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Página 45 - Fonte 3 “Mare Liberum”

Fonte primária escrita - Elaborada por Hugo Grotius (jurista holandês), em 1609
“MARE LIBERUM”:
Mare liberum (mar aberto) foi uma doutrina posta em causa pelos Holandeses, mas também
imposta com o apoio de Inglaterra e França. Esta visava a contestação à política do mare
clausum (mar fechado), imposta por parte da União Ibérica (Portugal e Espanha),
consequente das delimitações do Tratado de Tordesilhas. Esta era referente à descoberta das
colonias e não ao seu domínio, ou seja, permitia uma exclusividade porque consagrava e
reservava o direito de posse e navegação a quem descobrisse qualquer terra ou rota marítima,
independentemente se tinha ou não poder para depois as governar.
Porém, as outras potências europeias vêm a criticar isto, principalmente Holanda, França e
Inglaterra, afirmando que como sabemos o mar é de todos e por esse mesmo motivo e outros,
a fonte de riqueza que estas colonias ibéricas possuíam, iria deixar de ser exclusiva,
começando assim a ameaçar o fim do domínio de Portugal e Espanha. Para isto acontecer,
estas potências realizaram ataques piratas às suas embarcações e domínios coloniais,
conseguindo por fim terminar esta doutrina de exclusividade marítima. Tendo então
imediatamente introduzido a nova política marítima o mare liberum.
O mare liberum então agora contradizendo o mare clausum, é referente ao domínio e não à
descoberta das colonias, ou seja, todas as terras já descobertas ou ainda por descobrir teriam
de ser defendidas de modo a que nenhuma outra potência adquirisse a sua posse.
Hugo Grotius foi dos primeiros a apoiar esta nova política, tendo escrito um livro
fundamentado em razões não só jurídicas como naturais, quando afirma que nenhum país
poderia monopolizar o controle do oceano afirmando também que a liberdade dos mares era
um aspeto primordial na comunicação entre os povos e nações. Defendendo nele que
“nenhuma nação é soberana de territórios que não possui e aos quais não atribuiu o seu
nome”, isto tudo tendo de ser interpretado, percebendo que estamos a ler algo de um ponto de
vista holandês, portanto que estaria obviamente contra as ideias ibéricas e por isso a favor da
conquista e não da descoberta. Fundamentando a sua opinião com a seguinte frase: “Os
Portugueses não têm, pelo direito de descoberta, soberania sobre as Índias Orientais...”.

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