1) A sociedade capitalista é dividida em classes sociais com base na posição na produção e na capacidade de consumo.
2) As desigualdades nas sociedades modernas são evidentes na apropriação da riqueza, poder e bens culturais.
3) Embora a mobilidade social seja maior do que em outras sociedades, barreiras dissimuladas dificultam a ascensão entre classes.
Descrição original:
Título original
Classe social na sociedade ocidental atual- classes e estilos de vida
1) A sociedade capitalista é dividida em classes sociais com base na posição na produção e na capacidade de consumo.
2) As desigualdades nas sociedades modernas são evidentes na apropriação da riqueza, poder e bens culturais.
3) Embora a mobilidade social seja maior do que em outras sociedades, barreiras dissimuladas dificultam a ascensão entre classes.
1) A sociedade capitalista é dividida em classes sociais com base na posição na produção e na capacidade de consumo.
2) As desigualdades nas sociedades modernas são evidentes na apropriação da riqueza, poder e bens culturais.
3) Embora a mobilidade social seja maior do que em outras sociedades, barreiras dissimuladas dificultam a ascensão entre classes.
NA SOCIEDADE OCIDENTAL ATUAL: CLASSES E ESTILOS DE VIDA 2
CLASSE SOCIAL NA SOCIEDADE OCIDENTAL ATUAL:
CLASSES E ESTILOS DE VIDA A sociedade capitalista é dividida em classes e, como tal, tem uma configuração histórico-es- trutural particular. Nela está muito evidente que as relações e estruturas de apropriação – a questão econômica – e dominação – a questão política –, definem a estratificação social. Os outros fatores de distinção e diferenciação, como a religião, a honra, a ocupação e a hereditariedade, apesar de existirem, não possuem a força que têm em outras formas de estratificação social. A produção e o mercado tornaram-se os elementos mais precisos de classificação e mobilidade sociais. Assim, as classes sociais expressam, no sentido mais preciso, a forma como as desigualdades se estruturam na sociedade capitalista. Podemos afirmar que existem duas grandes maneiras, com suas variações, de pensar a questão das classes: considerando a posição dos indivíduos e grupos no processo de produção ou conside- rando a capacidade de consumo como fator de classificação. No primeiro caso, pode-se ter uma hierarquização dos grupos como a seguinte: classes dos proprietários de terras, classe burguesa – industrial, financeira –, pequeno-burguesa ou média, trabalhadora ou operária. No segundo, tem-se classes alta, média e baixa ou, então, variações como classes A, B, C, D e E. Observa-se, assim, que a análise da estratificação de uma sociedade depende dos interesses de quem está analisando e do critério utilizado na classificação dos grupos sociais. Entretanto, fica evidente que as sociedades modernas se caracterizam, em grau variável, pelas desigualdades: » Na apropriação da riqueza gerada pela sociedade, expressa normalmente pela pro- priedade e pela renda, mas que aparece também no consumo de bens; » Na participação nas decisões políticas, manifestando-se pelo maior ou menor poder que indivíduos e grupos têm de decidir, ou forçar decisões a seu favor, e de deter o poder econômico na sociedade; » Na apropriação dos bens simbólicos, que se expressa no acesso à educação e aos bens culturais, como museus, teatro, livros, entre outros. As questões que envolvem propriedade, renda, consumo, educação formal, poder e conhe- cimento, vinculadas ou não, definem a forma como as diferentes classes participam da sociedade. Observadas diretamente ou pelos meios de comunicação, as desigualdades nas sociedades moder- nas, sejam estas desenvolvidas ou não, são incontestáveis, expressando-se na pobreza e na miséria. A mobilidade social nas sociedades capitalistas é maior do que nas divididas em castas ou esta- mentos, mas não é tão ampla quanto pode parecer. As barreiras para a ascensão social não estão escritas nem são declaradas abertamente, mas estão dissimuladas nas formas de convivências social. Quando os trabalhadores começaram a se organizar e lutar por melhores condições de trabalho e de vida, abandonou-se o discurso de que os pobres deveriam ser deixados à própria sorte e procu- rou-se difundir a ideia de que todo indivíduo competente pode vencer na vida. A concepção de que o medo da fome incentiva o trabalho foi substituída pelo otimismo da promoção do indivíduo pelo trabalho. Esforçando-se, os trabalhadores qualificados teriam a possibilidade de se converter em capitalistas. A célebre frase, publicada em 1888 na revista estadunidense The Nation, de orientação liberal, exemplifica bem esse pensamento: “Os capitalistas de hoje serão os capitalistas de amanhã”. Qual é a diferença da sociedade capitalista de hoje de outras sociedades capitalistas? Em relação à desigualdade, somente a forma como ela se efetiva. Mas as explicações dadas para as desigualdades mudam radicalmente. Na sociedade capitalista, a desigualdade é constitutiva, mas há um discurso segundo o qual todos têm as mesmas oportunidades e, mais ainda, pelo trabalho podem prosperar e enriquecer. Entretanto, a desigualdade não existe só no nascimento, mas é reproduzida incessan- temente, todos os dias, expressando-se até mesmo na morte, particularmente em como se morre.