Cim BDC

AS 6 CAUSAS
DO SOFRIMENTO
HUMANO
Prepare-se para mergulhar no conteúdo
deste material de apoio e aplicar todo o
conhecimento adquirido na live!
Através deste e-book, você irá descobrir tudo

o que precisa para compreender as 6 causas do
sofrimento humano e como agir de forma correta
em qualquer circunstância que se apresente.
Boa leitura!
Já tomou a decisão de participar da

Certificação Italo Marsili® para aprender a lidar
melhor com seus sofrimentos e ajudar os outros?
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CARTÃO
BOLETO
SUMÁRIO
Apresentação 4
Introdução 7
Compreendendo o ser humano em sua

totalidade 15
O sofrimento simbólico 22
O sofrimento físico 32
O sofrimento afetivo 40
O sofrimento intelectual 49
O sofrimento espiritual 56
Conclusão 63
AS 6 CAUSAS DO SOFRIMENTO HUMANO
Apresentação
APRESENTAÇÃO
Eu sou Italo Marsili,
psiquiatra, casado com Samia
Marsili e pai de 7 filhos.
Sou autor dos livros “Os 4

Temperamentos na Educação dos Filhos”,
“Elogio aos 4 Temperamentos”, “Terapia
de Guerrilha” e “O Chapéu do Mago”.
Sou também o fundador da Certificação
Italo Marsili®, uma formação única
no mercado voltada para terapeutas e
profissionais que lidem diretamente com
o ser humano em seu dia a dia.
O material que você está prestes a ler é

uma contribuição pessoal, fruto de mais
de 10 anos de atendimento na clínica de
4
Apresentação
psiquiatria em meu consultório no Rio

de Janeiro.
Posso afirmar, sem sombra de dúvida,

que o conhecimento das 6 causas do
sofrimento humano é absolutamente
indispensável para terapeutas e
profissionais da área da saúde.
Trata-se, na verdade, de um
conhecimento cuja aplicação é universal.
Não existe autoconhecimento efetivo

sem o conhecimento das 6 causas do
sofrimento humano, e tampouco é
possível relacionar-se verdadeiramente
bem — seja no trabalho, seja com
clientes, seja com familiares — sem uma
5
Apresentação
noção da complexidade das dores que

acometem toda e qualquer pessoa.
O conhecimento que você está prestes

a descobrir não está disponível em
nenhum curso superior ou pós-
graduação do Brasil, e nem mesmo
em grande parte das Universidades da
Europa.
Ao terminar esta leitura, você terá posse

de uma ferramenta eficaz para auxiliar
no diagnóstico dos dramas enfrentados
pelos seus pacientes, por você mesmo e
por toda e qualquer pessoa.
6
INTRODUÇÃO
Introdução
Quando eu terminei a faculdade de

Medicina e comecei a atender pacientes
em minha clínica de psiquiatria no Rio de
Janeiro, deparei-me com uma situação
dramática:
Eu via que a solução de boa parte

dos problemas que me chegavam
diariamente não estava nos ferramentais
aprendidos na Faculdade de Medicina,
mas numa série de conhecimentos
e habilidades multidisciplinares que
sequer haviam sido mencionados na
minha formação.
Quando comentava o fato com colegas

de profissão, percebia que o “auto-
diagnóstico” era unânime:
8
Introdução
A formação universitária era

insuficente para resolver os problemas
reais dos pacientes que chegavam até
nós.
Isto acontecia porque essas formações

— e isto vale para todas as áreas, não
apenas a Medicina ou as Ciências da
Saúde — apresentam uma deficiência em
comum:
Os cursos universitários de hoje

perderam a real noção do que o homem
de fato é, do que realmente ele é feito.
“Há mais coisas entre o Céu e a Terra do

que sonha a nossa vã filosofia”, escreveu
o poeta e dramaturgo inglês William
Shakespeare por volta de 1600.
9
Introdução
Da mesma forma, poderíamos dizer que

há mais coisas no ser humano do que
sonha a nossa Universidade.
A Universidade havia me ensinado

a tratar apenas um ou dois tipos de
sofrimentos que atingiam os meus
pacientes. Mas, no mundo real, dentro
do consultório, as causas reais dos casos
que me apareciam eram muito mais
complexas.
Com o tempo, desenvolvi uma

ferramenta única para o diagnóstico
e atendimento de meus pacientes,
fruto não apenas da minha formação
profissional, mas dos meus estudos
multidisciplinares: as seis causas do
sofrimento humano.
10
Introdução
Eu percebi que era possível distinguir

o sofrimento humano em seis causas
principais:
Simbólico, Físico, Afetivo Baixo, Afetivo

Alto, Intelectual e Espiritual.
O conhecimento dessas seis causas do

sofrimento foi, talvez, o principal motivo
do meu consultório estar sempre cheio,
mesmo cobrando R$ 2.200,00 a hora (o
último valor quando parei de atender).
Esse conhecimento me permitia

atender meus pacientes de uma maneira
ordenada, precisa e eficaz.
Eu tinha um ferramental que

verdadeiramente resolvia os seus
problemas. Eu não era um simples
11
Introdução
prescritor de fármacos, e minha consulta

não era uma “conversa paga” sem
qualquer tipo de resultado.
Meus atendimentos funcionavam, e com

isso eu recebia mais e mais indicações —
por isso a agenda sempre cheia.
O domínio dessas 6 causas do

sofrimento foi uma das grandes
diferenças no meu atendimento clínico,
e o conhecimento delas é imprescindível
para qualquer pessoa que precise
lidar com outras pessoas no seu dia a
dia: terapeutas, médicos, advogados,
professores ou líderes de empresas.
A posse desse conhecimento produzirá

mudanças não apenas nas suas relações
12
Introdução
com pacientes ou clientes, mas com

todos aqueles que estão ao seu redor
— a começar por onde tudo tem
necessariamente de começar: em si
mesmo.
Ferramenta poderosa de
autoconhecimento, o domínio das 6
causas será um divisor de águas no
modo como você enxerga o ser humano,
ampliando sua compreensão de si
mesmo e de quem quer que o procure
buscando ajuda.
O conhecimento que você está prestes

a descobrir é um daqueles segredos de
profissão que o senso de dever para
com a formação dos terapeutas me
leva a compartilhar do modo mais claro
13
Introdução
possível, para que se torne uma chave

de interpretação capaz de transformar a
vida do seu paciente, como vi acontecer
inúmeras vezes em meu consultório.
14
COMPREENDENDO O
SER HUMANO EM SUA
TOTALIDADE
Compreendendo o ser humano em sua totalidade
O principal problema das formações

universitárias — tanto no Brasil quanto
em boa parte das instituições europeias
— é uma visão incompleta do que
realmente é e do que é composto o Ser
Humano.
Quando muito, essas formações

preocupam-se com um ou dois aspectos
da natureza humana, deixando para trás,
como se não existissem, todos os outros.
Para entender o porquê disso ter

acontecido, teríamos de voltar muitos
séculos na História até encontrarmos a
origem de toda essa incompreensão.
O fato é que, de uma maneira

simplificada, tudo aquilo que não era
16
físico ou que pudesse ser “avaliado”

cientificamente foi varrido para debaixo
do tapete da História.
O ser humano, que durante milênios

era visto como uma “mistura” de Corpo
e Alma, de uma substância física e de
outra espiritual, em questão de séculos
tornou-se apenas um “conjunto de
células” e estruturas bioquímicas.
E todas aquelas realidades que compõem

o homem “deixaram de existir”, sobrando
apenas aquilo que é mais visível: as
características físicas e afetivas.
Mas o ser humano é muito mais do que

essa visão reduzida, e justamente por
17
isso seus sofrimentos não decorrem

apenas de causas físicas ou afetivas.
Trazendo isso para o nosso campo, o

profissional que não consegue realizar
um diagnóstico preciso da origem do
sofrimento do seu paciente dificilmente
estará equipado com a melhor solução
para aquele problema.
Observando os casos que apareciam

diariamente no meu consultório e
a partir dos meus anos de estudo
multidisciplinar, eu identifiquei que
o sofrimento humano poderia ser
categorizado em seis causas principais.
Essas causas abarcam o ser humano em

toda a sua complexidade e não estão
18
limitadas ao arcabouço incompleto da

formação universitária.
As 6 causas do sofrimento humano são:
Simbólica, Física, Afetiva Baixa, Afeti-

va Alta, Intelectual e Espiritual.
A compreensão de cada uma dessas seis

causas é imprescindível a todo terapeuta
– e seu conhecimento facilitará muito
a vida de qualquer pessoa que lide
diretamente com pessoas em sua
atuação profissional:
Médicos, advogados, professores,

psicólogos, líderes de empresa,
empreendedores… todos podem se
beneficiar desses conhecimentos.
19
Poderíamos relacionar algumas

profissões e as causas de sofrimento
mais comumente encontradas no dia a
dia desses profissionais, como na tabela
abaixo:
CAUSAS DE SOFRIMENTO MAIS
PROFISSÃO
COMUNS EM SUA OCUPAÇÃO
Terapeuta Todas as 6 causas
Nutricionista Física
Médico Física
Psicanalista Afetiva Baixa e Afetiva Alta
Coach Simbólica, Afetiva e Intelectual
Professor Intelectual e Afetiva
Líder de Empresa Simbólica
Pais / Mães Todas as 6 causas
Cuidador / Babá Afetiva e Física
Astrólogo Simbólica
20
Nos próximos capítulos, você irá

conhecer em detalhes cada uma das seis
causas do sofrimento humano.
21
O SOFRIMENTO
SIMBÓLICO
O sofrimento simbólico
O símbolo é, na definição de Susanne

K. Langer, “uma matriz de intelecções
possíveis”.
Isto quer dizer que o símbolo não é algo

que devamos entender em si mesmo,
mas que nos ajuda a compreender uma
série de outras coisas.
Existe entre os seres uma conexão

simbólica, e você não precisa ter
estudado a Simbólica para perceber isso.
Olhe para as três figuras abaixo e me

responda: qual delas parece estar “fora
de lugar”?
23
Olhando para o leão, o Sol e um cacho

de uva, é bastante provável que,
mesmo sem saber explicar, você tenha
considerado que o cacho de uva estava
“fora de lugar”, não é mesmo?
Apesar de estarmos falando de 3 coisas

completamente distintas, o leão e o Sol
possuem uma certa “analogia” um com
o outro. Os dois também se relacionam
com o ouro, o dourado, a realeza e a
imponência.
De certa forma, o leão e o Sol se

parecem, pertencem ao mesmo lugar,
enquanto o cacho de uva possui
analogias completamente distintas.
24
Isto se dá porque o mundo no qual

vivemos é organizado, as coisas que
existem se relacionam.
O ramo da Filosofia que estuda essa

conexão entre o Ser das Coisas é a
Simbólica.
Assim como o cacho de uva, podemos,

em alguns momentos de nossa vida, nos
encontrar “fora do lugar”, e isso pode ser
uma grande causa de sofrimento.
Um exemplo na Literatura: em Moby

Dick, Ismael começa seu relato dizendo
que, em certa altura de sua vida, se
sentia excessivamente melancólico.
Chegava a freqüentar lojas funerárias
e a acompanhar enterros; tinha medo
25
do suicídio ou de cometer algum

disparate que o envergonhasse. Então,
Ismael relata que seu sofrimento o
levou à pesca de baleias e descreve com
desprezo a vida na cidade portuária.
Trata-se de uma inadequação simbólica:
Ismael, seja por temperamento, seja por
casta, seja por qualquer outra analogia
simbólica, não se ajusta à vida daquela
cidade, e isso o leva a tomar a decisão de
embarcar em um navio (isto é, de mudar
de ambiente) para empreender uma
tarefa arriscada.
Inadequações simbólicas são comuns no

ambiente profissional.
Muitas vezes, um funcionário exemplar

no desempenho de uma função técnica
26
acaba tornando-se um péssimo gerente

ou coordenador de setor, apesar de
todos os benefícios decorrentes.
E nem sempre a causa desse sofrimento

está na falta de uma habilidade, mas sim
numa dificuldade em conciliar o tipo de
pessoa que ela é com as atividades que
precisa desempenhar.
O resultado é um funcionário que,

em vez de feliz e eufórico com a
sua promoção, acaba sentindo uma
espécie de “vazio no peito”, uma “perda
de sentido” e uma “dificuldade de
pertencimento”, tudo isso por ver-se, de
uma hora para outra, fora do lugar.
27
Uma ferramenta importante para

começar a traçar essas características
simbólicas e ajustar essa possível
falta de pertencimento são os quatro
temperamentos humanos.
Uma pessoa de temperamento

melancólico, por exemplo, que
trabalhe apenas com colegas coléricos
e sanguíneos certamente se sentirá
deslocada daquele lugar. Enquanto os
outros se expandem e envolvem todo o
ambiente, ela naturalmente é mais quieta
e recolhida.
Essa pessoa, mesmo que desempenhe

bem a sua função, dificilmente se
sentirá bem em seu trabalho. Pode ser
inclusive que comece a passar por uma
28
crise vocacional, acreditando que nada

daquilo é para ela e que o único lugar em
que seria “aceita” é dentro do silêncio de
um convento ou monastério.
Esse é um tipo de sofrimento bastante

comum e que pode facilmente ser
tratado identificando o tipo simbólico
da pessoa e adequando esse tipo com a
profissão que ela desempenha.
E essa adequação não precisa

necessariamente ser uma mudança
de profissão, de cargo ou de setor: ao
entender essa diferença simbólica,
é possível encontrar outros motivos
de pertencimento e fazer pequenos
ajustes na conduta ou na percepção
29
das situações, de forma a se instalar

novamente numa única realidade.
Compreender os aspectos simbólicos

da pessoa fornece uma clareza enorme
para solucionar problemas profissionais,
pessoais e espirituais.
Na Certificação Italo Marsili®, você

aprenderá mais sobre a causa de
sofrimento simbólica nas disciplinas
de Artes Cênicas, ministrada pelo prof.
Roberto Mallet, Moda, ministrada pela
prof.ª Paula Serman, e Psicopatologia,
ministrada por mim.
Além disso, essa causa de sofrimento

será destrinchada em casos concretos
analisados nas aulas de Estudos de Caso,
30
tornando-a mais facilmente identificável

aos alunos e capacitando-os a auxiliar
melhor os pacientes que padecem
sofrimentos de causa simbólica.
31
O SOFRIMENTO FÍSICO
O sofrimento físico
As deficiências orgânicas são uma das

causas mais comuns de sofrimento
encontradas nas pessoas que buscam
o auxílio terapêutico. Por isso, o olho
do terapeuta deve estar calibrado para
detectá-las, captando os primeiros sinais
de problemas que podem se dar no nível
físico.
É muito comum a tendência de

“psicologizar” os problemas que
aparecem no consultório e ignorar
aquilo que está diante dos olhos: uma
possível desidratação do paciente,
carência de vitaminas, de minerais etc. O
aspecto físico, na verdade, deveria ser o
primeiro a ser observado.
33
Os neurotransmissores, por exemplo,

têm uma função essencial no
funcionamento do nosso sistema
nervoso e na regulação do nosso humor.
Os precursores dos neurotransmissores,
ou seja, sua matéria-prima, são
adquiridos por meio da alimentação.
Assim, quando o terapeuta tem
conhecimento da influência que as
deficiências nutricionais podem ter
sobre o comportamento humano,
fica mais fácil rastrear a origem do
sofrimento e, consequentemente, tratá-
lo (ou indicá-lo a um profissional que
possa auxiliar no tratamento).
34
Gosto de ilustrar a causa de sofrimento

física com um caso real que me chegou
ao consultório certa vez.
O paciente me procurou relatando que

queria se separar da esposa.
Eles estavam casados há pouco tempo,

sempre haviam tido uma boa relação,
não apresentavam nenhum tipo de
incompatibilidade, mas, de uma hora
para a outra, começaram a discutir todos
os dias.
“É eu chegar em casa, Dr. Italo, e eu não

sei o que acontece: a gente briga por
tudo!”
Analisando mais a fundo o caso, percebi

que os problemas começaram quando
35
o marido começou um novo emprego

muito mais longe de casa.
Com o tempo de trânsito e os novos

horários, sua alimentação ficou
completamente desregulada: ele
almoçava antes do meio-dia e sua
próxima refeição seria apenas de noite,
ao chegar em casa.
Com esses dados em mãos, tudo fez

sentido.
Meu paciente não tinha uma crise

conjugal, não tinha uma inesperada
angústia vocacional nem muito menos
uma carência afetiva.
Ele tinha fome.
36
A falta de nutrientes básicos, como a

glicose, era a causa dessa irritabilidade
diária e das discussões constantes com a
esposa.
Imagine que tipos de problemas eu

poderia ter causado a esse casal se
tivesse feito um diagnóstico impreciso?
Se olhasse para o problema apenas
como uma questão afetiva? Se quisesse
encaixar o caso dentro da teoria
comportamental que eu dominava?
Quando eu digo que é necessário

compreender o ser humano em sua
totalidade, isso abarca também a
questão física.
37
Pacientes com crises vocacionais, que de

uma hora para outra querem abandonar
tudo, podem estar simplesmente com
níveis baixos de testosterona, por isso se
sentem fracos e acanhados.
Crianças com dificuldade de

aprendizado podem estar desnutridas,
e não sofrer de Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade.
É importantíssimo ter uma visão sobre

a causa do sofrimento físico para não
aplicar um remédio pior que a doença
aos seus pacientes.
Macronutrientes, higiene do sono,

vitaminas, hormônios… tudo isso deve
38
ser levado em consideração na hora de

atender um paciente.
Na Certificação Italo Marsili®, a

sua compreensão sobre a causa de
sofrimento física será ampliada na
disciplina de Nutrição, com o prof.
Rennan Caminhotto, e nos Estudos de
Caso conduzidos por mim.
39
O SOFRIMENTO
AFETIVO
O sofrimento afetivo
Toda pessoa carrega em si um mundo

interior misterioso, quase inacessível
e desconhecido, que vai se tornando
cada vez mais complexo à medida que
amadurecemos e envelhecemos.
O mundo interior é composto de

sensações cristalizadas, memórias e
conceitos oriundos da experiência
direta, das vivências intelectuais, da
cultura, do relacionamento com as
outras pessoas.
O primeiro andar desse mundo interior

é o que chamamos de afetividade, que
nada mais é do que a memória das
sensações que tivemos. Os afetos são
memórias de sensações cristalizadas.
41
Ao longo de nossas vidas, recebemos

uma série de experiências sensitivas que
nos causam impacto. Esses impactos
não são registrados como uma memória
intelectual, mas como uma memória
sensorial — poderíamos dizer, uma
memória “do peito”.
O afeto é essa memória “do peito”.
Os afetos podem ser a causa de

inúmeros sofrimentos ao longo de
nossas vidas, e, de fato, o sofrimento
afetivo costuma ser reconhecido
com uma certa tranquilidade pelos
profissionais terapeutas. Afinal, é a causa
de sofrimento que mais recebe enfoque
na academia hoje.
42
Existem dois tipos de sofrimento afetivo:

o sofrimento afetivo interno, ou baixo, e
o sofrimento afetivo externo, ou alto.
O sofrimento interno é aquele que

diz respeito ao nosso núcleo familiar,
aos nossos pais, mães ou àqueles que
assumiram esses papéis em nossa
criação.
Uma criança que cresce num lar onde os

pais discutem constantemente formará
um certo tipo de afeto. A mesma coisa
acontecerá se os pais forem figuras
constantemente ausentes.
Essa falta de tranquilidade, de presença

e de amor pode causar, no futuro, uma
tristeza, uma desesperança, um rancor
43
ou até mesmo uma falta de confiança

nas pessoas.
O sofrimento externo, por sua vez,

é aquele que diz respeito às nossas
relações em comunidade: as relações
de marido e mulher, no ambiente de
trabalho, na igreja e assim por diante.
As sensações que se recebe dessa

comunidade, desse ambiente externo,
podem se cristalizar num afeto que se
transforma numa causa de sofrimento
futura.
Um exemplo bastante comum é o

famoso “complexo de inferioridade”, que
nada mais é que uma inadequação do
44
indivíduo perante a comunidade na qual

ele está inserido.
Por conta de um afeto, o sujeito sente-

se inadequado e inseguro no ambiente
em que está inserido, podendo agir, de
acordo com a Associação Americana
de Psicologia (APA) tanto com uma
“timidez imobilizadora” quanto com uma
“agressão excessiva”.
O sofrimento de origem afetiva é

também observado nos casos de
rompimento de um relacionamento
amoroso. A causa da dor do paciente é a
memória de sensações cristalizadas, que
já não podem se realizar. Nossa música
popular está repleta de exemplos de
sofrimento afetivo:
45
Eu sem você não tenho porquê

Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz
Jardim sem luar
Luar sem amor
Amor sem se dar
E eu sem você
Sou só desamor
Um barco sem mar
Um campo sem flor
Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Samba em Prelúdio, de Vinicius de Moraes
Conhecer as causas de sofrimento

afetivo é o primeiro passo para oferecer
um tratamento eficaz e compreensivo ao
seu paciente.
Na Certificação Italo Marsili®, eu

exploro mais a fundo a causa de
46
sofrimento afetivo na disciplina de

Psicopatologia e nos Estudos de Caso.
47

48
O sofrimento intelectual
O SOFRIMENTO
INTELECTUAL
49
Aqui estamos no grande campo das

convicções, das crenças do indivíduo.
Sabemos que idéias têm consequências.

Por isso, as idéias de uma pessoa,
levando-a a agir deste ou daquele modo,
podem estar na raiz de uma série de
sofrimentos.
O sofrimento intelectual é caracterizado

pela confusão, pelo desconhecimento ou
pelo erro.
Uma formulação simples do sofrimento

intelectual poderia ser: o sujeito
acreditar que é verdade algo que, na
realidade, é mentira; ou acreditar que é
mentira algo que é de fato verdade.
50
O erro intelectual provoca, assim, um

deslocamento entre o eixo das idéias de
um indivíduo e a realidade, resultando
em desorientação, frustração e, muitas
vezes, revolta perante uma realidade que
não se curva aos seus devaneios.
A origem mais comum desse tipo de

confusão está em algumas correntes da
filosofia que surgiram, não a partir da
observação da própria realidade, mas
de uma ideia que, apesar de funcionar
intelectualmente, não encontrava
nenhum respaldo no mundo real.
Essas ideias são chamadas de ideologias.
E, quando se vivencia uma estrutura

de pensamento construída sobre uma
51
ideologia, os sofrimentos são inevitáveis,

uma vez que tudo aquilo que se crê ser
a realidade, ou que deveria ser real, não
encontra contrapartida no mundo em
que vivemos.
Quando essa percepção aparece, em vez

de reavaliar a ideologia e o pensamento,
o sujeito afirma que a causa do problema
é o próprio mundo, a própria realidade.
Não raro essa contradição assume

contornos perigosos de histeria e
violência.
O psicólogo polonês Dr. Andrew

Lobaczewski, ao analisar o
comportamento de líderes políticos em
regimes totalitários, fez um diagnóstico
52
preciso dos problemas que podem

surgir a partir desse estado de confusão
intelectual:
“O histérico não diz o que sente, mas passa a sentir
aquilo que disse – e, na medida em que aquilo que
disse é a cópia de fórmulas prontas espalhadas na
atmosfera como gases onipresentes, qualquer em-
penho de chamá-lo de volta às suas percepções re-
ais abala de tal modo a sua segurança psicológica
emprestada, que acaba sendo recebido como uma
ameaça, uma agressão, um insulto.”
Ponerologia: Psicopatas no Poder
Em seu livro O Imbecil Coletivo,

o professor Olavo de Carvalho
complementa:
“Buscando nas ideias menos uma descrição da re-
alidade do que uma imagem imantada de seus pró-
prios desejos, a classe estudantil tem uma vocação
fatídica para o culto dos erros.”
53
E cada um desses erros encontra eco

nos mais variados tipos de sofrimento.
No dia a dia de um consultório, o

terapeuta encontrará pessoas que,
mesmo sabendo o que era certo e o que
era errado, encontram algum tipo de
justificativa para agir de modo errado.
Essa repressão da consciência moral

é bastante comum em pessoas que
roubam ou cometem imoralidades
financeiras, mas também está presente
em casos mais graves, como aqueles em
que ocorre a prática de um aborto.
Para solucionar esse problema, é preciso

antes de tudo conhecer as correntes
do pensamento universal, amparadas
54
na realidade, bem como a origem das

ideologias mais presentes em nosso
tempo.
Com isso, é possível explicar ao seu

paciente que aquela fonte de sofrimento
não possui raiz na realidade, mas sim
numa visão distorcida da realidade,
naturalmente incompatível com o
mundo real.

sofrimento intelectual será ampliada na
disciplina de Filosofia, com o prof. Victor
Sales Pinheiro, e nos Estudos de Caso.
55
O SOFRIMENTO
ESPIRITUAL
o sofrimento espiritual
O sofrimento espiritual é o mais grave

de todos. Ele acontece quando o sujeito
sequer acredita que a verdade existe.
Infelizmente, o sofrimento de ordem

espiritual atinge mais e mais pessoas,
que sofrem com as consequências do
relativismo e do materialismo.
“O Maio de 68 impôs o relativismo moral e intelec-
tual a todos nós. Impôs a ideia de que não existia
mais qualquer diferença entre bom e mau, verdade
e falsidade, beleza e feiura.”
O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota,
Olavo de Carvalho.
Esse relativismo deixa a pessoa

desamparada no mundo e a impede de
construir a própria personalidade sobre
um fundamento sólido e duradouro.
57
A incapacidade de admitir que a verdade

existe pode desencadear sensações
de desespero por nada fazer sentido,
insegurança por não conseguir imaginar
o que está por vir ou decadência e
desprezo por não conseguir ver a
realidade e esperar pelo futuro com
esperança.
O filósofo espanhol Julián Marías dizia

que “aquele que não faz planos para a
outra vida já está deprimido”.
Planejar, criar expectativas, sonhar

acordado em conjunto: essas são
características que só o homem tem —
e aquele que não consegue fazer isso
encontra-se num estado de profunda
depressão.
58
Quando isso se agrava, a pessoa não

raro se vê numa situação de completo
cinismo em relação a tudo e a todos,
fazendo pouco caso de si, dos outros e
da própria noção da verdade.
O ensaísta inglês G. K. Chesterton

apresenta uma primeira solução para
lidar com pessoas que se encontram
nessa situação:
“Para responder ao cético arrogante, não adianta
insistir que deixe de duvidar. É preciso estimulá-
-lo a continuar a duvidar, para duvidar um pouco
mais, para duvidar cada dia mais das coisas mais
novas e loucas do universo, até que, enfim, por al-
guma estranha iluminação, ele venha a duvidar de
si próprio.”
Para tanto, contudo, é preciso estudo

e preparo, além de uma visão sólida
59
do que é o real e do que é a verdade —

e estar pronto para justificar os seus
pontos de vista.
A música popular tem abundantes

exemplos da causa de sofrimento
espiritual. Não raro, esse sofrimento é
ostentado como se fosse uma espécie de
virtude.
Essa confusão de ordem espiritual

é expressa, por exemplo, na letra da
canção “Diversão”, dos Titãs:
A vida até parece uma festa,
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra,
Em certas horas isso é o que nos sobra
Ficar frágil feito uma criança,
Só por medo ou por insegurança
Ficar bem ou mal acompanhado,
60
Não importa se der tudo errado

Às vezes qualquer um faz qualquer coisa
Por sexo, drogas e diversão
Tudo isso às vezes só aumenta
A angústia e a insatisfação
Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool
Atrás de distração
Nada disso às vezes diminui
A dor e a solidão
Tudo isso, às vezes tudo é fútil,
Ficar ébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa,
Ficar sóbrio não é solução
Diversão é solução sim,
Diversão é solução pra mim.

sofrimento espiritual será ampliada
na disciplina de Filosofia, com o prof.
Victor Sales Pinheiro, na disciplina de
61
Psicopatologia e nos Estudos de Caso,

conduzidos por mim.
62
CONCLUSÃO
Conclusão
A perplexidade de um terapeuta
perante os casos que aparecem no
consultório — ou a perplexidade de um
indivíduo diante de ações e reações
aparentemente inexplicáveis — se deve
à falta de um quadro de referência
suficientemente amplo para abarcar
as principais motivações humanas e as
principais causas de sofrimento que um
ser humano pode ter.
O sujeito humano não é um amontoado

de células e tecidos. Também não é
puro pensamento, cuja conduta possa
obedecer sempre e cegamente às idéias,
por mais límpidas e corretas que elas
sejam.
64
Conclusão
Cada pessoa é um ponto no qual corpo

e espírito se fundem, gerando toda a
complexidade de uma vida humana.
Sim, a vida humana é complexa, e

a experiência mais frustrante para
um indivíduo que procura auxílio
terapêutico é receber uma resposta
simplista para um problema complexo
— uma resposta que não leve em conta
todos os fatores da situação, ou ao
menos todos os fatores que o terapeuta
poderia acessar.
Todo terapeuta deveria temer, acima

de tudo, ser incapaz de fornecer àquele
que o procura a ajuda que estava ao seu
alcance.
65
Conclusão
Na Certificação Italo Marsili®, você

receberá uma formação multidisciplinar
que compreende o ser humano em
sua totalidade, fornecendo-lhe um
ferramental que é ignorado até mesmo
nas melhores faculdades de Psicologia
do Brasil.
As 6 causas de sofrimento humano

são uma importante ferramenta para
você traçar o correto diagnóstico do
problema enfrentado pelo seu paciente,
e foi com base nelas que as disciplinas da
CIM® foram estruturadas.
Cada uma das disciplinas da

Certificação fornece ao aluno os
conhecimentos necessários para
66
Conclusão
investigar mais a fundo cada uma das

causas de sofrimento do paciente.
Na formação da CIM®, o aluno também

aprende a redigir um caso clínico
articulando todos esses conhecimentos.
É assim que o profissional certificado

se capacita a fornecer um diagnóstico
que leve em consideração a pessoa
em seu estado real, com todas as suas
complexidades e particularidades, sem
ideologias ou modelos prontos.
Na Certificação Italo Marsili®, você terá

cada uma dessas 6 causas do sofrimento
destrinchadas ao longo de 12 semanas
numa formação multidisciplinar e
integral.
67
Conclusão
Você aprenderá:
• Artes Cênicas, com o Professor Rober-

to Mallet.
• Nutrição, com o Professor Rennan Ca-
minhotto.
• Psicopatologia, com o Dr. Italo Marsili.
• Moda, com a Professora Paula Serman.
• Filosofia, com o Professor Victor Sales
Pinheiro.
• Método terapêutico, com o Dr. Italo
Marsili.
Além disso, nos Estudos de Caso,
você verá todos esses conhecimentos
sendo articulados de modo ordenado e
pedagógico.
Com a Certificação Italo Marsili®, seus

atendimentos se tornarão mais eficazes
68
Conclusão
e até mesmo surpreendentes aos olhos

dos seus pacientes.
É isso que eu desejo que aconteça com

você, a partir de agora.
69

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AS 6 CAUSAS

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Compreendendo o ser humano em sua

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O material que você está prestes a ler é

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Posso afirmar, sem sombra de dúvida,

Não existe autoconhecimento efetivo

noção da complexidade das dores que

O conhecimento que você está prestes

Ao terminar esta leitura, você terá posse

Quando eu terminei a faculdade de

Eu via que a solução de boa parte

Quando comentava o fato com colegas

A formação universitária era

Isto acontecia porque essas formações

Os cursos universitários de hoje

“Há mais coisas entre o Céu e a Terra do

Da mesma forma, poderíamos dizer que

A Universidade havia me ensinado

Com o tempo, desenvolvi uma

Eu percebi que era possível distinguir

Simbólico, Físico, Afetivo Baixo, Afetivo

O conhecimento dessas seis causas do

Esse conhecimento me permitia

Eu tinha um ferramental que

prescritor de fármacos, e minha consulta

Meus atendimentos funcionavam, e com

O domínio dessas 6 causas do

A posse desse conhecimento produzirá

com pacientes ou clientes, mas com

O conhecimento que você está prestes

possível, para que se torne uma chave

O principal problema das formações

Quando muito, essas formações

Para entender o porquê disso ter

O fato é que, de uma maneira

físico ou que pudesse ser “avaliado”

O ser humano, que durante milênios

E todas aquelas realidades que compõem

Mas o ser humano é muito mais do que

isso seus sofrimentos não decorrem

Trazendo isso para o nosso campo, o

Observando os casos que apareciam

Essas causas abarcam o ser humano em

limitadas ao arcabouço incompleto da

As 6 causas do sofrimento humano são:

Simbólica, Física, Afetiva Baixa, Afeti-

A compreensão de cada uma dessas seis

Médicos, advogados, professores,

Poderíamos relacionar algumas

Terapeuta Todas as 6 causas

Psicanalista Afetiva Baixa e Afetiva Alta

Coach Simbólica, Afetiva e Intelectual

Professor Intelectual e Afetiva

Líder de Empresa Simbólica

Pais / Mães Todas as 6 causas

Cuidador / Babá Afetiva e Física

Nos próximos capítulos, você irá

O símbolo é, na definição de Susanne