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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO

INTERNACIONAL PÚBLICO
INTRODUÇÃO
É difícil definir uma data específica quanto ao surgimento do
Direito Internacional Público, pelo fato de alguns
doutrinadores entenderem que a sua concepção se deu com a
formação das primeiras coletividades organizadas, formadas
por homens, visto a necessidade ou conveniência que
estabeleceram relações contínuas entre si. Entretanto, alguns
doutrinadores consideram o surgimento do Direito
Internacional Público no Tratado da Paz de Westfalia e outros
consideram seu surgimento na Antiguidade.
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Da Antiguidade
O histórico mais antigo relatado, é o tratado realizado entre
Eannatum, senhor da cidade-estado de Lagash e os homens de
Umma, cidades localizadas na Mesopotâmia, no ano de 3100
a.C., que celebrava um acordo a respeito de uma fronteira
comum.
Mas o tratado mais famoso da Antiguidade, é o Tratado feito
por Hatsuil III e Ramsés II:
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Da Antiguidade
O primeiro registro seguro da celebração de um tratado,
naturalmente bilateral, é o que se refere à paz entre Hatusil III,
rei dos hititas, e Ramsés II, faraó egípcio da XIXª dinastia.
Esse tratado, pondo fim à guerra nas terras sírias, num
momento situado entre 1280 e 1272 a.C., dispôs sobre paz
perpétua entre os dois reinos, aliança contra inimigos comuns,
comércio, migrações e extradição. As duas grandes civilizações
entrariam, mais tarde, em processo de decadência, sem que
haja notícia de uma quebra perceptível do compromisso.
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Da Antiguidade
Na China Antiga, entre 722-481 a.C, houve a transformação da guerra
em um instituto legal, restou determinado que ela somente poderia
acontecer através de Estados iguais e não por meio de um estado
feudal e seus dependentes e nem entre os Estados chineses e os
bárbaros.
O Código de Manu, registrado na Índia Antiga no ano I d.C, ditou
regras de Direito Internacional como normas de diplomacia; proibição
de determinadas armas em guerras (flechas envenenadas e em chamas,
p. ex.); proibição ao homem desarmado, entre outros. E, ainda existia
na Índia o costume de não invadir as propriedades particulares durante
a guerra, ou seja, moradias, plantações e os camponeses.
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Da Antiguidade
Não há como negar que a Grécia e a Roma foram grandes
influenciadoras no Direito Internacional Público, desde o seu
início até o seu fim. Dessa forma é mais didático tratar de suas
respectivas características sem dispô-las numa ordem
cronológica.
Iniciando na Grécia, os institutos praticados: a soberania das
polis (cidades-estados), no que se refere à política; a
arbitragem; os tratados, que previam um consentimento do
Conselho e da Assembleia do Povo antes de serem
“promulgados” e a inviolabilidade dos embaixadores.
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Da Antiguidade
Importante ressaltar que o Direito Internacional Público em
Roma praticamente desapareceu em um certo período, tendo em
vista a predominância de território que esta possuía no mundo. E,
com isso, alguns institutos surgiram, como: a instalação da Paz
de Roma “Pax Romana”, esta tratava da paz e igualdade entre os
cidadãos romanos e os estrangeiros; jus gentium, que era a
permissão dada aos estrangeiros de utilizar as normas de Direito
Romano, isso foi estabelecido com a intenção de simplificar as
relações comerciais com os estrangeiros; jus fetiale, que é um
conjunto de normas religiosas e jurídicas que eram usadas nas
relações com as nações estrangeiras.
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Da Antiguidade
Importante ressaltar que o Direito Internacional Público em
Roma praticamente desapareceu em um certo período, tendo em
vista a predominância de território que esta possuía no mundo. E,
com isso, alguns institutos surgiram, como: a instalação da Paz
de Roma “Pax Romana”, esta tratava da paz e igualdade entre os
cidadãos romanos e os estrangeiros; jus gentium, que era a
permissão dada aos estrangeiros de utilizar as normas de Direito
Romano, isso foi estabelecido com a intenção de simplificar as
relações comerciais com os estrangeiros; jus fetiale, que é um
conjunto de normas religiosas e jurídicas que eram usadas nas
relações com as nações estrangeiras.
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Idade Média
Durante a Idade Média, o Direito estava sob a jurisdição da
Igreja, dessa forma era o Papa quem o controlava. Tamanha era
a influência do Papa, que ele permitia que um Chefe de Estado
não cumprisse os tratados feitos.
Essa época foi marcada da chamada “Paz de Deus”, criada no
final século X. A Paz de Deus foi instaurada para pôr fim às
guerras privadas, que ocorriam pela insegurança que havia por
domínio de território. Para tanto foram feitos concílios dos reis
e príncipes, que tinham como objetivo criar normas para
proteger a Igreja.
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Idade Média
A Paz de Deus instaurou, pela primeira vez, o instituto dos
beligerantes e não beligerantes e permaneceu com a ideia,
assim como na Índia Antiga, de não destruir as plantações dos
camponeses, bem como prezava pela vida dos camponeses, das
mulheres, dos estrangeiros e dos comerciantes e seus
respectivos bens. Assim, visando, o bem-estar dessas pessoas,
foram criadas as Ligas de Manutenção da Paz que tinham
como objetivo acabar com a fome na Idade Média, visto que
esta era a causa da morte de muitos naquela época.
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Idade Média
Na segunda metade do século XII a Paz de Deus passou a ser
chamada de Paz do Rei, pois havia o interesse de acabar com
as guerras entre os nobres. Para tanto foi feita a 1ª Ordenação
de 1055 que estabeleceu a paz por dez anos. Já no ano de 1288,
S. Luís proibiu as guerras privadas. Porém, para que fosse
possível fundamentar as Cruzadas, foi criado o termo “guerra
santa”, pois do contrário, elas não seriam possíveis já que as
guerras privadas eram proibidas.
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Idade Média
Além da Paz de Deus e a Paz do Rei foi criada a Trégua de Deus em 1027 no
Concílio de Elma, esta proibia a guerra de três da tarde do sábado até às seis da
manhã na segunda-feira, para que todos pudessem efetivar o “dever dominical”;
depois proibiu-se a guerra no dias festivos da Igreja: Quaresma; festas dos
santos, etc. Outro concílio, o de Maselha, em 1040, estabeleceu que ao invés de
não poder guerrear de sábado à tarde, até a manhã de segunda-feira, a nova
regra seria: a guerra é proibida a partir da tarde de quarta-feira à manhã de
segunda-feira. Em 1095, Urbano II, enquanto pregava as Cruzadas proclamou
que a Trégua de Deus deveria ser obedecida por toda a cristandade. Assim, com
a propagação da Trégua de Deus, aconteceu o Concílio de Latrão que inseriu
esse instituto no Direito Canônico. Dessa forma, ao estabelecer tantas
proibições, restavam poucos dias que eram permitidos guerrear. Além do mais,
havia sanções para aqueles que não obedeciam tais regras: ou eles eram mortos
ou banidos do Estado ou excluído da Igreja
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Idade Moderna
A partir da Idade Moderna a maioria dos doutrinadores
concordam que foi o marco inicial do Direito Internacional
Público, ocorrido com a Paz de Westfalia. Os doutrinadores
entendem dessa maneira, pois a Paz de Westfalia, ocorrida em
1648, foi o primeiro congresso internacional que colocou fim à
Guerra dos Trinta Anos.
O Tratado foi finalizado no Ato Geral de Westfália, em
Munster, em 24 de outubro de 1648.
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Idade Moderna
A Paz de Westfalia foi uma ordem criada pelos Estados e para
os Estados; suas decisões são de grande importância, pois o
direito que antes existia foi revogado e foi onde os Estados-
europeus deliberaram pela primeira vez.
O que surge com a Paz de Westfalia é uma sociedade
internacional em que os Estados aceitam regras e instituições
que limitam a sua ação, e que isto é do interesse comum.
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Idade Contemporânea
No século XIX ocorre a Revolução Francesa, que é o marco
inicial da Idade Contemporânea. Esta é de grande importância
para o Direito Internacional Público, pois ao conduzir as
unificações alemã e italiana, gerou uma série de resultados
positivos utilizando o princípio das nacionalidades. Dentre
estes resultados positivos, encontra-se a criação do plebiscito e
a proibição da guerra da conquista.
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Idade Contemporânea
1815 – O Congresso de Viena de 1815 foi o segundo dos grandes
congressos europeus ocorrido na história do Direito Internacional
Público e concebeu grandes propósitos a este ramo do Direito:
I-Manifestou-se a tendência para a internacionalização dos
grandes rios europeus (Reno, Mosa, Escalda, etc); II- por
influência da Inglaterra, foram tomadas decisões contra o tráfico
negreiro; III- a Suíça foi declarada e reconhecida neutra
permanentemente; IV- formação de novos Estados (Suécia-
Noruega; Bélgica-Holanda); V- pela primeira vez foi feita uma
classificação dos agentes diplomáticos; etc
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Idade Contemporânea
1864 – A Conferência de Genebra criou a Cruz Vermelha
Internacional que é uma organização humanitária, com objetivo
de proteger às vítimas de guerras e de outras situações de
violência.
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Idade Contemporânea
Por proposta de Czar Nicolau, da Rússia, em 1899, se reuniu a
1ª Conferência da Paz de Haia, que criou a Corte Permanente
de Arbitragem de Haia, que tinha o objetivo de solucionar
pacificamente os litígios internacionais. Com a Conferência,
foram criadas ainda: ajustes sobre as leis e os costumes da
guerra; declarações objetivando humanizar a guerra, com a
proibição do uso de gás asfixiante, o lançamento de explosivos
ou projéteis de balões e emprego de projéteis que se espalham
quando atingem o corpo humano.
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Idade Contemporânea
Por iniciativa do Presidente dos Estados Unidos da América e da
Rainha da Holanda, em 1907, ocorre a 2ª Conferência de Paz de
Haia. Nesta Conferência, compareceram 44 países, incluindo a
América do Sul, que estava ausente na 1ª. Foram realizadas as
seguintes convenções:
“à regulamentação pacífica dos conflitos
internacionais; à limitação do emprego da força para a
cobrança de dívidas contratuais; aos direitos e deveres
das potências e pessoas neutras em caso de guerra
terrestre; ao regime dos navios de comércio inimigos
no início das hostilidades;”
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Idade Contemporânea
Em 1909, há a Conferência Naval de Londres, que discorreu
sobre a guerra marítima. Esta conferência abordava sobre os
fenômenos que ocorriam na guerra marítima, como: bloqueios,
contrabando, assistência hostil, destruição de presas neutras,
transferência de pavilhão, comboio, caráter inimigo do navio e
entre outros. A Conferência Naval de Londres não entrou em
vigor, mas no início da Primeira Guerra Mundial, os
beligerantes utilizaram a Conferência até o dia em que a
Alemanha iniciou a guerra submarina.
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Idade Contemporânea
Apesar de considerarmos uma catástrofe no cenário das relações exteriores,
a Primeira Grande Guerra Mundial, iniciada em 1914 e finda em 1918,
apesar de ter trazido mais de 5 (cinco) milhões de mortes, trouxe uma
contribuição, para o desenvolvimento do Direito Internacional.
Em 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que levou a Alemanha a
Bancarrota, afinal ela foi obrigada a ressarcir todos os Estados que
venceram a Primeira Guerra Mundial. Com a assinatura desse Tratado
houve o surgimento do ultranacionalismo Alemão. Desse momento
histórico, surgiu de forma efetiva Adolf Hitler. Neste mesmo ano foi criada a
Liga das Nações, em Paris, no qual reuniram-se os países vencedores da
Primeira Guerra Mundial para que a paz fosse assegurada. Porém, com o
advento da Segunda Guerra Mundial e, portanto, com a impossibilidade da
manutenção da paz, a Liga das Nações foi extinta.
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Idade Contemporânea
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Organização
das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de manter a paz e a
segurança internacionais; desenvolver relações amistosas entre as
nações; realizar a cooperação internacional para resolver os
problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e
humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às
liberdades fundamentais e ser um centro destinado a harmonizar a
ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns.
Atualmente fazem parte da ONU 193 países, sendo que foram 51
países fundadores, incluindo o Brasil.
A ideia da criação da ONU ocorreu nos Estados Unidos em 1939:
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Idade Contemporânea
O Direito Internacional Público é o ramo do Direito que
determina os direitos e deveres dos Estados em suas relações
mútuas, visando à paz, a justiça, o desenvolvimento
socioeconômico dos Estados e entre outros. Portanto, o Direito
Internacional Público visto hoje, é o Direito evoluído e
adequado ao momento histórico atual, condizente com as
necessidades dos povos contemporâneos, o que não significa
dizer que existe apenas a partir da Idade Moderna, mas sim
desde Antiguidade.

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