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As Terapias Orientais são práticas terapêuticas oriundas do oriente. Destaca-se a Medicina Tradicional Chinesa (MTC),

desenvolvida originalmente na China há mais de 3.000 anos. Ainda que exista controvérsia sobre a data real do começo de

seu desenvolvimento. Existem evidências de utensílios afiados que são datados de 6000 a.C. E a evidência do Ötzi, o “Homem

de Gelo” encontrado na China, que foi datado de 3300 a.C. e apresentava marcas de tatuagens no formato de trigramas

chineses em pontos do corpo correspondentes aos pontos de meridianos de acupuntura.

Entretanto, os primeiros textos que de fato apontam sobre os meridianos de energia Qi e a prática do uso de moxabustão

são datados de 168 a.C., ou seja, de mais de 2.000 anos atrás. Estes textos foram encontrados em tecido de seda na tumba

de Ma-Wang-Dui, na China.

A MTC reúne diversas práticas terapêuticas. Sendo as mais conhecidas e difundidas: Acupuntura; Moxabustão; Fitoterapia

Chinesa; e as Massagens e técnicas de manipulação. Também podemos incluir dentro dessas práticas o Qi Gong, que

trabalha com a mobilização de energia Qi do corpo.

Como fundamentação teórica e filosófica, temos disponíveis os livros denominados “Clássicos” da MTC. É importante

destacar os “Três Augustos” da China, Personagens Míticos que fazem parte da história chinesa: Fu Xi, que teria escrito o livro

“I Ching – Livro da Mutações”, que é a base da filosofia chinesa; Imperador Amarelo Huang Di, que teria reinado no período
de 2697 a.C. a 2597 a.C., e escreveu os livros clássicos “Tratado da Medicina Interna” e o livro “Clássico das 81 Dificuldades

Nan Jing”; e o Imperador Vermelho Shen Nong, que escreveu o “Clássico da Matéria Médica”. Temos também um livro

importante: "Tratado da lesão por Frio” de Shang Han Lun. Todos esses livros abordam os fundamentos da filosofia chinesa, o

yin e o yang. Fora o livro “I Ching”, os outros apresentam informações mais direcionadas sobre os meridianos de energia Qi,

sobre métodos de diagnóstico e tratamento na MTC, abordando os Zang Fu (órgãos e vísceras).

A Acupuntura (Zhen Jiu) é um termo da língua portuguesa que em chinês se traduz em “agulha e moxabustão” ou “agulha e

fogo”. A explicação está em que a moxabustão, o uso de calor, precedeu o uso de agulhas. A prática do uso de moxa é de
grande importância na terapêutica da MTC. A moxa é um recurso feito com base da planta Artemísia, que pode ser usada na

forma de bastão (a mais tradicional) que é acendido e aproximado no local a ser tratado, ou também nas formas de lã, carvão

ou botões. E é utilizada principalmente de forma indireta.


Tanto a acupuntura como a moxabustão são aplicadas em pontos e meridianos de energia Qi, e buscam auxiliar no

tratamento de estagnação de Qi e Xue (sangue), como também no tratamento de Umidade e Frio no caso da moxa.

A acupuntura se desenvolveu e se desenvolve até hoje, sendo cada vez mais difundida pelo mundo. Atualmente apresenta

diversos novos avanços, graças às tecnologias e pesquisas científicas. Um dos marcos dos avanços da Acupuntura e MTC foi

em 215 à 282 d.C. com a publicação do “Tratado Clássico de Acupuntura e Moxabustão Zhen Jiu Jia Yi Jing”, no qual são

descritos 349 pontos de acupuntura. E após 1800, a acupuntura começou a ser mais estudada no ocidente e hipóteses sobre

a relação de seus efeitos com o sistema nervoso (SN) foram abordadas.

Já no Brasil, a acupuntura começou a ser introduzida através da imigração de chineses e japoneses. Mas começou a ser

ensinada oficialmente em 1958, quando Friedrich Johann Spaeth fundou a Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina

Oriental.

Um dos episódios mais marcantes da acupuntura no ocidente, e que alavancou sua popularidade foi em 1972 quando o

presidente Nixon visitou a China e um dos jornalistas que o acompanhava precisou fazer uma cirurgia de emergência de

apêndice, a qual foi realizada em conjunto com a analgesia por acupuntura.

Com a influência ocidental e do método científico a acupuntura passou a ser cada vez mais estudada. Na plataforma PubMed
de periódicos e artigos científicos apresenta mais de 37 mil artigos sobre o tema “acupuncture”. Inicialmente os estudos

buscavam encontrar uma evidência física anatômica dos meridianos de energia, o que se torna complicado. Hipóteses

recentes falam sobre campos bioelétricos e bioelétromagnéticos. Entretanto, estudos mais atuais passaram a se dedicar nas

investigações sobre os mecanismos de ação neurofisiológicos e, também, em estudos clínicos em várias áreas de aplicação

da MTC e acupuntura.

Uma das dificuldades para os estudos clínicos com acupuntura são os estudos randomizados, duplo-cego e com placebo.

Mas já existem diversos estudos que apresentam essas condições, revisões sistemáticas e metanálises sobre as diversas

aplicações da acupuntura.

Para estimular os pontos de acupuntura que se encontram nos trajetos dos meridianos de energia temos: agulhamento,

pressão, calor, sangria, eletricidade, magnetismo, laser, ultrassom e injeção.


Na literatura atual ocidental, um dos autores que mais se destaca é Giovanni Maciocia, que publicou livros de grande

relevância para os estudos da MTC. Um de seus livros mais importantes é o “Os Fundamentos da Medicina Chinesa”.

Já no Sistema Único de Saúde (SUS) a portaria nº 971, de 3 de maio de 2006 aprovou a MTC como uma das práticas

integrativas da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). E em 2018 inclui mais novas dez práticas.

No Brasil a Acupuntura pode ser praticada por profissionais da saúde habilitados ou que tenham especialização na área. E as

principais atividades praticadas atualmente são: Acupuntura; Eletroacupuntura; Moxabustão; Auriculoterapia; Laserterapia;

Fitoterapia Chinesa; Dietoterapia Chinesa; Ventosaterapia; Sangria; Magnetoterapia; Gua Sha; Qi Gong; Tui Na; e Técnicas de

Massagem e Manipulação.

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