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“For even that ocean wherewith God hath compassed the Comparava o controle dos mares com o controle sobre o
Earth is navigable on every side around about, and the mar territorial:
settled or extraordinary blasts of wind, not always “como essa porção de mar não é definida pelo direito
blowing from the same quarter, and sometimes from natural, torna-se lógico dizer que pode aumentar ou
every quarter, do they not sufficiently signify that nature diminuir de império e jurisdição consoante a potência do
hath granted a passage from all nations unto all?” senhor, tal como sucede na terra, onde as cidades são
circunscritas por territórios maiores ou menores.”
“This right therefore equally appertaineth to all nations,
which the most famous lawyers enlarge so far that they John Selden, em seu Mare Clausum, de 1635.
deny any commonwealth or prince to be able wholly to
forbid other to come unto their subjects and trade with
them.”
União Ibérica (1580 – 1640)
• D. Sebastião morre em Alcácer Quibir, em luta contra os mouros (1578), sem deixar
herdeiros.
• No período da união pessoal entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas carecia de
efetividade.
• Portugal ultrapassou os limites previstos pelo tratado na América – bandeirantismo
• Espanha, na América, já tinha encontrado riquezas minerais e estava, em certa medida,
limitada pelos Andes.
• Mas, no Oriente, a Espanha desrespeita os limites entre as potências ibéricas.
União Ibérica (1580 – 1640)
• Ao mesmo tempo, as bandeiras e as monções avançavam sobre os sertões de Cuiabá e de
Mato Grosso e sobre a Bacia Amazônica .
• Ao mesmo tempo, a Espanha violara, no Oriente, a Escritura de Saragoça, e ocupava, sem
título jurídico, as Filipinas.
“O Pomo da Discórdia”
• Fundada pelos portugueses em 1680
• Invadida pelos espanhóis
• Tratado Provisional celebrado entre Portugal e Espanha em 1681, que resolvia a
controvérsia criada pela primeira invasão de Buenos Aires a Colônia, determinava “o uso
promíscuo das campanhas e de seus produtos a espanhóis e portugueses, enquanto não se
delineasse a qual das duas nações pertencia de direito”.
• Nova invasão espanhola, 1705
• Tratado de Utrecht, 1715
• Nova guerra, 1735
Violações mútuas de Tordesilhas
• Em 1720, Guillaume Delisle publicou o primeiro mapa científico do planeta, fazendo uso de
observações astronômicas para determinar as latitudes e as longitudes.
• Com a publicação do mapa, foram evidenciadas as violações mútuas dos limites
estabelecidos entre Portugal e Espanha.
• Ficou claro, por exemplo, que Colônia do Sacramento, a Bacia Amazônica e as minas de
Cuiabá e Guaporé, estavam além dos limites assignados a Portugal pelo tratado de 1494, ao
mesmo tempo em que se confirmavam as violações de Saragoça cometidas pela Espanha na
Ásia.
Os “padres matemáticos”
• A publicação de Delisle, “obra revolucionária, que marca época na história da geografia”, provou que
a cartografia portuguesa estava defasada, e, para iniciar as negociações de um tratado de limites
que solucionasse essas controvérsias, era preciso identificar precisamente as faixas territoriais
ocupadas efetivamente por Portugal na América. Era preciso desenvolver os estudos científicos da
Coroa portuguesa.
• Com esse propósito, D. João V contratou os astrônomos jesuítas, João Batista Carbone e Domingos
Capassi, conhecidos como os “padres matemáticos”. Chegando a Lisboa em 1722, passaram a
atualizar a cultura geográfica de Portugal, com a contribuição de Manuel de Azevedo Fortes,
engenheiro-mor da Corte.
• No início da década de 1730, os padres Domingos Capassi e Diogo Soares foram enviados ao Brasil
colônia para investigar os confins da América. Os levantamentos realizados pelos “padres
matemáticos” contribuiriam para a superioridade cartográfica de Portugal em suas negociações com
a Espanha, que seria decisiva para a celebração do tratado de 1750.
Alexandre de Gusmão
• Em 1737, Portugal publicou, da pena de Alexandre de Gusmão, com algumas emendas de D.
Luis da Cunha, a Dissertation qui determine tant geografiquement que par les Traités faits
entre la Couronne de Portugal et celle d’Espagne quels sont les limites de leurs
dominations en Amerique, c’est-a-dire, du coté de la Rivière de la Plate.
• Nele, Gusmão defende que Colônia do Sacramento pertencia de direito a Portugal, não
pelo Tratado de Tordesilhas, porque se sabia, desde os mapas de Delisle, que a praça se
encontrava além das 370 léguas estipuladas em 1494, mas pelo Tratado de Utrecht de
1715.
• Pelo Tratado de Utrecht de 1715, a Espanha cedia todo o direito que se reservava sobre esse
território. Não podia haver dúvida: Colônia do Sacramento pertencia, de direito, a Portugal.
O “acerto de contas global”
• O segundo argumento exarado por Gusmão na famosa Dissertation decorria da primeira
conclusão: a solução das controvérsias de limites entre as potências ibéricas teria de incluir
troca de territórios.
• Afinal, de acordo com o diplomata santista, mantendo-se os acordos de 1494 e de 1529, ou
a Espanha teria de devolver as Filipinas e as Molucas a Portugal, ou teria de haver alguma
forma de permuta de territórios.
• Como Castela não parecia muito disposta a abrir mão de seu controle sobre os arquipélagos
asiáticos, a solução para as questões de limites deveria passar por alguma forma de
reconhecimento de iure dessas possessões de facto.
O “acerto de contas global”
• Dessa forma, nas negociações do Tratado de Madri, Alexandre de Gusmão defendia ser
necessário abandonar o Tratado de Tordesilhas e conceder o título jurídico de propriedade
da terra a quem a ocupasse de modo efetivo. Tratar-se-ia de um “acerto de contas global”,
porque, se Portugal teria reconhecido seus domínios ampliados na América, a Espanha teria
legalizada a sua posse das Filipinas e das Molucas, na Ásia.
• Dessa forma, constava no preâmbulo do tratado de 1750 que “cada parte há de ficar com o
que atualmente possui”.
Uti possidetis
• No preâmbulo do tratado de 1750, determina-se que “cada parte há de ficar com o que
atualmente possui”.
• Introdução do uti possidetis no direito internacional.
• Artigo III
• “Na mesma forma pertencerá à Coroa de Portugal tudo o que tem ocupado pelo rio das
Amazonas, ou Maranhão acima, e o terreno de ambas as margens deste rio até as paragens,
que abaixo se dirão”.
• Introduzia-se, no Direito Internacional, o princípio de direito romano do uti possidetis.
Alexandre de Gusmão
• 1719 – Doutoramento em leis na Sorbonne
• Estudou direito romano pelo método de Cujácio
• Todos resolviam a questão da posse sem se ater ao problema da propriedade. Por isso, o
proprietário não poderia invocar o direito de propriedade contra o possuidor.
Interdicta retinendae possessionis causa
1.1 interdito uti possidetis
Destinado a coisas imóveis
• Questão do Amapá;
• Compromisso arbitral, 1897
• Identificação do Rio Japoc ou Vicente Pinzón do Tratado de Utrecht de 1713
• Poderia ser o Oiapoque, como queria o Brasil, o Araguari, como queria a França, ou algum intermediário
• Laudo do presidente da Confederação Helvética, 1900, totalmente favorável ao Brasil
• Questão do Pirara
• Nabuco apresenta a defesa brasileira
• Laudo do rei Vitor Emanuel III, 1904, divide o território, ficando 60% com o Reino Unido
• Considerado uma derrota pelo Brasil
Tratados de limites, início do século XX
• Tratado de Petrópolis com a Bolívia, 1903
• Tratado de permuta com indenização
• Incorporação do Acre
• Nacionais brasileiros no Acre
• Arbitragem rejeitada, à revelia de Rui Barbosa
• Tratado com o Equador, 1904
• Tratado com a Colômbia, 1907
• Com base no uti possidetis
• Tratado com o Peru, 1909
• Parte do Acre
Território
• Solo;
• Subsolo;
• Mar Territorial;
• Espaço Aéreo
Território Marítimo brasileiro
• Em 1850, pela circular 92, o Brasil fixava seu mar territorial em 3 milhas marítimas.
• Em 1934, o Código de Caça e Pesca, por meio do Decreto nº 23.672, em seu art. 3º § 2º,
determinava que: “A pesca costeira é a exercida da costa até á distancia de 12 milhas, a contar
para fóra.”
• Em 1950, o decreto 28.840 determinava: “Fica expressamente reconhecido que a plataforma
submarina, na parte correspondente ao território, continental e insultar, do Brasil se acha
integrada neste mesmo território, sob jurisdição e domínio, exclusivos, da União Federal.”
• Em 1966, decreto-lei nº 44 estendia o mar territorial de três para seis milhas. Além disso,
determinava a existência de uma faixa adicional, até 12 milhas, dentro da qual o Estado brasileiro
poderia prevenir e reprimir infrações aduaneiras, fiscais, sanitárias ou relativas a imigração.
• Em 1970, Decreto nº 1.098/70 estendeu o mar territorial brasileiro para 200 milhas marítimas.
Território Marítimo brasileiro
• Após Montego Bay, com definição precisa do mar territorial, o Brasil editou a lei nº
8.617/1993, que dispõe sobre o mar territorial (12 milhas), a zona contígua (24 milhas),
a zona econômica exclusiva (200 milhas) e a plataforma continental brasileiros,
conforme a convenção.
Espaço aéreo brasileiro
• Tentativa de reivindicar soberania sobre as órbitas geoestacionárias
• Entendida como incompatível com o tratado do espaço exterior
• 20. Áreas além dos limites da jurisdição exclusiva dos estados
• Mutação conceitual
• “Os espaços internacionais, antes considerados res nullius, passam a ser patrimônio comum
da humanidade”. Muito além da mudança terminológica, trata-se de conceito valorativo que
se agrega ao conjunto dos espaços internacionais, com ênfase na responsabilidade
compartilhada e na necessidade de preservação, para as gerações presentes e futuras”.
• Casella, Direito Internacional dos Espaços.
Res communis
• Áreas identificadas com natureza jurídica de res communis não estão sujeitas à jurisdição
exclusiva de nenhum estado;
• Não estão sujeitas a apropriação por nenhum estado
• Em geral devem ser utilizadas com finalidades exclusivamente pacíficas
• Por vezes em benefício da humanidade
• São consideradas PATRIMÔNIO COMUM DA HUMANIDADE.
Patrimônio Comum da Humanidade - Res communis
• “Os espaços internacionais escapam do controle de qualquer soberania e não deixam a esta
se não lugar reduzido. Eles são, por definição, abertos à livre frequentação pelos nacionais
dos estados, seja qual for a nacionalidade destes, como pelos próprios estados. Eles são,
igualmente, em sua maior parte, afeitos a atividades pacíficas (Antártica, espaço extra-
atmosférico e corpos celestes, Zona dos fundos oceânicos) bem como atividades, tendo por
finalidade o interesse da humanidade (Zona, corpos celestes)”.
• Jean Paul Pancracio, Droit international des espaces.
Res communis
• Precedente do mare liberum, defendido por Grócio:
• “Toutes les choses créées par la nature pour le commun usage de tous ont conserve jusqu´à
présent et doivent conserver pour toujours l´état dans lequel eles se trouvaient au temps
qu´elles ont été créées par la nature (...) Ni la nature ni l´égard à l´utilité public permettent
d´ocupper la mer”.
• Grócio
Res communis
• 5 TRATADOS
•E
• 5 CONJUNTOS DE PRINCÍPIOS
Os 5 tratados
• 1. Outer Space Treaty – adotado pela Res. 2222 (XXI); assinatura (27/1/1967); entrada
em vigor (10/10/1967).
• 2. Rescue Agreement – adotado pela Res. 2345 (XXII); assinatura (22/4/1968); entrada
em vigor (3/12/1968).
• 3. Liability Convention – adotada pela Res. 2777 (XXVI); assinatura (29/3/1972); entrada
em vigor (1/9/1972).
• 4. Registration Convention – adotada pela Res. 3235 (XXIX); assinatura (14/1/1975);
entrada em vigor (15/9/1976).
• 5. Moon Agreement – adotado pela Res. 34/68; assinatura (18/12/1979); entrada em
vigor (11/7/1984).
Tratado do Espaço Exterior, 1967
• Treaty on Principles Governing the Activities of States in the Exploration and Use of Outer Space, including the
Moon and Other Celestial Bodies
• “Magna Carta” do Espaço
• Article I
• The exploration and use of outer space, including the Moon and other celestial bodies, shall be carried out for
the benefit and in the interests of all countries, irrespective of their degree of economic or scientific
development, and shall be the province of all mankind. Outer space, including the Moon and other celestial
bodies, shall be free for exploration and use by all States without discrimination of any kind, on a basis of
equality and in accordance with international law, and there shall be free access to all areas of celestial
bodies. There shall be freedom of scientific investigation in outer space, including the Moon and other
celestial bodies, and States shall facilitate and encourage international cooperation in such investigation.
• Article II
• Outer space, including the Moon and other celestial bodies, is not subject to national appropriation by
claim of sovereignty, by means of use or occupation, or by any other means.
Tratado do Espaço Exterior, 1967
• Article IV
• States Parties to the Treaty undertake not to place in orbit around the Earth any objects carrying
nuclear weapons or any other kinds of weapons of mass destruction, install such weapons on
celestial bodies, or station such weapons in outer space in any other manner.
• The Moon and other celestial bodies shall be used by all States Parties to the Treaty exclusively
for peaceful purposes. The establishment of military bases, installations and fortifications, the
testing of any type of weapons and the conduct of military manoeuvres on celestial bodies shall
be forbidden. The use of military personnel for scientific research or for any other peaceful
purposes shall not be prohibited. The use of any equipment or facility necessary for peaceful
exploration of the Moon and other celestial bodies shall also not be prohibited.
Tratado do Espaço Exterior, 1967