme, o roteirista John Ridley respondeu: "Linguagem e Idioma. A primeira vez que li a história de Salomão foi ótimo. Você lê o livro inteiro e quebra a narrativa. O enredo é bastante evidente, mas o estilo de escrita é misterioso e rebuscado. Outra coisa difícil é sobre a época A educação do meio ambiente. Tive que prestar atenção nas especificidades da história, prestar atenção nos detalhes." Em entrevista à NPR, o ator Chiwetel Ejiofor falou sobre a originalidade e moralidade de 12 Anos de Escravidão: "Meu pai acreditava na ideia da diáspora africana, no senso de solidariedade entre os descendentes de africanos, essa é a atitude com a qual cresci. Fazendo parte desse legado e depois imigrando para a Louisiana, você começa a sentir a escravidão. O sentimento, a natureza internacional dela e a completa falta de conexão humana em torno dela." STEVE MCQUEEN DISSE O SEGUINTE SOBRE O FILME: "Tive a ideia de ter um homem livre do Norte sequestrado e arrastado para o labirinto da escravidão. Gosto disso porque o público pode acompanhar a figura quando ele assume um passado escravo. Anos de Escravidão, quando li, fiquei completamente deslumbrado. Foi como um raio caindo do céu, e também perturbado pela falta de conhecimento geral sobre o livro. Moro em Amsterdã, Anne Frank é considerada uma escritora nacional herói. Para mim, este livro é o diário de Anne Frank escrito há 97 anos; um relato em primeira mão da escravidão. Basicamente, transformei minha paixão pelo livro em um filme. " 12 Anos de Escravidão explora a violência humana e o mal em cenários tão diversos como tortura, chicotadas, estupro e privação física e sensorial. Sobre sua experiência em filmar cenas explícitas e violentas, Ejiofor disse: “A violência foi realmente necessária para entendermos a jornada mental de Solomon, quem ele era, o que ele teve que suportar e, de maneira mais geral, o que as pessoas pensavam dele. escala. Essas cenas eram desconfortáveis de filmar, mas de certa forma legitimavam o relacionamento e tornavam mais fácil interpretar o personagem de Solomon. Uma das cenas da escravidão em meados do século 19 foi escolhida como locação de gravação: plantações de algodão e cana-de-açúcar no estado norte-americano da Louisiana. O atual proprietário das propriedades diz que hoje não existem lápides ou túmulos que identifiquem os corpos, mas sabe que basta cavar a terra para encontrar vestígios da existência desses escravos. Os artefatos arquitetônicos originais da escravidão foram removidos do local, mas muitos detalhes estéticos, como os edifícios circundantes, fachada e detalhes de pintura foram preservados. Como diz Steve McQueen, "era como estar na cena de um crime". Enquanto o assunto do filme é corajoso, o cenário é exuberante e pinta um retrato igualmente bonito da vida escrava. Para a equipe de produção do filme, a proximidade real com o espaço onde as coisas aconteciam tornava o trabalho intenso e prazeroso, refletindo-se em diferentes aspectos da experiência. Como Ejiofor disse: - Saber que estávamos no lugar exato onde as coisas aconteceram foi tão emocionante e poderoso. Era como se estivéssemos dançando com fantasmas.