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159857
OPERACIONALIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE
ARTIGO
PROJETO POR MEIO DO ENRIQUECIMENTO
SEMÂNTICO EM MODELOS BIM DE HABITAÇÃO DE
INTERESSE SOCIAL
Operationalization of design parameters through semantic enrichment in
BIM models of social housing
Giovanna Tomczinski Novellini Brígitte1, Regina Coeli Ruschel2
ABSTRACT: ABSTRACT The use of Building Information Modeling (BIM) has transformed the
Architecture, Engineering, Construction and Operation industry. However, the exploration of
design alternatives continues as one of its biggest challenges, wasting the enormous impact
that technology has on the subsidy decisions still taken at the design stage. The investigation of
research in the design stage comes from the need to think it integrated to all the phases of the
project, thus enabling the management of the information, geometric or not, from the beginning
of the process, promoting an integrated project. Considering that BIM is able to support these new
approaches, we examine opportunity and potential of renewing the applicability of renewing the
application of patterns (Alexander et al., 1977), supporting the construction of algorithms capable
of authenticating new solutions in the design of projects that can be validated in the context of
the project of social housing (HIS). In this sense, this article discusses the combined use of model
authoring tools and visual programming language based tools to aid in the design stage through
Semantic Enrichment of BIM. This methodology proved to be applicable and of great potential to
support the HIS design process. The methods used for the elaboration of this methodology can be
replicated in order to qualify other types of building.
KEY WORDS: Semantic Enrichment of BIM (SEBIM); Patterns; Visual Programming Language
(VPL); Architectural Design; Social Housing
Fonte de Financiamento:
Não declarada
Agência de Fomento: Não
How to cite this article: declarado
Conflito de Interesse: Não
BRÍGITTE, G. T. N.; RUSCHEL, R. C. Operacionalização de parâmetros de projeto por meio do enriquecimento declarado
semântico em modelos BIM de habitação de interesse social. Gestão e Tecnologia de Projetos São Carlos, v15, Submetido em: 10/07/2019
n2, p.20-32, 2020. http://dx.doi.org/10.11606/gtp.v15i2.159857 Aceito em: 05/05/2020
INTRODUÇÃO
Figura 1: Metodologia
Contribuíram na elaboração dos métodos expostos neste trabalho os mo-
Fonte: Autores
delos teóricos sugeridos por Godoi (2018), Solihin e Eastman (2015), Chen et
al. (2011) e Seghier et al. (2017). O primeiro apoia a definição das variáveis
que compõem cada algoritmo; o segundo apoia a identificação das catego-
rias de algoritmização, o terceiro compreende a conexão dos objetos à BIM;
por fim, o modelo proposto por Seghier et al. (2017), orienta a extração auto-
mática e gestão dos dados do modelo BIM.
Ao examinar o trabalho de Alberti, De re aedificatoria (1485), Godoi
(2018) propõe uma estratégia para a definição de variáveis que compõem
cada algoritmo mediante uma leitura analítica ordenada da seguinte ma-
neira: (1) Identificação dos parágrafos/ frases que contêm os parâmetros;
(2) Explicação gráfica da ligação entre os parâmetros; (3) Descrição das sen-
tenças matemáticas, identificando os tipos de parâmetros envolvidos e suas
conexões.
Assim sendo, este modelo é caracterizado pela transposição de parâme-
tros de projeto em algoritmos. No entanto, fez-se necessário neste trabalho
o acréscimo de três etapas: duas preliminares, (1) para a Classificação dos
parâmetros de projeto quanto ao nível de detalhamento e (2) Identificação
das categorias de automatização, através do modelo apresentado por Solihin
e Eastman (2015), e uma posterior, (3) de associação do algoritmo ao BIM,
modelo proposto por Chen et al. (2011).
Solihin e Eastman (2015) categorizam as regras de verificação em quatro
classes: (i) regras baseadas em dados explícitos, (ii) regras baseadas em valo-
res derivados, (iii) regras que necessitam de dados estruturados e (iv) regras
que requerem a prova de uma solução específica. São automatizáveis as três
primeiras classes de regras. Aplica-se esta lógica aos parâmetros de projeto
para avaliar o potencial de algoritmização.
Chen et al. (2011) abrangem em seu modelo a atribuição de diferentes
tipos de informação aos objetos BIM, dados necessários à gestão, constru-
ção e planejamento. Os autores investigam diferentes processos discretos
de classificação da informação executados no contexto da construção, como
por exemplo a caracterização de elementos, materiais, dimensões, tipos de
serviço, escalas diferentes de gerenciamento. As classificações regulam a es-
trutura dos atributos de um objeto BIM: dados geométricos, contenção hie-
rárquica, e conteúdo de construção (CHEN et al., 2011), aplicados no intuito
de expor as propriedades fundamentais na elaboração de componentes.
Para este trabalho, adapta-se o modelo sugerido pelos autores quanto aos
atributos da seguinte forma: (A) classificação do objeto, (B) dados geométri-
cos do objeto e (C) informação da construção.
A proposta de Seghier et al. (2017), para extrair automaticamente as in-
formações do modelo BIM, foi elaborada para apoiar o projetista durante a
etapa inicial do projeto de construções sustentáveis. Por intermédio destes
Quadro 1: Parâmetros de
projeto parametrizáveis
SENSO DE URBANIDADE SENSO DE HABITABILIDADE
dentro da escala de (16) (23)
aplicação Aberturas naturais (221)
Fonte: Brígitte (2019) Ambiência para refeições (182)
Ambiente junto à janela (180)
Ambientes semiabertos ao longo dos Balcão iluminado (199)
limites (166) Circulação com contraste (135)
Arcadas (119) Escada com passagem visível (133)
Caminhos e lugares Gradiente de intimidade (127)
Edifícios conectados (108) Janelas salientes para a rua (164)
Entrelaçamento de edificação e lugar Lareira (181)
(168) Layout da cobertura (209)
Escadas abertas (158) Unidades ao redor do pátio (N1)*
Estacionamento Camuflado (97) Mais de uma orientação para unidades
Estacionamentos pequenos (103) agregadas (N2)
Unidades ao redor do pátio (N1)* Estratégias para privacidade (N3)
Unidades em fita* (38) Nicho para dormir (188)
Orientação solar para o espaço exter- Nichos infantis (203)
no* (105) Orientação solar para o espaço exter-
Praças pequenas (61) no* (105)
Recuo frontal nulo (122) Parede semiaberta (193)
Ruas permeáveis (51) Posição e luz (128)
Unidades em fita (38) Unidades em fita* (38)
Vistas* (192) Varanda utilizável (167)
Variação de pé-direito (190)
Vistas* (192)
Zonas de piso (233)
Quadro 3: Tipos de
TIPOS DE AGRUPAMENTO DESCRIÇÃO Agrupamento
Contemplam questões ao exterior da edifica- Fonte: Brígitte (2019)
1.Independente: Urbanidade
ção.
2. Posição da Unidade de Cons- Contemplam questões vinculadas apenas à
trução posição da edificação.
3. Organização da Unidade Contemplam questões da estrutura, organiza-
Habitacional ção e layout da edificação.
Contemplam questões pontuais de ambientes
4. Independente: Habitat
internos da edificação.
Figura 2: Escala de
Torna-se possível, com base nesse novo conjunto, compor uma relação Agrupamento dos
hierárquica, além de identificar as classes de objetos: elemento de constru- parâmetros de projeto e
ção (EC), unidade de construção (UC) ou complexo de construções (CC) de identificação das classes
de objeto
cada parâmetro de projeto (Fig. 2).
Fonte: Brígitte (2019)
Figura 3: Parâmetro de
projeto: Ruas Permeáveis
Método 2. Algoritmização de parâmetros de projeto
Legenda: 0 = não, 1 =
sim. Expõem-se a seguir uma sugestão de algoritmização do parâmetro de
projeto Ruas permeáveis (51-green streets):
Fonte: Autores
O parâmetro de projeto Ruas Permeáveis de senso de urbanidade admite
que “Ruas locais sejam gramadas e/ ou revestidas com uso de elementos
que não impermeabilizem completamente o solo.” (grifo nosso). A expres-
são matemática equivalente é a Equação (1) representada no algoritmo da
Figura 4.
Figura 4: Algoritmo
(ruas permeáveis)
Fonte: Brígitte (2019)
Figura 5: Associação
ao modelo BIM (ruas
Por meio desta associação verifica-se que os dados a serem analisados es-
permeáveis)
tão diretamente conectados às características dos materiais aplicados. Dessa
maneira, a Figura 6 sugere duas práticas distintas para a análise do material Fonte: Brígitte (2019)
atribuído e sua característica de permeabilidade. O Modelo A representa a
análise da característica permeabilidade, considerando o material de re-
vestimento, no componente BIM tipificado como piso, permitindo análises
diretas da especificação vinculada ao objeto. Chegando ao Modelo B, foi de-
terminada a característica de permeabilidade distribuída em 5 gradientes,
durante o processo de modelagem da sub-região, por não ser possível a lei-
tura direta da permeabilidade do material aplicado.
Figura 6: Ruas
Permeáveis: rotina
Verifica-se que o modelo BIM, indispensável para esta avaliação, pode de gerenciamento da
expressar um dos dados de entrada como segue: Modelo A, a criação de informação
componentes tipificados: pisos; Modelo B, a delimitação das sub-regiões no Fonte: Brígitte (2019)
terreno e posterior definição dos respectivos parâmetros vinculados à per-
meabilidade específica daquela área.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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