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A evolução histórica do Direito Internacional Público

Antes de chegarmos à evolução do DIP, temos que falar do seu conceito, em que o
DIP são conjuntos de normas e regras júridicas que regula a sociedade
internacional.
A sociedade internacional é composta por Estados Soberanos, Organizações
Internacionais e indivíduos, sendo ainda hoje os Estados como elemento
central da sociedade internacional.

Quais são as normas de DIP?


1. Tratados;
2. Costume internacional, com características específicas;
3. Atos jurídicos unilaterais das organizações internacionais;
4. Princípios jurídicos.

Este ramo do direito surge na Idade Média, juntamente com a formação do


Estado, ganhando maior relevância após a consolidação dos Estados
europeus e a expansão ultramarina, sendo que sua interdependência global
ocorre somente no século XX. Sua evolução vem se destacando dentro os
outros ramos jurídicos no último século, influenciando todos os aspectos da
vida humana.

Vários autores têm dividido a evolução do direito internacional em períodos,


semelhante prática tem sua importância, mesmo que algumas dessas
divisões terem sido desnecessárias, pois verificamos que de um período para
o outro não ocorrem rupturas. Observamos que determinada característica
de um período se origina em um período anterior, e vão se modificando e
aperfeiçoando com o tempo.

Antes de darmos início a origem histórica do Direito internacional público,


torna-se importante dissertar sobre a diferenciação entre direito
internacional público e privado e posteriormente identificar seus sujeitos e
princípios norteadores e seu desenvolvimento.

A ORIGEM E DESENVOLVIMENTO HISTÓRIO DO DIREITO INTERNACIONAL


PÚBLICO

O direito internacional pode ser considerado como um dos ramos jurídicos


que mais tem evoluído no último século, e para um correto conhecimento de
seus princípios, torna-se imprescindível o estudo histórico de sua evolução.

No século V, temos o início do sistema conhecido com Feudalismo, que


predominou na Europa entre a idade média entre os séculos V e XV, em meio
a decadência do Império Romano e a invasão dos povos bárbaros, onde
encontrava-se em vigor o sistema de territorialidade das normas.

O Feudalismo foi a causa preponderante no estabelecimento da


territorialidade. Nenhum senhor consentia com a manifestação de poder
estranho em território sob seu domínio. No Feudalismo, o indivíduo fixado à
terra e dependente do suserano, passa a estar inteiramente subordinado às
leis do feudo, não podendo recorrer à sua lei pessoal.

A partir do século XIV, ocorre a diminuição da servidão dos camponeses


para com os senhores feudais, até vir a desaparecer as instituições jurídicas
feudais. Nessa época o Direito restringia-se às relações feudo-vassálicas e
as relações entre senhores e servos, onde prevalecia a dependência de
homem para homem, sendo que o fraco sempre era vendido pelo mais forte.

Outra força impositiva existente durante a Idade Média era constituída pela
religião, e isto porque a relação desenvolvida entre os reinos, os soberanos e
a sociedade ficava sempre na dependência do julgamento do Papa,
considerado então como representante de Deus na Terra, tanto que também
a Igreja Católica costumava exercer sua atuação arbitral nos conflitos em
ocorrência, quando impunha normas de cunho religioso.

No Feudalismo, as relações entre os indivíduos, deu-se de feudo para feudo,


com o intuito de efetivar uma relação conjugal e estabelecer e concluir
negócios. Nesta época aos estrangeiros eram negados direitos, pois de
acordo com Dolinger, 2011 a exclusão dos estrangeiros significava velar
pelas cerimonias santas, da mesma maneira que o estrangeiro não poderia
participar da religião, o mesmo não deveria ter direito algum pois as leis da
cidade não existiam para ele.

Para a maioria dos doutrinadores, o marco inicial do Direito internacional


público ocorreu na Idade Média, com o Tratado de Vestfália em 1648, pois
este tratado foi o primeiro congresso internacional que colocou fim a Guerra
dos Trinta anos, surgindo assim uma sociedade internacional em que os
Estados aceitam regras e instituições que limitam suas ações, sendo isto de
interesse comum.

Torraca, 2010 ressalta que a primeira missão diplomática de caráter


permanente foi estabelecida por Milão, no final da idade média junto ao
governo de Florença. Diante disso, com o surgimento de noções de Estado
nacional e de soberania de estado, surge o Direito internacional como
conhecemos hoje. Com isso os estados abandonaram a hierarquia
internacional vinculada a religião e não mais reconheciam outro poder
acima de si próprios.

Ainda segundo Torraca, 2010 no século XIX, ocorre um maior florescimento


do Direito internacional, devido a criação dos primeiros organismos
internacionais com o objetivo de regular assuntos transnacionais, a
proclamação da Doutrina Monroe e primeira das Convenções de Genebra,
dentre outras inúmeras iniciativas. No século XX, o direito internacional foi
aprofundado e consolidado com a criação da Sociedade das Nações, sendo
mais tarde a Organização das Nações Unidas (ONU), sendo neste século
codificado o Direito internacional e a proliferação de tratados, surgindo da
necessidade de acompanhar o intenso intercâmbio internacional do mundo
contemporâneo.

A partir da Segunda Grande Guerra Mundial, o Direito Internacional é o que


mais tem evoluído dentre todos os ramos jurídicos, influenciando todos os
aspectos da vida humana. Até o início do século XX, o Direito Internacional
era bidimensional, versando apenas sobre a terra e o mar, a partir de então,
graças às façanhas de Santos Dumont, passou a ser tridimensional e, após a
Segunda Grande Guerra, passou a abarcar ainda o espaço ultraterrestre e os
fundos marinhos.

CONCLUSÕES

Atualmente o Direito internacional público encontra-se em crescimento e


ampla expansão, sendo o ramo do direito em que se determina os direitos e
deveres dos Estados em suas relações mútuas, com o intuito de promover a
paz, a justiça e o desenvolvimento socioeconômico dos Estados.

REFERÊNCIAS

Rezek, José Francisco.Direito Internacional Público: curso


elementar/Francisco Rezek-15.ed.rev. e atul.- São Paulo: Saraiva , 2014.

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