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O surgimento do Escritor

Roland Barthes (1915-1980) foi


um escritor, sociólogo, crítico literário,
semiólogo e filósofo francês. Seus
estudos se concentravam em como
damos significados em nossa
linguagem, onde essa linguagem
pode ser vista como uma pele que
nos forma.
Tomando a ideia dos estruturalista, que definiam a ser
humano como determinado pelas “estruturas sociais”,
Barthes impõe sobre o sujeito, mais precisamente, o
AUTOR, sua destruição, sua morte. O que ele quis dizer
com a morte do autor? Para Barthes, livros, filmes,
fotografias, propagandas – tudo isso, argumentava ele,
constitui os produtos de diversos precedentes históricos,
sociais e genéricos cujo significado deve ser apreendido
por meio da “leitura”. O autor não tem mais o controle
do texto – é o leitor quem tem. “O nascimento do leitor
deve acontecer à custa da morte do autor.”
A literatura assume muitos saberes. Num romance como
Robinson Crusoé, há um saber histórico, geográfico, social
(colonial), técnico, botânico, antropológico (Robinson passa
da natureza à cultura). Se, por não sei que excesso de
socialismo ou de barbárie, todas as nossas disciplinas
devessem ser expulsas do ensino, exceto numa, é a disciplina
literária que devia ser salva, pois todas as ciências estão
presentes no monumento literário. É nesse sentido que se
pode dizer que a literatura, quaisquer que sejam as escolas
em nome das quais ela se declara, é absolutamente,
categoricamente realista: ela é a realidade, isto é, o próprio
fulgor do real.
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• A destituição da soberania do contador de
história, e o elevamento do “leitor” em sua
interpretação.
• Aquilo que foi escrito passa a ser um projeto de
mundo, pois a linguagem deve ser interpretada
e reinterpretada nas suas leituras.
• Não existe mais uma hierarquia dominante, pois
posso entender uma obra partindo de seu
momento histórico, social e linguístico.
Não confundir com um relativismo literário.
Barthes imagina um estudo da linguagem, mas não uma
linguagem apenas em suas palavras. Para ele, esse estudo tem
como base a própria desconstrução de seus significantes, uma visão
critica dos meandros dos signos, daí sua ligação ao estruturalismo.
Esse estudo tem como nome Semiologia. Esse estudo dos signos
abrange todas as vertentes da comunicação humana. Para alguns
pensadores, o lugar de Barthes na filosofia o coloca não como um
propagador da ciência dos signos, mas sim do prazer da leitura:
“os prazeres da leitura e o direito do leitor de ler
idiossincraticamente, em nome do prazer que possa alcançar.”
(Jonathan Culler, Barthes – 1983)

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