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Segurança na prática

A Constituição Federal de 1988 assegura a todos o direito à segurança.


Nesse viés, a observância de medidas que promovam a proteção do paciente em
uma cirurgia é importante para a vivencia de tal direito na prática. Logo, sobretudo
no contexto atípico vivido, é válido discorrer sobre referida temática.
Sendo assim, a partir da análise do artigo ‘’A cultura de segurança do
paciente na adesão ao protocolo da cirurgia segura’’, das autoras Arminda Del
Corona e Aparecida Peniche, tem-se uma breve contextualização histórica sobre a
temática da cirurgia e dos cuidados assistenciais. Destarte, é ressaltado a
desigualdade social no que tange à distribuição de serviços de saúde, o que faz com
que poucos indivíduos tenham acesso a um atendimento cirúrgico de qualidade e
humano.
Referente aos aspectos metodológicos, o artigo se baseou na revisão
bibliográfica, realizada em 2014 por meio da seleção de periódicos que versam
sobre a temática principal coletados do Saúde Baseada em Evidências e Periódicos
da CAPES.
Dessa forma, a crença social na infalibilidade do profissional da saúde se
constitui um fator intrínseco à dificuldade da consolidação da cultura de segurança
do paciente da organização. Outrossim, fazendo uma retrospectiva da História,
desde a antiguidade, figuras como o Hipócrates já apontavam para uma segurança
mais efetiva dos indivíduos, sendo essa, séculos mais tarde, assunto de debate
entre importantes órgãos como a OMS.
Todavia, na atualidade, é preciso se atentar para a singularidade dos
sistemas de saúde ao redor do globo, tendo em vista que a qualidade e eficiência se
manifestam de diferentes modos para com a segurança do paciente. Com isso, a
assistência básica, bem como o reconhecimento da falta de segurança cirúrgica,
caracteriza um problema de saúde pública dadas as suas consequências, questão
essa que preocupa as autoridades nacionais e internacionais no âmbito da saúde.
Destarte, a implantação da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica
(LVSC) demanda comprometimento por parte da gestão hospitalar e da equipe
médica na sala operatória, haja vista que sua realização mecânica não significa a
real consolidação da cultura de segurança pela organização.
Nessa vertente, evidencia-se a necessidade de contemplar os preceitos
adotados nas Organizações de Alta Confiabilidade (OAC), tais como prevenção e
antecipação dos riscos, integração de toda a equipe, resiliência, dentre outras
características.
Além disso, tem-se o papel relevante da liderança e da motivação no
ambiente de trabalho para com os profissionais, devendo haver pouca hierarquia
entre os mesmos, com o fito de se ter uma melhor cooperação entre os agentes. 
Logo, a partir do que foi explanado, infere-se que a cultura organizacional
está intimamente relacionada às práticas de uma cirurgia segura, de modo com que
tais vantagens advindas de um procedimento realizado corretamente demonstram a
qualidade da assistência prestada pela equipe multiprofissional – sendo possível
vivenciar, na prática, o direito à segurança.

Referência:
DEL CORONA, Arminda Rezende de Pádua; PENICHE, Aparecida de Cássia Giani
de. A cultura de segurança do paciente na adesão ao protocolo da cirurgia segura.
Ver. SOBECC, São Paulo, jul./set. 2015, 20(3):179-185.

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