Você está na página 1de 8

Sociedade que se transforma em meios informacionais por via de redes caracterizadas por

questões sociais, econômicas e políticas conectadas com a tecnologia e a informação.


As alterações sociais e estruturais do mundo ocorrem por articulações em rede, no qual
informação e conhecimento são fundamentais na economia e na dinâmicas empresariais.
Esses conceitos, de informação e de conhecimento, só são possíveis pelo recurso da
tecnologia, o que faz com que determinados países que não possuem estes tipos de recursos,
sejam excluídos.
Portanto, a globalização não resolve questões relacionadas à distribuição de fundos.

“Segundo Manuel, com a evolução tecnológica que marcou o início da era da informação,
houve uma reconfiguração social e essa nova organização interconectada altera por si só a
dinâmica de poder e transformação da economia da sociedade e da cultura. Rede é um
conjunto de nós conectados que podem se expandir de forma ilimitada integrando novos
nós, desde que se consigam comunicar utilizando os mesmos códigos de comunicação. No
livro “Sociedade em Rede” publicado em 1999, Manuel explica o conceito de capitalismo
informacional. Segundo ele, a geração de riqueza passou a depender da informação, do
conhecimento e da capacidade tecnológica de processar essa informação e gerar esse
conhecimento. É um capitalismo global e que funciona em rede, uma forma altamente
flexível e dinâmica que inclui o que tem valor e exclui o que não tem. Antes os
investimentos eram realizados com base nas taxas de lucro e no contexto pós-revolução
tecnológica, a sua função é no aumento do valor das ações das empresas. Um dos
principais impactos na sociedade em rede é a ausência de intermediários possibilitando
mais autonomia às pessoas e uma drástica mudança em modelos de negócios, empresas
como Uber, AirBNB são exemplos disso. No livro redes de indignação e esperança, Castells
explica mais especificamente os impactos dos movimentos sociais e políticos com o apoio
das novas mídias incluindo até as primeiras manifestações do Brasil em 2013”

A era da informação: Economia, Sociedade e Cultura - Sociedade em Rede


A revolução tecnológica concentrada nas tecnologias de informação começou a remodelar a
base material da sociedade.

Economias em interdependência global - nova relação entre o Estado, a economia e a


sociedade.

No pós-guerra-fria, houve uma alteração na geopolítica global, em que o capitalismo passa


por uma reestruturação para uma maior flexibilidade de gerenciamento. Há uma
descentralização das empresas que passam a organizar se em redes internas e
externamente em suas relações com outras empresas.

Declínio concomitante da influência do movimento dos trabalhadores e individualização e


diversificação das relações de trabalho → isto vê-se claramente mais hoje em dia, em todo o tempo
temos novas criações de trabalhos e antigos trabalhos são praticamente extintos muitas vezes.

* Incorporação maciça das mulheres na força de trabalho, muitas vezes em condições


discriminatórias.
O que vemos aqui é a proposta de que na nova estruturação do trabalho houveram mudanças
drásticas na forma de o fazer.
Como exemplo, o aumento da concorrência global econômica global em um contexto de
progressiva diferenciação dos cenários geográficos e culturais para a acumulação e a gestão
de capital.

Interação global dos mercados financeiros.

A incorporação de segmentos de economias do mundo inteiro em um sistema


interdependente que funciona como uma unidade em tempo real. - cultura da
convergência

Novo sistema de comunicação que possui uma língua universal digital que
promove uma integração global da produção e distribuição das palavras, sons e
imagens da nossa cultura como também são personalizados para os gostos dos
indivíduos.

Redes interativas de computadores → que criam novas formas e canais de comunicação → moldam
a vida e são moldadas por ela

Processo de transformação da condição feminina - patriarcado enfraquecido - os


relacionamentos tornaram-se uma disputa de domínio, isto é, o lugar de líder do homem
é finalmente contestado e questionado gerando então uma disputa deste domínio antes
incontestável. - redefinição das relações entre mulheres, homens, crianças, etc. e
como consequência, houve uma mudança na definição de família, sexualidade e
afins.

Assim como o processo de transformação da mulher, também apareceu na sociedade uma


maior preocupação ambiental. - ganhando até força política

“Os sistemas políticos estão mergulhados em uma crise estrutural de legitimidade,


periodicamente arrasados por escândalos, com dependência total de cobertura da mídia e
de liderança personalizada e cada vez mais isolada dos cidadãos” - Manuel Castells

“Os movimentos sociais tendem a ser fragmentados, locais, com objetivo único e efêmeros,
encolhidos em seus mundos interiores ou brilhando por apenas um instante em um símbolo
da mídia. Nesse mundo de mudanças confusas e incontroladas, as pessoas tendem a
reagrupar-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais e
nacionais. O fundamentalismo religioso provavelmente é a maior força de segurança
pessoal e mobilização coletiva nesses tempos conturbados.” Manuel Castells

Desde a antiguidade procuramos identidade, principalmente de forma religiosa. Porém,


Manuel relata-nos que, nesta era, a identidade está a tornar-se a principal e muitas vezes
única forma de significado em um período de desestruturação das organizações,
deslegitimação das instituições, enfraquecimento de importantes movimentos
sociais e expressões culturais passageiras.

As pessoas organizam os seus significados com base no que acreditam ou são.


Redes globais conectam e desconectam indivíduos, grupos, regiões e países conforme são
pertinentes ou não dentro da rede em um fluxo de decisões estratégicas.

Sociedade estruturada em uma relação bipolar entre a rede e o ser. Manuel chama isso de
esquizofrenia estrutural entre a função e o significado. Padrões de comunicação sob
tensão crescente.
Quando a comunicação não ocorre ou é rompida, surge então uma alienação entre grupos
sociais e indivíduos que consideram um ao outro uma ameaça- fragmentação social -
identidades cada vez mais específicas e difíceis de se entenderem e serem compartilhadas
entre si.

Manuel fala da sociedade informacional e exemplifica com:


- Seita de Aum Shinrikyo Verdade Suprema
- Milícia Norte Americana
- Ambições teocráticas islâmicas/cristãs
- Genocidio recíproco de hutus e tutsis

“A teoria e cultura pós-moderna celebram o fim da história e, de certa forma, o fim da


razão, renunciando a nossa capacidade de entender e encontrar sentido até no que não
tem sentido.(...) Acredito na racionalidade e na possibilidade de recorrer à razão sem
idolatrar a sua deusa” Manuel Castells

Tecnologia, Sociedade e Transformação Histórica


A tecnologia não determina a sociedade. A tecnologia é a sociedade e a sociedade não
pode ser representada ou compreendida por ferramentas tecnológicas.

Novo paradigma tecnológico da década de 70, principalmente nos EUA. - segmento


específico da sociedade americana em interação com a economia e geopolítica global que
gerou um novo estilo de produção, comunicação, gerenciamento e vida.

Cultura da sociedade, inovação tecnológica e iniciativa empreendedora na


década de 1960 nos EUA.

A revolução da tecnologia difundiu silenciosamente pela cultura mais importante da nossa


sociedade “o espírito dos movimentos libertários dos anos 60.”

Esses movimentos foram apropriados por diferentes países e grupos e, desta forma, as
novas tecnologias de informação produziram inovações tecnológicas.
Exemplo de consequências sociais involuntárias da tecnologia: a internet originou-se de um
esquema para tentar impedir a tomada ou a derrubada dos sistemas de comunicação
americanos pelos soviéticos em caso de uma possível guerra nuclear.

A sociedade pode sufocar o desenvolvimento da tecnologia pelo intermédio do Estado ou


pela intervenção estatal. Pela intervenção estatal, a sociedade pode entrar num processo
rápido de evolução tecnológica capaz de mudar o mundo. A evolução histórica traça os
caminhos da tecnologia e o pós-guerra-fria mostra isso. A tecnologia (ou a sua falta) muda
sociedades.
O autor dá o exemplo da evolução tecnológica da China.

“inabilidade do estatismo soviético para dominar a revolução da tecnologia de


informação, desta maneira, interrompendo sua capacidade produtiva e enfraquecendo o
seu poder militar” Manuel Castells

*****A revolução tecnológica atual originou-se e difundiu-se em um período histórico de


reestruturação global do capitalismo (pós guerra-fria).
****A nova sociedade emergente é capitalista e informacional → porém há variação
histórica em diferentes partes do mundo - cada lugar tem a sua história dependendo da sua
relação com o capitalismo e a tecnologia informacional.

Informacionalismo, industrialismo, capitalismo, estatismo: modos de


desenvolvimento e modos de produção
Revolução da tecnologia da informação ligada à reestruturação do sistema capitalista
a partir de 1980.
O desenvolvimento da tecnologia foi regido pelos interesses do capitalismo*.
A organização social de antes, o estatismo, foi redefinido também. O espírito de
reestruturação.
“O estatismo chinês, diferentemente do soviético, foi bem sucedido ao transformar-se em
um capitalismo liderado pelo Estado e ao integrar-se nas redes econômicas globais,
aproximando-se mais do modelo estatal desenvolvimentista do capitalismo do Leste
Asiático que do “socialismo com características chinesas” da ideologia oficial”.

Modos de Produção - estatismo e capitalismo


Modos de Desenvolvimento - industrialismo e informacionalismo

****“O livro estuda o surgimento de uma nova estrutura social, manifestada sob
várias formas conforme a diversidade de culturas e instituições."
“Essa nova estrutura social está associada ao surgimento de um novo modo de
desenvolvimento, o informacionalismo, historicamente moldado pela
reestruturação do modo capitalista de produção, do final do século XX”

Sociedades são organizadas por estruturas determinadas pelo poder, produção e


experiência.
“As instituições sociais são constituídas para impor o cumprimento das relações de poder
existentes em cada período histórico, inclusive os controles, limites e contratos sociais
conseguidos nas lutas pelo poder”

Produção - organizada em classes - hierarquia


Experiencia - estruturada pelo sexo/relações organizada em torno da família

Relações familiares e a sexualidade estruturam a personalidade e moldam a


interação simbólica.

O autor cita Foucault para explicar o que este autor chama de “microfísica do poder”, isto é, o
poder está incorporado em instituições e organizações, difundido em toda a sociedade,
“prendendo” os indivíduos em uma estrutura rigorosa de deveres formais e
agressões informais.

Comunicação Simbólica relacionados à relações humanas com base na produção,


experiência e poder que geram culturas e identidades coletivas.

O produto do processo produtivo é usado pela sociedade de 2 formas: consumo e


excedente. As estruturas sociais interagem com os processos produtivos, determinando
diversas regras para a distribuição e utilização.
Essas mesmas regras constituem modos de produção que determinam a existência de
classes sociais.

Século XX - dois modos de produção - capitalismo e estatismo

Capitalismo - a separação entre os produtores e os seus meios de produção, a


transformação de trabalho em commodity e a posse privada dos meios de produção, com
base no controle de capital, determinaram o princípio básico da apropriação e distribuição
do excedente pelos capitalistas.

Estatismo - o controle do excedente é externo à esfera econômica: fica na mão dos


detentores do poder estatal.

O capitalismo visa a maximização de lucros, ou seja, o aumento do excedente apropriado


pelo capital com base no controle privado sobre os meios de produção e circulação.
O estatismo visa ou visa a maximização do poder, ou seja, o aumento da capacidade militar e
ideológica do aparato político para impor os seus objetivos sobre um número maior de
sujeitos e nos níveis mais profundos dos seus conscientes.

****Modo informacional de desenvolvimento - ação de conhecimentos sobre o


próprio conhecimento como principal fonte de produtividade - focado na melhoria das
tecnologias do processamento de informação como fonte de produtividade

“O informacionalismo visa o desenvolvimento tecnológico, ou seja, a acumulação de


conhecimentos e maiores níveis de complexidade do processamento de informação” “(...) é
a busca por conhecimentos e informação que caracteriza a função da produção tecnológica
no informacionalismo.”.

Desta forma, há uma íntima ligação entre culturas e forças produtivas e entre espírito e
matéria.

O informacionalismo e a perestroika capitalista


Interação entre os modos de produção e os de desenvolvimento defendido por atores sociais.

****“O fato histórico mais decisivo para a aceleração, encaminhamento e


formação do paradigma da tecnologia da informação e para a indução de
suas consequentes formas sociais foi e é o processo de reestruturação
capitalista de modo que o novo sistema econômico e tecnológico pode ser
adequadamente caracterizado como capitalismo informacional”
- Aumentar a influência dos modos capitalistas e globalizar a produção
- A inovação tecnológica foi crucial para conseguir atingir os objetivos citados acima,
rapidamente e garantir a eficácia da reestruturação.

****“O informacionalismo está ligado à expansão e ao rejuvenescimento do capitalismo,


como o industrialismo estava ligado a sua constituição como modo de produção”

O processo de reestruturação teve manifestações diferentes dependendo das partes do


mundo. Foi mais limitado na Europa e mais absorvido no Japão (ênfase na produtividade e
competitividade baseada na tecnologia), mergulhou as economias de África e América Latina
numa recessão económica, por exemplo.

Reestruturação prosseguiu com base na derrota política das organizações dos trabalhadores.

As sociedades reagiram a esses processos de reestruturação capitalistas de diferentes formas.

Sociedade Informacional - capitalista - possuem diversidade cultural e institucional.

“Os principais processos de geração de conhecimentos, produtividade econômica, poder


político/militar e a comunicação via mídia já estão profundamente transformados pelo
paradigma informacional e conectados às redes globais de riqueza, poder e símbolos que
funcionam sob essa lógica”

Muitas sociedades já são informacionais, embora de tipos diferentes, em diferentes cenários,


e com expressões culturais diferentes.

****O livro diz sobre a estrutura e os processos que constituem as sociedades


informacionais.

O ser na sociedade informacional


“As novas tecnologias de informação estão integrando o homem em redes globais de
instrumentalidade”
Comunidades virtuais mediadas pela comunicação feita através de computadores.

“numa sociedade pós-industrial em que os serviços culturais substituíram os bens materias


no cerne da produção, é a defesa da personalidade e cultura do sujeito contra a lógica dos
aparatos e mercados que substitui a ideia de luta de classes”

O autor fala sobre os sentimentos nacionalista pós determinado país sair de alguma
ideologia. A necessidade de deixar em voz alta a sua cultura e patriotismo.

Precursores do Informacionalismo: Alain Touraine, Daniel Bell e Nicos Poulantzas

Objetivo da Metodologia: propor alguns elementos de uma teoria transcultural


exploratória da economia e da sociedade na Era da Informação, no que se refere
especificamente ao surgimento de uma nova estrutura social (que não é mais vertical,
mas sim horizontal)
O livro “A Era da Informação” é dividido em três partes. O autor dá grande destaque às
mulheres e o patriarcalismo, e às relações de poder e o Estado.

Nova realidade marcada pela presença de tecnologias da informação. A internet como uma
parte fundamental do nosso cotidiano. A relação dessas novas ferramentas e realidades com
o capitalismo.

O impacto das tecnologias de informação na sociedade.

O pesquisador iniciou os seus estudos em Direito na Universidade de Barcelona em 1958 até


ser exilado pela ditadura de Franco. Então, foi para Paris onde tornou-se pupilo do sociólogo
francês Alain Touraine. Em 1966, aos 24 anos, tornou-se professor da Universidade de Paris.
Depois em 1968, Castells foi para os Estados Unidos onde foi professor da Universidade de
Berkeley e começou a desenvolver estudos sobre os impactos das tecnologias de informação
na sociedade. Desde esse momento, tornou-se uma das maiores autoridades acadêmicas do
mundo.

Ele é um dos sociólogos contemporâneos com a mente mais brilhante que trouxe uma visão
sobre a sociedade atual.

Análise visionária que o autor faz a respeito da importância que a internet teria na nossa
vida. Manuel relata que em dado momento da história, foi importante analisar a
produção de mercadorias e a sua circulação e propagação. Percebeu como o ser
humano produzia as “coisas” e como ele propagava ou compartilhava esses objetos. Castells
fala na viragem do século XX para o século XXI e a importância de refletir sobre a produção
de conteúdos e informação. Como o ser humano está produzindo conhecimento e
informação, e como essa informação está sendo propagada. Desta forma, a mídia tem um
papel fundamental na distribuição dessa informação.

O advento da internet fez com que a produção e a distribuição de informação e conhecimento


alcançasse patamares elevados. No capitalismo industrial, o foco era aquilo que acontecia
diariamente nas fábricas e a produção em massa. Quando passamos para o capitalismo
financeiro, os bancos têm um grande papel. Agora na transição do século 20 para o 21, temos
um novo capitalismo que é o capitalismo informacional. “Informação é o novo
petróleo”. Agora as empresas estão lucrando a partir da propagação de informação e de
conteúdo. A riqueza fundamental é a atenção dos usuários.

A evolução das tecnologias de informação moldaram uma nova forma de


sociedade.
Passamos de um capitalismo industrial para um capitalismo informacional em que as
tecnologias de informação têm grande influência nas relações de trabalho e na produção. As
relações sociais e a cultura passam a ocorrer nesse novo espaço estruturado em redes de
informação.

Criação e aperfeiçoamento das TICs. → cada vez mais estamos propensos a uma ligação e
dependência nessas novas tecnologias que são o grande meio para distribuição e propagação da
informação e conhecimento. Também são a chave do crescimento da economia.
É possível extrair da obra de Castells, a ideia de uma economia em rede onde estamos
conectados com a nossa riqueza informacional e principalmente, conectados com a
informação e conteúdo dos outros

Overload de Informações - cada vez mais as empresas disputam pela atenção dos usuários -
os usuários (nós) somos enchidos de informação - estamos passando por uma sobrecarga de
informações e conteúdos

Coexistência entre o real e o virtual - o virtual está enraizado na vida real

“Our societies are increasingly structured around the bipolar opposition of the Net and the
Self”

Você também pode gostar